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VER-SUS MARABÁ. Seja a mudança que você quer ver no mundo. Mahatma Gandhi

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Academic year: 2021

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RELATÓRIO DE VIVÊNCIA

DISCENTE: MARIA ANDRESSA VIANA CALAÇA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CURSO: BACHARELADO EM FISIOTERAPIA

CAMPUS: MINISTRO REIS VELLOSO

VER-SUS MARABÁ

“Seja a mudança que você quer ver no mundo.” Mahatma Gandhi

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INTRODUÇÃO

O VER-SUS ( Vivências e estágios na realidade do Sistema único de saúde) tem como objetivo primordial inserir o estudante dentro dos mais diferentes âmbitos do SUS e provocar reflexões mais ampliadas sobre o conceito de saúde.

O projeto possibilitou discussões sobre equipe multidisciplinar, atenção às comunidades específicas, racismo, saúde para a população afrodescendente dentre outros diversos temas que abordamos em nossos momentos de debates.

Entre os dias 13 e 19 de janeiro de 2018 ocorreu pela primeira vez o projeto de vivência na cidade de Marabá no estado do Pará. O projeto contou com a participação de 30 viventes e 6 facilitadores. Contamos com participantes de 15 instituições de ensino superior dentre elas: UNIFESSPA, UFPI, UEPA, UFMA, UEMA, IFMA e outras de 5 estados brasileiros. Dentre os estudantes tivemos diversos cursos: Saúde coletiva, Enfermagem, Fisioterapia, Psicologia e muitos outros.

A metodologia do VER-SUS Marabá permitia que o vivente estivesse imerso dentre da realidade do SUS o dia todo, se mantendo disponível 24 horas. Durante os dias que estive lá pude vivenciar diversas realidades dentre elas: UBS, Hospitais e comunidade indígena.

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13/01/2018 (TARDE)

A partir das 13 horas da tarde foi dado inicio ao 1° VER-SUS Marabá. Ao iniciar houve a apresentação da comissão organizadora de dos facilitadores que nos ajudariam no processo de imersão ao Sistema Único de Saúde. Após houve a dinâmica da teia onde cada vivente deveria contar um pouco sobre si e suas expectativas para o evento. Entrando pela noite houve ainda o sorteio do Anjo uma dinâmica de interação entre os participantes onde o cada um deveria sortear um numero e essa pessoa que fosse sorteada deveria ser protegida até o fim da vivencia.

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14/01/2018 (MANHÃ

Pela manhã realizamos uma visita ao Lar São Vicente de Paulo onde podemos conhecer um pouco mais da história do lar e dos idosos que lá vivem. O lar abriga cerca de 35 de idosos em situação de vulnerabilidade, principalmente em casos de abandono. O lar existe há cerca de 20 anos e é mantido por doações da comunidade, universidade e empresas. Os idosos realizam 5 refeições diariamente e não realizam nenhuma atividade de lazer no lar.

No decorrer da visita notei que o lugar é bem organizado e aparentemente bem limpo, cada dormitório conta com duas camas e um banheiro privativo. Há 10 voluntários que prestam serviços ao lar.

A coordenadora do lugar falou que a entrada do idoso precisa passar primeiramente pela assistência social onde procura-se contatar a família para que ela cuide do idoso. Caso isso não ocorra o idoso poderá ficar no lar. Ela ressalta que uma das dificuldades enfrentadas é a chegada de idosos sem documentação nenhuma.

O lar conta com um posto médico onde o médico geriatra atende os idosos duas vezes por semana e os técnicos de enfermagem ficam durante toda a semana. Pude notar que existe uma deficiência de enfermeiros no lar.

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Conversei com um senhor Manuel de 70 anos. Ele me relatou que estuda e que gosta muito de ler para se distrair até mostrou alguns de seus livros preferidos. Segundo idosos não se sentem presos ou obrigados a ficar no lar. Ele falou que todos os dias vai a escola pela noite e durante o dia gosta de passar o tempo cuidando da pequena hortinha que tem no lar.

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A partir das 15hrs o grupo de viventes se reuniu perto da entrada do salão do café onde ocorreria a próxima atividade. Os viventes foram vendados e cada facilitador aleatoriamente escolheu alguns para compor os NB’S (núcleo de base) que seriam subgrupos dentre os viventes. Depois de escolhidos cada grupo foi para um quarto realizar a atividade proposta: criar um símbolo, um nome para o grupo e também uma apresentação para o grupo. O meu NB escolheu o nome de LaSUS que remete à palavra: laços que assim com apresentamos no dia significa união ou está ligado a algo.

(NOITE)

Durante anoite foi realizada uma atividade para cada um explanar o significado do SUS. Cada um deveria escrever ou ilustrar em um papel qual o significado do SUS para si. Após houve a plenária onde foi discutido como foi a visita ao lar. Foi discutido pontos positivos e negativos do lar. Debatemos também quais seriam as alternativas para acabar com os pontos negativos.

15/01/2018 (MANHÃ)

O grupo de viventes foram divididos em 4 subgrupos aleatoriamente os chamados: Grupos de vivência. Cada grupo de vivência foi destinado a visitar uma UBS (Unidade básica de saúde). O grupo o qual eu estava visitou a UBS enfermeira Zezinha. A unidade básica estava com seu prédio em reforma o que fez com que eles fossem realocados para o prédio onde funciona o CAPS.

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(O grupo responsável por visitar a UBS Enfermeira Zezinha)

Ao entrar visitamos a recepção do lugar pude perceber que é bem organizada, as atendentes têm todos os documentos separados e as planilhas de atendimento sempre à mão. A coordenadora do lugar disse que um ponto bem negativo das reformas que estão acontecendo no prédio é que nesse prédio atual fica muito difícil utilizar o E-SUS uma ferramenta online que permite que desde a triagem até a receita do paciente seja tudo informatizado, garantindo assim menor acumulo de papel.

Na UBS funciona programas voltados à prevenção de algumas doenças com hipertensão e diabetes. Apesar do ambiente onde seria o auditório a enfermeira ressaltou que os programas continuam funcionando bem.

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(imagem da porta do auditório onde funcionam os programas) (TARDE)

Durante o período da tarde o grupo de viventes foi novamente subdividido agora em 3 grupos. Cada grupo visitaria um lugar que prestasse serviço à população sem fins lucrativos. Eu visitei o Instituto Sorriso legal, o lugar atende crianças e adultos com lábio leporino e fissura no palato. Lá é realizado toda a assistência antes da cirurgia, o encaminhamento para a cirurgia e o tratamento após. O instituto atende além da demanda de Marabá a demanda as cidades vizinhas. O local conta com uma equipe multidisciplinar com: Cirurgião plástico e Cirurgião dentista, ortodontista, assistente social, clinico geral, nutricionista, pedagogo, psicólogo, fisioterapeuta entre outras especialidades.

O instituto atende qualquer faixa etária, e partir dos 4 meses de idade a criança já pode realizar a cirurgia. O local já existe há 18 anos e se mantém através de doações. A prefeitura e o estado cedem os hospitais para a realização das cirurgias e empresas entram com todo o aparato financeiro.

O local é bem estruturado tem salas para o consultório odontológico com todos os equipamentos necessários. Possui uma brinquedoteca para as crianças passarem o tempo e socializarem com as outras.

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(NOITE)

Durante a noite houve uma discussão sobre as realidades que encontramos tanto nas UBS como nas Instituições. As outras duas equipes da tarde visitaram a ONG focinhos carentes e a Pastoral da terra. A ONG cuida de animais abandonados e sobrevive de doações e a Pastoral da Terra cuida dos direitos do povo a terra junto com o MST. Foi um debate bem produtivo onde pude ver diferentes realidade principalmente das UBS dentro de um mesmo município.

16/01/2018 (MANHÃ)

Pela manhã o grupo de viventes orientado a se reunir primeiramente com seus NB’s para discutir sobre alguns pontos positivos e negativos da vivência até então. Muitos estavam achando a vivencia exaustiva visto que nas últimas duas noites fomos dormir mais de meia noite. A atividade era avaliar a vivencia de forma que se encaixasse em três pontos

: Que bom (algo que até então estava ocorrendo de maneira correta), que pena (algo que está ruim) e que tal (uma sugestão para melhorar).

Depois disso todos os grupos se reuniram no salão e debatemos as questões propostas e buscamos soluções. Após algumas horas de conversa conseguimos chegar a conclusões que ajudariam a tornar nossa vivencia mais harmoniosa

(TARDE)

Durante a tarde fomos orientados a assistir dois filmes que nos ajudariam muito na mesa redonda que iriamos participar anoite. Ambos os filmes falavam sobre intolerância religiosa contra as religiões de raízes afro descentes.

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O grupo de viventes se reuniu em um dos quartos do hotel e juntos assistiram aos filmes. Um dos filmes se chamava: Casa de santo e o que mais me chamou atenção foi o relato das crianças sobre o preconceito que sofriam dentro da sala de aula.

(NOITE)

Durante a noite nos dirigimos até o auditório da UMIFESSPA onde participamos de uma mesa redonda com o tema: Saúde da população negra e pratica de cura em terreiros. Participaram dessa mesa redonda: Janílson Macedo, Ruth Santana e Gisela Macambira. Os viventes puderam fazer perguntas e explorar o assunto em questão. O tema foi bem debatido e pudemos que ver que a saúde da população negra ainda é um tema a ser aprofundado.

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Ao chegar em casa debatemos todo o aprendizado do dia, juntando o que vimos nos dois filmes e o debatemos na mesa redonda. Foi um momento de questionar e nos aprofundar no assunto observando o ponto de vista do outro.

17/01/2018 (MANHÃ)

Pela manhã após o café os viventes foram divididos em grupos para visitar locais que faziam parte do SUS. O meu grupo foi visitar o TFD abreviatura para Tratamento Fora do Domicilio. O local agenda procedimentos mais complexos em cidades vizinhas. ao chegar no lugar observei que a estrutura aonde os usuários esperam o atendimento é precária, o teto está com muitos danos, os bancos são desconfortáveis e o ambiente é praticamente na calçada. Os usuários esperam lá fora sem o mínimo de conforto para serem atendidos.

A coordenadora do TFD Marabá Ângela conta que o paciente só é encaminhado para outro município quando não há possibilidade de tratamento na cidade. Ela nos contou também que qualquer encaminhamento demora no mínimo 2 meses independente da gravida do problema. O TDF entra com uma ajuda de custo no valor de 24,75 que serve para diminuir as despesas d paciente e do acompanhante na outra cidade.

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Logo após assistimos uma palestra com os trabalhadores do SAMU com o tema: Conhecendo o SAMU onde a eles nos explicaram como funcionam os atendimentos, os tipos de ambulâncias e como se dar um atendimento deles. Após a palestra eles nos acompanharam até as ambulâncias e nos mostraram os equipamentos que cada tipo de ambulância contava. A enfermeira que coordena o local Walternice explicou que um grande problema que o SAMU enfrenta é a falta de ambulâncias em funcionamento. Apesar de ter uma frota relativamente boa poucas ambulâncias estão em uso.

(TARDE)

Atarde visitei o Hospital Materno Infantil o hospital que abrange além de Marabá todas as cidades vizinhas. Ao entrar no local algo que me chamou muita atenção foi o fato de estar ocorrendo obras perto das salas de acolhimento. O barulho fazia com que as gestantes que aguardavam para ir para a sala de pré parto ficassem agitadas e sem tanta calma.

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Primeiramente visitamos o setor administrativo do hospital e conversamos com a enfermeira chefe de lá, onde ela nos contou como é o funcionamento de hospital e as dificuldades que o

mesmo enfrenta

.

Visitamos a UCI do hospital e um ponto negativo que observamos é que não há uma UTI adulto nem neonatal do hospital. Aa enfermeira nos mostrou a sala onde possivelmente será criada a UTI do hospital. Passamos também pelas enfermarias e pude notar que o ambiente é bem limpo e organizado, contudo faltam beços para os recém-nascidos ficarem com suas mães no quarto. Tive a oportunidade de adentrar na sala de pré-parto e de parto onde observei que existiam algumas irregularidades como: os materiais eu ajudariam na fase de pré-parto estão em outra sala distante do local, o banheiro é muito estreito, na sala de parto a ventilação é inadequada e o local onde se fica guardado os materiais do parto também é inadequado.

Algo que me deixou bem contente no hospital foi a campanha de incentivo a doação de leite materno. Além do incentivo que eles dão às mães eles também instruem elas da

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(NOITE)

Pela noite nos dirigimos até o auditório da UNIFESSPA onde assistimos ao documentário: Holocausto brasileiro que fala principal do hospital psiquiátrico da cidade de Barbacena. O documentário me tocou diversas vezes que imagens fortes e depoimentos profundos. Após debatemos um pouco sobre o documentário e a situação atual da população que sofre de problemas mentais. Após o debate fomos para o hotel onde começamos a confecção da nossa bandeira oficial do evento em Marabá.

18/01/2018 (MANHÂ)

Pela manhã houve formação sobre o a cultura indígena na UNIFESSPA. Essa formação foi para sanar algumas dúvidas que tivéssemos sobre a visita à aldeia indígena a qual iriamos atarde. A formação foi ministrada pela antropóloga Rita, ela é professora do curso de história da UNIFESSPA. Ela falou um pouco do seu trabalho denominado Cartografia. Durante a conversa podemos ver também que apesar de mínimo nos últimos anos a entrada de indígenas nas universidades tem sido grande.

Foram feitas muitas perguntas sobre os costumes da população e ela nos explicou que a aldeia já está bem familiarizada com a população urbana e que ainda há um pouco de resistência pela população mais velhas mais que isso não afetaria nossa visita.

(TARDE)

Após o ônibus deixar o outro grupo que faria uma visita ao acampamento Hugo Chaves nos dirigimos até a aldeia indígena Akrâtikatêjê onde a cacique Katia nos recebeu e nos contou primeiramente um pouco da história da aldeia e de como ela surgiu. Após o relato dela alguns viventes fizeram algumas perguntas relacionadas ao acesso à saúde de lá e a cacique nos falou que não existe nenhuma UBS próxima e os médicos raramente vão até a aldeia. Ficou claro que outras especialidades com fisioterapia, nutrição, psicologia não são de fácil acesso para os indígenas.

Após toda nossa conversa ficou claro que o poder público vem deixando essa população sem amparo na saúde visto que são raras as vezes que eles recebem alguma assistência.

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19/01/2018 (MANHÂ)

Pela manhã fomos visitar a vigilância epidemiológica onde conhecemos o local e logo saímos junto com os agentes de endemias para visitar algumas casas. Durante o caminho fomos conversando com os agentes e eles relataram que só existem cerca de 60 agentes de endemias para cobrir toda a área de Marabá, sendo que esse numero ainda decresce em virtude do desvio de função. Eles estimam que atualmente em campo só existem 25 agentes um número quase ineficaz para cobrir uma área territorial tão grande como a de Marabá.

Durante a visita em uma das casas a agente que estava comigo coletou vários focos do mosquito Aedes Aegypti sem o equipamento correto. Os agentes falam que é necessário que o poder publico disponibilize verba para a aquisição de EPI’s para os agentes como: mascara, luvas, uniforme dentre outros

.

Um agente relatou o acontecimento de que foi impossibilitado de entrar em uma residência por que estava sem uniforme padrão e sem crachá. Durante a visita notei que a população do bairro vive em um descaso. Não há coleta de lixo que faz com que ele se acumule em diversos pontos do bairro.

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(TARDE)

Durante o período da tarde preparamos a devolutiva para a secretaria de saúde e por volta das cinco horas começamos as apresentações na UNIFESSPA. Cada grupo ficou responsável por falar de dois locais visitados e apresentar pontos positivos e negativos do lugar.

(NOITE)

Ao voltarmos para o hotel teve a revelação da dinâmica do anjo e um momento de confraternização com o grupo todo.

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CONCLUSÂO

O VER-SUS foi de suma importância em minha vida para o discernimento de muitas coisas a respeito da saúde em nosso pais. Foi um momento lindo e único pois só quem viveu essa incrível experiência sabe o quão importante para nossa vida profissional foi. Com uma frase de um dos facilitadores, Eduardo, termino este relatório: Nunca mais haverá um primeiro VER-SUS Marabá.

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