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GRANDES TEMAS DE DIREITO DE FAMÍLIA AULAS MINISTRADA POR REGINA BEATRIZ TAVARES DA SILVA

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GRANDES TEMAS DE

GRANDES TEMAS DE

DIREITO DE FAM

DIREITO DE FAM

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LIA

LIA

AULAS MINISTRADA POR

AULAS MINISTRADA POR

REGINA BEATRIZ TAVARES

REGINA BEATRIZ TAVARES

DA SILVA

(2)

A

A

RESPONSABILIDADE

RESPONSABILIDADE

CIVIL NO

CIVIL NO

ROMPIMENTO DO

ROMPIMENTO DO

CASAMENTO

CASAMENTO

(3)

IDEAL A SER ALCANÇADO EM TODAS AS RELAÇÕES

FAMILIARES

(4)
(5)

Casamento

Casamento

•aspectos sentimentais

•aspectos religiosos

•aspectos patrimoniais

• projeto a reinar com harmonia e felicidade

não se concretiza

(6)

Tipos de dissolução judicial

do casamento

Separação e

Divórcio judiciais

(7)

MANUTENÇÃO DA SEPARAÇÃO CULPOSA NO SISTEMA LEGISLATIVO, AO LADO DO DIVÓRCIO CULPOSO – NORMAS DO CC/2002 RECEPCIONADAS E RECRIADAS

• EC 66/2010 – CONFORME SUA EMENTA - NÃO

ELIMINOU A SEPARAÇÃO JUDICIAL, SOMENTE SUPRIMIU OS REQUISITOS TEMPORAIS DO DIVÓRCIO

V. Washington de Barros Monteiro e Regina

Beatriz Tavares da Silva, 40ª ed. Curso de direito

civil – Direito de Família, São Paulo: Saraiva,

2010, p. 316 e ss.

(8)

Espécies de dissolução do casamento

• Código Civil, art. 1.571

A sociedade conjugal termina:

I - pela morte de um dos cônjuges

II - pela nulidade ou anulação do casamento

III - pela separação judicial

(9)

Espécies de separação

• Separação litigiosa

– Por pedido unilateral

• Separação consensual

(10)

Espécies de separação

• Separação litigiosa

– Por pedido unilateral

• Separação culposa

• Separação ruptura

• Separação remédio

(11)

Espécies de separação

• Separação sanção ou culposa

• Fundamentada na culpa pelo descumprimento dos

deveres conjugais

(12)

Espécies de separação

• Separação ruptura

Não importam os motivos que ensejaram a ruptura da

vida em comum, tendo como únicos requisitos a

separação de fato por um ano contínuo e a

impossibilidade de reconstituição da comunhão de vidas.

Código Civil, art. 1.572, § 1º

A separação judicial pode também ser pedida se um dos

cônjuges provar ruptura da vida em comum há mais de

um ano e a impossibilidade de sua reconstituição

(13)

Espécies de separação

• Separação remédio

Fundamentada em doença mental grave de um dos cônjuges. Proteção especial ao cônjuge mentalmente doente Código Civil, art. 1.572, § 2º

O cônjuge pode ainda pedir a separação judicial quando o outro estiver acometido de doença mental grave, manifestada após o casamento, que torne impossível a continuação da vida em comum, desde que, após uma duração de dois anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável

(14)

Espécies de divórcio após EC 66/2010

• Divórcio conversão ou indireto

O divórcio conversão permanece para quem tem

estado civil de separado judicialmente, mas sem o

lapso temporal do Código Civil, art. 1.580, caput

(15)

Espécies de divórcio após EC 66/2010

• Divórcio direto

Não exige demonstração da causa e do lapso

temporal que era previsto no Código Civil, art.

1.580, § 2º

(16)

Espécies de divórcio após EC 66/2010

• Divórcio culposo

Demonstração da causa culposa – grave

descumprimento de dever conjugal – com as

conseqüências ou sanções previstas na

separação judicial culposa: perda do direito à

pensão plena e perda do direito de utilização do

sobrenome conjugal

(17)

Espécies de divórcio após EC 66/2010

• Divórcio remédio

Demonstração da doença mental do cônjuge,

com as conseqüências da separação judicial

com esse fundamento – benefícios patrimoniais

em regime da comunhão universal de bens

(18)

“culposo”

• descumprimento consciente de uma norma de conduta

conjugal que estabelece um dever para um dos

cônjuges e, em conseqüência, um direito para o outro

(V. TAVARES DA SILVA, R. B. . A culpa nas relações de família. In: DELGADO, Mário Luiz; ALVES, Jones Figueirêdo. (Org.).

Questões controvertidas no direito de família e das sucessões. 1

ed. São Paulo: Método, 2005, v. 3, p. 67-103.)

SEPARAÇÃO JUDICIAL e DIVÓRCIO

LITIGIOSO

(19)

“culposo”

fundamentado

no

grave

descumprimento dos deveres conjugais (art. 1.572,

caput, CC)

grave violação dos deveres do casamento que torne

insuportável a vida em comum

SEPARAÇÃO JUDICIAL E DIVÓRCIO

LITIGIOSO

(20)

•Art. 1.573. Podem caracterizar a impossibilidade da

comunhão de vida a ocorrência de algum dos seguintes

motivos:

• I – adultério;

• II - tentativa de morte;

•III - sevícia ou injúria grave;

•IV - abandono voluntário do lar conjugal;

•V -

condenação por crime infamante;

•VI - conduta desonrosa.

Parágrafo único. O juiz poderá considerar outros fatos,

que tornem evidente a impossibilidade da vida em comum.

Norma não tem caráter taxativo, apenas exemplificativo

(21)
(22)

Deveres pessoais dos cônjuges

CC/02:

Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:

I - fidelidade recíproca;

II - vida em comum, no domicílio conjugal;

III - mútua assistência;

IV - sustento, guarda e educação dos filhos;

V - respeito e consideração mútuos.

(23)

Fidelidade

“dever de lealdade, sob o aspecto físico e moral,

quanto à manutenção de relações que visem à

satisfação do instinto sexual na sociedade conjugal”

TAVARES DA SILVA, Regina Beatriz. Reparação Civil na Separação e no Divórcio. São Paulo: Saraiva, 1999. p. 71

• Adultério: prática de ato sexual com terceira pessoa

• Quase-adultério: prática de atos com terceira pessoa

que demonstram o propósito de satisfação do instinto

sexual

(24)

Coabitação

• dever de vida em comum, no domicílio

conjugal

• Conteúdo

moradia sob o mesmo teto, salvo necessidades pessoais, profissionais ou familiares

(25)

Assistência material

auxílio econômico à subsistência do consorte

• alimenta naturalia: alimentação propriamente dita

• alimenta civilia: habitação, saúde, vestuário, lazer etc. • posição sócio-econômica do casal (padrão de vida)

(26)

Assistência imaterial

Dever

de

proteger

os

direitos

da

personalidade do cônjuge:

– vida

– integridade física e psíquica – honra

– liberdade – segredo

TAVARES DA SILVA, Regina Beatriz. Dever de assistência imaterial entre cônjuges. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1990.

(27)

Respeito

• Dever de respeitar os direitos da personalidade

do cônjuge:

– vida

– integridade física e psíquica

– honra

– liberdade

– segredo

TAVARES DA SILVA, Regina Beatriz. Código Civil Comentado. 6ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 1691/1693

(28)

Respeito e

proteção aos direitos da personalidade

• honra: auto-estima e reputação social (injúria

direta e indireta - conduta desonrosa)

• liberdade: poder de fazer tudo o que se quer,

dentro das limitações do ordenamento jurídico

(29)
(30)

Lei 11.340, de 22/09/2006 - Lei Maria da Penha

Nome da lei é uma homenagem a Maria da Penha Maia

• agredida pelo marido durante seis anos

• em 1983, por duas vezes, ele tentou assassiná-la

• na primeira com arma de fogo deixando-a paraplégica • na segunda por eletrocução e afogamento

• marido de Maria da Penha só foi punido depois de 19

anos de julgamento e ficou apenas dois anos em regime fechado

(31)

Lei 11.340, de 22/09/2006 - Lei Maria da Penha Formas de violência doméstica (art. 7º)

• violência física

• violência psicológica • violência sexual

• violência patrimonial • violência moral

(32)

Lei 11.340, de 22/09/2006 - Lei Maria da Penha Principais medidas protetivas no âmbito penal (art. 10)

• adoção imediata das medidas de proteção pela autoridade policial • garantia de proteção policial

• fornecimento de transporte para abrigo em local seguro

• acompanhamento para retirada de seus pertences pessoais do seu

domicílio

• coleta imediata das provas:oitiva da ofendida, oitiva de testemunhas,

oitiva do agressor

• remessa em 24 horas do expediente ao Juiz para concessão das

(33)

Lei 11.340, de 22/09/2006 - Lei Maria da Penha Principais medidas protetivas no âmbito civil (art. 22)

• afastamento do lar

• proibição de determinadas condutas • aproximação da ofendida

• contato com a ofendida

• freqüência em determinados lugares

• restrição ou suspensão de visitas a filhos menores • prestação de alimentos provisionais ou provisórios

(34)

Lei 11.340, de 22/09/2006

Lei Maria da Penha

• Medidas protetivas – Caso Luana Piovani e

(35)

Lei 11.340, de 22/09/2006

Lei Maria da Penha

• Medidas protetivas – Caso Luana Piovani e Dado

Dolabella

• O ator foi o primeiro a chegar no local, acompanhado da

mãe, Pepita Rodrigues. Dolabella chegou a ser preso na semana passada após descumprir Ordem Judicial de

ficar a 250 metros de distância da ex-noiva. Por conta

do descumprimento, Dado passou uma madrugada em uma delegacia e o dia preso em uma cela comum com outros 13 detentos. Dolabella recebeu habeas-corpus no dia seguinte e deixou a carceragem da Polinter, na Pavuna – Notícia veiculada no dia 23.03.09, em

(36)

Lei 11.340, de 22/09/2006 - Lei Maria da Penha Medidas protetivas (art. 24)

• restituição de bens

• proibição temporária para celebração de contratos de compra

e venda, locação de propriedade comum, salvo expressa autorização judicial

• suspensão de procurações

• prestação de caução provisória, em depósito judicial, por

(37)

Lei 11.340, de 22/09/2006 - Lei Maria da Penha

• reconhecimento da aplicação dos princípios da

responsabilidade civil nas relações de família

• primeiro diploma legal que reconhece expressamente que

a prática de ato ilícito pelo marido ou companheiro contra a esposa ou companheira sujeita o ofensor à condenação em indenização por perdas e danos (art. 24, IV)

(38)

Lei 11.340, de 22/09/2006 - Lei Maria da Penha

• art. 1º. Esta lei cria mecanismos para coibir e prevenir a

violência doméstica e familiar contra a mulher... Sujeito ativo: um homem ou uma mulher

Sujeito passivo: a mulher

• igualdade entre homens e mulheres – CF, art. 5º, I

(39)

Lei 11.340, de 22/09/2006 - Lei Maria da Penha Razão da proteção à mulher

• violência é praticada principalmente contra a mulher • mulher efetivamente é quem mais necessita da

proteção especial

• violência física e moral praticada contra a mulher é

(40)

STF, Ação declaratória de constitucionalidade, Relator Min. Marco Aurélio 19-3 Distrito Federal, Requerente: Presidente da República

• Igualdade – art. 1º

- Lei 11.340/06 acata o princípio constitucional da

proteção do Estado à família

- Há pronunciamentos do STF em que se distingue o gênero, como em concursos públicos, prova de esforço físico

- Há distinções na CF, como a licença maternidade, prazo menor para aposentadoria por tempo de contribuição

(41)

STF, Ação declaratória de constitucionalidade 19-3 Distrito Federal, Relator Min. Marco Aurélio, Requerente: Presidente da República

Liminar indeferida: suspensão dos atos que, direta ou indiretamente, neguem vigência à Lei 11.340/06

Com a emenda constitucional 3/93 surgiu a ação direta de constitucionalidade, com características muito assemelhadas à ação direta de inconstitucionalidade...Em ambas, mostra-se possível chegar-se a conclusão diametralmente oposta à requerida na inicial. São ações, então, que podem ser enquadradas como de mão dupla.

(42)

STF, Ação declaratória de constitucionalidade 19-3 Distrito Federal, Relator Min. Marco Aurélio, Requerente: Presidente da República

Liminar indeferida: suspensão dos atos que, direta ou indiretamente, neguem vigência à Lei 11.340/06

A previsão de implementar-se medida acauteladora no tocante à ação direta de inconstitucionalidade tem como base a necessidade de afastar-se de imediato a agressão da lei a texto constitucional. A recíproca é de todo imprópria. Diploma legal prescinde do endosso do Judiciário para surtir efeitos... ...eventual aplicação distorcida da Lei evocada pode ser corrigida ante o sistema recursal vigente...

(43)

Lei 11.340, de 22/09/2006 - Lei Maria da Penha

Para evitar debates sobre a constitucionalidade ou inconstitucionalidade da lei, com posições divergentes em julgados, bastaria a seguinte modificação na lei:

• Substituição da palavra mulher pela palavra pessoa

(44)

Pressupostos e fundamentos da

responsabilidade civil.

Responsabilidade civil na

dissolução do casamento:

danos morais e materiais

(45)

Agressões morais e físicas são praticadas pelo

homem contra a mulher

(46)

O homem extravia grande parte do patrimônio

comum, para evitar a respectiva partilha

(47)

PROFESSOR CALMON DE PASSOS

“DIREITO: SOLUÇÃO DE CONFLITOS”

“DIREITO É IMPORTANTANTE QUANDO IMPÕE E PROÍBE

E NÃO QUANDO SIMPLESMENTE FACULTA” MUNDO DO DIREITO: ESPAÇO EM QUE AS PESSOAS FRACASSAM

QUANTO MELHOR A FAMÍLIA, MENOS NECESSITADA

(48)

Responsabilidade Civil

ESTADO

FAMÍLIA

(49)

• Se um acidente de trânsito, mesmo que provoque um

pequeno prejuízo, gera ao culpado o dever de repará-lo

• Se a propaganda enganosa fomenta a reparabilidade de

danos acarretados aos consumidores

• Se o extravio de bagagem em transporte aéreo enseja a

indenização pelos prejuízos morais ocasionados ao passageiro

• Se até mesmo a pessoa jurídica é alvo de resguardo da

honra objetiva, com direito à reparação dos danos a esse direito da personalidade

(50)

Qual seria a razão para a inadmissibilidade do direito à indenização pelos danos causados em relações de família?

Princípios da responsabilidade civil: aplicáveis em todas as relações civis, inclusive nas relações de casamento

Regra geral da responsabilidade civil Código Civil - Parte Geral

• Código Civil Comentado, 6ª ed. Coordenação de Regina

Beatriz Tavares da Silva, 2008, São Paulo: Saraiva, p. 881/890

(51)

REGRA GERAL DA RESPONSABILIDADE CIVIL

art. 186. Aquele que, por ação ou omissão

voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito e causar prejuízo a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito

Ação

(52)

Ação: violação a direito - caráter comissivo ou omissivo Dano: prejuízo a bens morais ou materiais

Nexo causal: liame entre a ação e o dano

(53)

– Danos morais: sofrimento, humilhação, angústia • ofensa a direito da personalidade:

vida, honra, integridade física e psíquica, liberdade

– caráter compensatório ao lesado – caráter de desestímulo ao lesante

– Danos materiais: prejuízo econômico • danos emergentes e lucros cessantes – caráter ressarcitório

(54)

Danos morais podem ser comprovados objetivamente:

•não são adequadas indagações de ordem psíquica

• demonstração da violação à personalidade

• teoria da “responsabilização pelo fato da violação”

Carlos Alberto Bittar: Reparação Civil por Danos Morais,

São Paulo: Revista dos Tribunais

(55)

Pensão alimentícia:

• natureza assistencial

• não tem natureza indenizatória:

• não chega a compensar ou ressarcir os prejuízos morais ou materiais do lesado

• condiciona-se, em sua fixação e vigência, ao preenchimento de pressupostos: necessidade do cônjuge credor e possibilidade do consorte devedor, nos moldes do art. 1.694 do Código Civil

Conclusão:

• não há bis in idem nos pedidos de pensão alimentícia e

reparação de danos

V. Regina Beatriz Tavares da Silva, Reparação Civil na Separação

(56)

Reparabilidade de danos nas relações de família Princípios da responsabilidade civil:

aplicáveis em todas as relações jurídicas

Aproximação entre a Moral e o Direito: desejável em todos os ramos da ciência

jurídica, especialmente no Direito de Família Instrumento de combate à violência doméstica

(57)

Separação e divórcio culposos: fundamento

•Culpa no Direito : inobservância consciente de norma

de conduta, com resultado danoso a alguém, objetivado

pelo agente - dolo - ou não desejado por ele, mas

previsível - culpa em sentido estrito

•Culpa na Psicanálise: sentimento essencial para

estabelecer limites e possibilitar o convívio em sociedade,

já que propicia a aceitação da ética e das regras morais

impostas pela cultura de cada povo, limitando os impulsos

instintivos

(58)

MANUTENÇÃO DA SEPARAÇÃO CULPOSA NO SISTEMA LEGISLATIVO, AO LADO DO DIVÓRCIO CULPOSO – NORMAS DO CC/2002 RECEPCIONADAS E RECRIADAS

• EC 66/2010 – CONFORME SUA EMENTA - NÃO

ELIMINOU A SEPARAÇÃO JUDICIAL, SOMENTE SUPRIMIU OS REQUISITOS TEMPORAIS DO DIVÓRCIO

V. Washington de Barros Monteiro e Regina

Beatriz Tavares da Silva, 40ª ed. Curso de direito

civil – Direito de Família, São Paulo: Saraiva,

2010, p. 316 e ss.

(59)

• FUNDAMENTO MULTIDISCIPLINAR

• DANOS: DESCUMPRIMENTO DE DEVER CONJUGAL • PRINCÍPIO DO DIREITO E DA PSICANÁLISE:

REPARAÇÃO É INDISPENSÁVEL À INTEGRAÇÃO DA PESSOA NO MEIO EM QUE VIVE

(60)

STJ – 3ª Turma, Recurso Especial nº 37051, Relator

Min. Nilson Naves, j. 17.04.2001

A melhor das indicações é a de que houve

comportamento injurioso...tal fato, por si só,

enquadra-se, a meu juízo, para fins de indenização, no

art. 159 do Código Civil, que compreende... também o

dano de natureza moral

Se existe um comportamento injurioso diante da lei

brasileira, causando a ruptura do casamento, diante

das atitudes dominadoras do marido que provocaram

a instabilidade psíquica da mulher, a indenização é

cabível

(61)

STJ – 3ª Turma, Recurso Especial nº 37051, Relator Min. Nilson Naves, j. 17.04.2001

A importância pecuniária, recebida pelo cônjuge inocente, a título de alimentos, por exemplo, não tem a finalidade de

reparar as ofensas físicas e psíquicas sofridas pela esposa. Isto porque os alimentos, além de serem arbitrados em

função do binômio possibilidade/necessidade, tem a

finalidade única de prover a subsistência do alimentando , e não a de ressarcir o dano moral...

Com efeito, são situações não excludentes entre si, sendo perfeitamente cumulável, na ação de separação litigiosa, o pedido de indenização por danos morais, sem que haja bis in idem...”

(62)

STJ – 3ª Turma, Recurso Especial nº 742.137/RJ,

Relatora Min. Nancy Andrighi, j. 21.08.2007

• ...Reparação por danos materiais e morais.

Descumprimento dos deveres conjugais de lealdade e sinceridade recíprocos. Omissão sobre a verdadeira paternidade biológica. (...) O desconhecimento do fato de não ser o pai biológico dos filhos gerados durante o casamento atinge a honra subjetiva do cônjuge, justificando a reparação pelos danos morais suportados...” (julgado em que ex-mulher foi condenada a pagar indenização a ex-marido por ter omitido a verdadeira paternidade dos filhos, no valor de R$ 200.000,00).

(63)

Danos indenizáveis no rompimento do casamento

não se trata de punir o desamor

• falta de amor, por si só,

não gera a responsabilidade civil

• se a falta de amor provoca descumprimento de dever

(64)

Cumulação dos pedidos

separação culposa / divórcio culposo e reparação de danos CPC, art. 292, §1º, I, II, III

• compatibilidade dos pedidos entre si: • mesma causa de pedir - conexão

• adequação do mesmo tipo de procedimento: • ordinário

• competência jurisdicional: • Varas especializadas

V. Washington de Barros Monteiro e Regina Beatriz Tavares da Silva, 40ª ed. Curso de direito civil – Direito de Família, São

(65)

• Competência jurisdicional

Varas especializadas de família:

competência

– feitos referentes ao Direito de Família

– causas relativas ao estado das pessoas e

ao Direito de Família

(66)

Competência dos Juízos de Família para julgarem os pedidos de reparação de danos em rompimento de casamento:

• CAUSA DE PEDIR É A MESMA: CONEXÃO (ART. 103 DO CPC)

• MAIS DO QUE SIMPLES COMPATIBILIDADE QUE JÁ PERMITE A CUMULAÇÃO (ART. 292, § 1º DO CPC)

• REPERCUSSÕES JURÍDICAS DIVERSAS NÃO AFASTAM A POSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO DE PEDIDOS

• ART. 186 DO CC/2002 – REGRA GERAL DA RESPONSABILIDADE CIVIL – APLICÁVEL A TODOS OS LIVROS OU PARTES ESPECIAIS DO CC/2002

(67)

Não aceitação da competência dos Juízos de Família para julgarem os pedidos de reparação de danos em rompimento de casamento:

• tramitação da ação reparatória e da ação de separação

judicial perante Juízos ou Varas diferentes

• risco evidente de decisões conflitantes, já que a causa de

pedir nos dois feitos é a mesma: descumprimento de dever oriundo do casamento

• contraria princípios da celeridade e economia processual:

(68)

NAMORO E

NAMORO E

UNIÃO EST

(69)

Diferenças entre as relações de

fato e de afeto

Repercussões e existência ou

inexistência de efeitos jurídicos –

(70)

Namoro

• Relação social de afeto e amor

• Não é relação jurídica – não tem efeitos imediatos

na esfera do direito

• Não cria direitos nem obrigações!

• Não muda o estado civil

(71)

Noivado

• Relação de amor – não é relação jurídica

• Não é promessa de casamento, mas uma

preparação social tradicional

• Havendo negligência (culpa) no rompimento do

noivado, causando dano ao outro, pode levar à

reparação de danos

• Não muda o estado civil

(72)

União estável

• Requisitos legais para sua constituição – CC, art. 1.723 • Relação jurídica com efeitos imediatos no direito

• Constitui família – proteção constitucional! • Não muda o estado civil

• Há regime de bens – CC, art. 1.725

(73)

Requisitos de constituição da

união estável

(74)

• É

reconhecida

como

entidade

familiar a convivência duradoura,

pública e contínua, de um homem e

uma mulher, estabelecida com o

objetivo de constituição de família

(75)

Existência de núcleo familiar duradouro

• união estável: constituição de família

e não simples “objetivo de constituição de família”

• namoro ou noivado, em que há somente o

objetivo de formação familiar, não se equipara à

união estável

V. TAVARES DA SILVA, Regina Beatriz (coord.) Código Civil comentado, 7ª ed., 2010, São Paulo, Saraiva, comentários da

(76)

MORADIA

CONJUNTA?

(77)

•Súmula 382, STF:

A vida em comum sob o mesmo teto, ‘more uxorio’, não é

indispensável à caracterização do concubinato.

• união de fato sem natureza de entidade familiar

• necessidade de prova da sociedade de fato

• Súmula 380, STF:

Comprovada a existência de sociedade de fato entre os

concubinos, é cabível a sua dissolução judicial, com a

partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum.

(78)

Unicidade domiciliar

hipóteses excepcionais: moradias diversas

-necessidades profissionais, familiares ou

pessoais (CC/2002, art. 1.569)

duplicidade domiciliar: prova do esforço

comum

MONTEIRO, Washington de Barros; TAVARES DA SILVA, Regina Beatriz. Curso de Direito Civil, v. 2: direito de família, 40ª ed., São Paulo: Saraiva, 2010.

(79)

Superior Tribunal de Justiça, REsp 474.962, 4ª Turma, Rel.

Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, j. 23/09/03

• Reconhecimento de união estável - duplicidade domiciliar

• Duplicidade domiciliar justificada: incompatibilidade entre o

companheiro e o filho de anterior casamento da

companheira - necessidades pessoais ou familiares

• Convivência sob o mesmo teto durante três anos

• Convivência sob tetos diferentes durante mais nove anos

• União extinta pela morte do companheiro

“O que se torna indispensável... é que a união tenha

(80)

Unicidade domiciliar

Projeto de lei 6.960/2002

art. 1.727, parágrafo único

As relações meramente afetivas e sexuais, entre o

homem e a mulher, não geram efeitos patrimoniais, nem

assistenciais.

V. TAVARES DA SILVA, Regina Beatriz (coord.) Código Civil comentado, 7ª ed., 2010, São Paulo, Saraiva, comentários da

(81)

Notoriedade da relação

relações clandestinas, vedadas aos olhos da

sociedade, com mero cultivo de relações

sexuais não constituem união estável

V. TAVARES DA SILVA, Regina Beatriz (coord.) Código Civil comentado, 7ª ed., 2010, São Paulo, Saraiva, comentários da

(82)

Continuidade da relação

relações descontínuas não são estáveis

•V. TAVARES DA SILVA, Regina Beatriz (coord.) Código Civil

comentado, 7ª ed., 2010, São Paulo, Saraiva, comentários da

(83)

Ausência de impedimento

CC/2002, art. 1.723, § 1º c/c art. 1521

•ascendência e descendência

•afinidade em linha reta

•parentesco na linha colateral: irmãos

•casamento, se não houver separação de fato

CC/2002, art. 1595: Cada cônjuge ou companheiro é

aliado aos parentes do outro pelo vínculo da

afinidade

(84)

•Inaplicabilidade

do

impedimento

do

casamento, desde que haja separação

judicial ou de fato

CC/2002, art. 1.723, § 1º

• MONTEIRO, Washington de Barros; TAVARES DA SILVA, Regina Beatriz. Curso de Direito Civil, v. 2: direito de família, 40ª ed., São Paulo: Saraiva, 2010.

(85)

União estável:

estado civil de

• solteiro

• separado judicialmente ou divorciado

• viúvo

(86)

Diferenças entre

relação de namoro

e união estável

(87)

Namoro vs União estável

• Namoro

– não tem requisitos jurídicos

– depende, exclusivamente, do combinado entre os namorados

– não tem conseqüências jurídicas

• União estável

– requisitos legais

– envolve a notoriedade social da relação – tem conseqüências jurídicas

(88)
(89)

Declaração de namoro

• Namoro – declaração ou contrato?

• DECLARAÇÃO DE NAMORO

• Não cria, modifica ou extingue obrigações – não

pode ser contrato

(90)

Declaração de namoro

Código Civil, art. 107

A validade da declaração de vontade não

dependerá de forma especial, senão quando a lei

expressamente a exigir

(91)

Declaração de namoro

• Se há uma união estável, adianta fazer

declaração de namoro?

• Não!!! A declaração de namoro deve corresponder

a uma realidade

(92)

Declaração de namoro

• Por que fazer uma declaração de namoro?

• No término da relação, uma das partes pode tentar

alegar a constituição de união estável e tentar dar

ao namoro as conseqüências da união:

– Alimentos

– Direitos sucessórios

(93)

Declaração de namoro

• E se, após o namoro, houve a constituição de uma

união estável? A declaração de namoro adiantou

para alguma coisa?

• Sim! A união estável, em geral, é precedida por namoro

• Sem declaração de namoro – os efeitos patrimoniais

da união estável podem retroagir ao primeiro brinde do

casal!!! Meação dos bens anteriores à união, do tempo

do namoro

• Com declaração de namoro – sabe-se, ao certo,

quando foi namoro, quando foi união estável

(94)
(95)

Declaração de namoro

• Declaração de namoro e realidade

• A declaração de namoro sempre deve corresponder

à realidade

• Se não houver correspondência, não tem validade

– para excluir o companheiro da meação ou da herança – para evitar perda dos alimentos do ex-marido/ex-mulher – para afastar o direito de credores

(96)

Declaração de namoro

• Forma da declaração de namoro

• A declaração de namoro não tem forma prescrita

em lei

• Recomenda-se que seja feita na presença de duas

testemunhas

(97)

Diferenças entre

relação de noivado

e união estável

(98)

Noivado vs União estável

• Noivado

– não tem requisitos jurídicos

– tem repercussão social entre os noivos, família e amigos – demonstra plano de constituir família e não a

constituição de uma família

– não tem conseqüências jurídicas imediatas

• União estável

– requisitos legais

– envolve a notoriedade social da relação – constituição de família

(99)

Noivado

• A existência de noivado não elimina a existência

de união estável

• Alguns companheiros pretendem se casar e se

chamam de noivos – satisfação social

– aliança de ouro na mão direita, festa de noivado, pedido da mão da noiva

• As conseqüências, jurídicas ou não, devem

corresponder à realidade

– chamam um ao outro de noivo, mas preenchem os requisitos da união estável – é união estável!

(100)

Responsabilidade civil

no rompimento do noivado

(101)

Responsabilidade civil

no rompimento do noivado

• Não há conseqüências jurídicas diretas do noivado

• Noivado não é pré contrato de casamento

• Não há obrigação de casar em virtude do noivado

• Ninguém é obrigado a casar, se não quiser

(102)

Responsabilidade civil

no rompimento do noivado

• Qualquer rompimento de noivado pode causar

reparação de danos?

• NÃO!!!

• Deve

preencher

os

pressupostos

da

responsabilidade civil

– ação ilícita – dano

(103)

Responsabilidade civil

no rompimento do noivado

• O rompimento do noivado é, necessariamente, um

ato ilícito?

• NÃO!!!

• Em regra, o rompimento do noivado é ato lícito

• O rompimento do noivado é exercício regular do direito

– liberdade!

• O rompimento injustificado “às portas da igreja” é

abuso de direito – ato ilícito

(104)

Responsabilidade civil

no rompimento do noivado

• Quais os critérios que podem ser usados pra

definir o abuso do direito?

– O rompimento sempre deve ser injustificado

– Distribuição de convites

– Proximidade da data do evento

– Notoriedade e publicidade familiar e social

– Divulgação em colunas sociais

(105)

Responsabilidade civil

no rompimento do noivado

• Ninguém é obrigado a casar sem querer

• O noivado sempre pode ser rompido

• Mas, alguém descobre que não quer mais casar na

semana da festa???

• Caso tenha ocorrido motivo para o rompimento “às

portas da igreja” não é ato ilícito

– descoberta de traição

(106)

Responsabilidade civil

no rompimento do noivado

• Código Civil

Art. 186 Aquele que, por ação ou omissão voluntária,

negligência ou imprudência, violar direito e causar dano

a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato

ilícito

Art. 187 Também comete ato ilícito o titular de um

direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os

limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela

boa-fé ou pelos bons costumes

(107)

Responsabilidade civil

no rompimento do noivado

• Dano moral no rompimento do noivado

• Proteção dos direitos da personalidade

• Rompimento injustificado e “às portas da igreja”

(108)

Responsabilidade civil

no rompimento do noivado

• Danos materiais no rompimento do noivado

• Gastos

– combinados por ambos para a celebração do

casamento, mas feitos apenas por um dos dois

– feitos para melhoras no imóvel em que o casal

iria residir

(109)

Diferenças entre

relação adulterina

e união estável

(110)

União estável vs concubinato adulterino

• Concubinato adulterino

– ausência de publicidade – relação clandestina – impedimentos do casamento

– Não há coabitação

• União estável

– relação pública com notoriedade social

– não pode haver os impedimentos do casamento e deve haver, ao menos, separação de fato

(111)

CC/2002, art. 1.727

“As relações não eventuais entre o homem e a

mulher,

impedidos

de

casar,

constituem

concubinato”

• contradição com o art. 1.723, §1º

Projeto de lei 6.960/2002, reapresentado como 276/07

“As relações não eventuais entre o homem e a

mulher, impedidos de casar e que não estejam

separados judicialmente ou de fato, constituem

concubinato,

aplicando-se

a

este,

mediante

comprovação da existência de sociedade de fato, as

regras do contrato de sociedade”

(112)

Tribunal de Justiça da Paraíba, Apelação Cível n. 2002.013078-8, Comarca da Capital, Relator Desembargador Antônio Elias de Queiroga, j. 20/03/2003

“O Direito não protege situação construída à margem da lei.

A amante, a amásia, ou qualquer nomeação que se dê à

pessoa que, paralelamente ao vínculo do casamento,

mantém uma outra relação, uma segunda ou terceira ... Ela

será sempre a outra, ou o outro, que não tem lugar em uma

sociedade monogâmica”

(113)

Projeto de lei 6.960/2002 , reapresentado como 276/07

“As relações não eventuais entre o homem e a

mulher, impedidos de casar e que não estejam

separados judicialmente ou de fato, constituem

concubinato, aplicando-se a este, mediante

comprovação da existência de sociedade de fato,

as regras do contrato de sociedade”

(114)

CC/2002, art. 981

“Celebram contrato de sociedade as pessoas que

reciprocamente se obrigam a contribuir, com

bens ou serviços, para o exercício de atividade

econômica e a partilha, entre si, dos resultados.”

CC/2002, art. 987

“Os sócios, nas relações entre si ou com

terceiros, somente por escrito podem provar a

existência da sociedade, mas os terceiros podem

prová-la por qualquer modo.”

(115)

Superior Tribunal de Justiça, REsp 5.537/PR, Rel. Min. Nilson Naves, j. 28/06/1991

“Sociedade de fato entre concubinos. Homem casado.

Dissolução judicial. Admissibilidade. É admissível a pretensão

de dissolver a sociedade de fato, embora um dos concubinos

seja casado. Tal situação não impede a aplicação do princípio

inscrito na Súmula 380/STF

...Espécie dessa natureza acha-se regida pelo Direito das

Obrigações e não pelo Direito de Família...Cuida-se, em suma,

de contrato de sociedade, tanto que ao verbete servem de

referência os arts. 1.363 e 1.366 do Código Civil....É como se

dissolvesse uma sociedade comercial.”

(116)

Superior Tribunal de Justiça, REsp 47.103-6/SP, 3ª Turma, Rel. Min. Eduardo Ribeiro, j. 29.11.1994

“...Inadmissível que o homem, ou a mulher, participe, ao

mesmo tempo, de duas sociedades fundadas no Direito de

Família. Em outras palavras, de duas sociedades

conjugais...A sociedade entre os concubinos rege-se pelo

Direito das Obrigações...O direito da concubina advém de

sua participação na formação do patrimônio e não se

classifica como meação. Dissolvida a sociedade de fato, fará

jus à parcela com que houver concorrido para a constituição

ou crescimento daquele.”

(117)

Superior Tribunal de Justiça, REsp 195.157- 8/ES, 4ª Turma, Rel. Min. Barros Monteiro, j. 29/02/2000

•Concubinato adulterino

•Transformação em união estável

•Contribuição indireta considerada, na proporção do

esforço - 15%

“Segundo a jurisprudência do STJ, é admissível a pretensão

de dissolver a sociedade de fato, ainda que um dos

concubinos seja casado.

...a união estável perdurou quase treze anos, maior tempo

do que o réu manteve paralelamente a sociedade conjugal”

(118)

ALIMENTOS

(119)

Conteúdo e fixação da

pensão alimentícia

(120)

Dever de assistência material e alimentos

• Art. 1.566, Código Civil

• Art. 1.724, Código Civil

Mútua assistência tem duplo conteúdo

– material e imaterial

No aspecto material: auxílio econômico necessário à

subsistência dos cônjuges

v. Tavares da Silva, Regina Beatriz. Código Civil Comentado. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010, comentários aos artigos citados

(121)

Dever de assistência material e alimentos

• Pelo princípio da solidariedade entre ex-cônjuges

e ex-companheiros, o dever de mútua assistência

material, após a separação, manifesta-se como

obrigação de alimentos daquele que tem

possibilidades para com aquele que não tem

condições de arcar com o seu próprio sustento

(122)

Pensão alimentícia – quem pode pedir

Código Civil

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou

companheiros pedir uns aos outros os alimentos

de que necessitem para viver de modo

compatível com a sua condição social, inclusive

para atender às necessidades de sua educação.

§ 1º Os alimentos devem ser fixados na

proporção das necessidades do reclamante e

dos recursos da pessoa obrigada.

(123)

Dever de assistência material e alimentos

• O dever de mútua assistência que perdura ao

longo da união, protrai-se no tempo, mesmo após o

término da sociedade conjugal, assentado o dever

de alimentar dos então separandos, ainda unidos

pelo vínculo matrimonial, nos elementos dispostos

nos arts. 1.694 e 1.695 do CC/02, sintetizados no

amplamente difundido binômio – necessidades do

reclamante e recursos da pessoa obrigada

(REsp 933.355/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, j. em 25/03/2008)

(124)

Pensão alimentícia - conteúdo

• Alimentos naturais: necessarium vitae. Manutenção

da vida de uma pessoa: alimentação, tratamentos

de saúde, vestuário, habitação

• Alimentos civis: necessarium personae. Outras

necessidades: intelectuais, morais e educacionais

(v. Monteiro, Washington de Barros e Tavares da Silva, Regina Beatriz. Curso de Direito Civil – v. 2: Direito de família. 40ª edição revista e atualizada. São Paulo: Editora Saraiva, 2010)

(125)

Pensão alimentícia – conteúdo

aspectos polêmicos

• No que toca à genérica disposição legal contida no art. 1.694,

caput, do CC/02, referente à compatibilidade dos alimentos prestados com a condição social do alimentado, é de todo inconcebível que ex-cônjuge, que pleiteie alimentos, exija-os com base no simplista cálculo aritmético que importe no rateio proporcional da renda integral da desfeita família; isto porque a condição social deve ser analisada à luz de

padrões mais amplos, emergindo, mediante inevitável

correlação com a divisão social em classes, critério que, conquanto impreciso, ao menos aponte norte ao julgador que deverá, a partir desses valores e das particularidades de cada processo, reconhecer ou não a necessidade dos alimentos pleiteados e, se for o caso, arbitrá-los.

(REsp 933.355/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, j. 25/03/2008)

(126)

Características da obrigação alimentar

irrenunciabilidade ou renunciabilidade ?

Código Civil

Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é

vedado renunciar ao direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora

• Os alimentos entre cônjuges e companheiros passaram a ser irrenunciáveis

• Os alimentos somente deveriam ser havidos como irrenunciáveis no parentesco (jus sanguinis)

• A renunciabilidade dos alimentos no casamento estava mais do que consagrada na jurisprudência, superada a Súmula 379 do STF

(127)

Características da obrigação alimentar

renunciabilidade

PL 6960/02, atual PL 276/07

Art. 1.707. Tratando-se de alimentos devidos por

relação de parentesco, pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar ao direito a alimentos

(128)

Características da obrigação alimentar

renunciabilidade

Alimentos provisórios Fixação em 3 salários mínimos mensais -Afastamento, por ora, ante a existência de cláusula de renúncia pela ex-mulher, ora demandante – Recurso provido para esse fim. Vale notar que a renúncia do cônjuge ou companheira aos alimentos do ex-marido é matéria tormentosa na doutrina e na jurisprudência, conquanto tenha o art. 1707 consagrado a irrenunciabilidade dos alimentos. (...) A jurisprudência pátria, notadamente do Colendo Superior Tribunal de Justiça, vem se inclinando no sentido de que é válida a cláusula de renúncia dos alimentos quando da separação judicial pela ex-mulher, que deles só poderá reclamar em ação própria desconstitutiva.

TJSP. Ag. 588.963-4/8-00. 5ª Câmara de Direito Privado. Rel. Des. Silvério Ribeiro, j. em 12.11.08

(129)

Características da obrigação alimentar

incompensabilidade ou compensabilidade ?

Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é

vedado renunciar ao direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora

• Pagamentos diretos efetuados pelo alimentante

– a dedução dos pagamentos diretos realizados pelo

alimentante é perfeitamente cabível

(130)

Características da obrigação alimentar

incompensabilidade

• Parte geral do Código Civil, art. 373

• Não se pode compensar débito com crédito de alimentos a

não ser que a causa das dívidas seja diferente

(131)

Características da obrigação alimentar

compensabilidade

• Parte geral do Código Civil, art. 373

• Se a causa e a natureza é a mesma: alimentar, cabe a

compensação

(132)

Características da obrigação alimentar

compensabilidade

• ALIMENTOS - EMBARGOS DE DEVEDOR -PAGAMENTOS FEITOS A TÍTULO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA - COMPENSAÇÃO - POSSIBILIDADE.

Se os pagamentos feitos pelo alimentante aos alimentados, comprovados através de recibos, referem-se a parcelas alimentícias, tais como, moradia, educação e saúde, devem ser deduzidos do valor agravante, não podendo ser considerados como mera liberalidade. Recurso parcialmente provido (TJMG, Embargos de devedor 1.0024.01.006657-9/001, Rel Des. Eduardo Andrade, j. 10/02/2004)

(133)

Princípio da igualdade

• Lei do Divórcio - igualdade

• CF - art. 226, parágrafo 5º

igualdade absoluta

Pressupostos:

• Possibilidades do alimentante (devedor)

• Necessidades do alimentando (credor)

(134)

Princípio da igualdade

• O principal subproduto da tão propalada igualdade de gêneros estatuída na Constituição Federal, foi a materialização legal da reciprocidade no direito a alimentos, condição reafirmada pelo atual Código Civil, o que significa situar a existência de novos paradigmas nas relações intra-familiares, com os mais inusitados arranjos entre os entes que formam a família do século XXI, que coexistem, é claro, com as tradicionais figuras do pai/marido provedor e da mãe/mulher de afazeres domésticos.

(REsp 933.355/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, j. 25/03/2008)

(135)

Necessidade/possibilidade

• Na fixação dos alimentos equacionam-se,

portanto, dois fatores: as necessidades do

alimentado e as possibilidades do alimentante.

Trata-se, evidentemente, de mera questão de

fato, a apreciar-se em cada caso, não se

perdendo de vista que alimentos se concedem

não ad utilitatem, ou ad voluptatem, mas ad

necessitatem.

Monteiro, Washington de Barros e Tavares da Silva, Regina Beatriz. Curso de Direito Civil – v. 2: Direito de família. 40ª edição revista e atualizada. São Paulo: Editora Saraiva, 2010.

(136)

Necessidade/possibilidade

– Dessa forma, em paralelo ao raciocínio de que a decretação do divórcio cortaria toda e qualquer possibilidade de se postular alimentos, admite-se a possibilidade de prestação do encargo sob as diretrizes consignadas nos arts. 1.694 e ss. do CC/02, o que implica na decomposição do conceito de necessidade, à luz do disposto no art. 1.695 do CC/02, do qual é possível colher os seguintes requisitos caracterizadores: (i) a ausência de bens suficientes para a manutenção daquele que pretende alimentos; e (ii) a incapacidade do pretenso alimentando de prover, pelo seu trabalho, à própria mantença.

(REsp 933.355/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, j. 25/03/2008)

(137)

Necessidade/possibilidade

• Partindo-se para uma análise sócio-econômica, cumpre

circunscrever o debate relativo à necessidade a apenas

um de seus aspectos: a existência de capacidade para o

trabalho e a sua efetividade na mantença daquele que

reclama alimentos, porquanto a primeira possibilidade

legal que afasta a necessidade – existência de

patrimônio suficiente à manutenção do ex-cônjuge –,

agrega alto grau de objetividade, sofrendo poucas

variações conjunturais, as quais mesmo quando

ocorrem, são facilmente identificadas e sopesadas.

(REsp 933.355/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado em 25/03/2008, DJe 11/04/2008)

(138)

Culpa e

alimentos

indispensáveis

(139)

Alimentos indispensáveis

Código Civil de 2002 introduz em nosso direito o conceito de alimentos indispensáveis:

• devidos mesmo diante de culpa do cônjuge ou companheiro

• envolvem o que é estritamente necessário à subsistência do alimentário - necessidades básicas

• princípio da solidariedade nas relações de casamento e de união estável

v. Tavares da Silva, Regina Beatriz. Código Civil comentado. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

(140)

Alimentos e

separação judicial e divórcio culposo

Pensão alimentícia

• Perda do direito aos alimentos pelo culpado

CC, art. 1.704, caput

(141)

Alimentos e

dissolução culposa da união estável

Pensão alimentícia

• Perda do direito aos alimentos pelo culpado

• Alimentos indispensáveis ao culpado

(142)

Alimentos indispensáveis e separação culposa

• Pensão alimentícia

Se

um

dos

cônjuges

separados

judicialmente vier a necessitar de alimentos,

será o outro obrigado a prestá-los mediante

pensão a ser fixada pelo juiz, caso não tenha

sido declarado culpado

na ação de

separação judicial

(143)

Alimentos indispensáveis e separação culposa

• Alimentos indispensáveis

Se o cônjuge declarado culpado vier a

necessitar de alimentos, e não tiver parentes

em condições de prestá-los, nem aptidão

para o trabalho, o outro cônjuge será

obrigado a assegurá-los, fixando o juiz o

valor indispensável à sobrevivência

(144)

Alimentos indispensáveis e separação culposa

• alimentos indispensáveis: sem apego ao status social do casal e às possibilidades do prestador dos alimentos, e, ainda, sem baliza em outras necessidades cuja cobertura não tenha em vista a sobrevivência.

• alimentos indispensáveis: somente se o cônjuge culpado não tiver parentes em condições de prestar-lhe a pensão alimentícia e não tiver aptidão para o trabalho

– falta de aptidão não equivale à ausência de condição real e concreta, mas, sim, à inexistência de condição hipotética ou curricular de auto-sustento

(145)

Alimentos indispensáveis e separação culposa

Casamento, União Estável e Parentesco Código Civil/2002

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.

§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.

§ 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.

Referências

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