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2015/2019. Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios de Barrancos

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Gabinete Técnico Florestal Camara Municipal de Barrancos

2015/ 2019

Plano Municipal de Defesa da

Floresta Contra Incêndios de

Barrancos

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[Camara Municipal de Barrancos] [Gabinete Técnico Florestal]

Índice

Caderno I

Lista de Figuras ... 5 Lista de Tabelas ... 5 Lista de Mapas... 6 Lista de Quadros ... 7 1. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA ... 10

Enquadramento geográfico do Concelho………..10

Hipsometria………..11 Declive………..12 Exposição ... 13 Hidrografia ... 14 2. CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA ... 15 2.1. Temperatura do ar ... 15 2.2. Humidade relativa do ar ... 17 2.3. Precipitação ... 19 2.4. Vento ... 20 3. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO... 22

3.1 População Residente e Densidade Populacional ... 22

3.2 Índice de Envelhecimento e sua Evolução ... 23

3.3 População por setor de atividade ... 24

3.4 Taxa de analfabetismo ... 25

3.5 Romarias e Festas ... 26

4. CARACTERIZAÇÃO DA OCUPAÇÃO DO SOLO E ZONAS ESPECIAIS ... 28

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4.2 Povoamentos florestais ... 29

4.3 ÁREAS protegidas, rede natura 2000 (ZPE + ZEC) e regime florestal ... 30

4.4 Instrumentos de planeamento florestal ... 32

4.5 Equipamentos Florestais de Recreio, zonas de caça e pesca ... 33

5. ANÁLISE DO HISTÓRICO E CAUSALIDADE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS ... 35

Caderno II

1. ENQUADRAMENTO DO PLANO NO ÂMBITO DO SISTEMA DE GESTÃO TERRITORIAL E NO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS (SDFCI) ……….37

2. MODELOS DE COMBUSTÍVEIS, CARTOGRAFIA DE RISCO E PRIORIDADES DE DEFESA CONTRA INCÊNDIOS FLORESTAIS ... 40

2.1. MODELOS DOS COMBUSTÍVEIS FLORESTAIS ... 40

2.2. CARTOGRAFIA DE RISCO DE INÇENDIO FLORESTAL ... 45

2.3. PRIORIDADES DE DEFESA ... 51

3. EIXOS ESTRATÉGICOS ... 54

3.1 - AUMENTO DA RESILIÊNCIA DO TERRITÓRIO AOS INÇENDIOS FLORESTAIS ... 54

3.1.1 - REDE DE FAIXAS DE GESTÃO DE COMBUSTÍVEIS (FGC) E MOSAICOS DE PARCELAS DE GESTÃO DE COMBUSTÍVEIS………..55

3.1.2 - REDE VIÁRIA FLORESTAL ... 59

3.1.3 - REDE DE PONTOS DE ÁGUA ... 60

3.1.4. SILVICULTURA NO ÂMBITO DFCI ... 64

3.2 - REDUÇÃO DA INCIDÊNCIA DOS INCÊNDIOS ... 67

3.2.1 - SENSIBILIZAÇÃO ... 68

3.2.2 - FISCALIZAÇÃO ... 72

3.3 – MELHORIA DA EFICÁCIA DO ATAQUE E DA GESTÃO DOS INCÊNDIOS ... 75

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3.5 – ADAPTAÇÃO DE UMA ESTRUTURA ORGÂNICA FUNCIONAL E EFICAZ ... 85

Caderno 3

1. OPERACIONALIZAÇÃO DO PMDFCI………91

2. MEIOS E RECURSOS………91

2.1 INVENTÁRIO DE VIATURAS E EQUIPAMENTO DISPONÍVEIS………..92

2.2 LEVANTAMENTO DOS MEIOS COMPLEMENTARES DE APOIO AO COMBATE……….94

3. DISPOSITIVO OPERACIONAL DE DFCI………95

3.1 ESQUEMA DE COMUNICAÇÕES………95

3.2 PROCEDIMENTOS DE ATUAÇÕES………96

3.3 LISTA DE CONTATOS………96

4. SETORES TERRITORIAIS DE DFCI E LOCAIS ESTRATÉGICOS DE ESTACIONAMENTO (LEE)……98

4.1 SETORES TERRITORIAIS DE DFCI E LEE – VIGILÂNCIA E DETEÇÃO………99

4.2 SETORES TERRITORIAIS DE DFCI E LEE – 1ª INTERVENÇÃO……….99

4.3 SETORES TERRITORIAIS DE DFCI E LEE – COMBATE………100

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Lista de Figuras

Caderno 1

Figura 1 – Valores mensais médios da temperatura mínima, média e máxima no concelho de Barrancos.

Figura 2 – Humidade relativa no Município de Barrancos. Média das médias no período entre 1961/67 – 1980.

Figura 3 – Precipitação anual e máxima diária no concelho de Barrancos.

Figura 4 – Velocidade média anual do vento (Km/h) e frequência média anual do vento (%) por rumo em Barrancos (1967-1980).

Caderno 2

Figura 1 – Enquadramento do PMDFCI do Município de Barrancos com outros de Ordenamento do Território

Figura 2 – Componentes do Modelo de Risco

Caderno 3

Figura 1 – Esquema de Comunicação dos Alertas Amarelo, Laranja e Vermelho

Listas de Tabelas

Caderno 1

Tabela 1 – Médias mensais da frequência e velocidade do vento no concelho de Barrancos.

Tabela 2 – Ocupação do solo no concelho de Barrancos.

Tabela 3 – Distribuição das espécies florestais no concelho de Barrancos. Tabela 4 –

Caderno 2

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Lista de Mapas

Caderno 1

Mapa 1 - Enquadramento geográfico do Concelho de Barrancos. Mapa 2 – Mapa de Hipsometria do Concelho de Barrancos. Mapa 3 - Mapa de declives do Concelho de Barrancos. Mapa 4 - Mapa de exposições do Concelho de Barrancos. Mapa 5 - Mapa hidrográfico do Concelho de Barrancos.

Mapa 6 – Mapa da População Residente e Densidade Populacional.

Mapa 7 – Mapa de Índice de Envelhecimento e sua Evolução no Concelho de Barrancos.

Mapa 8 – Mapa por Sector de Atividade do Concelho de Barrancos. Mapa 9 – Mapa da Taxa de Analfabetismo do Concelho de Barrancos. Mapa 10 – Mapa das Romarias e Festas de Barrancos.

Mapa 11 – Mapa da Ocupação do Solo no concelho de Barrancos. Mapa 12 – Mapa de Povoamento Florestais.

Mapa 13 – Mapa das Áreas Protegidas, Rede Natura 2000 e Regime Florestal do Concelho de Barrancos.

Mapa 14 – Mapa dos Instrumentos de Gestão Florestal do Concelho de Barrancos. Mapa 15 – Mapa de Caça e Pesca do Concelho de Barrancos

Caderno 2

Mapa 1 – Mapa dos Combustíveis Florestais do Concelho de Barrancos

Mapa 2 – Mapa de Perigosidade de Incêndio Florestal do Concelho de Barrancos Mapa 3 - Mapa de Risco de Incêndio Florestal do Concelho de Barrancos

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Mapa 4 – Mapa de Prioridade de Defesa do Concelho de Barrancos Mapa 5 – Mapa Área Florestal do Município de Barrancos

Mapa 6 – Mapa Faixa de Gestão de Combustível (FGC) do Município de Barrancos Mapa 7 – Mapa Rede Viária Florestal do Concelho de Concelho de Barrancos Mapa 8 – Mapas de Rede de Pontos de Água do Concelho de Barrancos

Caderno 3

Mapa 1 – Mapa de Vigilância do Concelho de Barrancos – Setor Territorial de DFCI e Locais Estratégicos de Estacionamento (LEE)

Mapa 2 – Mapa de 1ª Intervenção do Concelho de Barrancos – Setor Territorial de DFCI e Locais Estratégicos de Estacionamento (LEE)

Mapa 3 – Mapa de Combate do Concelho de Barrancos – Setor Territorial de DFCI e Locais Estratégicos de Estacionamento (LEE)

Mapa 4 – Mapa de Rescaldo e Vigilância Pós – Incêndio do Concelho de Barrancos – Setor Territorial de DFCI e Locais Estratégicos de Estacionamento (LEE)

Listas de Quadros

Caderno 1

Quadro 1 – Enquadramento geográfico do Concelho Quadro 2 – Romarias e Festas do Concelho de Barrancos

Caderno 2

Quadro 1 – Modelos de combustíveis adotados pela equipa de reflorestação Quadro 2 – Relação entre perigosidade, vulnerabilidade, valor e risco.

Quadro 3 – Valores atribuídos a Vulnerabilidade no modelo de Risco de Incêndios Quadro 4 – Variáveis utilizadas para o cálculo de Risco de Incêndios

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Quadro 7 – Sensibilização – Diagnóstico

Quadro 8 – Sensibilização – Metas e Indicadores Quadro 9 – Fiscalização

Quadro 10 – Fiscalização – Orçamentos e Responsáveis

Quadro 11 – Entidades envolvidas em cada ação e inventário de equipamentos e ferramentas dos sapadores

Quadro 12 – Calendarização das intervenções na recuperação de áreas ardidas Quadro 13 – Representante CMDFCI de Barrancos

Quadro 14 – Identificação de responsabilidade na DFCI por entidades Quadro 15 – Cronograma geral de competências por eixo estratégico

Caderno 3

Quadro 1 – Inventario de Viaturas e Equipamentos Disponíveis Quadro 2 – Meios Complementares de Apoio ao Combate

Quadro 3 – Procedimento de Atuação nos Alertas Amarelos, Laranja e Vermelho Quadro 4 – Lista Geral de Contactos

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1. CARACTERIZAÇÃO FISICA

ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO DO CONCELHO

O Município de Barrancos está localizado na sub-região do Baixo Alentejo, mais concretamente no Distrito de Beja. Apresenta uma área de 16.842,35 hectares, sendo um dos cinco Municípios de Portugal constituídos apenas por uma freguesia, a de Barrancos. O Município dista 110 km de Beja, a sede de distrito, e o mesmo da cidade de Évora. Em termos administrativos insere-se na Circunscrição Florestal do Sul, Núcleo Florestal do Baixo Alentejo e na NUTS III da mesma sub-região, estando delimitado a Norte e a Leste pela fronteira espanhola, a Sul e a Oeste por Moura e a Noroeste pelo Município de Mourão.

Quadro 1: Enquadramento geográfico do Concelho

Norte Sul Este Oeste Noroeste

Oliva de la Frontera

Moura Encinasola Moura Mourão

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HIPSOMETRIA

No que respeita a Hipsometria de Barrancos, e como se pode constatar observando o (Mapa 2) verifica-se que o Concelho se situa maioritariamente nas altitudes compreendidas entre 270 metros e 300 metros. O concelho encontra-se compreendido em vários níveis altimétricos, sendo a cota mais baixa de aproximadamente de 147 m que se encontra perto da junção do rio Ardila com a ribeira do Murtiga e a cota mais alta de aproximadamente 413 metros de altitude, localizada junto ao monte do chaparral. As áreas que registam maiores altitudes (entre os 390 e os 420 metros) encontram-se nos limites do concelho a Este, Junto ao Monte do Chaparral.

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DECLIVE

O declive tem uma influência significativa na infiltração das águas, no processo de erosão e no ângulo de incidência dos raios solares. Com base no mapa de declives (Mapa 3), observa-se que o Município apresenta declives que variam entre os 0 e os 54º. Verifica-se que não existe uma grande irregularidade na distribuição geográfica das diversas classes de declive pelo Município, o que por si só, facilitará o trabalho das equipas de DFCI no terreno.

No mapa de declives, denota-se que a maioria do município revela declives pouco acentuados (inferiores a 12,69º), os quais representam áreas relativamente planas. Contudo existem locais onde os declives apresentam uma gama elevada de valores, variando entre os 12,69º e os 53,92º, ocorrendo nas zonas limítrofes do Município e a ladear as principais linhas de água.

Comparando o mapa de declives com a ocupação florestal, verifica-se que as áreas de declive mais acentuado coincidem, na sua maioria, com floresta de azinheira e incultos. Do ponto de vista do comportamento do fogo, a quercínea referida apresenta maior resistência à sua passagem, ao contrário dos incultos (matos) que são espécies bastante mais inflamáveis.

Relativamente às implicações na DFCI poderá dizer-se que o combate às chamas é facilitado pela estrutura física do Município e pelos declives pouco acentuados.

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EXPOSIÇÃO

A exposição de um terreno corresponde à sua orientação geográfica, estando relacionada com o grau de insolação e consequentemente com o teor de humidade do combustível e com a sua inflamabilidade. Parâmetros como a temperatura, humidade relativa do ar, velocidade e direção dos ventos locais estão diretamente relacionados com esta variável fisiográfica, tendo grandes implicações no planeamento da DFCI. Analisando o mapa de exposições do Município de Barrancos, verifica-se que predominam as exposições viradas a Sudoeste e a Oeste, sendo estas, as vertentes que recebem maior radiação solar durante o dia, promovendo o aumento do risco de incêndio. No âmbito da DFCI, as zonas viradas a Sudoeste e Oeste, pelas características que apresentam, deverão ter uma vigilância mais rigorosa por parte das equipas de vigilância.

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HIDROGRAFIA

Do ponto de vista da rede hidrográfica, o Município de Barrancos é limitado a Sul pelas ribeiras de Murtigão e Arroio, e a Norte pelo rio Ardila e pela ribeira do Murtega, apresentando, ainda, outras ribeiras e albufeiras dispersas pontualmente pelo Município (Mapa 5).

Os cursos de água referidos, em conjunto com outros cursos de água de menor importância, dispersos por todo o Município, assumem grande influência na DFCI, desde que a vegetação das suas margens seja gerida de forma adequada. Dado o regime de marcada sazonalidade dos cursos de água nesta região mediterrânica são os açudes, as albufeiras e os pontos de água, relativamente bem distribuídos pelo Município, que assumem grande importância para o abastecimento das equipas de combate a incêndios. Poderá dizer-se que a rede hidrográfica do Município está relativamente bem distribuída, com pontos de água e albufeiras de fácil acesso, sendo consideradas estruturas suficientes para o apoio ao combate a incêndios.

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2. CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA

Clima - fator natural mais importante que colabora, para a formação das paisagens, sendo responsável também pela modelação das encostas, pelos comportamentos dos rios, pelo tipo de vegetação e do solo, além de condicionar as práticas agrossilvícolas. O Município de Barrancos, tal como todo o Baixo Alentejo, apresenta um clima Mediterrânico, de influência Iberomediterrânica, com baixa pluviosidade e elevadas amplitudes térmicas. Os Invernos são frescos e os Verões muito secos e quentes surgindo, por vezes, nevoeiros nos vales das principais linhas de água.

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, a temperatura média anual varia, na maior parte do Município, entre os 16ºC e os 17,5ºC, existindo uma pequena zona, a Este de Barrancos, onde as temperaturas podem atingir valores superiores a 17,5ºC. Quanto à humidade relativa do ar esta varia entre os 80% e os 85% nos meses de Inverno, descendo acentuadamente durante a época de Verão. A precipitação média anual é variável entre os 500 mm e 600 mm, concentrando-se as chuvas durante o período invernal.

2.1 TEMPERATURA DO AR

A temperatura do ar, influencia a maior ou menor suscetibilidade à ocorrência de incêndios florestais. As temperaturas elevadas tornam os combustíveis mais secos, aumentando a probabilidade de entrarem mais precisamente em combustão; com temperaturas baixas, a probabilidade de ocorrência de incêndios diminui significativamente.

Para o período de tempo estudado (1961 – 1980), registou-se uma temperatura média anual de 15,9 ºC, uma temperatura média dos valores máximos de 20,9 ºC e uma temperatura máxima registada de 40,8 ºC.

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Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média Mensal 9,3 10 11,2 13,3 16,7 20,5 24,1 24,3 21,8 17,3 12,3 9,5 Média das Máximas 12,6 13,5 15,3 18 22,4 26,8 31,7 31,8 27,9 21,7 15,8 12,7 Máximas 21,5 28,5 26 30,2 34,4 39,7 40,8 40,3 38,7 32,6 26,5 25,9 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 ºC

Figura 1: Valores mensais médios da temperatura mínima, média e máxima no

Concelho de Barrancos (1961 – 1980).

Fonte: IPMA

Pela análise da Figura 1, ilustra-se o comportamento anual da temperatura do ar, registando-se as temperaturas mais elevadas nos meses de Julho, Agosto e Setembro. O mês de Agosto surge como o mês em que se fez sentir o maior valor absoluto de temperatura máxima (40,3 ºC), sendo a ele também atribuído o maior valor de média mensal 24,3 ºC e média das máximas, 31,8 ºC, em oposição, os menores valores estão associados aos meses de Dezembro e Janeiro.

A distribuição temporal dos incêndios florestais no território nacional constata-se sazonal, verificando-se o maior número de ocorrências e área ardida nos meses de verão (julho, agosto e setembro), nos quais as temperaturas verificadas têm os valores expoentes máximos, por oposição aos meses de inverno que registam incêndios florestais pouco significativos.

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[Camara Municipal de Barrancos] [Gabinete Técnico Florestal]

2.2 HUMIDADE RELATIVA DO AR

A humidade relativa estabelece a relação entre a quantidade de vapor de água existente da atmosfera, a uma determinada temperatura e aquela para a qual o ar ficaria saturado a essa mesma temperatura, exprimindo-se em percentagem. Esta constitui uma variável dinâmica condicionante da frequência e intensidade dos incêndios florestais, tal como a temperatura e a precipitação. Temperaturas elevadas e a reduzida precipitação no verão, originam períodos de stress da vegetação, durante o qual a humidade do coberto vegetal diminui drasticamente e, consequentemente, o seu grau de inflamabilidade aumenta.

A humidade dos combustíveis está diretamente relacionada com a humidade atmosférica. Quanto maior a humidade do material vegetal menor a facilidade de entrarem em combustão, por consequência menor risco de incêndio.

A humidade relativa do ar é um elemento climático que, ao longo do dia, varia na razão inversa da evolução da temperatura, atingindo os valores mais baixos durante a tarde, quando a temperatura do ar é mais elevada. A representação gráfica da humidade relativa do ar, medida às 9 e às 18 horas, é a seguinte:

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[Camara Municipal de Barrancos] [Gabinete Técnico Florestal]

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Humidade relativa 9h 83 81 78 74 69 64 55 54 64 72 77 83 Humidade relativa 18h 80 77 70 63 58 50 35 36 47 63 73 80 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 %

Valores médios mensais da humidade relativa do ar às 9h e 18h no Concelho de Barrancos (1961/67-1980)

Figura 2: Humidade relativa mensal no Município de Barrancos. Média das médias no

período entre 1961/67-1980.

Fonte: IPMA

Pela análise do gráfico anterior, verifica-se que a humidade relativa do ar às 9h e 18h apresenta um valor médio anual de 71% e 61%, respetivamente.

É possível ainda verificar que os valores de humidade relativa do ar são, como seria de esperar, mais baixos às 18 h do que às 9h. Na época estival atingem-se valores na ordem dos 55-65% às 9h da manhã, alcançando-se o mínimo durante o período da tarde, com valores a rondarem os 35-50% às 18h.

A diminuição da percentagem de humidade relativa implica, em matéria de Defesa da Floresta Contra Incêndios, a intensificação da vigilância e a manutenção da operacionalidade dos meios de combate a incêndios.

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[Camara Municipal de Barrancos] [Gabinete Técnico Florestal] Precipitação mensal e máxima diária no Concelho de Barrancos (1951-1980)

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 (mm) Total 76,1 70,9 76,2 51,3 36,6 23,9 7,1 4 25,1 63,6 66,6 73,8 Máx. (diária) 47,2 44 55 42,3 66,9 47,5 44,1 16,9 51,3 59,2 59,7 56,3 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2.3 PRECIPITAÇÃO

A precipitação tem efeitos importantes sobre o tipo de vegetação que ocorre em determinado local, nos sistemas de drenagem e na humidade do solo. Com base nos dados pluviométricos recolhidos pela estação udométrica de Barrancos, verifica-se que este Município registou, no período de 1951 a 1980, uma precipitação média anual na ordem dos 575,2 mm, tendo-se observado os valores mínimos e máximos de precipitação para os meses de Agosto e Janeiro, com 4,0 mm e 76,1 mm, respetivamente.

De uma maneira geral, os valores máximos de precipitação ocorrem de Outubro a Abril, período de tempo onde chove cerca de 83,2% do total da precipitação, sendo os restantes 16,8% partilhados entre os meses de Maio a Setembro. Pouco antes do início do verão, a precipitação começa a diminuir, registando-se os valores mínimos, em Julho e Agosto. Esta situação ocorre porque as depressões frontais se encontram, neste período, deslocadas mais para o Norte da Europa, passando o nosso território a ser menos afetado por esses centros de ação.

Figura 3: Precipitação mensal e máxima diária no concelho de Barrancos (1951-1980).

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[Camara Municipal de Barrancos] [Gabinete Técnico Florestal]

baixa no Município de Barrancos principalmente durante o período estival, fator que conjugado com temperaturas elevadas e baixas humidades relativas, dificulta a prevenção e o combate aos incêndios. De uma maneira geral, baixas precipitações e humidades relativas, associadas a temperaturas elevadas, criam as condições ideais para a dissecção das plantas proporcionando, consequentemente, maior inflamabilidade dos combustíveis e uma maior probabilidade de ocorrência de incêndios.

2.4 VENTO

O vento é um parâmetro muito inconstante, estando fortemente interligado com a dispersão dos incêndios florestais, merecendo por isso algum destaque no PMDFCI de Barrancos.

Na tabela seguinte, é possível verificar qual a velocidade média e frequência do vento, em cada um dos pontos cardeais, no período de 1967-1980. Através desta análise consegue-se saber qual a direção preferencial do vento, em cada mês e, por outro lado, a direção em que este parâmetro sopra com maior intensidade.

N NE E SE S SW W NW C f v f v f v f v f v f v f v f v f Jan 2,2 6,7 15,4 6,9 9,0 7,6 13,9 8,3 9,3 12,1 24,3 9,0 8,0 9,3 16,1 7,4 1,8 Fev 3,4 6,2 15,9 8,4 9,5 7,9 13,7 11,6 6,6 10,8 27,0 10,4 7,5 8,8 16,2 8,3 0,3 Mar 5,7 6,4 19,7 9,9 7,9 7,8 9,3 9,4 6,7 9,9 16,4 9,5 10,9 8,6 22,8 8,0 0,6 Abr 5,4 7,3 19,4 9,0 9,8 9,5 8,8 9,4 6,5 10,5 13,2 9,3 13,0 8,6 22,5 9,1 1,4 Mai 4,5 7,0 19,1 9,7 6,1 8,6 5,6 9,6 7,4 9,6 18,4 10,1 12,1 8,1 26,2 8,4 0,7 Jun 5,1 6,7 15,7 8,1 4,4 6,4 7,4 7,5 5,3 10,3 22,2 8,8 10,9 7,6 28,5 7,8 0,5 Jul 4,2 5,6 19,5 7,4 3,8 8,2 6,7 8,5 6,6 8,8 15,2 8,8 12,4 6,8 31,6 7,9 0,1 Ago 3,4 5,8 20,6 9,1 5,1 8,0 5,4 8,3 4,4 7,9 15,8 8,5 10,9 7,8 34,4 8,8 0,0 Set 2,9 7,3 20,4 7,7 6,5 6,2 8,2 8,0 6,6 7,9 19,7 7,7 10,0 8,4 23,7 7,3 1,9 Out 2,5 6,3 18,1 8,1 8,8 8,3 15,8 10,1 11,8 9,8 15,6 8,1 8,7 7,0 17,3 6,4 1,5 Nov 4,3 5,7 20,7 7,8 13,3 8,2 12,7 9,2 8,2 10,8 16,2 8,4 7,0 7,3 16,6 7,1 1,0

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[Camara Municipal de Barrancos] [Gabinete Técnico Florestal] f = frequência(%), v = velocidade do vento (Km/h) Valor superior de frequência C = Situação em que não há movimento apreciável do ar, a velocidade não ultrapassa 1 Km/h Valor superior de velocidade

Velocidade m édia anual do vento (km /h) por rum o (1967-1980) 9,1 7,9 8,4 6,4 1,0 7,8 8,1 9,0 9,9 0,0 4,0 8,0 12,0N NE E SE S SW W NW C

Frequência m édia anual do vento (%) por rum o (1967-1980) 18,6 7,3 10,1 8,4 18,4 4,0 22,4 10,0 0,0 10,0 20,0 30,0N NE E SE S SW W NW

Tabela 1: Médias mensais da frequência e velocidade do vento no concelho de

Barrancos (1967-1980) Fonte: IPMA

Figura 4: Velocidade média anual do vento por rumo (km/h) e frequência média anual

do vento (%) por rumo em Barrancos (1967-1980) Fonte: IPMA

Analisando a velocidade e direção do vento em conjunto com as restantes variáveis climáticas (temperatura, humidade relativa e precipitação) podemos concluir que durante o período estival se poderão criar situações de incêndio difíceis de controlar, sendo conveniente uma articulação eficaz dos meios humanos e materiais de DFCI.

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[Camara Municipal de Barrancos] [Gabinete Técnico Florestal]

3. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO

3.1 POPULAÇÃO RESIDENTE E DENSIDADE POPULACIONAL

O Município de Barrancos, à semelhança do que acontece um pouco por todo o Distrito de Beja, tem sofrido um progressivo despovoamento humano, possuindo um crescimento efetivo negativo de 2,12 em 2007. Com base na informação do Instituto Nacional de Estatística (INE), verifica-se um decréscimo da população residente entre 1981 (2.157 residentes), 1991 (2.052 residentes) e 2001 (1.924 residentes), Em 2011, a população residente voltou a diminuir para 1834, valor que corresponde a uma densidade populacional de 10.9 hab/km².

A corroborar as afirmações anteriores, apresenta-se o mapa em anexo, no qual se observa a diminuição acentuada da população residente ao longo do tempo, considerando-se o êxodo rural, um dos fatores impulsionadores desta tendência. O despovoamento generalizado que se tem vindo a confirmar no Município de Barrancos, poderá ter implicações negativas na DFCI, na medida em que, o abandono continuado dos espaços rurais leva a que estes fiquem mais vulneráveis à ocorrência de incêndios. Nesse sentido, será conveniente reforçar a prevenção e a vigilância dessas áreas, com o objetivo de diminuir o número de focos de incêndio.

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[Camara Municipal de Barrancos] [Gabinete Técnico Florestal]

3.2 ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO E SUA EVOLUÇÃO

O Município de Barrancos tem vindo a assistir a um envelhecimento progressivo da população. Este facto é corroborado pelo mapa apresentado em anexo, no qual se verifica que o índice de envelhecimento, ou seja, a relação entre a população maior de 65 anos e os menores de 14 anos, foi de 87,1% em 1981, 127,6% em 1991 e de 213,0% em 2001 e em 2011 desceu para os 185% (INE, Censos de 2011).

Esta população concentra-se, essencialmente, em aglomerados rurais urbanizados abandonando, deste modo, os espaços florestais e sua consequente gestão, situação esta que poderá conduzir a um aumento do risco de incêndio.

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3.3 POPULAÇÃO POR SETOR DE ATIVIDADE

A população do Município de Barrancos assenta, fundamentalmente, as suas atividades económicas na agricultura, pecuária, indústria de salsicharia, enchidos e exploração de xisto. O artesanato, designadamente, a produção de carpetes, cadeiras, trabalhos em osso e cortiça, para além de garantirem alguma subsistência económica à população, confere particularidades únicas à região.

Com base no mapa a seguir apresentado, verifica-se que as principais atividades executadas pelos munícipes de Barrancos estão ligadas ao sector terciário, sector este que emprega 68,2% da população ativa. Por sua vez, o sector secundário e primário empregam 21,5% e 10,2% da população, respetivamente, apresentando Barrancos uma taxa de desemprego na ordem dos 16,5% (INE, Censos 2011).

O facto de se verificar uma diversificação do sector dos serviços em detrimento do sector primário, leva a um progressivo aumento do abandono dos espaços rurais, favorecendo, deste modo, o aumento do risco de incêndio.

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3.4 TAXA DE ANALFABETISMO

O Distrito de Beja, onde se insere o Município de Barrancos, tem vindo a assistir a uma diminuição progressiva da taxa de analfabetismo, tendo-se verificado um decréscimo de 5,37% entre 1991 e 2001, situando-se no ano de 2001 em 19,44%, voltando a decrescer 8,3% entre 2001 e 2011, situando-se no ano de 2011 em 11.14%.

A tendência geral do distrito é a mesma verificada no Município, a qual pode ser observada no mapa em anexo (Mapa 9). Com base na informação cartográfica, Barrancos apresenta uma taxa de analfabetismo de 31,1%, para 1981 de 23,5% para 1991, de 16,3% para 2001 e de 9,4% para 2011.

Na generalidade, o nível médio das habilitações da população portuguesa aumentou, tendo a taxa de analfabetismo passado de 11% em 1991 para 9% em 2001 e para 5,2% em 2011.

A redução da taxa de analfabetismo na última década poderá trazer benefícios no âmbito da DFCI, uma vez que, uma população mais instruída terá um melhor conhecimento dos comportamentos de risco associados aos espaços florestais, o que poderá levar em última análise - conjugado com um eficaz ordenamento do território - a uma diminuição do risco de incêndio.

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3.5 ROMARIAS E FESTAS

É ainda importante fazer referência às festas e romarias que ocorrem ao longo do ano no Município, atendendo aos riscos inerentes a cada uma destas atividades, sejam estes do foro natural ou tecnológico. Um dos riscos identificado, prende-se com o lançamento de fogo-de-artifício utilizados durante estes eventos, e ainda a negligência, de diversa ordem, por parte da população local e seus visitantes. O movimento de carros, bem como de pessoas, é também maior durante o período das festas, e deste modo é um período que merece atenção redobrada pela forte potencialidade para a ocorrência de incêndios.

Mês de Realização Dia de início /fim Freguesia Lugar Designação Risco Abril Data Móvel Barrancos Parque de Feiras e

Exposições

EXPOBARRANCOS

Março/Abril 2ª Feira depois do Domingo de Páscoa

Barrancos Cadaval/Barrancos Dia de Flores Realização de fogueiras para lazer e preparação de alimentos

Abril 25 Barrancos Praça da

Liberdade

Comemoração do 25 de Abril

Lançamento de foguetes no Largo das Fontainhas (Espaço Urbano)

Agosto 15 Barrancos Praça da

Liberdade

Peditório e Leilão de St.ª Maria

Lançamento de foguetes no Largo das Fontainhas (Espaço Urbano) Agosto 28 a 31 Barrancos Ruas de Barrancos Festa em Honra de

Nossa Senhora da Conceição

Lançamento de foguetes no Largo das Fontainhas (Espaço Urbano) Outubro/Novembro Data Móvel Barrancos Barrancos “Quintos”

Dezembro 8 Barrancos Ruas de Barrancos Dia de Nossa Senhora Da Conceição

Lançamento de foguetes no Largo das Fontainhas (Espaço Urbano)

Dezembro 24 Barrancos Praça da

Liberdade

Lume de Natal Espaço Urbano

Dezembro Barrancos Praça da Liberdade

Praça da Liberdade

Passagem de Anos Lançamento de foguetes no Largo das Fontainhas (Espaço Urbano)

Quadro 1: Romarias e Festa de Barrancos

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[Camara Municipal de Barrancos] [Gabinete Técnico Florestal] 103,8 2022,3 11.146,10 176,6 3264,1 3,2 322,8 Superfícies Aquáticas 3,2 322,8 2022,3 Barrancos TOTAL Freguesia 3264,1 Im produtivos Incultos Áreas

sociais Agricultura Floresta

103,8 11.146,10 176,6

Plantação Ocupação do solo

(ha)

4. CARACTERIZAÇÃO DA OCUPAÇÃO DO SOLO E ZONAS ESPECIAIS

4.1 OCUPAÇÃO DO SOLO

O Município de Barrancos pertence marcadamente à Zona Ecológica Iberomediterrânica, sendo a ocupação do solo dominada essencialmente por áreas florestais, que no seu conjunto totalizam 11.146,1 hectares (65,4%) do território, distribuindo-se a restante área do Município por zonas agrícolas (11,9%), improdutivos (1,0%), superfícies aquáticas (1,9%), incultos (19,2%), áreas sociais (0,6%) e plantações (0,02%).

Para uma melhor interpretação da ocupação do solo, apresenta-se a tabela e a carta de ocupação do solo em anexo.

Tabela 2: Ocupação do solo do Concelho de Barrancos

Fonte: CMB

Pela análise da tabela anterior verifica-se que Barrancos é um Município essencialmente florestal tendo, nesta medida, associado um Índice de Combustível Disponível (BUI) elevado, o qual traduz a percentagem de massa combustível que irá participar na propagação de um fogo (DGF, 2002). Apesar da grande área florestal que apresenta, Barrancos não tem verificado grandes dificuldades no que diz respeito à DFCI, podendo surgir pontualmente locais que, devido à sua ocupação do solo, sejam mais críticos.

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4.2 POVOAMENTOS FLORESTAIS

Relativamente à ocupação florestal, o Município de Barrancos apresenta em maioria povoamentos de Azinheira (96,6%), sendo as grandes áreas de azinhal de grande importância para a criação de porco preto, um dos principais produtos da região, cuja bolota é a sua principal fonte de alimentação. Para além da azinheira existem outras formações florestais, que embora em menor proporção, conferem grande diversidade florística à região (Sobreiro, Eucalipto, Outras Folhosas e Pinheiro Manso).

Tabela 4: Distribuição das espécies florestais no concelho de Barrancos

Mapa 12: Mapa de Povoamento Florestais

Freguesia Pinheiro Bravo

Pinheiro

Manso Azinheira Sobreiro Eucalipto Outras

Folhosas

Área Florestal Total (ha)

Barrancos 0,0 83,9 10.769,5 182,5 27,2 30,6 11.146,1

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4.3 ÁREAS PROTEGIDAS, REDE NATURA 2000 (ZPE+ZEC) E REGIME FLORESTAL

O Município de Barrancos possui cerca de 99% do total do seu território classificado como Zona de Proteção Especial (Moura/Mourão/Barrancos), cerca de 51% como Sítio da Lista Nacional da Rede Natura 2000, designado por Sítio Moura/Barrancos. A nível de áreas sujeitas ao regime florestal parcial ou total, verifica-se que, cerca de 254,17 hectares do território apresentam regime florestal. Estas áreas visam assegurar a criação, exploração e conservação da riqueza silvícola da região, reabilitar áreas ardidas, beneficiar o clima e conservar o solo entre outros bens naturais.

Mapa 13: Mapa das Áreas Protegidas, Rede Natura 2000 e Regime Florestal do

Concelho de Barrancos

Dado que estas áreas encerram valores de conservação prioritária, merecem especial atenção no que se refere à DFCI. Propõe-se para tal, um sistema integrado de prevenção, vigilância e fiscalização que assegure uma intervenção imediata em caso de incêndio. No entanto, não é de desprezar a necessidade de um planeamento sustentável e continuado destas áreas que contribua para a redução do risco de incêndio.

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4.4 INSTRUMENTOS DE PLANEAMENTO FLORESTAL

Os instrumentos de gestão florestal (IGF) são ferramentas dinâmicas de apoio ao planeamento, que garantem uma base de trabalho fundamentada na realidade da região em causa, em consonância com a legislação em vigor. Assumindo um papel importante na mitigação dos incêndios, estes instrumentos promovem uma eficaz cooperação entre entidades e disponibilização de meios e recursos essenciais na DFCI.

O PROFBA – Plano Regional de Ordenamento Florestal do Baixo Alentejo, funciona como um desses instrumentos e tem como objetivo potenciar a organização dos espaços florestais, numa óptica de uso múltiplo e desenvolvimento sustentado, em articulação com os restantes instrumentos de gestão territorial (art.º 2º do Decreto-Lei 204/99 de 9 de Junho).

Refere-se também o Plano Diretor Municipal (PDM), como outro importante instrumento de gestão florestal, no qual se prevê o regulamento das atividades de cinegética, pesca, aquicultura, desportivas e recreativas, assim como, dos espaços agro-silvo-pastoris, áreas florestais e áreas florestais a reconverter. O PDM estabelece um conjunto de condicionantes nestas zonas na prespetiva da harmonização do uso do solo com os fatores relevantes, ambientais, económicos, sociais e culturais.

Como já referido anteriormente, o Município do Barrancos possui e cerca de metade do seu território classificado como Sítio de Moura/Barrancos, o qual faz parte do Plano Sectorial da Rede Natura 2000. No referido plano são estabelecidas, orientações de ordenamento e gestão agro-florestal, dirigidas prioritariamente para a conservação dos sistemas arbóreo-arbustivos de grande relevo no local.

Também o Plano Regional de Ordenamento do Território (PROT), da zona envolvente da Albufeira do Alqueva, designado por PROZEA, é um dos planos que define o modelo de organização do território do Município de Barrancos, o qual consiste em propor soluções adequadas para duas questões centrais, nomeadamente, promover o desenvolvimento económico e social do Município, sem alterar o seu valor ecológico; e tirar o maior benefício possível da zona da barragem e, simultaneamente reduzir os seus efeitos negativos (Serra et al., 2003).

Por último, refere-se o Plano da Bacia Hidrográfica do Guadiana, que embora não seja um plano específico ao nível da gestão florestal, as orientações estipuladas no mesmo, para a valorização, proteção e gestão equilibrada da água poderão, em certa medida, interferir com o planeamento dos ecossistemas florestais.

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Mapa 14: Mapa dos Instrumentos de Gestão Florestal do Concelho de Barrancos

4.5 EQUIPAMENTOS FLORESTAIS DE RECREIO, ZONAS DE CAÇA E PESCA

Durante o período crítico existem restrições ao acesso nas áreas florestais, no entanto, as zonas destinadas ao lazer e recreio constituem uma exceção, uma vez que, devidamente licenciadas, são passíveis de serem utilizadas pela população durante todo o ano, como tal, é importante fazer-lhes referência face às suas implicações na DFCI.

Com base no Mapa 15 verifica-se que Barrancos não contém zonas de recreio florestal. Contudo o mapa ilustra, em praticamente todo o município, a existência de Zonas de Caça Associativa, Nacional e Turística, e zonas de pesca profissional situadas ao longo do curso do Rio Ardila, nas Ribeiras do Cadaval, da Múrtega e do Arroio. Ambas as zonas (caça e pesca) contribuem de forma diversa para o risco de incêndio:

a) De forma positiva, pela presença de guardas de caça ou outros agentes gestores dos territórios em causa;

b) De forma negativa, pelo facto de nem sempre assegurarem uma correta gestão dos matos, nomeadamente pela não criação de manchas de descontinuidade dos combustíveis para o controlo dos incêndios; c) pela adoção de comportamentos de

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beatas ou outras fontes de ignição).

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[Camara Municipal de Barrancos] [Gabinete Técnico Florestal] 200 4 200 5 200 6 200 7 200 8 200 9 201 0 201 1 201 2 201 3 201 4

Área Ardida (ha) 3 1 86,6 12 2,06 0 0 2,6 0 2,1 6,8

Nº de Ocorrências 3 1 1 7 8 5 7 4 1 3 4 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 d e O co rr ê n ci as Áre a Ardid a (ha )

Distrbuição Anual da Área Ardida e Nº de Ocorrências 5. ANÁLISE DO HISTÓRICO E CAUSALIDADE DO INCÊNDIOS FLORETAIS

5.1 ÁREA ARDIDA E OCORRÊNCIAS – DISTRIBIÇÃO ANUAL

Nos últimos 11 anos (2004 - 2014) registaram-se 26 ignições e arderam 102 hectares de área florestal o que em termos médios, representa 4 incêndios e 10,56 hectares de área ardida em cada ano (Tabela 4).

Média Anual

Área Ardida (ha) Nº de Incêndios

10.56 4

Tabela 4: Média Anual de Área Ardida e Nº de Incêndios no período de 2004 – 2014

Nos últimos 11 anos verificaram-se mais de 4 ocorrências anuais. O menor número de incêndios verificou-se nos anos de 2005, 2006 e 2012 com 1 ocorrências enquanto 2008 constituiu o pior ano com 8 ocorrências.

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Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Área Ardida 2014 0 0 0 0 0,3 6,3 0 0,1 0 0 0 0 Média AA(2004-2013) 0 0 0 0 0 10,42 0 0 0 0 0 Ocorrências 2014 1 0 0 0 1 1 0 1 0 0 0 0 Média Oco (2004-2013) 0,1 0 0 0,1 0,5 0,4 1,4 0,8 0,4 0,4 0,1 0,1 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 0 2 4 6 8 10 12 d e O co rr ê n ci as Á re a A rd id a (ha)

Distribuição Mensal da Área Ardida e Nº de Ocorrências

5.2 ÁREA ARDIDA E OCORRÊNCIAS – DISTRIBIÇÃO MENSAL

Figura 6 – Distribuição Mensal da Área Ardida e Nº de Ocorrências em 2014 e Média

de 2004 – 2013 Fonte: SGIF

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5.3 ÁREA ARDIDA E OCORRÊNCIAS – DISTRIBIÇÃO SEMANAL

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5.4 ÁREA ARDIDA E OCORRÊNCIAS – DISTRIBIÇÃO DIÁRIA

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5.5 ÁREA ARDIDA E OCORRÊNCIAS – DISTRIBIÇÃO HORÁRIA

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[Camara Municipal de Barrancos] [Gabinete Técnico Florestal] 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Povoamentos 1,5 0 86,6 0 2 0 0 2,6 0 1,9 6,4 Matos 1,5 1 0 1,5 0 0 0 0 0 0 0 Agrícola 0 0 0 10,6 0,5 0 0 0 0 0,2 0,4 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Á re a ar d id a ( A gr íc o la e M ato s) Á re a A rd id a Po vo am e n to s

Distribuição Anual da Área Ardida por Coberto Vegetal (2004 - 2014)

5.6 ÁREA ARDIDA POR COBERTO VEGETAL

Figura 7 – Distribuição Anual de Área Ardida por Coberto Vegetal Período de 2004 –

2014 Fonte: SGIF

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5.7 ÁREA ARDIDA E Nº DE OCORRÊNCIAS POR CLASSES DE EXTENSÃO

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5.9 PONTOS PROVÁVEIS DE INÍCIO E CAUSAS

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[Camara Municipal de Barrancos] [Gabinete Técnico Florestal] Populares 40% 117 4% CDOS 0% Posto de Vigia 12% Outros 44%

Distribuição de Ocorrências por Fonte de Alerta (2009/2014)

Populares 117 CDOS

Posto de Vigia Outros

Figura 8 – Distribuição de Ocorrências por Fonte de Alerta no Período de 2009 – 2014

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[Camara Municipal de Barrancos] [Gabinete Técnico Florestal] 1:00 1:59 2:00 2:59 3:00 3:59 4:00 4:59 5:00 5:59 6:00 6:59 7:00 7:59 8:00 8:59 9:00 9:59 10:00 10:59 11:00 11:59 12:00 12:59 13:00 13:59 14:00 14:59 15:00 15:59 16:00 16:59 17:00 17:59 18:00 18:59 19:00 19:59 20:00 20:59 21:00 21:59 22:00 22:59 23:00 23:59 00:00 00:59 Outros 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 2 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 4 Posto de Vigia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 CDOS 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 117 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Populares 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2 0 0 0 0 1 0 0 1 0 3 0 1 2 3 4 5 6 7 8 N º d e Oco n ci as

Distribuição do Nº de Ocorrências por Fonte de Alerta e Hora (2009/2014)

Figura 9 – Distribuição do Nº de Ocorrências por Fonte de Alerta e Hora no Período de

2009 – 2014 Fonte: SGIF

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1. ENQUADRAMENTO DO PLANO NO ÂMBITO DO SISTEMA DE GESTÃO

TERRITORIAL E NO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DA FLORESTA

CONTRA INCÊNDIOS (SDFCI)

Em Portugal, a floresta representa 38% do território nacional, aproximadamente 3.349.000 hectares, representando em termos económicos, 3,2% do PIB, 12% do PIB industrial e 11% do total de exportações do país (MADRP, 2004), sendo por isso necessário desenvolver meios que permitam combater eficazmente, a curto, médio e longo prazo os incêndios florestais.

Sendo um fenómeno comum em diversas áreas do Globo, os incêndios florestais assumem especial relevância nas regiões Mediterrânicas, podendo ter consequências a diversas escalas, que vão desde o risco para as populações rurais à degradação ambiental, com contribuição para o aquecimento global. Estas ocorrências têm ainda um impacto negativo na paisagem e economia das áreas afetadas.

Ocupando cerca de 66,2% da área do Município de Barrancos, a área florestal assume um papel determinante em matéria de ordenamento do território, de desenvolvimento económico e de preservação ambiental, sendo fundamental para o futuro da floresta do Município, a implementação de um modelo de desenvolvimento sustentável que permita a valorização e proteção deste património local.

O presente plano constitui uma ferramenta, a nível Municipal, que permite a implementação das linhas orientadoras existentes no Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PNDFCI), o qual assenta em cinco eixos de atuação:

(1) Aumentar a resiliência do território aos incêndios florestais; (2) Reduzir a incidência dos incêndios;

(3) Melhorar a eficácia do ataque e da gestão dos incêndios; (4) Recuperar e reabilitar os ecossistemas e comunidades; e

(5) Adaptar uma estrutura orgânica e funcional eficaz. Este plano é complementado

com o Plano Operacional Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios que, em conjunto, servirá para operacionalizar as metas, objetivos e as ações aqui propostas. O PMDFCI tem um horizonte de planeamento que vai de 2015 a 2019, e descreve as medidas necessárias que asseguram a defesa da floresta contra incêndios. Para além de medidas de prevenção, inclui a previsão e o planeamento integrado das intervenções das diferentes entidades envolvidas perante a eventual ocorrência de incêndios.

Tendo presente a sua função operacional, o PMDFCI está estruturado de acordo com as orientações estabelecidas pelo Ministério da Agricultura e do Mar – ICNF / DUDF, sendo possível a sua permanente atualização, para garantir a melhoria contínua das medidas de prevenção e combate a incêndios florestais e o reforço da coordenação

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das entidades públicas e privadas com responsabilidade na gestão das áreas florestais Municipais.

O principal objetivo do PMDFCI é a identificação dos riscos e ameaças que os incêndios florestais podem representar para as populações e património do Município e, a conceção de um programa coerente de medidas preventivas e mitigadoras deste tipo de ocorrências.

Neste contexto, o plano propõe a implementação de ações de natureza estrutural de curto, médio e longo prazo para a gestão e preservação do património florestal existente. Dado que o controlo do risco de incêndio passa essencialmente pela implementação de uma gestão sustentável dos espaços florestais, o PMDFCI deve ser igualmente entendido como uma ferramenta de desenvolvimento económico e social. O PMDFCI inclui igualmente uma estimativa orçamental dos investimentos necessários para assegurar a segurança do património florestal Municipal, com indicação das suas possíveis origens, por forma a justificar adequadamente as candidaturas que o Município apresente às entidades competentes no quadro das competências que lhe foram atribuídas.

A elaboração do PMDFCI de Barrancos é da responsabilidade da CMDFCI em consonância com outros Planos de Incidência Regional ou Nacional como são os casos do Plano Diretor Municipal (PDM), do Plano Regional de Ordenamento Florestal do Baixo Alentejo (PROFBA), dos Planos de Gestão Florestal (PGF), dos Planos Sectoriais da Rede Natura 2000, dos Planos de Ordenamento de Albufeiras, dos Planos de Planeamento e Ordenamento de Áreas Protegidas e do Plano Nacional de Prevenção e Proteção da Floresta Contra os Incêndios Florestais (Figura 1).

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Figura 1: Enquadramento do PMDFCI do Município de Barrancos com outros

Instrumentos de Ordenamento do Território.

A elaboração e aplicação do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios tem carácter obrigatório, sendo as entidades competentes pela fiscalização da correcta aplicação do mesmo, a Guarda Nacional Republicana (GNR),, a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), a Câmara Municipal e a Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, I.P.

A infracção das disposições do PMDFCI pode ser punida com coima entre cento e quarenta euros (140 €) e cinco mil euros (5 000 €), no caso do infractor ser pessoa singular, e de oitocentos euros (800 €) e sessenta mil euros (60 000 €), caso o infractor seja pessoa colectiva.

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2. MODELOS DE COMBUSTÍVEIS, CARTOGRAFIA DE RISCO E

PRIORIDADES DE DEFESA CONTRA INÇENDIOS FLORESTAIS

Existe um conjunto de fatores que contribuem para a ignição e propagação dos incêndios florestais. Alguns, de natureza física como a topografia, o clima ou a vegetação são relativamente estáveis num dado lugar. Outros estão associados à atividade humana ou às condições climatéricas e variam consideravelmente no tempo (DGF, 2002).

Esta complexidade explica porque os incêndios não ocorrem em igual número e intensidade nos diversos dias e locais e justifica a importância do conhecimento de um conjunto de características biofísicas, fisiográficas, sociais e históricas, altamente relacionadas com: (1) a vulnerabilidade do território aos incêndios florestais, traduzida no potencial de um determinado complexo combustível se inflamar e de suportar a propagação de um fogo, com base nas suas características estruturais, no seu estado vegetativo e localização; (2) e com um maior ou menor risco de incêndio, ou seja, com a probabilidade de se iniciar um incêndio devido à presença de agentes causais (DGF, 2002).

2.1. MODELOS DOS COMBUSTÍVEIS FLORESTAIS

O tipo de combustíveis presentes no território é um dos factores que mais condiciona o comportamento e progressão do incêndio, pelo que é de extrema importância o conhecimento da realidade do território em causa. Os modelos de combustível consistem num conjunto de parâmetros relativos ao tipo de vegetação, com características conhecidas, sendo que a atribuição de um modelo existente a uma determinada mancha de vegetação com características ditas homogéneas pode fazer-se com recurso a vários métodos complementares entre si, nomeadamente a chaves dicotómicas e fotográficas, como por exemplo os trabalhos realizados pelo ICONA (1990) e por Cruz (2005) para a região Centro de Portugal, ou ainda através de processos de análise espacial e modelação geográfica.

O mapa de combustíveis florestais apresentados foi elaborado com recurso à classificação do trabalho de fotointerpretação sobre fotografia aérea de 2006, apoiada nos modelos desenvolvidos pelo Northern Forest Fire Laboratory (NFFL), cuja tradução para a realidade do território português foi baseada na publicação do ICONA (1990): "Clave fotografica para la identificacion de modelos de combustible". Ministerio de Agricultura Pesca y Alimentacion (Espanha) levada a cabo pelo projecto Geofogo/CNIG para a Península Ibérica.

Para cada modelo integrou-se a caracterização do comportamento do fogo em diferentes ambientes tendo por base o trabalho desenvolvido por Cruz (2005), pois assim estes modelos poderão constituir um fator adicional de apoio à decisão com utilidade. Os modelos usados, genericamente, são os seguintes (Quadro 1):

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Quadro 1: Modelos de combustíveis adoptados pela Equipa de Reflorestação

(adaptado de Cruz,2005;CRRAA, 2006 in Guiomar, 2007)

Grupo Modelo 1 2 3 Baixo I I Médio I I Alto III I Arbustivo 4 Baixo III I Médio IV III Alto IV IV Arbustivo 5 Baixo I I Médio II II Alto III IV Herbáceo Ambiente do Fogo Ambiente do Fogo Ambiente do Fogo I -III -IV

-Mato denso mas baixo, com uma altura inferior a 0,6 m. Apresenta cargas ligeiras de folhada do mesmo mato, que contribui para a propagação do fogo em situação de ventos fracos. Fogos de

intensidade moderada.

Qualquer formação arbustiva jovem ou com pouco combustível morto. Sub-bosque florestal dominado por silvas, fetos ou outra vegetação sublenhosa verde. Eucaliptal (> 4

anos de idade) com sub-bosque arbustivo baixo e disperso, cobrindo

entre 1/3 e 1/2 da superfície.

COMPORTAMENTO DO FOGO POTENCIAL Velocidade de

Propagação

Intensidade

da Frente Ignição do Copado

Dificuldade de Rescaldo

II

-IV

-IV

-Matos ou árvores jovens muito densos, com cerca de 2 metros de altura. Continuidade horizontal e vertical do combustível. Abundância

de combustível lenhoso morto (ramos) sobre as plantas vivas. O fogo propaga-se rapidamente

sobre as copas dos matos com grande intensidade e com chamas grandes. A humidade

dos combustíveis vivos tem grande influência no comportamento do fogo.

Qualquer formação que inclua um estrato arbustivo e contínuo (horizontal e verticalmente), especialmente com % elevadas de combustível morto: carrascal, tojal, urzal, esteval, acacial. Formações arbórea jovens e densas (fase de

novedio) e não caducifólias. COMPORTAMENTO DO FOGO POTENCIAL

Velocidade de Propagação

Intensidade

da Frente Ignição do Copado

Dificuldade de Rescaldo

I

-II

-IV

-Pasto contínuo, espesso e (>= 1m) 1/3 ou mais do pasto deverá estar seco. Os incêndios são

mais rápidos e de maior intensidade.

Campos cerealíferos (antes da ceifa). Pastagens altas. Feteiras.

Juncais.

COMPORTAMENTO DO FOGO POTENCIAL Velocidade de

Propagação

Intensidade

da Frente Ignição do Copado

Dificuldade de Rescaldo

Descrição Aplicação

Pasto fino, seco e baixo, com altura abaixo do joelho, que cobre completamente o solo. Os matos ou as árvores cobrem menos de 1/3 da

superfície. Os incêndios propagam-se com grande velocidade pelo pasto fino. As pastagens

com espécies anuais são exemplos típicos.

Montado. Culturas agrícolas permanentes. Pastagens anuais ou

perenes. Restolhos.

Pasto contínuo, fino, seco e baixo, com presença de matos ou árvores que cobrem entre 1/3 e 2/3

da superfície. Os combustíveis são formados pelo pasto seco, folhada e ramos caídos da vegetação lenhosa. Os incêndios propagam-se

rapidamente pelo pasto fino. Acumulações dispersas de combustíveis podem incrementar a

intensidade do incêndio.

Matrizes mato/herbáceas resultantes de fogo frequente (e.g. giestal). Formações lenhosas diversas (e.g.

pinhais, zimbrais, montado). Plantações florestais em fase de

(52)

Camara Municipal de Barrancos [Gabinete Técnico Florestal]

Quadro 1 (Continuação): Modelos de combustíveis adotados pela Equipa de

Reflorestação (adaptado de Cruz,2005;CRRAA, 2006 in Guiomar, 2007)

Grupo Modelo 6 7 Baixo II I Médio III II Alto IV IV Baixo I I Médio I II Alto II III Florestal 9 Baixo I I Médio III II Alto IV IV Descrição Aplicação Ambiente do Fogo II II III III IV IV

Folhada em bosque denso de coníferas ou folhosas, que se diferencia do modelo 8, por formar uma camada pouco compacta e arejada. É formada por agulhas largas como no caso do

Pinus pinaster , ou por folhas grandes e frisadas

como as do Quercus pyrenaica , Castanea

sativa , etc. Os fogos são mais rápidos e com

chamas mais compridas do que as do modelo 8.

Formações florestais sem sub-bosque: pinhais (Pinus pinaster, P.

pinea, P. nigra, P. radiata, P. halepensis ), carvalhais (Quercus

pyrenaica, Q. robur, Q. rubra ) e

castanheiro no Inverno, eucaliptal (> 4 anos de idade).

COMPORTAMENTO DO FOGO POTENCIAL

Velocidade de Propagação

Intensidade

da Frente Ignição do Copado

Dificuldade de Rescaldo Ambiente do Fogo I I II I II II 8

Folhada em bosque denso de coníferas ou folhosas (sem mato). A folhada forma uma capa compacta ao estar formada de agulhas pequenas

(5 cm ou menos) ou por folhas planas não muito grandes. Os fogos são de fraca intensidade, com

chamas curtas e que avançam lentamente. Apenas condições meteorológicas desfavoráveis

(temperaturas altas, humidade relativa baixa e ventos fortes) podem tornar este modelo

perigoso.

Formações florestais ou pré-florestais sem sub-bosque: Quercus

mediterrânicos, carvalhais (Q.

pyrenaica, Q. robur, Q.rubra ) e

castanheiro no Verão, medronhal, vidoal, folhosas ripícolas, choupal, eucaliptal jovem, Pinus sylvestris , cupressal e restantes resinosas de

agulha curta.

COMPORTAMENTO DO FOGO POTENCIAL

Velocidade de Propagação

Intensidade

da Frente Ignição do Copado

Dificuldade de Rescaldo Florestal Ambiente do Fogo II -IV -IV

-Mato mais velho do que no modelo 5, com alturas compreendidas entre os 0,6 e os 2 metros

de altura. Os combustíveis vivos são mais escassos e dispersos. No conjunto é mais inflamável do que o modelo 5. O fogo propaga-se através do mato com ventos moderados a fortes.

Situações de dominância arbustiva não enquadráveis nos modelos 4 e

5. Regeneração de Quercus

pyrenaica (antes da queda da folha).

Mato de espécies muito inflamáveis, de 0,6 a 2 metros de altura, que propaga o fogo debaixo das

árvores. O incêndio desenvolve-se com teores mais altos de humidade do combustível morto do

que no outros modelos, devido à natureza mais inflamável dos outros combustíveis vivos.

COMPORTAMENTO DO FOGO POTENCIAL

Velocidade de Propagação

Intensidade

da Frente Ignição do Copado

Dificuldade de Rescaldo Arbustivo

(53)

Camara Municipal de Barrancos [Gabinete Técnico Florestal]

Quadro 1 (Continuação): Modelos de combustíveis adotados pela Equipa de

Reflorestação (adaptado de Cruz,2005;CRRAA, 2006 in Guiomar, 2007)

Grupo Modelo 6 7 Baixo II I Médio III II Alto IV IV Baixo I I Médio I II Alto II III Florestal 9 Baixo I I Médio III II Alto IV IV Descrição Aplicação Ambiente do Fogo II II III III IV IV

Folhada em bosque denso de coníferas ou folhosas, que se diferencia do modelo 8, por formar uma camada pouco compacta e arejada. É formada por agulhas largas como no caso do

Pinus pinaster , ou por folhas grandes e frisadas

como as do Quercus pyrenaica , Castanea

sativa , etc. Os fogos são mais rápidos e com

chamas mais compridas do que as do modelo 8.

Formações florestais sem sub-bosque: pinhais (Pinus pinaster, P.

pinea, P. nigra, P. radiata, P. halepensis ), carvalhais (Quercus

pyrenaica, Q. robur, Q. rubra ) e

castanheiro no Inverno, eucaliptal (> 4 anos de idade).

COMPORTAMENTO DO FOGO POTENCIAL

Velocidade de Propagação

Intensidade

da Frente Ignição do Copado

Dificuldade de Rescaldo Ambiente do Fogo I I II I II II 8

Folhada em bosque denso de coníferas ou folhosas (sem mato). A folhada forma uma capa compacta ao estar formada de agulhas pequenas

(5 cm ou menos) ou por folhas planas não muito grandes. Os fogos são de fraca intensidade, com

chamas curtas e que avançam lentamente. Apenas condições meteorológicas desfavoráveis

(temperaturas altas, humidade relativa baixa e ventos fortes) podem tornar este modelo

perigoso.

Formações florestais ou pré-florestais sem sub-bosque: Quercus

mediterrânicos, carvalhais (Q.

pyrenaica, Q. robur, Q.rubra ) e

castanheiro no Verão, medronhal, vidoal, folhosas ripícolas, choupal, eucaliptal jovem, Pinus sylvestris , cupressal e restantes resinosas de

agulha curta.

COMPORTAMENTO DO FOGO POTENCIAL

Velocidade de Propagação

Intensidade

da Frente Ignição do Copado

Dificuldade de Rescaldo Florestal Ambiente do Fogo II -IV -IV

-Mato mais velho do que no modelo 5, com alturas compreendidas entre os 0,6 e os 2 metros

de altura. Os combustíveis vivos são mais escassos e dispersos. No conjunto é mais inflamável do que o modelo 5. O fogo propaga-se através do mato com ventos moderados a fortes.

Situações de dominância arbustiva não enquadráveis nos modelos 4 e

5. Regeneração de Quercus

pyrenaica (antes da queda da folha).

Mato de espécies muito inflamáveis, de 0,6 a 2 metros de altura, que propaga o fogo debaixo das

árvores. O incêndio desenvolve-se com teores mais altos de humidade do combustível morto do

que no outros modelos, devido à natureza mais inflamável dos outros combustíveis vivos.

COMPORTAMENTO DO FOGO POTENCIAL

Velocidade de Propagação

Intensidade

da Frente Ignição do Copado

Dificuldade de Rescaldo Arbustivo

(54)

Camara Municipal de Barrancos [Gabinete Técnico Florestal]

Com base na análise do Mapa 1, verifica-se a predominância do modelo 2, ocupando cerca de 51,21% da área total do município, em seguida, aparecem os modelos 7 e 5, com cerca de 17,76% e 10,90%, respectivamente; os restantes modelos representam no seu conjunto apenas cerca de 16,57% da área total do Município. Note-se ainda a existência do modelo M0, que diz respeito a outras ocupações não sujeitas a combustibilidade, como por exemplo, cursos de água, este modelo ocupa cerca de 3,54% da área do Município. Torna-se igualmente relevante, mencionar a ausência dos modelos enquadrados no grupo dos resíduos lenhosos (M10, M11, M12 e M13) e de um modelo enquadrado no grupo arbustivo, o modelo M4.

Referências

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