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Promoção Imobiliária: que futuro para Lisboa?

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Academic year: 2021

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ALMOÇOS

APPII reúne‐se com os candidatos à CML 

Promoção Imobiliária: que futuro para Lisboa? 

 

Antes do sufrágio que decidirá quem liderará os destinos da capital por‐

tuguesa  durante  os  próximos  quatro  anos,  a  APPII  –  Associação  Portu‐

guesa dos Promotores e Investidores Imobiliários portugueses, promoveu 

um ciclo de dois almoços com os principais candidatos à Câmara de Lis‐

boa,  com  o  intuito  de  ficar  a  conhecer  as  propostas  socialista  e  social 

democrata para o futuro da promoção imobiliária na capital.  

Em  plena  época  de  campanha  eleitoral,  os  candidatos  do  PS  e  PSD,  António  Costa  e  Pedro Santana Lopes, aceitaram o desafio da  APPII, e compareceram aos almoços agenda‐ dos  com  os  profissionais  do  sector,  a  quem  apresentaram a sua proposta política.  

Com o objectivo de esclarecer os seus asso‐ ciados,  o  Presidente  da  APPII,  Henrique  Polignac  de  Barros,  redigiu  um  conjunto  de  dez questões que abordaram temas como a  Reabilitação Urbana, a oferta (ou falta dela)  de  estacionamento,  as  taxas  de  compensa‐ ção  urbanística  e  a  TRIU,  a  criação  de  uma  bolsa  de  arrendamento,  o  «êxodo»  popula‐ cional de Lisboa para a periferia, as acessibi‐ lidades,  e  os  instrumentos  de  fiscalidade  e  tributação camarária.  

Conheça nas próximas páginas as conclusões  dos  almoços  com  Pedro  Santana  Lopes  e  António Costa. 

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Social‐democratas  querem  dar  prioridade  à 

requalificação urbana da capital 

 

A reabilitação urbana, o repovoamento, a actualização dos instrumentos 

de planeamento do território, a construção de vias subterrâneas de circu‐

lação rodoviária e a promoção da imagem de Lisboa no exterior, nomea‐

damente com a criação de obras arquitectónicas emblemáticas, são, no 

entender de Pedro Santana Lopes, algumas das questões prioritárias para 

a cidade de Lisboa. 

 

De  facto,  como  explicou  aos  associados  da  APPII,  o  programa  político  de  Pedro  Santana  Lopes  promete  dar  especial  atenção  às  questões  relacionadas  com  a  requalificação  urbana  da  capital  portuguesa.  Até  porque,  sublinhou  o  candidato, 

um  dos  objectivos  é,  precisamente,  «equilibrar  a 

construção nova com a reabilitação urbana». Ain‐

da assim, «a reabilitação deverá ser sempre priori‐

tária».  

Consciente de que a aposta na reabilitação é, para  os promotores, muito mais onerosa do que a cons‐ trução  nova.  Santana  defende  que  «é  importante 

criar  estímulos  fiscais  para  a  Reabilitação»,  os 

quais teriam efeitos benéficos para a cidade, a pra‐ zo.  

Reconhecida  como  uma  tarefa  «muito  complexa»  a reabilitação de Lisboa não deverá apenas restrin‐ gir‐se às zonas históricas ou turísticas. E, embora a  requalificação e do Parque Mayer continue a cons‐ tituir‐se como uma das prioridades para o candida‐ to, outras zonas também precisam de rápida inter‐ venção.  Da  mesma  forma,  referiu,  «temos  que 

prioritizar a requalificação dos bairros sociais, que  estão muito necessitados».  

Uma herança do seu mandato enquanto Presiden‐

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tectos  «estrela»  estrangeiros  para  desenvolver  obras  em  Lisboa,  que  deverão  repetir‐se.  «Continuo a favor deste tipo de convites, até porque não há no mundo nenhuma cidade competi‐

tiva que não tenha no seu património urbano obras assinadas por arquitectos de outras naciona‐ lidades.  E  acredito  que  Lisboa  não  deva  ser  excepção»,  rematou.  Até  porque,  rematou  «numa  perspectiva  ibérica,  cada  vez  mais  Lisboa  tem  que  ser  competitiva  face  às  cidades  de  Madrid  e  Barcelona» 

Durante  o  encontro  com  os  promotores  imobiliários,  Santana  Lopes  defendeu  igualmente  o  carácter de urgência da revisão e criação de «novos e mais eficientes planos e instrumentos de  ordenamento para a cidade de Lisboa». E lembrou a importância do recém‐criado Observatório  do Imobiliário, enquanto plataforma de diálogo entre a autarquia e os privados. Até porque «os  vereadores responsáveis têm de se sentar à mesa com os demais decisores, para que sejam cria‐ das as ferramentas de planeamento mais adequadas para a cidade, mas que também estimulem  a iniciativa privada a participar na construção de Lisboa».   Ao nível das acessibilidades e transportes, uma das principais bandeiras da proposta de Santana  Lopes é «a continuação da desnivelamento do eixo‐central de Lisboa, na continuação do que já  foi feito com o Túnel do Marquês». Evocando exemplos de outras capitais europeias, o candidato  defende «a criação de mais túneis», na avenida Fontes Pereira de Melo e junto ao Campo Gran‐ de,  por  exemplo,  os  quais  vão  permitir  «reorganização  do  trânsito  rodoviário  na  cidade,  o  que 

permitirá  evidentes  melhorias  ao  nível  da  circulação  dos  transportes  públicos,  por  exemplo», 

acredita.  O estacionamento é também uma questão fulcral, e essencial para o desenvolvimento da cidade,  considera. Consciente da complexidade que é a construção abaixo do solo no centro da cidade,  no entender de Santana Lopes, a criação de estacionamento em altura poderá ser uma solução  para combater as actuais lacunas ao nível da oferta disponível.  Consciente do papel de peso que os promotores imobiliários desempenham no desenvolvimento  e modernização da cidade de Lisboa, o candidato social democrata, salientou ainda que «a segu‐ rança jurídica é um bem essencial», prometendo que essa será uma das suas principais preocupa‐ ções em caso de vitória.  Sendo o repovoamento da cidade uma «urgência», o candidato social democrata acredita que «é  benéfico um choque fiscal para a cidade no que respeita ao IMT», sendo esta uma medida muito 

importante  para  alcançar  o  objectivo  de  «trazer  de  volta  a  Lisboa  os  cidadãos  perdidos  o  que, 

logo permitirá aumentar a receita»    O almoço com o candidato social‐democrata aconteceu no passado dia 17 de Setembro, teve  lugar no Hotel Olissipo Lapa Palace.  Campanha online: www.pedrosantanalopes.net    

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Criar um ambiente de segurança para que o

investimento possa acontecer, defende o PS

O investimento privado é, e continuará a ser, o principal motor de

desen-volvimento da cidade de Lisboa. Mas, para que este possa acontecer é

fundamental que sejam criadas e mantidas as condições que ofereçam

segurança, jurídica e fiscal, aos investidores que ali queiram desenvolver

projectos. Foi com esta premissa que António Costa, candidato pelo PS à

autarquia lisboeta (e actual presidente de câmara) iniciou o seu discurso

perante os promotores imobiliários reunidos no Altis Belém, no dia 24 de

Setembro.

Fazendo o quase «inevitável» balanço dos seus dois anos de mandato, e uma antevisão dos pro‐ jectos a que pretende dar continuidade, caso seja reeleito, Costa dirigiu‐se aos presentes, real‐ çando que «a cidade constrói‐se naturalmente, fruto do trabalho conjunto entre a Câmara Muni‐

cipal  e  os  Promotores  Imobiliários», 

sendo  que,  «o  melhor  contributo  que 

podemos  dar,  enquanto  autarcas,  é  criar  um  ambiente  de  confiança  para  que o investimento possa acontecer». 

Neste sentido, defende o candidato, «é 

imperativo  desbloquear  muito  do  investimento  planeado  para  Lisboa,  e  que  actualmente  se  encontra  bloquea‐ do.  Mas,  para  isso,  será  muito  impor‐ tante que sejam criadas novas e claras  regras relativas ao urbanismo». E, afir‐

mou, que um dos seus principais objec‐ tivos  continuará  a  ser  «agilizar  o  qua‐

dro legislativo relativo aos licenciamen‐ tos» na cidade. 

A  nova  forma  de  cálculo  das  taxas  de  compensação urbanística foi uma das medidas criadas pelo actual executivo camarário que maior  polémica tem causado junto dos promotores imobiliários. E, neste encontro, António Costa ten‐

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tou  responder  a  algumas  das  críticas  que  têm  sido  tecidas,  afirmando  que  «a  equiparação  de  operações com 1.800 m² a operações de loteamento pode, à primeira vista, parecer uma bizarria,  mas não o é, até porque não se trata de uma comparação assim tão linear». Além disso, «não  podemos esquecer que dizem respeito sobretudo a zonas no casco histórico, onde as áreas dispo‐ níveis não abundam, e onde são muito necessários equipamentos de apoio à população». E, em  todo o caso «essa equiparação não teve um efeito negativo na TRIU nem no regulamento munici‐ pal de taxas e compensações», afiança.  O já polémico factor «F» (factor de cálculo que condicionará o valor a pagar pelos promotores)  também ainda não está totalmente definido, sendo esta uma questão que só deverá ficar encer‐ rada após as eleições. «Actualmente está em curso, no âmbito do Observatório Imobiliário de Lis‐ boa, um processo de redefinição do factor «F», para que este não tenha as consequências nefas‐ tas que teria se se mantivesse conforme a sua forma inicialmente sugerida».  

Um  dos  objectivos  de  António  Costa  é  travar  o  êxodo  de  habitantes  de  Lisboa,  e  acredita  que  para tal é preciso «ter mais emprego na cidade». E acredita existir aqui uma boa janela de opor‐ tunidades, pois cada vez mais, «é preciso dar resposta às necessidades das empresas que nos últi‐

mos anos se deslocaram para os parques empresariais na periferia de Lisboa, e que actualmente  desejam retornar de volta à cidade».  

E acredita que os habitantes deverão ser atraídos não pelo «baixo custo do imobiliário» no cen‐ tro  da  cidade,  «que  nunca  será  mais  baixo  comparativamente  ao  da  periferia  de  Lisboa»,  mas  pela  criação  de  valor  adicional,  pelo  que  «a  criação  de  equipamentos  escolares,  de  saúde  e  de 

lazer no centro deverá ser uma prioridade». 

Para  o  candidato  socialista,  a  Reabilitação  Urbana  deve  ser  uma  prioridade,  sendo  esta  uma  estratégia  que  «se  tem  de  traduzir  de  diversas  formas,  nomeadamente  com  a  descentralização 

dos licenciamentos nas obras para esse fim», além de que «devemos evoluir e ter uma visão mais  lata do que já é a reabilitação urbana para fins fiscais».  Apesar já existirem 14 zonas delimitadas de reabilitação urbana em Lisboa, «hoje em dia a reabi‐ litação urbana não se pode restringir aos bairros históricos, e tem de ser alargada à quase totali‐ dade da cidade». Zonas como a Almirante Reis e Alvalade são para o candidato, «eixos prioritá‐ rios, onde urge reabilitar grande parte do património». 

Sendo  assim,  «correcto  que  se  estimule  o  investimento  em  reabilitação  numa  cidade  como  Lis‐

boa», o actual dirigente defende que «é para isso necessário dar instrumentos de orientação e  estimular os investimentos que são feitos em políticas prioritárias». Helena Roseta, que também  esteve presente no Almoço, chamou a atenção para a existência de 140.000 fogos devolutos na  cidade, «o que significa que podemos rapidamente aumentar a nossa população, sem a necessi‐ dade de enveredar por grandes planos de expansão urbana.  O almoço com o candidato socialista aconteceu no passado dia 24 de Setembro, e teve lugar no  Hotel Altis Belém    Campanha online: www.antoniocosta2009.net  

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