• Nenhum resultado encontrado

Projeto Memória da Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Projeto Memória da Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)

Sumário

I. Histórico do Projeto 4

II. Justificativa 7

III. Fotos históricas – OSMSP 9

IV. Dimensões do Arquivo da OSMSP/IIEP 11

V. Áreas e Objetivos do Projeto Memória 11

VI. Detalhamento – áreas de atuação 12

VII. Como cooperar com o Projeto Memória da OSMSP 12

Projeto Memória da Oposição Sindical

Metalúrgica de São Paulo

(2)

Publicação destinada à circulação interna, dirigida aos apoiadores do PROJETO MEMÓRIA. Sem finalidade comercial, distribuição gratuita.

Foram dados os devidos créditos das fotos, com autorização dos seus autores para o uso, quando identificado. Por se tratar de um arquivo construído a partir da doação de militantes, simpatizantes e estudiosos da história do movimento operário e da resistência a

Ditadura Militar, é parte dos objetivos do Projeto Memória OSMSP a identificação, não só dos autores das fotos, material audiovisual, charges, canções, como também das

circunstâncias históricas de sua produção.

Publicação do Projeto Memória OSMSP Equipe técnica

Carol Mendonça Munir Ahmed Paula Ribeiro Salles

Vanessa Miyashiro

Responsáveis técnicos

Paula Ribeiro Salles Vanessa Miyashiro

Editoração eletrônica

Ione Nascimento Galletti

Responsabilidade Institucional

Intercâmbio, Informações, Estudos e Pesquisas – IIEP CNPJ:04.407.996/0001-05

Praça da República, 419 – piso 8 CEP: 01045-001 – São Paulo – SP DDD/Telefone-Fax: (11) 3337 6775 / (11) 7110 2474

(3)

Apresentação

O objetivo central do PROJETO MEMÓRIA DA OSMSP é recuperar e construir a história/memória da Oposição Sindical Metalúrgica da cidade de São Paulo, sob o ponto de vista dos trabalhadores(as) metalúrgicos(as) e torná-la disponível às gerações atuais e futuras, enquanto exemplo de sindicalismo classista que teve como principal objetivo a mudança da estrutura sindical no Brasil. É uma história que teve início na década de 1960 e se estendeu até início dos anos 1990. Na década de 1980, a OSMSP passou a se chamar MOSMSP (Movimento de Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo). A OSMSP, ao longo de sua trajetória de luta, produziu documentos de uso interno, como: teses, planos e avaliações, além de jornais, boletins, panfletos, cartazes, cordéis e todo tipo de divulgação da sua política. Sua atuação foi registrada em material audiovisual (vídeos, fotos, slides, fitas cassete, filmes), livros, livretos, cadernos e ainda foram escritos textos diversos e teses acadêmicas sobre sua atuação. Mesmo no fogo dos acontecimentos, existiu a preocupação de preservar esta documentação que hoje estamos conservando, recolhendo e aplicando tratamento técnico para transformar em Acervo organizado da OSMSP.

(4)

I - Histórico do Projeto

O Projeto Memória da OSMSP foi lançado publicamente, em novembro de 2007, juntamente com o CD-ROM de apresentação do Projeto: “A Saga da Oposição Metalúrgica de São Paulo - Estávamos

”1. Nesta ocasião, estiveram presentes 300 convidados, dentre eles,

ex-militantes da OSMSP/MOSMSP, ex-metalúrgicos, jovens militantes e interessados em geral. Dentre o coletivo de propositores do projeto, estava na coordenação o Intercâmbio, Informações, Estudos e Pesquisas (IIEP) e o Instituto Lidas (Lidas).

Com intuito de ampliar a representatividade e alcance do projeto, em fevereiro de 2008 foram criados dois núcleos apoiadores: um núcleo político e um núcleo de representantes públicos. Neste encontro definiu-se que seria criada uma associação sem fins lucrativos para o Projeto e uma contribuição voluntária mensal de seus associados. Dentre as preocupações levantadas pelo grupo estava a dispersão da docu-mentação produzida pela OSMSP/MOSMSP e as dificuldades financeiras para sustentar um projeto de custos elevados.

Acima: Homenageados no lançamento do

Projeto Memória, no painel ao fundo: Manuel Fiel Filho, Luiz Carlos Prestes, Luiz Hirata, Florestan Fernandes, Maurício Tragtemberg, Olavo Hansen, Santo Dias e Frei Romeu Dale. Hotel Excelsior 30 /11/ 2007.

À direita: Plenária do lançamento

Fotos: Munir Ahmed

(5)

Desde 2007, vários companheiros(as) doaram documentação para o acervo com intuito de compor e preservar a memória da OSMSP. Em novembro de 2008, foi assinado um importante acordo de cooperação com o Arquivo Nacional, através do projeto “Centro de Referência de

Lutas Políticas - Memórias Reveladas”2, que representa um marco no

acesso às informações do período da ditadura militar, através da publicização de arquivos públicos e privados das décadas de 1960 a 1980. Neste ano de 2009, foi eleita uma coordenação para o Projeto Memória. Foram realizadas atividades de divulgação do Projeto, em diversas regiões da cidade, com metalúrgicos que participaram das lutas e a gravação

2 www.memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br

Encontro Metalúrgicos – Zona Sul Junho/2009 Fotos: Munir Ahmed em vídeo de diversos teste-munhos. Também foram estabelecidos alguns acor-dos com instituições, como:

Cooperação técnica com CEDEM (Centro de

Me-mória e Documentação da UNESP - Universida-de Estadual Paulista), na orientação técnica para elaboração e execução de projetos arquivísticos; Cooperação de trabalho com o CPV (Centro de Pesquisa e Documentação Vergueiro), no compar-tilhamento dos arquivos da OSMSP/MOSMSP em formato digital, na

(6)

digi-talização dos arquivos, na produção de CDs e apresentações parciais para publicização do arquivo;

Cooperação de trabalho com o CME (Centro de Memória da Educação

- Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo) – FEUSP na digitalização do acervo textual do OSMSP e na cessão de arquivos sobre formação sindical e profissional de trabalhadores;

Realização de atividades com caráter de revisitação e construção da

memória com coletivos da OSMSP (Comissões e Grupos de Fábrica; militantes das regiões industriais dos chamados “Setores da Oposição”; grupos organizadores de greves, campanhas, eleições, etc.)

Organização de uma rede de colaboradores voluntários;

Lançamento em agosto/2009 do Boletim Eletrônico do Projeto.

À esquerda: Grupo de metalúrgicas

da OSMSP, na década de 1970, reunidas em 2007– da esq. para dir.: Angela Ramos (OESTE), Carmen

Szermeta (SUL), Edi dos Santos (LESTE),

Arlete Neves (LESTE), Rita Marques

(SUL), Maria Lúcia Torres (SUDESTE) e

Terezinha Paparazzo (MOOCA).

Foto: Neto/ IIEP

À direita: Angela Silva –

Colaboradora do Projeto Memória – higienizando o acervo iconográfico. Foto: Paula Salles

(7)

II - Justificativa

É um pressuposto que a reprodução material de nossa sociedade tem origem na classe dos trabalhadores e em seu interior se originam as coisas e as histórias das coisas. A interpretação da história e das coisas – sejam estas realistas ou ficcionais – é vedada à classe trabalhadora. Explica-se esse fenômeno pela extrema divisão social do trabalho. Mas não é aceitável que sua participação material no processo produtivo seja sinônimo de uma passividade política e cultural. Neste projeto abre-se uma possibilidade de dar ao trabalhador comum a oportunidade de se apropriar do patrimônio cultural que sua classe construiu, e de construir a partir daí sua própria visão das coisas.

A cidade de São Paulo foi um polo industrial de relevância para o País, centralizando um grande número de empresas metalúrgicas distribuídas pelas diversas regiões da cidade, no período de expansão industrial do século XX. São Paulo, em 1978, tinha uma indústria metalúrgica dispersa, onde mais de 13 mil empresas contavam com uma categoria que abarcava um total de 420 mil metalúrgicos, um contingente três vezes maior do que o concentrado na região do ABC paulista, mesmo após as demissões em massa do começo da década de 1980. Os trabalhadores metalúrgicos da Região Metropolitana de São Paulo eram parte expressiva da força de trabalho, tendo ganhado destaque político por sua organização, tamanho e atuação sindical.

Neste aspecto, destaca-se na cidade de São Paulo, a atuação da Oposição Sindical Metalúrgica que teve como objetivos centrais o combate à estrutura sindical e o fortalecimento da organização dos trabalhadores a partir do local de trabalho, através das CIPAs (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), dos grupos e comissões de fábrica. Atuou significativamente na resistência à ditaduta militar e seu “Milagre Econômico”, através da organização da categoria metalúrgica e também nas inter-fábricas, inclusive com outras categorias, e o intenso trabalho, a nível nacional, na organização das

Oposições Sindicais, em diversos ramos econômicos.3

3 Sobre a história da OSMSP:BATISTONI, Maria Rosângela. Entre a Fábrica e o Sindicato: os dilemas

da Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo (1967-1987). 2001. Tese (Doutorado/Serviço

(8)

Entre os militantes e organizadores da OSMSP, foram vítimas mortais da ditadura: Olavo Hansen, em 1970 e Luis Hirata, em 1971 . Olavo Hansen foi preso no ato festivo do Primeiro de Maio no campo Maria Zélia/Vila Maria, época em que era trabalhador na indústria química do ABC. Era dirigente do POR(t) – Partido Operário Revolucionário, organização trotskysta. Foi assassinado sob tortura nos porões do DOPS-SP, como Luiz Hirata, membro da Ação Popular (AP). Em 1976, a OSMSP se mobiliza na denúncia do assassinato na tortura do operário Manuel Fiel Filho, no Doi-Codi/SP. O líder metalúrgico Santo Dias da Silva, da Pastoral Operária (PO), candidato a vice presidente pela chapa da Oposição em 1978, foi assassinado pela Polícia Militar de São Paulo durante piquete de grevistas diante da fábrica Sylvania, em outubro de 1979.

É importante considerar, dessa forma, que a história dos trabalhadores metalúrgicos da cidade de São Paulo, requer um registro sistemático e arquivístico, associado a uma divulgação adequada e valorização de acordo com o seu real papel na acumulação de riquezas e na transformação social do período. Da mesma forma, é também relevante revisitar a história recente para apontar e reconhecer o significado da participação das classes trabalhadoras no processo de enfrentamento ao Estado de exceção que tínhamos no Brasil, e sua contribuição para a construção da democracia no País.

A OSMSP teve papel relevante no combate à estrutura sindical regida pelo Ministério do Trabalho desde a ditadura Vargas. O filme “Braços cruzados, máquinas paradas” (Gervitz / Toledo, 1979) registra o embate contra os pelegos, a repressão policial e militar e o judiciário, em 1978, para a Chapa da Oposição ter o direito de fiscalizar as eleições sindicais. Houve fraude comprovada, as eleições foram anuladas. Passando por cima de tudo, o ministro Arnaldo Prieto empossa a diretoria responsável pela fraude, caracterizando assim uma segunda intervenção do Ministério do Trabalho no sindicato. A primeira foi logo após o golpe militar, com a cassação da diretoria presidida pelo comunista Afonso Delellis.

Também existem inúmeros registros iconográficos, documentos, textos acadêmicos sobre o papel jogado pela OSMSP na articulação das lutas do campo e da cidade, e sua participação na criação e definição dos princípios constitutivos da Central Única dos Trabalhadores.

(9)

Acima: Greve dos Metalúrgicos de São

Paulo - 1979

Membros da OSM-SP: dir.: 1º Fernando do Ó e 6º Cleodon Silva

Ao lado: Eleições Sindicais dos Metalúrgicos

de São Paulo – 1984. esq. para dir.: Luiz Carlos Prestes, ex-secretário-geral do PCB, e Hélio Bombardi, candidato a presidente do Sindicato pela chapa da Oposição Sindical Metalúrgica. À esquerda: Assembléia dos 30 mil

- 1979 / Faixa das fábricas: "Villares", "Telefunken", "Bandeirantes, Irlemp, até a V

itória", "Liberdade de Organização e

Manifestação dos Trabalhadores", "Comissões de Fábrica – Salário Substitutivo ou Greve"

À direita: Manifestação na Praça

da Sé – 1979 (Cartaz da OSM-SP à esquerda. “ Abaixo à repressão. Sindicato é do peão.” no centro: “Companheiro Santo, a luta continua”)

(10)

Manifestação popular no cortejo de Santo Dias da Silva – 1979. Em primeiro plano: Ana Dias, Aurélio Perez, Vito Gianotti, Lula, Altino Dantas.

(11)

IV - Dimensões Arquivo OSMSP / IIEP

Arquivo OSMSP / IIEP :

• Acervo Textual: 10 metros lineares;

• Bibliográficos: 300 títulos;

• Iconográficos: Fotografias positivos: 3.673 itens;

Negativos: 3.950 itens; Contatos: 3.300 itens;

• Audiovisuais: Fitas cassete: 262 itens;

Fitas VHS/ DVD: 61 itens (110 h); Fitas Mini- DV: 74 itens.

Dimensão Memória Oral: 34 entrevistas individuais;

07 entrevistas coletivas. V - Áreas e Objetivos do Projeto Memória

VI – Detalhamento – áreas de atuação

O Projeto Memória se divide em áreas de atuação – Arquivo, Memória Oral, Promoção Cultural e Comunicação – relacionadas organicamente. Cada uma de suas áreas se organiza através de ações Preservar, recolher, organizar, descrever em banco de dados e digitalizar o acervo.

Gravar e transcrever depoimentos de militantes e apoiadores diretos da OSMSP.

Revisitar e divulgar a história da OSM através de debates, oficinas culturais, promoção de projetos (filmes, cds, livros, videotecas, sites) que tenham como tema o Movimento dos metalúrgicos na cidade de São Paulo e no Brasil.

Compartilhar interna e externamente as ações do Projeto Memória, através de boletim mensal, produção de folders, alimentação de site e blog, dentre outras estratégias

ARQUIVO MEMÓRIA ORAL

PROMOÇÃO CULTURAL COMUNICAÇÃO

(12)

ARQUIVO MEMÓRIAORAL PROMOÇÃO CULTURAL COMUNICAÇÃO IDENTIFICAÇÃO HIGIENIZAÇÃO ORGANIZAÇÃO CLASSIFICAÇÃO DIGITALIZAÇÃO BANCODEDADOS ACONDICIONAMENTO CONSERVAÇÃO PLANODECLASSIFICAÇÃO GUIADOACERVOOSMSP

BANCODE DADOSVIRTUAL VIDEOTECAVIRTUAL GRAVAÇÕES INDIVIDUAIS GRAVAÇÕESCOLETIVAS PRÉ-EDIÇÃO TRANSCRIÇÕES CONSERVAÇÃO CATÁLOGO BANCODE DADOSVIRTUAL VIDEOTECAVIRTUAL CRIAÇÃODEREDES DEBATES PALESTRAS EDIÇÃODEVÍDEOS OFICINAS VÍDEOSCURTOS LIVRETOS DIVULGAÇÃO ALIMENTAÇÃOSITE, BLOG FOLDER/BANNER BOLETIMELETRÔNICO SITEDOPROJETO Processuais Objetos finais

1. Por meio do fornecimento de materiais (documentos, fotos, cartas, recorte de jornais, panfletos) para serem classificados, organizados e digitalizados.

2. Por meio de contatos, nomes e e-mails de militantes que participaram ou apoiaram a OSMSP, bem como de estudiosos do tema.

3. Por meio do mapeamento e localização da produção acadêmica existente sobre o tema.

4. Por meio do levantamento, acesso e recuperação da produção existente em áudio e vídeo sobre o assunto para a disponibilização.

5. Por meio de apoio financeiro.

processuais, cotidianas, direta ou indiretamente ligadas a objetivos finais. Estes últimos são caracterizados pela exteriorização destes processos por meio de produtos culturais.

Referências

Documentos relacionados

Innovation is the management of all the activities involved in the process of idea generation, technology development, manufacturing and marketing of a new (or improved) product

Após 90 dias da semeadura (primeiro subcultivo), protocormos com um par de folíolos foram selecionadas visualmente, mantendo um padrão de altura de cerca de dois milímetros

Observa-se que, em relação às contas armadas, tanto o grupo controle quanto o grupo experimental armou mais contas corretas no pós-teste do que no pré-teste, de

Se a dualidade entre o caso de Lisboa e das restantes regiões portuguesas demonstra alguma coisa é a de que se o investimento público tem pouca influência sobre a eficiência

• o tipo de junta quase não tem influência na distribui- ção por categorias das técnicas de inspecção e diag- nóstico identificadas; o principal caso de excepção, em que

Valdir Pereira Da Silva Ministério Público do Trabalho Valéria Andrade Pedreira Ministério Público do Estado da Bahia Valeria Andrea Ferreira De Lima Ministerio Publico de

Nesta pesquisa, analisamos os vídeos da campanha publicitária “JOGA BONITO” Nike, empresa do ramo esportivo, com o intuito de demonstrar a exploração da privacidade dos

A Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS, por meio do Coordenador de Curso, torna pública a abertura de inscrições do Processo Seletivo visando à seleção de