BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIOS DE
ENSINO E PESQUISA
Priscila M. M. de Leon
Profa, Dra., Médica Veterinária
Universidade Federal de Pelotas Graduação em Biotecnologia
Definição
Histórico
O Laboratório de ensino e pesquisa e seus riscos
Análise dos Riscos
Simbologia
Boas Práticas
Definição de Biossegurança
Biossegurança:
é um conjunto de medidas
voltadas para prevenção ou minimização dos
riscos para o homem, animais e meio ambiente.
• Biossegurança é uma ciência responsável pela proteção à saúde humana e ambiental;
• A segurança nas atividades laboratoriais e a proteção do
pessoal e do meio ambiente são essenciais na prática de
laboratórios de ensino, pesquisa, diagnóstico, produção ou controle;
• A prevenção ou redução do risco de exposição a diversos agentes, presentes no ambiente de laboratório, podem ser alcançadas pelo uso de práticas seguras nas atividades laboratoriais e de medidas que visam preservar a saúde e o
Biossegurança como ciência
Biossegurança é uma ciência responsável pela proteção à saúde humana e ambiental, que estuda e desenvolve ações para tal;
Fatos históricos fizeram com que no século XX esta ciência fosse
empregada com o conceito de proteção aos trabalhadores, animais
e meio ambiente;
Atualmente a Biossegurança é considerada como ciência e é adotada
em diversos países, sendo criada e aplicada através de legislações e diretrizes próprias governamentais;
O Brasil começou a desenvolver normas
de biossegurança em 1995 devido
circunstancia da incidência de casos de danos ocupacionais.
Histórico
Infecções Laboratoriais: nos anos 40 e 50, vários pesquisadores estudaram
infecções humanas com vírus e bactérias adquiridas nos locais de trabalho.
1941 – Meyer e Eddie – 74 casos de brucelose
associados a laboratório - aerossol
Histórico
Década de 40: o governo dos EUA iniciou no chamado “Forte Detrick” como
preparação para a guerra biológica. A preocupação veio com o uso de foguetes pela Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial, os quais poderiam ser utilizados como veículo para a Guerra Biológica.
Neste forte foi construída a primeira instalação de segurança dedicada ao trabalho com agentes biológicos, a chamada “Black Maria” (ambiente para trabalho em regime estritamente fechado, sem qualquer possibilidade de comunicação com o meio externo).
Figura: Fotografia do primeiro laboratório
de segurança biológica, o “Black Maria”, nas instalações do Forte Detrick, nos EUA.
Histórico
Infecções Laboratoriais:
1951 – Sulkin e Pike – brucelose e tuberculose mais
frequentes.
• Dados coletados a partir de questionário enviado a 5000 laboratórios (1342 casos);
• 1/3 dos casos havia sido relatado;
• maioria dos casos relacionado ao uso de pipetas, seringas e agulhas
Histórico
1967: Hanson e colaboradores relataram 428 casos de infecções de arbovírus associados a laboratório;
1974: Skinholj publicou os resultados analisando funcionários dos laboratórios clínicos dinamarqueses – apresentavam incidência de hepatite sete vezes maior que a população em geral;
Conferência de Asilomar, na Califórnia
Classificação de risco de agentes etiológicos
1976: atualização - 3.921 casos.
1980: Precauções na manipulação de fluídos corpóreos (HIV)
Brasil – O surgimento da Biossegurança
1984 – primeiro Workshop de Biossegurança (Biossegurança em laboratórios ) - Fiocruz
1986 – primeiro levantamento de riscos em laboratório
• Década de 90: a Biossegurança começa a ser direcionada para a tecnologia do DNA recombinante. Primeiro projeto de fortalecimento das ações em Biossegurança – Ministério da Saúde – Núcleo de Biossegurança
1995: Lei brasileira de Biossegurança Lei 8974/95
estabelece regras para o trabalho com DNA recombinante, incluindo pesquisa, produção e comercialização de OGMs
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio)
Biossegurança no Brasil
1999 – fundação da Associação Nacional de Biossegurança – ANBio ( www.anbio.org.br)
ANBio é uma sociedade científica sem fins lucrativos e de utilidade pública voltada
1999: Primeiro Congresso Brasileiro de Biossegurança
2000: início da introdução da Biossegurança como disciplina científica no currículo universitário
2001: CNPq lança programa de indução das ações em Biossegurança
2005: Regulamentação da Lei brasileira de Biossegurança Lei 8974/95
Biossegurança no Brasil
Regulamenta a Lei nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995, dispõe sobre a vinculação, competência e composição da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio, e outras providências.
O LABORATÓRIO DE ENSINO E PESQUISA
E SEUS RISCOS
BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIOS DE ENSINO E
PESQUISA
Conjunto de ações voltadas para prevenção, minimização ou
eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa,
produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, as quais possam comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos;
Boas Práticas de Laboratório: trabalho laboratorial executado de forma adequada e bem planejada prevenindo a exposição indevida a agentes de risco à saúde e evitando acidentes;
A identificação correta, o armazenamento adequado e o
controle de descartes são formas importantes de prevenir
• Problema: Comportamento dos profissionais e
falta de vacinação
BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIOS DE ENSINO E
PESQUISA
• Exemplo 1:
Um catador de papel revira o lixo, dentre este o descarte de um laboratório. Em um descuido é ferido com uma seringa utilizada e abandonada no meio do lixo.
BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIOS DE ENSINO E
PESQUISA
• Exemplo 2:
Fim de expediente para um profissional de laboratório que lida com o bacilo da tuberculose. Ele encera as atividades sem perceber que sua
máscara de proteção estava mal colocada. Três semanas depois, seu
Perigo: Risco
Risco:
“Perigo ou possibilidade de perigo”.
Perigo:
“Estado ou situação que inspira cuidado”.
ANÁLISE DOS RISCOS
“Um laboratório de pesquisa apresenta diversos riscos derivados da manipulação de produtos químicos, microrganismos e parasitas.”
• Primário:
quando a própria fonte por si só já é um
risco
Ex.: material perfuro-cortante
• Secundário:
quando existe a fonte de riscos
associada a uma condição insegura
RISCOS DE ACIDENTES
Ex.: frasco de éter colocado próximo a fonte de calor
TIPOS DE RISCO:
Físicos
Químicos
Ergonômicos
Biológicos
Acidentes
RISCOS FÍSICOS:
Banho- maria, bico de Bunsen Microndas, termociclador, estufa Ultrafreezer, câmara fria
Raio X, Não ionizante (UV) Agitadores magnéticos Autoclave
Sonicador
“São riscos provocados por algum tipo de energia, como:
calor, frio, ruídos, vibrações, radiação e pressões.”
RISCOS QUÍMICOS:
Substâncias tóxicas (inalação, absorção, ingestão) Substâncias explosivas e inflamáveis
Substâncias irritantes e nocivas Substâncias oxidantes
Substâncias corrosivas Substâncias cancerígenas Líquidos voláteis
Degermantes
“São riscos provocados por substâncias
químicas: gases, líquidos ou sólidos.”
RISCOS ERGONÔMICOS:
• Postura inadequada no trabalho (altura bancada e cadeiras) • Iluminação e ventilação inadequadas
• Jornada de trabalho prolongada, monotonia • Esforços físicos intensos repetitivos
• Assédio moral (efeito psicológico)
“São riscos provocados por elementos físicos e
organizacionais que interferem no conforto e saúde.”
Lesões: calor localizado, choques, dores,
dormência, formigamentos, fisgadas, inchaços, pele avermelhada, e perda de força muscular.
RISCOS BIOLÓGICOS
• Plantas • Animais • Bactérias • OGMs • Fungos • Protozoários • Insetos“São riscos provocados por amostras provenientes de
seres vivos.”
• Amostras biológicas de animais e seres humanos como sangue, urina, escarro, fezes, secreções...)
RISCOS DE ACIDENTES
Equipamentos de vidro Perfuro-cortantes
Coleta / manipulação de amostras
Equipamentos com gases comprimidos Cilindros com gases
Choque elétrico
Equipamentos de trituração Equipamentos de ultrassom
TIPOS DE RISCO:
Físicos
Químicos
Ergonômicos
Biológicos
Acidentes
ANÁLISE DOS RISCOS
MAPA DE RISCO
Representação gráfica de um conjunto de fatores presentes nos locais de trabalho, capazes de acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores.
Planta baixa do laboratório de biologia
molecular do CENBIOT/UFPEL
Representação de Mapa de Risco do laboratório de Biologia Molecular do CENBIOT/UFPEL.
BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIOS
Organização estrutural
Organização de atividades
Simbologia
Identificação de riscos – Mapa de Riscos
Práticas seguras – Boas Práticas de Laboratório Medidas de controle e proteção – EPI e EPC
Avaliação de riscos ambientais
Procedimentos de emergência
RADIAÇÃO
RISCO
BIOLÓGICO
QUÍMICA
ARMA
IRRITANTE
PERIGO AO MEIO
AMBIENTE
CORROSIVO
RISCO
RADIAÇÃO IONIZANTE RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE RADIAÇÃO A LASER
GÁS COMPRIMIDO SUPERFÍCIE AQUECIDA BAIXA TEMPERATURA CAMPO MAGNÉTICO
Objetivo da simbologia: "garantir que sua mensagem de perigo e fique longe seja clara e entendida por todos".
Via de Exposição Procedimento de risco
- Ingestão
• Pipetagem com a boca
• Consumir alimentos no laboratório • Colocar dedos ou objetos na boca
- Inoculação • Acidentes com agulhas
• Acidentes materiais cortantes
- Pele / mucosa
• Fluidos bocas, olhos, nariz, pele • Equipamentos com superfícies
contaminadas
• Objetos contaminados
- Inalação • Aerossóis
Via de Exposição Procedimento de risco
Boas práticas em laboratórios de saúde
BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO
Conjunto de normas e procedimentos de segurança
que visam minimizar os acidentes em laboratório.
Lavar as mãos antes e após a jornada
Não comer ou preparar alimentos
Não fazer higiene bucal no laboratorio
Não usar maquiagem e perfume
Não usar unhas compridas e não roer unhas
Trabalhe com seriedade
Descarte para material biológico
BOAS PRÁTICAS
Ambiente amplo para circulação;
Paredes, teto e chão de materiais de fácil limpeza; Iluminação, águagua e voltagem dos aparelhos; Bancadas fixas, impermeáveis e resistentes; Mobília de fácil limpeza;
Pias com infraestrutura de bancada;
Portas fechadas e/ou do tipo “vai e vem”;
Objetos pessoais, alimentação e estocagem em áreas próprias; Autoclave em local próprio;
Piso antiderrapante, impermeável, resistente a produtos químicos e de
fácil limpeza;
Refeitório ou copa: situar-se fora da área técnica de trabalho;
Ventilação: manutenção dos filtros dos condicionadores de ar e capelas.
LABORATÓRIO DE ENSINO
Não cheirar nem provar qualquer produto químico
Não trabalhar no
mesmo horário que
o pessoal da limpeza
BOAS PRÁTICAS: LIMPEZA
A limpeza e desinfecção de bancadas, equipamentos e utensílios deve ser realizada
Descartar apropriadamente o material utilizado.
Ao transportar materiais líquidos acondicioná-los em recipiente fechado.
Nunca manipular produtos químicos usando lentes de contato, sem EPI adequado.
BOAS PRÁTICAS: QUIMICOS
BOAS PRÁTICAS
Ideal: que haja sempre ao menos duas pessoas no
laboratório quando da execução de experimentos. Planejar protocolos antes de
Não atender o telefone ou abrir portas usando luvas descartáveis.
Boas práticas em laboratórios de saúde
Não lavar ou desinfetar luvas para reutilização.
Não utilizar “T” nas tomadas elétricas Quando for trabalhar, manter a bancada
livre de cadernos, livros ou qualquer material que não faça parte da tarefa
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Uso de luvas e jaléco Olha rótulo dos reagentes Utiliza símbolos da biossegurança Lavar as mãos antes e após atividades Costuma tirar jóias 0 0 6 1 7 3 8 7 4 5 10 5 0 8 1
0 2 4 6 8 10 12 Freqüência da faxina no laboratório Sacos específicos para autoclavagem Descarta luvas de brometo em local adequado Utiliza EPIs e EPCs no manuseio de acrilamida 3 2 11 3 3 4 2 10 7 7