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o objetivo deste ensaio e, por um lado, chamar

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Academic year: 2021

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(1)

GRAUS DE COEsKo DOS TERMOS ORACIONAIS Valter Kehdl

Faculdade de Filosofia, Le-tras e Ciencias Humanas - US~

Atualmente, certas linhas da lingdlstica text~ al tem dado particular aten~ao ao problema da coesao dos elementos do texto. 0 proprio tItulo da Obra de Halliday e Hasan - Cohesion in EngZish - e revelador quanta a e~ sa preoeupa~ao.

Contudo, no domInio do periodo, 0 aspecto da coesao dos termos oracionais tern passado praticamente despercebido a lingdistas e gramaticos.

o

objetivo deste ensaio e, por um lado, chamar a aten~ao para 0 fato, e por outro, mostrar alguns resul tados a que nos pode conduzir urna pesquisa voltada para esse aspecto. Levaremos em conta algumas constru90es que nos parecem particularmente elucidativas e que serao exa minadas no quadro de urna analise em Constituintes Imedia tos, com enfase nas tecnicas formais da comuta~ao e da permuta~ao de elementos.

Relativamente ao adjunto adnominal,p.ex., qua~ do representado por adjetivo, a tendencia de nossas gr~ maticas e manuais de analise

e

considera-los em pe de igualdade, nos casos em que urn determinado nucleo apar~ ce modificado por dois ou mais adjetivos.

(2)

modi~cadores, comO se pode depreender desta passagem:

lie'

es.:1!par 08 prod;di ( 0 Autor refere-se a tecnicaa es pec!ficas de estematiza~aoJ que, dans le membre de phrase ~'auto ~oug. que VOU8 avea vus hie~, il est poss! ble de faire apparaftre sur le stemma que le subordonne

ora9ao introduzida por pronome relativo, 0 exemplo do treeho eitado nao esta em desacordo com 0 que

assinala-Partindo de algumas constru~oes, escolhidas a titulo de ilustra9ao, podemos verificar que,quando dois adjetivos apareeem modifieando urn mesmo substantivo, 0 mais coeso nao pode permutar, diferentemente do que

oeoE

(3)

1) pasta castanha pesudu peBada pasta castanha

*pasta pesada castanha / *castanha pasta pesada 2) situa~ao polttica atual

atual situa9io politica

*situa9ao atuat politica /*politica·situa9ao atual(l) Nas constru90es acima, 0 criterio da permut~ 9ao nao permite apenas confirmar formalmente uma intui-9ao semantica. 0 adjetivo movel pode vir modificado por adverbio, 0 que nao ocorre com 0 outro:

situa~ao polttica muito atual *situayao muito polttica atual(2) Diferentes graus de coesao apresentam tambem os adjuntos adverbiais com rela~ao ao verbo.

Antes de passarmos as considera~oes relativas a esse aspecto, impoe-se uma discussao previa sobre 0 conceito de~se termo oracional.

o

adjunto adverbial e normalmente definido a-traves de urn criterio formal (introduzido, gera1mente, por preposi~ao) e de urn criterio semantico (expressa as diferentes circunstancias de tempo, lugar, modo, etc.).

Utilizando a tecnica da permuta~ao e da comu-ta~ao com ~, procuraremos mostrar a insuficiencia desse conceito. Vamos, para isso, retomar dois exemplos llue Adriano da Gama Kury apresenta em suas Li~oes de analise 8int~ticaJ as p. 48-49:

(4)

*D~ gramatica falavam. (3) (1*)Falavam

p.

~) Nio

sal

por pr~caugao.

Por prBoaugaQ

nao

saI.

Nio

.al ~.

No exempl0 1), temos urn adjunto adverbial fi-xo • obrigatorio, diferentemente do que ocorre com 0 e-xemplo 2), d. adjunto mOvel e facultativo.

Ora, considerando que, para a

NGB,

0 adjunto (adnominal ou adverbial)

e

sempre facultativo, sO pode-rIamos falar de adjunto adverbial no exemplo 2). Em 1), tamas, na verdade, complemento adverbial.

Verificamos, assim, que 0que a NGB designa como adjunto adverbial

e

urnconjunto heterogeneo, a exi gir redefini~ao e especifica~oes (4).

podemas, agora, retomar 0 aspecto da coesao.

as

complementos adverbiais, pelo seu carater de elemento

com as adjuntos adverbiais, quando os dois elementos fi guram na mesma frase.

Fixemo-nos no exemplo: ~u todos os fins de semana (facult.) *Vou todos os fins de semana

Vou a praia.

a praia(obrig.)

~

Curiosamente, 0 elemento obrlgatorl0 pode vir apos 0 facultativo, 0 que nao succde com os adjetivos em fun9ao de adjunto adnominal. Notemos, entretanto, que es

(5)

se elemento obrigatorio nao pode antepor-se ao verbo, di ferentemente do que acontece com 0 facultativol

(7*)

A p~aia

YOU

todoB os fins d, Bemana

Todoe

08

fins de ••mana

YOU

a

p~aia

Sob esse aspeeto, pode-se perceber urn

parale-lismo com as constru90es de adjetivo (em fun9ao de adjuE to adnominal) mais coeso.

Nao

e

apenas no terreno dos adjuntos que pod! mos notar graus diferentes de coesao. 0 fate e tambem perceptIvel no campo dos complementos.

Com os verbos transitivos diretos e indiretos, o objeto direto esta mais ligado ao verba do que 0 obje-to indireobje-to~ na verdade, este ultimo se 1iga ao conjunto verbo - objeto direto.

o

fato de haver lexias constituIdas de verbo+ objeto direto, tais como: seguir viagem, lan~ar mao, a-brir mao, onde nao

e

possivel introduzir urn elemento de permeio (cl. *lan~ar muita mao), evidencia a coesao mai or dos dois elementos.

Ha, inclusive, casos ernque 0 sentido do ver-bo so se esclarece corn a presen~a do objeto direto~ como exemplos, temos algumas constru~oes corn os verbos ter, fa3er e dar, polissemicos.

No caso de frases corn verbos transitivos dire tos e indiretos, normalmente podemos omitir 0 objeto in-direto~ a omissao do objeto direto resulta ern frase ina-ceitavel ou carulcstra. Verifique-se:

(6)

Dei 0 livro ,

(?*}Dei ,

a Jos~.

Saliente-se, contudo, que 0objeto indireto~ de anteceder 0objeto direto: Dei

a Josi

0

livro.

Nao podemos deixar de observar que a anteposi~ao do objeto~ reto, nesse exemplo, constitui uma constru~ao mais es-pontanea.

Ja

nas constru~oes em que figuram predicati-vos do objeto, verifica-se a coesao entre 0 objeto dire-to e 0 predicativo.

Na frase: Considero 0 garoto competente, a c2 muta~ao com ~ nos demonstra que 0 objeto direto e 0 pre-dicativo estao em relavao de solidariedade.

De fatol *Considero 0 garoto

e

frase inaceita vel, visto que, aqui, 0 verba considerar passa a signif~ car "estimar", sentido que nao apresenta no exernplo aci-rnaproposto, onde 0 verba esta empregado na acep~ao de

"julgar" .

Igualmente inaceitavel

e

a constru~ao *Consi-dero competente, porque incompleta (5).

Assinalemos, tambem, que 0 predicativo pode ante ceder 0 objeto direto: Considero competente 0 garoto,

embora, como observamos acima, a constru~ao Considero 0

garoto compctente nos pare~a mais normal.

o

levantamcnto desses casos objetiva chamar a aten~ao para urn fato mais geral do que norrnalmcnte

(7)

pode-mos imaginar, permitindo-nos

conceituar

de forma mais r~

~o~o~ac~rtos termoli or"p~()n!!,.,.e ROmpre~nlil!~

.. «.

:qd!•. er\l\1~-

"., ,"

(8)

~Q!!'§'

(1) As eonstru~c3e•• aainalactaa como inaoeitiveia 0

Sa<>

num padrao normal de linguagem, com fins comunicati-we. Nao levamo.s em conts, aqui, as permuta~oes ina-ceitaveis pela norma, que podem, contudo, aparecer em contextos poeticos.

(2) Para um aprofundamento das considera~oes formais e semanticas dessas constru~oes, consulte-se Gramatica construtural da lingua portuguesa - -;o1.I, p.3l3-3lS

(verificar Bibliografia) •

(3) Apontamos a inaceitabilidade com base no contexto re duzido do exemplo apresentado pelo-Autor. Num conte~ to maior, a inaceitabilidade deixa de existir: De gramatica falavam; nao falavam de pol.{tica.

(4) Acrescente-se, tambe~, que 0 primeiro exemplo nos re mete a urnareconceitua~ao de objeto indireto ..Em que

Fal.avam de gramatica se distingue de Gostavam de gr~

matica ? A diferen~a semantica e insuficiente; em

Fal.avam de gramatica,a preposi~ao faz parte de urn p~ radigrna mais extenso, podendo comutar com sobre, a-cerca de, a respeito de, 0 que nao se veri fica com

Gostavam de gramatica, e•.l qLle .:preposi~ao de e a unica possive1.

(5) Assinale-se, todavia, que

ha

casos em que nao

ha

re la~ao de solidariedade entre objeto direto e predic~ tivo.

E

0 que se nota em: Encontrei 0 menino caido.

(9)

BACK, Eurico • ~mTTOS, Geraldo - Gramatica oonstrutural da Zinoua portuguesa (vol.I). Sao Paulo,

F.r.O~,1972.

HALLIDAY, M.A.K. & HASAN, Ruqaiya - Cohesion in English. London, Longman, 1976.

KURY, Adriano da Gama - Li~oes de analise sintatica. 7. ed. Sao Paulo, Lisa, 1973.

TESNItRE, Lucien - Elements de syntaxe structurale. 2. ed. Paris, K1incksieck, 1969.

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