Sennius
Bridwell (Coleoptera, Bruchidae): novas espécies
predadoras de sementes de
Chamaecrista
Moench (Caesalpinaceae)
da Serra do Cipó, Santana do Riacho, Minas Gerais, Brasil
1José Aldir Pinto da Silva
2• 4,Cibele Stramare Ribeiro-Costa z,
4&
Clarence Dan Johnson
31 Contribuição número 1416 do Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná.
2 Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná. Caixa Postal 7 9020, 8 7 53 7-980 Curitiba, Paraná, Brasil. 3 Department of Biologica/ Sciences, Northem Arizona University. 86017-5640 Flagstaff, Arizona, U.S.A.
' Bolsista do CNPq. E-mail: a/dir@ufpr.br; stra@ufpr.br
ABSTRACT.Sennlus Bridwell (Coleoptera, Bruchidae]: new species predators of seeds of
ChamaecrlstaMoench
(Caesalpinaceae] from Serra do Cipó, Santana do Riacho, Minas Gerais, Brazll. The four new species
Senniusbruneus sp. nov., S. kíngsolveri sp. nov., S. macu/atus sp. nov.
and
S. niger sp. nov., predators of seeds of Chamaecrista
Moench (Caesalpinaceae] from Serra do Cipó, Santana doRiacho, Minas Gerais, Brazil are described, and their
host species listed. A key to the four species is also included.
KEY WORDS.
Chamaecrista,
new species, Senníus, taxonomy.Sennius Bridwell, 1946 compreende 37 e·spécies distribuídas nas regiões Neártica e Neotropical (UoAYAGIRI & WADHI 1989).
KINGSOLVER (1990a) citou duas espécies a menos, 35, e fez uma previsão de serem descritas mais 75, o que totalizaria, 110 espé~ cies para o gênero.
Com relação às espécies brasileiras, UoAYAGIRI & WADHI (1989) citaram seis espécies, Sennius bondari (Pie, 1929), S. Ia~ minifer (Sharp, 1885), S. latealbonotatus (Pie, 1929), S. lateapicalis (Pie, 1927), S. Iebasi (Fâhraeus, 1839) e S. subdiversicolor (Pie, 1931). Entretanto, esses autores não incluíram S. cupreatus e S. spodiogaster, ambas descritas por KINGSOLVER (1987). MAcÊDO et ai. (1992) ao registrarem novas plantas hospedeiras para bruquídeos, acrescentaram mais duas espécies brasileiras de Sennius, S. albosuturalis (Pie, 1928) para Goiás e S. breveapicalis (Pie, 1922) para o Rio de Janeiro, além de S. bondari e S. Iateapicalis, ambas citadas anteriormente por UoAYAGIRI & W ADHI (1989). RIBEIRO~COSTA & REYNAULD (1998), a partir de coletas em Curitiba, Paraná, descreveram S. crudelis e S. nappi, bem como registraram pela primeira vez no Estado, S. bondari e S. puncticollis (Fâhraeus, 1839). RIBEIRo~CosTA & CosTA (2002) descreveram mais uma espécie, S. leptophyllicola, de Curitiba, Paraná. Assim sendo, são 14 espécies de Sennius distribuídas no Brasil.
No presente trabalho são descritas quatro novas espécies de Sennius relacionadas à Chamaecrista Moench (Caesalpina~ ceae), elevando o número de espécies brasileiras para 18. As espécies de Chamaecrista citadas neste trabalho estão envolvidas em estudos ecológicos na Serra do Cipó, Minas Gerais, Brasil.
Dois trabalhos já foram publicados abrangendo espécies simpátricas de Chamaecrista dessa região (MADEIRA & FERNANDES 1999, GoMES et ai. ZOO 1).
A metodologia adotada para as descrições é basicamente aquela citada em KINGSOLVER (1970), ROMERO & ]OHNSON (1999) e SILVA & RIBEIRo-CosTA (2001). No caso da genitália do macho, o termo escleritos operculares se refere aos "hinge sclerites" indi-cados em KINGSOLVER (1970) e ]OHNSON & KINGSOLVER (1973).
A série tipo está depositada nas seguintes instituições: Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná, Coleção de Entomologia Pe. J. S. Moure, Curitiba, Brasil (DZUP); Florida State Collection of Arthropods, Gainesville, Florida, Estados Unidos (FSCA); Fundación Miguel Lillo, San Miguel de Tucumán, Argentina (IMLA); Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo (MZSP); e Texas A. & M. University, College Station, Texas, Estados Unidos (TAMU).
Sennius bruneus sp. nov.
Figs I, 6·12
Dimensões. Corpo: comprimento 2,4~2,94 mm (X= 2,62, n = 10); largura, 1,38~1,68 mm (X= 1,51, n = 10); pronoto: comprimento 0,61-0,74 mm (X= 0,67, n = 10); largura 1,05-1,38 (X= 1,12, n = 10)i élitro: comprimento 1,56-1,91 mm (X= 1,67, n ~ 10); largura, 0,69·084 (x ~ 0,83, n ~ 10).
Tegumento. Cabeça, tórax e abdômen, negros (Fig. 1). Antenas castanho escuras ou com os quatro primeiros artículos levemente mais claros. Palpos maxilares e labiais castanho
270
"~u1~ O.na) c rm.'tadt: lmill üu:. hmwrri pc:>steriorr:s.. nrgrn\; ftmurif"'\. ribias, tnsos ~nterior~~ e m("()I()S.. C.:tst.:u-.ho douu.) .. \.")CU los; mt"t3de a piai dn fêmur t" tíhL"\ fY"UHi~ ~~anhr;x. f'liO\Id.:lde. Cal~ t.UUI lufo -.k· 1-.lim ciOU posterior•
11Wfl1(' ,")0 lnhn JlÓ'õ·()('uL'"tr. flrnnt)IO t éliHOS (fi&. I) eru l>Uõ:i
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IJ..odl formilndo ICl'c aOC·nsamcnto \.'TO tinha nk"<li:ma. Rt>-gi:.o "'\'f'IH~I do corpo com pdustdo~lk.- ~.u.triL\.'IIl.Kiil. algtmlil'> \'\.'l.~
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rnmprimento do corpo 1,7 \C'~"~ sw m•nx lilrgur.~.
ü~.t til~. 6• :dongada, 1,-4 Vf'7M m.1i( lnns.1 qtle' tarsa.
homugcm~.-nU."'It(.• J.~t.mtuadil \'Xt'\.'lu tatuo com raros pomos.: fmn1<' fon('fllt>nte-convex.- co111 ,,ucna f1unt.d Um:>pM.:ud c
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~uloo trans\·er.so ab~olrto; nlhn-.; rnnaiNadamenteJlmt'mln(>nf('(, índice ocul.:u 3.0; s.mus C)(ul:u o:.·I"Col de O,b v tJi.lnti.'tiO do olho em vl\13 latem I; loho (x\~-()("ular ("Strf'l'irn. 01l~"'VO. nono c tl~>t:imo artinal4h .ankn~h c .. ·rca t.l\.· 0.7 \'\:'Zl':i
Uo longn quanto largo (fig. 1); d(-elmo primtiro .Jttkulo cotll.
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i1piC::3II~n Jtri< dm.olhns.. C.n.u ,'\ntNiM lt'-+tllle'nte ~.1d.l nu ..l.pM:t' 111\.iu pru~h.'ITMJ \'1D forma dt IJmlna \'l".nkal. l:litm 2.0 '-"t"7fl tlo longo qu01oto l011gu; b;a.)4.• U<h .. ~as )Cnt <k'llll· cu lo\.. fé-mur posterior (Fig"§ Se 9) mm mmprin)("'nto «·rode 2.6 ,,.,.., \Uõl rrtarOf la~ufil: rtlõ.lr):.\"10 me~\'(_"fllr.tl com doh
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l,uga. çcrca de 0,6 \'ezes a lilfl:Ur:t do ~pice da tíbia. Tíbia f'W\"f'l'rtor rom <"M<>na Urero·vl!ntr.'ll ;.tingu1do me-nos qut.· ~rm:tath: do :teu t'Urnprimento; caren3latrnl <" dnrso-nu•c:all<".lng:t
termif\ando pró:\into a um dcntit.ulo ~vromrl: muuu, cm vb.ta
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Jru«
3rrfdo.nd.ldo; pi,gKlio ü.l• ._.,, ... orn apin mais acuminado.
Gtonír.il.., 00 m~ho: lobo 11h .. "<11o 4tr,;. 10) \VDl rompn· numto ~rca de-4,7 ''t"?.tS sua m •. 1N"'d' L11gur:. n:t regi~ apic;.l; \'<.~Ivo.~ dt.!f"),,d )UlJarr\.-dondillla. v~lvo.~ ventral utan~lar; regi!io suh.1pk".:.l fnrremrote projet<Kl~ em 'tSI.a ltJh,.'t.tl (F1g. 11 ). ~u
mtcrno com csclerhos opcrculares d('l):ados e Jevemente C'lH"11rY.ldm; o;em outros esclerito) ou \IC1HicuiV!t bem dcfu1i<.lo).
Lobo:. l!lt{'f3i\dotê~rnen divergenu·~ e1:1g. 12), motl("r~damenle t.".Xlhti)-.JI\10) Clll dlrt.,:-.:io iiU iÍpi\'C C CUIII :.t.•UH.l'Uflas; ema.rg:in<JÇao <'f11rt• n< lnhM. C'M'n d~ 1/3 cio comptirncuto do L.::,;mc:.·u.
Ui)\:\J:i~u taxonôrnia. Sn111;m bnuk'IX <p. nnv. ron1J'-1f· ulh.1 com St-tulius ü lgSOfmi Sp. llUV. ftrp l c JJ lVR'$GDtiltlhiJ) das llC'rn."l< .:mtí1itUf'S e ~ti.--.s., O fi•tnur post~ioc bicotot e Pft..._ )t."'U~"
na n~l
interna dedobde.nticuln\2nu•ntuMaod~nt<' rn.')IS proentitx•nte. Dtfeu:tk.••·)\.' do1:) tJcn~c•r. t.'$J)l"dn ~ui <fC)·<'rl13< IW'lo d<·ntf" Mn~pinum("niC pr()("mint."'Ue na m<ugem utkfu.a do knrur J:l'U)1:cr.ior (FiJtS 8 e 9) • pt'l:l2u~cta d€' drntí· ('nlos t csch.•ritos no saro uHct rau """ ,;cnltiih;a Uo milcho
(FiR-101.
M.ltc-ri.ll tX;tmin;tdO. Holólipo 111.1t.hv. Btt.A::.rL. Mnuu <;cruh: !)ena do <..:ipó, Santana do Rl:t'l"hn, 1.100 rn de Jhitude. 18.VIIL1996,.j.A. ~fadC11<1 fc-g .• l)l. ho:tf'. t.humumisw cipoa1ra,
Revlll• OrasRelr.t
de
Zoologi
•
20
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2.69-'07,
junho
2003
). A.
P.
d• Silv• fio/.
(1>7.Ur}. ~rátipcx.:
nu
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,
Mi~ttl( C.nt~l(; \.tfr.l do Cipó, S.:.11S.Jtw do III.Kho. 1.100 111 de altitude. 17. Vlll.l996,j.A. Madeira 1<:( .• pi ho<p C. y,nqpJ"""· 4<M.
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t'X,, (2. f)ZUI)); Pdrothi. l'onla Cro».l, V1l.1 Velho.!, t.00Uu1 tk-alutude, 19.1.1969,
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Sennius
kingsclrtri
sp.
nov.
Ags z.
3,
13·19
O•m<..,..,.le-\ Corpo <:ompm1'K'tii02,2·1-2.81 !IIm (X=2.StS.
n IOJ; I3TjtUr3., 1,35--1,72 mm (R,. l,lt(•, n = 10); prnontrr
uunamul4r.·uto 0.55~.69 mm (Ji = 0,6-4, n - IOt; laf)i.ur;a 0,97·
1,21 ~. 1, U, n = 10); élitro: rompwncuto 1 ,.J 1-1,80 uma (X= l,GS. •• = 10); l.ugur-.~ O.~O.ts-6 (J • 0.7~. n- IOl.
·r~gumrntú. C:ah..'(a, tór.t\' (" :.hdõmeo oesros. Ehlto
com-pktdtul'"llll' 11\.']UO (l'ig. 3) ou aprenntando um:ama.n<'ha avtr·
mtlh.'<L1 ;dong.lda, muiS.a:> \>t.'Lt.'~ h,:;c•r .. mcnti.' alrt.'it;acJ~ nu nu•k'l (Fig. 2), nu aintL"1 ftmn.1n<k'l thl:t"> n1;~nch..1s~rredondad;~s. •wl..xlt~\ t.'111n· )i. Antcna:i com e» quauo primeiros anicuiM
("3\.tMtho dOifOS ol <"SCU!OS,. fCSióiJllt"de» .trlllUJv) 11.\..~; palptn. Ukl.\ILUO\"I.Ibwl)~ lliL"g!U).
Cox..n..
tr\JIC'anlt'JO, 'h bolsai do fêmutmt.•\hO. ne~tos c ~ou -h botwn do f.:O.uur l~lerior. nl-,::ru. m1 :.lgun\ €'X<>mpL1r<"' intMr.anwnrt n<"Sro. ftst;~nte du p;art ... ~ u)(o.~n)KJ daru a escuro. I c.mur ITk'tJio lntf'lranlí'nte C'3~t:utho, r~1ttlf'I\Crlle t"lC'gfO
nos
~ b.ii)o,JJ~. Urn c~l'mpli.ll iutdrilrnentc c;~ .. tomho. cxctto os quatro prinwlro) artículos antenai.s, rmus rl:umflJI(JSidllde. Cabeça com tuJo fi<' 1lt'ln~ C'11113J'W'x-l()rimnt("T1tf.' "*~' luhv J_KÍ.!rl.M.·uJon. 1-'ronol<> c d&tru). t.'Hl ~u11 nl.3ior part~ com pilo\kt.:vlt-~m.'lrclo pt)lhJ (Fig. 2) a OU4nh.ollf•g. 3). P•lu:,.KLM..Ic
ilc..itV..trmub di~ espar\3 no~ t('f'("M latN<l.i< da rt"gil.n b.1~l
00 prunuau .. \vbn:ndo
v
\~'Uldo ,. l1tl linha tt·nue D.il prirntii.J lnr~r-."ri."l, prÓYimo ao escuteto. ç\J,um.-s 'e.zcs
t>tkntd.a.OCultu:rntatb tormando du.u m.ancha< n.1 m.1.rgr-m (WXI('rinr M
ptc>t104.U, <..xl• uma nu trt\O Llll·u l. l'i,.;1dio rorn pUo)lc.:bck ulnN'flt<Wb chu-rihuida hom"-~l'n(1"11t' ou li~r.;unent<" Uku..) adt.'ll)..lli:J na l'llt,iâo ba~l tonnomdo uma linha :u~ ("('('('3 cb
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fronte forte:merue C'Ofl\"t..U com car("na frnnta:l frt:tlütnt(lmenu,•
u>tt)piU•\J \"IUII!;.i; )(ÜU,) lr.IID\'ÇO() CJilM>k"to: olhos modef3lb..
mt"'tt rroemin-entes. lndKf' ocvl.u 2.92'; si nus. oc::ulo.~1 O,ó u di.,I'K"t.m do olho em vts.aa btenl; lnhn fl"-~·(l(llbr Ntetto
C>Jt;wu. III.HIU c tk..··cunu õUtJcuh.)') .uUl'l~b C\.'Ka de 0.7 \'CZO tio
longo ')U;Jntn Lugo (Fig. I·H; decuno pumeuo artk:ulu rum d)l"k"C''O ,~ttoboso e ápice porubgucln. Pronntn modPr.utament-.~
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Sennius
Bridwell: novas espécies predadoras de sementes deChama
ecrista
...
2715
Figs 1-5. (1) Sennius bruneus sp. nov., vista dorsal; (2-3) Sennius kingsolveri sp. nov., (2) vista dorsal da forma com manchas nos élitros;
(3) vista dorsal da forma sem manchas nos élitros; (4) Sennius maculatus sp. nov., vista dorsal; (5) Sennius niger sp. nov., vista dorsal.
maior largura; margem meso-ventral com dois dentículos an
-teriores a um dente muito proeminente ele base larga, cerca de 0,3 vezes a largura do ápice da tíbia. Tíbia posterior com carena
lát·ero-ventral atingindo menos que a metade do seu compri-mento; carenas lateral e dorso-mesallongas terminando próximo a um dentículo coronal; mucro, em vista externa (r:ig. 1 5), com maior comprimento que os dentículos coronais. Último esterno abdominal visível do macho emarginado na região mediana e
reto na fêmea. Pigídio do macho e da fêmea com margens laterais
levemente encurvadas, ápice arredondado.
Genitália do macho: Lobo médio (Fig. 17) com
compri-mento cerca de 4,:~ vezes sua maior largura na região apical; valva dorsal subarredondada, valva ventral subtriangular, com
margens laterais moderadamente convexas; região subapical
fortemente projetada em vista lateral (Fig. 18). Saco interno com escleritos operculares alargados, levemente encurvados; abaixo desses, dois escleritos conspícuos de forma irregular; dentículos simples distribuídos irregularmente na região me-diano-basal do saco interno. Lobos laterais do tégmen (Fig. 19)
ligeiramente convergentes, moderadamente expandidos em direção ao ápice e com setas longas; emarginação entre os lobos cerca de '1/3 do comprimento do tégmen.
272
]. A. P. da Silva etai.
0,5mm
..
•
0,2mm
Figs 6-12. Sennius bruneus sp. nov. (6) Cabeça, vista frontal; (7) antena; (8) perna posterior, exceto coxa e tarsos, vista externa; (9) vista interna; (1 0-12) genitália do macho. (1 O) lobo médio, vista ventral; (11) lobo médio, vista lateral; (12) tégmen, vista ventral.
Discussão taxonômica. Sennius kingsolveri sp. nov. assemelha-se a Sennius laminifer (Sharp, 1885) principalmente com relação à coloração do tegumento no pronoto e élitros, diferindo principalmente pela coloração das antenas e pernas. Das demais espécies aqui descritas separa-se pelo delgado fêmur posterior (Fig. 15) e pelo saco interno da genitália do macho com escleritos operculares alargados, encurvados e pela presença de dois conspícuos escleritos subapicais irregulares. Ver também Sennius bruneus sp. nov.
Material examinado. Holótipo macho. BRASIL, Minas
Gerais: Serra do Cipó, Santana do Riacho, 1.100 m de altitude, 8.V.1996, ].A. Madeira leg., pl. hosp. Chamaecrista dentata, (DZUP); Parátipos: BRASIL, Minas Gerais: Serra do Cipó, Santana do Riacho, 1.100 m de altitude, 07.1I.1996, pl. hosp. C. dentata, 2 exs, (FSCA); 10.lll.1996, pi. hosp. C. dentata, 8 exs. (DZUP); 10.1V.1996, pi. hosp. C. dentata. 3 exs, (2 IMLA; 1 DZUP);
Revista Brasileira de Zoologia 20 (2): 269-277, junho 2003
8.V.1996, pi. hosp. C. denta ta, Zexs, (1 MZSP; 1 DZUP); 28.V.1996, pi. hosp. C. dentata, 3 exs. (2 TAMU; 1 DZUP); 1l.IX.1996, pi. hosp. C. dentata, 2 exs, (DZUP); Serra do Cipó, Santana do Riacho, 04.XI.1996, pl. hosp. C. mucronata, 4 exs, (DZUP).
Etimologia. O nome desta espécie homenageia o Dr. ] . M. Kingsolver por suas inúmeras contribuições no estudo da família Bruchidae.
Sennius macu/atus sp. nov.
Figs 4, 20-26Dimensões. Corpo: comprimento 1,93~3,0 mm (X= 2,55, n = 10); largura, 1,14-1,5 mm (X= 1,40, n = 10); pronoto: comprimento 0,55-0,77 mm (X= 0,66, n = 10); largura 0,83-1,18 (X= 1,02, n = 10); élitro: comprimento 1,28-1,82 mm (X=
Sennius
Bridwell: novas espécies predadoras de sementes deChamaecrista ...
273
Figs 13-19. Sennius kingso/veri sp. nov. (13) Cabeça, vista frontal; (14) antena; (15) perna posterior, exceto coxa e tarsos, vista externa; (16) vista interna; (17-19) genitália do macho. (17) lobo médio, vista ventral; (18) lobo médio, vista lateral; (19) tégmen, vista ventral.
Tegumento. Cabeça, tórax, pigídio e abdômen negros. Élitro negro com uma mácula castanha arredondada na maior parte da metade basal (Fig. 4). Antenas com três a quatro pri-meiros artículos, fémures e tíbias anteriores e mais raramente fémures e tíbias médias, castanho escuros a negros; palpos maxilares e labiais, negros.
Pilosidade. Cabeça com tufo de pêlos cinza posteriormen-te ao lobo pós-ocular. Pronoto na região mediana com pilosi-dade rala deixando transparecer o tegumento, adensando-se algumas vezes em linha mediana e em grumo logo à frente do escutelo; nos terços laterais a pilosidade acinzentada adensa-se formando um padrão manchado intercalado com áreas de pilosidade rala. Escutelo com pilosidade cinza densa. Élitro com pilosidade cinza formando uma mancha alongada ocupando
geralmente as interestrias 1-3 (Fig. 4); nas áreas de tegumento com mancha arredondada, a pilosidade é castanha e aparente-mente mais esparsa; restante do élitro coberto com pêlos esparsos acinzentados distribuídos homogeneamente. Pigídio, na sua maior parte, com pilosidade acinzentada e duas manchas amarronzadas ovaladas, raramente arredondadas, na região mediano-a pi cal. Região ventral do corpo com pilosidade acin-zentada, algumas vezes mais adensada no mesepimero e mete-pisterno, próximo à coxa posterior.
Comprimento do corpo 1,8 vezes sua maior largura. Cabeça (Fig. 20) alongada, 1,4 vezes mais longa que larga; homogeneamente pontuada exceto labro com raros pontos; fronte fortemente convexa com carena frontal conspícua e longa; sulco transverso obsoleto; olhos moderadamente
274 0,5mm
25
0,2mm ]. A.P.
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Figs 20-26. Sennius maculatus sp. nov. (20) Cabeça, vista frontal; (21) antena; (22) perna posterior, exceto coxa e tarsos, vista externa; (23) vista interna; (24-26) genitália do macho. (24) lobo médio, vista ventral; (25) lobo médio, vista lateral; (26) tégmen, vista ventral.
minentes, índice ocular 4,8; sinus ocular cerca de 0,6 o diâmetro do olho em vista lateral; lobo pós-ocular estreito. Oitavo, nono e décimo artículos antenais cerca de 0,7 vezes tão longo quanto largo (Fig. 21); décimo primeiro artículo com aspecto globoso, ápice pontiagudo. Pronoto fortemente convexo; disco basal foveolado; sulco cervical conspícuo na margem apicallogo atrás dos olhos. Coxa anterior levemente separada no ápice pelo prosterno em forma de lâmina verticaL Élitro 2,3 vezes tão longo quanto largo; base das estrias sem dentículos. Fémur
Revista Brasileira de Zoologia 20 (2): 269-277, junho 2003
posterior (Figs 22 e 23) com comprimento 3,2 vezes sua maior largura; margem mesa-ventral com um dente proeminente de base larga, cerca de 0,3 vezes a largura do ápice da tíbia. Tíbia posterior sem carena látero-ventral; carenas lateral e dorso-me-sal longas terminando próximo a um dentículo coronal; mucro, em vista externa (Fig. 22), de igual comprimento aos dentículos coronais. Último esterno abdominal visível do macho e da
fê-mea reta na região mediana. Pigídio no macho e na fêfê-mea com margens laterais levemente encurvadas e ápice arredondado.
Sennius
Bridwell: novas espécies predadoras de sementes deChamaecrista ..•
275
32
0,2.mm'
..
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I33
Figs 27-33. Sennius niger sp. nov. (27) Cabeça, vista frontal; (28) antena; (29) perna posterior, exceto coxa e tarsos, vista externa; (30)
vista interna; (31-33) genitália do macho. (31) lobo médio, vista ventral; (32) lobo médio, vista lateral; (33) tégmen, vista ventral.
Genitália do macho: Lobo médio (Fig. 24) com compri-mento 6,3 vezes sua maior largura na região a pi cal; valva dorsal com margens laterais quase retas e ápice subtruncado, valva ventral subtriangular com margens laterais ligeiramente sinuo-sas e ápice encurvado; região subapical pouco projetada em vista lateral (Fig. 25). Saco interno com escleritos operculares delgados e moderadamente encurvados; região apical e parte da mediana com dentículos simples distribuídos homogenea-mente; restante do saco interno com dentículos maiores distri-buídos homogeneamente. Lobos laterais do tégmen (Fig. 26) paralelos, ligeiramente expandidos no ápice e com algumas setas curtas; emarginação entre os lobos cerca de 1/S do compri-mento do tégmen.
Discussão taxonômica. Sennius maculatus sp. nov. difere das outras espécies aqui descritas principalmente pela presença de uma mácula castanha, arredondada, na maior parte da metade basal de cada élitro e pela pilosidade cinza formando uma mancha alongada geralmente nas interestrias 1-3 (Fig. 4). O aspecto do ápice dos lobos laterais é uma característica distin-tiva com relação às outras espécies do gênero.
Material examinado. Holótipo macho. BRASIL, Minas Ge-rais: Serra do Cipó, Santana do Riacho, l.IOOm de altitude, 22.1.1996, J.A. Madeira leg., pl. hosp. Cfwmaecrista ochnacea (DZUP); Parátipos: BRASIL: Minas Gerais: Serra do Cipó, Santana
do Riacho, I. 100m de altitude, 13.XII.1995, ]. A. Madeira, pi. hosp. C. ochnacea, S exs, (DZUP); 22.1.1996, pi. hosp. C.
276
ochnacea, 4 exs, (3 TAMU; 1 DZUP); 31.1.1996, pl. hosp. C. ochnacea, 2 exs, (1 MZSP; 1 DZUP); 06.11.1996, pl. hosp. C.
ochnacea, 5 exs, (DZUP); 05.111.1996, pi. hosp. C. ochnacea, S exs, (DZUP); 10.1V.1996, pl. hosp. C. ochnacea, 1 ex., (IMLA); 28.V.1996, pl. hosp. C. ochnacea, 4 exs, (2 FSCA; 2 DZUP).
Etimologia. O nome desta espécie refere-se à mácula casta-nha na maior parte da metade basal de cada élitro.
Sennius niger
sp. nov.
Figs 5, 27-33
Dimensões. Corpo: comprimento 1,45-2,30 mm (X= 1,9, n = 10); largura, 1,10-1,92 mm (X= 1,32, n = 10); pronoto: comprimento OA0-0,54 mm (X = 0,48, n = 10); largura 0,63-0,89 (X= 0,79, n = 10); élitros: comprimento 0,92-1,36 mm (X= 1,21, n" 10); largura 0,55-0,96 (x" 0,65, n" 10).
Tegumento. Coloração geral do corpo negra (Fig. 5). Três a quatros primeiros artículos antenais freqüentemente castanho escuros, raramente claros. Palpos labial e maxilar negros. Fêmures, tíbias anteriores e médias, castanho claros a escuros. Um exemplar inteiramente negro.
Pilosidade. Acinzentada distribuída uniformemente na maior parte do corpo (Fig. 5), adensada formando um tufo de pêlos posteriormente ao lobo pós-ocular, no escutelo, algumas vezes na região mediano-basal do pigídio, mesepimero, metepisterno próximo à coxa posterior.
Comprimento do corpo 1,4 vezes sua maior largura. Ca-beça (Fig. 27) subquadrada, 1,2 vezes mais longa que larga, fronte fortemente convexa; olhos fortemente proeminentes, índice ocular 4,2, sinus ocular cerca de 0,7 o diâmetro do olho em vista lateral. Oitavo, nono e décimo artículos antenais cerca de O, 7 vezes tão longo quanto largo; décimo primeiro artículo delgado, subelíptico (Fig 28). Pronoto moderadamente convexo; disco basal foveolado; sulco cervical conspícuo na margem apicallogo atrás dos olhos. Coxa anterior levemente separada no ápice pelo prosterno em forma de lâmina vertical. Élitro 1,9 vezes tão longo quanto largo; base das estrias sem dentículos. Fêmur posterior (Figs 29 e 30) com comprimento 2,9 vezes sua maior la,rgura; margem mesa-ventral com dois a três dentículos anteriores a um dente mais proeminente de base
larga, cerca
de0,3 vezes a largura
do ápice datíbia. Tíbia
posterior com carena látero-ventral atingindo a metade do seu comprimento; carena lateral e dorso-mesallongas terminando próximo a um dentículo coronal; mucro em vista externa ligeiramente mais longo que os dentículos coronais (Fig. 29). Pigídio no macho com margens laterais levemente encurvadas, ápice acuminado. Pigídio da fêmea com ápice arredondado, ou algumas vezes acuminado.Genitália do macho: Lobo médio (Fig. 31) com compri-mento cerca de 8, 7 vezes sua maior largura na região apical; valva dorsal obsoleta, valva ventral subtriangular, com margens laterais ligeiramente convexas; região subapical não projetada em vista lateral (Fig. 32). Saco interno com escleritos operculares delgados, quase retas; dentículos conspicuamente visíveis na região mediano-subasal. Lobos laterais do tégmen (Fig. 33) suavemente convergentes, quase paralelos, não expandidos em direção ao ápice e com algumas setas curtas; emarginação entre os lobos cerca de 1/3 do comprimento do tégmen.
Discussão taxonômica. Sennius niger sp. nov. diferencia-se das outras espécies aqui descritas principalmente pelo
tegu-Revista Brasileira de Zoologia 20 [2]: 269-277, junho 2003
). A.
P. da Silva
et a/.menta negro no dorso coberto com pilosidade cinza distribuída homogeneamente (Fig. 5). Com relação à genitália do macho destaca-se pelo comprimento do lobo médio, cerca de 8,7 vezes sua maior largura na região apical. O aspecto do ápice dos lobos laterais é uma característica distintiva com relação às outras espécies do gênero.
Material examinado. Holótipo macho. BRASIL, Minas Gerais, Serra do Cipó, Santana do Riacho, l.lOOm de altitude, 07.11.1996, ].A. Madeira leg., Chamaecrista ramosa, (DZUP); Parátipos: BRASIL: Minas Gerais: Santana do Riacho, I. 100m de
altitude, 28.1.1996, ]. A. Madeira, pl. hosp. Chamaecrista desvauxii var. latistipula, 1 ex., (MZSP); 20.11.1996, pl. hosp. C.
desvauxiivar.latistipula, 1 ex, (DZUP); 05.111.1996, pl. hosp. C.
desvauxii var. latistipula, 2 exs, (TAMU); 10.111.1996, pi. hosp.
Chamaecrista desvauxii var. mollissima, 1 ex., (IMLA); 09.IV.1996, pl. hosp. C. ramosa, 2 exs, (1 FSCA; 1 DZUP); 09.IV.1996, pl. hosp. C. desvauxiivar. mollissima,2 exs, (DZUP); 08.V.1996, pl. hosp. Chamaecrista venulosa, 2 exs, (DZUP); 28.V.1996, pi. hosp.
C. venulosa, 1 ex., (DZUP).
Etimologia. O nome refere-se à coloração negra do tegumento no dorso.
Chave para espécies de
Sennius
coletadas de
Chamaecrista
da Serra do Cipó, Minas Gerais
1. Tegumento do élitro com uma mácula castanha, arredon-dada, na maior parte da metade basal (Fig. 4); élitro com pilosidade cinza formando uma mancha alongada geralmente nas interestrias 1-3; pigídio, na sua maior parte, com pêlos acinzentados e com duas manchas amarronzadas, ovaladas, na região mediano-apical ... ., ... .,.,. S. maculatus
1'. Tegumento do élitro sem mancha castanha arredondada na metade basal; élitro com pilosidade cinza nunca formando uma mancha alongada; pigídio com outro padrão de pilosidade., ... ., . ., ... 2 2. Pronoto e élitro com pilosidade acinzentada; índice ocular
4,2 (Fig. 27); genitália do macho: lobo médio com compri-mento cerca de 8, 7 vezes sua maior largura na região apical; saco interno com escleritos operculares quase retas (Fig. 31) ... ., ... S. niger
2'. Pronoto e élitro em sua maior parte com pilosidade amarelo palha a castanha; índice ocular com outros valores; genitália do macho: lobo médio com valores de comprimento me~ nores; saco interno com escleritos operculares encurvados
. ... 3 3. Palpos labial e maxilar castanho escuros; fêmur posterior
com comprimento 2,8 vezes sua maior largura e com dente muito proeminente na margem mesa-ventral (Figs 8 e 9); genitália do macho: lobo médio com comprimento cerca de 4,7 vezes sua maior largura na região apical; saco interno com escleritos operculares delgados, dentículos ou escleritos ausentes (Fig 10) ... ., ... S. bruneus
3'. Palpos labial e maxilar negros; fêmur posterior com compri-mento 3,5 vezes sua maior largura e com dente proeminente na margem mesa~ ventral (Figs 15 e 16); genitália do macho: lobo médio com comprimento cerca de 4,5 vezes sua maior largura na região apical; saco interno com escleritos operculares alargados; região subapical com dentículos e dois escleritos conspícuos, irregulares (Fig 17) ... .,., .. .,.,.
Sennius
Bridwell: novas espécies predadoras de sementes deChamaecrista ...
277
Plantas hospedeiras
A maioria dos registros de plantas hospedeiras de Sennius pertence ao gênero Senna Mill., há ainda referência aos gêneros Cassia L. e Chamaecrista Moench QoHNSON 1984).
Apenas três espécies de Chamaecrista haviam sido regis-tradas como plantas hospedeiras para espécies dos gêneros Sennius Bridwell, 1946 e Zabrotes Horn, 1885 QoHNSON 1984, KINcsmvER 1990b). As espécies de Chamaecrista citadas neste trabalho são pela primeira vez registradas como hospedeiras de Bruchidae.
Das quatro novas espécies de Sennius aqui descritas (Tab. I), apenas S. maculatus alimenta-se de sementes de uma espécie de Chamaecrista. Sennius niger alimenta-se de sementes de duas espécies de Chamaecrista e de duas variedades de C. desvauxii, e pode ser uma espécie generalista de Sennius. As espécies S. kingsolveri e S. bruneus alimentam-se de sementes de duas espécies de Chamaecrista e mostram uma tendência de serem generalistas. Nenhuma espécie de Chamaecrista foi utilizada como planta hospedeira por mais de uma espécie de bruquídeo.
Tabela 1. Quatro novas espécies deSennius e suas respectivas plantas hospedeiras.
Espécies Plantas hospedeiras
Senniusspp. Chamaecristaspp.
Sennius bruneussp. nov. C cipoono(lrwin & Barneby) lrwin & Barneby
C semaphora(lrwin & Barneby) lrwin &
Barneby
Sennius kingsolverisp. nov. C dentata01og.) lrwin & Barneby
C mucronata(Spreng.) lrwin & Barneby
Sennius macu/atussp. nov. C ochnaáa(Vog.) lrwin & Barneby
Sennius nigersp. nov. C ramosa0Jog.) lrwin & Barneby
C desvauxii(Collad.) Killip. var.latistipulalrwin
& Barneby
C..desvauxii(Collad.) Killip. var. mallissima
(Benth.) lrwin & Barneby
C. venu/osa(Benth.) lrwin & Barneby
AGRADECIMENTOS
Aos pesquisadores João A. Madeira e Geraldo Wilson Fernandes por disponibilizarem os insetos para a realização desse estudo.
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