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CONCORRÊNCIA N.º 01/2009

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CONCORRÊNCIA N.º 01/2009

ATA DE REUNIÃO DA COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO PARA ANÁLISE E

JULGAMENTO DE RECURSOS APRESENTADOS APÓS A FASE DE

HABILITAÇÃO

Às dez horas do dia vinte e dois de julho do ano de dois mil e nove, na Sala de

Reuniões da CPL, situada no Ed. Anexo I, Térreo do Supremo Tribunal Federal,

reuniu-se a Comissão Especial de Licitação para análise e julgamento dos recursos

apresentados no procedimento relativo à Concorrência nº. 01/2009 – Consultoria

para construção e implementação de um modelo de gestão estratégica para o

Poder Judiciário Nacional. A Comissão decidiu por: a) conhecer dos recursos

interpostos pelas organizações GYC Consultoria Ltda., Key Consultoria e

Treinamento Ltda. e Symnetics Consultoria Empresarial Ltda., para, no mérito,

negar-lhes provimento; b) reconsiderar a decisão de inabilitação das organizações

Fundação Getulio Vargas, Key Consultoria e Treinamento Ltda. e Symnetics

Consultoria Empresarial Ltda, bem como a decisão de exclusão dos técnicos

apresentados pela empresa GYC Consultoria Ltda.; e c) declarar habilitadas as

organizações Fundação Getulio Vargas, GYC Consultoria Ltda., Instituto Publix para

o Desenvolvimento da Gestão Pública, Key Consultoria e Treinamento Ltda. e

Symnetics Consultoria Empresarial Ltda. por atenderem todos os requisitos de

habilitação, em especial aquele estabelecido no subitem 3.1.5, “b”, do Edital. As

razões que fundamentaram a decisão da Comissão encontram-se em anexo a esta

Ata. A decisão será publicada no Diário Oficial da União. Nada mais a deliberar, a

Comissão encerrou a reunião às quinze horas, da qual se lavrou a presente Ata,

assinada pelos membros da Comissão Especial de Licitação.

Getulio Vaz

Presidente

Aline Luiz dos Santos

Silvia Maria Guapindaia Peixoto Marcelo Macedo Marra

(2)

ANEXO ÚNICO À ATA DE REUNIÃO DA COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO

PARA ANÁLISE E JULGAMENTO DE RECURSOS APRESENTADOS APÓS A

FASE DE HABILITAÇÃO

CONCORRÊNCIA N.º 01/2009

RECURSO

ADMINISTRATIVO.

Habilitação.

Alegada violação dos princípios constitucionais.

Reconsideração da decisão proferida. Súmula

n.º 473/STF.

Trata-se de recurso interposto pelas empresas GYC Consultoria Ltda.,

CNPJ nº. 04.212.108/0001-07, Key Consultoria e Treinamento Ltda., CNPJ nº.

03.006.106/0001-90 e Symnetics Consultoria Empresarial Ltda., CNPJ nº.

62.857.420/0001-46, inconformadas com a decisão proferida pela Comissão

Especial de Licitação que habilitou as organizações Instituto Publix para o

Desenvolvimento da Gestão Pública, CNPJ nº. 04.907.402/0001-25 e GYC

Consultoria Ltda., e inabilitou as organizações Fundação Getulio Vargas, CNPJ nº.

33.641.663/0001-44, Key Consultoria e Treinamento Ltda. e Symnetics Consultoria

Empresarial Ltda.

2.

O resultado de julgamento da fase de habilitação foi publicado no dia

1/7/2009, na Seção 3, do Diário Oficial da União (fl. 1552), e os recursos,

interpostos no prazo previsto no artigo 109, inciso I, alínea “a”, da Lei n.º 8.666/93

(fls. 1556/1573, 1581/1587 e 1588/1666), foram impugnados no prazo previsto no

artigo 109, inciso III, § 3º, da precitada Lei (fls. 1674/1739, 1740/1759 e 1760/1769),

após regular comunicação da interposição, publicada no dia 13/07/2009, na Seção

3, do Diário Oficial da União (fl. 1667).

3.

Em sua peça recursal, a empresa Symnetics Consultoria Empresarial

Ltda. afirma, em síntese (fls. 1556/1573):

“(...)

Ocorre que, por ocasião da Reunião para abertura dos Envelopes, que se achava designada para ter lugar no dia 29/06/2009 às 09:00 horas, na Sala de Reuniões da Comissão Permanente de Licitação do Supremo Tribunal Federal, localizada no Edifício Anexo I do STF – 1º Andar, na cidade de Brasília/DF, veio o inconformismo maior que se consubstancia na r. decisão emanada, na qual acabou por julgar

(3)

inabilitada a Recorrente em virtude do descumprimento do disposto no subitem 3.1.5 “b” e 7.4 do Anexo I do Edital de Licitação. (grifo no original) (...)

Verifica-se no presente caso que, a ausência de fundamentação impossibilita a ampla defesa da licitante recorrente que sequer conhece as razões que a impossibilitaram de continuar no Certame, e ainda, caracteriza cerceamento de defesa em virtude da indigitada inabilitação sem a obrigatória motivação.

(...)

Cumpre destacar que, a empresa recorrente, seguindo as orientações contidas no Edital e nos dispositivos mencionados, não somente indicou, mas efetivamente comprovou sua capacidade técnica, acostando aos autos do processo licitatório, inúmeros Atestados de Capacidade técnica, emitidas por Pessoas Jurídicas do Direito público ou Privada (sic) (...)

(...)

Portanto, a simples inabilitação pelos dispositivos indicados, sem qualquer motivação ou fundamentação, necessários ao reconhecimento, por parte da empresa recorrente, das razões que a desclassificaram, tornam o ato absolutamente NULO e conseqüentemente nula a própria inabilitação.

(...)

Com efeito, não figura motivo para desqualificar a capacidade técnica da Recorrente, já que pelo instrumento de declaração devidamente apresentado constata-se de plano que os profissionais que irão executar as atividades atinentes à operação possuem, no mínimo, nível de especialização, bem como contrato de trabalho com a empresa.

(...)

Nesse sentido, a empresa GYC Consultoria Ltda., disponibilizou os documentos relacionados nos itens 3.1.1 e 3.1.2 relativos ao CNPJ nº 04.212.108/0001-07, de sua empresa matriz, sendo que, quanto ao item 3.1.3 relativos à sua Qualificação Econômica-Financeira (sic), disponibilizou informações não somente de sua matriz, mas também de todas as sua empresas filiais às fls. 725/763, com o intuito de compor os valores patrimoniais ao patamar exigido na licitação.

Verifica-se que no balanço Patrimonial da matriz CNPJ nº 04.212.108/0001-07 é insuficiente para atender o exigido no Edital – item 3.1.3 “b” e “b.1”.

(...)

Tal situação mostra-se necessária e suficiente para considerar a empresa GYC Consultoria Ltda. inabilitada ao certame.

(...)

Da mesma forma o Instituto Publix deverá ser inabilitado, visto que, não se enquadra nos tipos de licitantes que poderão participar desta licitação, conforme exposto na Seção II Das Licitantes contidas no Edital de Licitação, no item 2.2 “c”.

Depreende-se do Estatuto do Instituto Publix para o Desenvolvimento da Gestão Pública juntado às fls. 389/398 em seu Capítulo III – Dos Associados, no artigo 5º que o Instituto é constituído por número ilimitado de associados. (grifo no original)

Constatamos aqui impedimento para participar do presente processo licitatório, de acordo com a Seção II – Das Licitantes, no item 2.2 “c” que pedimos vênia para transcrever: Não poderão participar dessa licitação: c) cooperativas de mão-de-obra, conforme Termo de Conciliação Judicial firmado entre o Ministério Público do Trabalho e a União. (grifo no original)

Resta clara (sic) no citado Estatuto, o animus de cooperativa identificado e relatado nos artigos ali dispostos, motivo pelo qual o INSTITUTO PUBLIX deveria ser de plano inabilitado do certame.

(...)

Convém notar que é noção tradicional, extraída da boa literatura jurídica, a de que a vinculação ao Edital (extraída do princípio do procedimento formal) NÃO SIGNIFICA QUE A ADMINISTRAÇÃO DEVA SER “FORMALISTA”, A PONTO DE FAZER

(4)

EXIGÊNCIAS INÚTEIS OU DESNECESSÁRIAS À LICITAÇÃO, ESPECIALMENTE QUANDO A IRREGUALRIDADE APRESENTADA É IRRELEVANTE E NÃO

CAUSA PREJUÍZO ALGUM À ADMINISTRAÇÃO OU AOS DEMAIS

CONCORRENTES (conf. HELY LOPES MEIRELLES, (“Licitação e contrato Administrativo”, Ed. Malheiros, 11ª Ed. , p. 27). Mas isso não significa que deva desconsiderar as importantes questões ora levantadas. (grifos no original)

Assim, havendo choque ou colisão entre simples regra editalícia e princípio magno do sistema, tal como se revela, dúvidas não podem existir quanto ao caminho que deveria ter sido percorrido, qual seja, o de prestigiar a ampla competição e a (sic) cumprimento do objeto licitado (...).

(...)

Pelas razões de extremo interesse público, largamente discutidas, requer seja o presente Recurso Escrito seja recebido nos efeitos devolutivo e suspensivo, nos termos do artigo 109 da Lei de Licitações.

Em face das razões expostas, a Recorrentes SYMNETICS CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA. requer inicialmente desta mui digna Comissão Especial de Licitação – CEL – o provimento do presente Recurso Administrativo para reconsiderar a r. decisão proferida na Ata de Reunião de 29/06/2009 com base na preliminar de NULIDADE suscitada.

Caso não reconhecida a preliminar, requer, no mérito, seja julgado PROCEDENTE o presente Recurso Administrativo pelas razões ora apresentadas, declarando inabilitadas as empresas GYC CONSULTORIA LTDA e INSTITUTO PUBLIX, e conseqüentemente habilitar a ora Recorrente à Concorrência nº 01/2009 por satisfazer todos requisitos específicos previstos no Edital da Licitação.

Outrossim, sendo diverso o entendimento, seja o Recurso, juntamente com dossiê do processo, remetido à Autoridade Superior para análise e decisão final, segundo o § 4º art. 109, da Lei 8.666/93, evitando assim, ingresso de medida mandamental perante a Justiça Pública.”

4.

Do recurso apresentado pela empresa Key Consultoria e Treinamento

Ltda. destacam-se os seguintes pontos (fls. 1581/1587):

“(...)

A irresignação da Recorrente deve-se ao descumprimento flagrante do item 3. Sessão III (sic) – da documentação para Habilitação, especificamente, subitem 3.13 Quanto á Qualificação Econômico-Financeira alíneas b) e b.1) do referido Edital, constatado nos documentos DO INSTITUTO PÚBLIX PARA O DESENVOLVIMENTO DA GESTÃO PÚBLICA. (grifo no original)

O INSTITUTO PÚBLIX não apresentou os índices solicitados na alínea b) referenciada acima, o que não possibilitou a análise da boa saúde financeira e da qualificação econômica-financeira (sic) desta Instituição pelas demais licitantes, agravado pelo fato de apresentar um patrimônio líquido inferior ao solicitado no edital (...).

(...)

Um fato curioso que constatamos no site institucional do INSTITUTO PÚBLIX é a parceria com a também licitante SYMNETICS CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA. (...).

(...) qual seria o interesse desta empresa em participar do processo licitatório, correndo riscos claros e reais de inabilitação, se não o de (sic), talvez, favorecer a sua atual parceira INSTITUTO PÚBLIX?

(...)

Portanto, perguntamos: como a Comissão Especial de Licitação pode inabilitar a KEY CONSULTORIA E TREINAMENTO com base no subitem 3.1.5, “b” se seu texto não estava claro, e dá margem a diversas interpretações (sic) Edital?

(5)

Assim sendo, a recorrente requer que (...) digne-se essa Comissão Permanente de Licitação a rever sua decisão da inabilitação da KEY CONSULTORIA E TREINAMENTO LTDA. e a habilitar ao certame, ou então, inabilitar todas as empresas, como já foi cogitado em reunião pública e aplicar o parágrafo 3º do artigo 48 da Lei 8.666/93.

(...).”

5.

Em sua manifestação, a empresa GYC Consultoria Ltda. apresentou

os seguintes argumentos (fls. 1588/1666):

“(...)

3. (...) a comissão lavrou a ata da seção (sic) que apresentou sua decisão que, lida pelo Sr. Presidente da Comissão, habilitou a Recorrente, GYC Consultoria Ltda., e outra empresa, Instituto Publix, na presença de todos “(...) por atenderem a todos os requisitos exigidos pelo Edital (...)”.

4. Nesta ata constavam, ainda, os motivos pelos quais as demais empresas participantes do certame teriam sido desclassificadas “(...) conforme relatório anexo a esta ata (...)”.

(...) verificou-se que a referida comissão sinalizou em cor vermelha, 04 (quatro) técnicos, de um total de 16 técnicos apresentados pela Recorrente.

7. Ou seja, a Recorrente foi informada verbalmente e em ata de sessão de trabalhos, que toda a documentação por ela apresentada estava em conformidade com as exigências do edital porém, em oportunidade divorciada da seção (sic) de trabalhos, foi surpreendida com a informação de que não era exatamente esta a decisão da comissão.

(...)

9. (...) a informação acima, além de contrária a apresentada em sessão da comissão, apresenta-se absoluta nociva e estabelecedora de prejuízo à Recorrente quando da próxima etapa desta concorrência, quando seus técnicos contarão pontos favoráveis ao sucesso da Recorrente na concorrência.

10. Ressalte-se ainda que o “relatório anexo” ao qual faz referência o item 4 (quatro) deste recurso cita ”Não apresentou comprovação da formação/qualificação de todos os profissionais indicados, descumprindo, assim, o subitem 3.1.5, “b”, do Edital e subitem 7.4, do Anexo I, do Edital” quando refere-se aos técnicos da Recorrente cuja documentação não foi considerada adequada.

(...)

15. Esta ata contém decisão cujo objeto não se coaduna com a documentação apresentada pela Recorrente e nem mesmo com as manifestações orais produzidas pelos membros da comissão durante a sessão.

(...)

17. Diante de tal irregularidade cabe à Comissão, no mínimo, expressar claramente, em nova ata, a aceitação de toda a equipe da Recorrente.

(...)

21. (...) não foi permitida a argumentação da Recorrente no momento da leitura da ata pelo Presidente da Comissão, impossibilitando a imediata correção de seu conteúdo (...).

(...)

24. A verdade é que a Recorrente nem mesmo foi informada quanto à existência das exclusões conforme sugerido no relatório anexo à ata divulgada na internet.

(...)

29. Verifica-se que a decisão da Comissão expressa no malfadado anexo, simplesmente indica algumas leis, decretos, portarias, resoluções, as quais não foram sequer mencionadas no edital, nem antes, nem durante a etapa de elaboração das propostas, sem, no entanto, indicar expressamente qual dispositivo constante dessas normas teria sido efetivamente contrariado.

(6)

(...)

37. De fato, o objeto do presente recurso repousa na necessidade de se reconhecer expressamente a capacidade de cada um dos 4 (quatro) técnicos da Recorrente excluídos pela Comissão de Licitação.

(...)

39. Na verdade, temos que os técnicos apresentados pela Recorrente possuem currículos que suprem todo o exigido no edital em referência.

(...)

57. Ou seja, infelizmente a forma como foi apresentada a decisão da Comissão em relação a estes 04 (quatro) técnicos, com quadros esquemáticos, sem clareza quanto à exclusão dos mesmos e ainda em impresso preto e branco, sem a caracterização de cor, conforme posteriormente divulgado na internet, não foi feita como preconiza a legislação pátria.

(...)

Pelo exposto, a Recorrente pede e requer:

a) Que seja reconhecida a incapacidade da ata desta Comissão de licitação lavrada às 14 horas do dia 30 de junho de 2009, produzir efeitos de exclusão dos 4 (quatro) técnicos da Recorrente.

b) Seja refeita a referida ata, incluindo-se como aceitos os 4 (quatro) técnicos indicados pela Recorrente (...).

(...)

Sejam julgados procedentes todos os pedidos.”

6.

Apresentaram impugnação aos recursos as organizações GYC

Consultoria Ltda., Instituto Publix para o Desenvolvimento da Gestão Pública e

Symnetics Consultoria Empresarial Ltda. (fls. 1674/1769).

7.

É o relatório.

PRELIMINARMENTE

8.

Os recursos interpostos pelas organizações GYC Consultoria Ltda., Key

Consultoria e Treinamento Ltda. e Symnetics Consultoria Empresarial Ltda.

preenchem os requisitos legais de admissibilidade e conhecimento, pois foram

apresentados nos termos do que determina o artigo 109, inciso III, §§ 3º e 4º, da Lei

n.º 8.666/93.

NO MÉRITO

9.

A revisão da documentação apresentada pelas organizações GYC

Consultoria Ltda. e Instituto Publix para o Desenvolvimento da Gestão Pública e da

consulta ao SICAF – Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores –,

realizada na Sessão de Habilitação, conduz ao entendimento inequívoco de pleno

atendimento ao exigido pelo subitem 3.1.3, ‘b’ e ‘b.1’, do Edital (fls. 685, 720/768,

1084/1085 e 1114/1119). Os cálculos apresentados nos balanços patrimoniais

foram confirmados pela Subsecretaria de Orçamento e Finanças do Conselho

Nacional de Justiça e refletem os índices que constam do SICAF.

(7)

10.

Restou comprovada, portanto, a saúde financeira das organizações

citadas, não procedendo a alegação firmada pelas organizações Key Consultoria e

Treinamento Ltda. e Symnetics Consultoria Empresarial Ltda.

11.

De igual forma, não procede a alegação da organização Symnetics

Consultoria Empresarial Ltda. de que o Instituto Publix para o Desenvolvimento da

Gestão Pública não poderia ter participado da licitação em razão da proibição de

participação de cooperativas de mão-de-obra. Ora, o ato constitutivo do referido

Instituto é claro quando declara em seu objeto que a organização foi constituída sob

a forma de “

associação civil sem fins econômicos ou lucrativos

” (fls. 1091/1102).

12.

Assim, esta Comissão observou integralmente o disposto no subitem

2.2, do Edital, que não limita a participação de associações civis.

13.

Por outro lado, nada há nos autos que comprove o consórcio entre o

Instituto Publix para o Desenvolvimento da Gestão Pública e a empresa Symnetics

Consultoria Empresarial Ltda., conforme apontado pelas empresas GYC Consultoria

Ltda. e Key Consultoria e Treinamento Ltda. As organizações apresentaram-se de

forma independente, com documentações distintas, e demonstraram ao longo de

todas as fases já superadas competitividade própria de adversários comerciais.

14.

Não há sequer indício de favorecimento entre as organizações

licitantes atacadas, e a simples indicação de parcerias realizadas em outra

oportunidade não compromete a lisura da participação de cada uma no

procedimento em curso.

15.

Por fim, revendo atentamente os autos, há que se ressaltar que a

interpretação dada por esta Comissão Especial de Licitação – no sentido de que a

apresentação da documentação comprobatória da formação em nível de

especialização do gerente do projeto e dos consultores deveria ser realizada na

fase de habilitação –, foi inadequada e contraria o Edital na medida em que o

subitem 3.1.5, “b”, impõe apenas a indicação dos consultores e do gerente do

projeto naquela fase, e o subitem 7.4, do Anexo I, determina que a referida

comprovação deverá ser satisfeita pela organização contratada.

16.

Nesse diapasão, outro não é o entendimento a ser adotado, senão o

que conduz à revisão dos atos praticados eivados de vícios, tendo em vista a

autorização conferida à Administração em decorrência da aplicação do princípio da

autotutela. Vejamos:

“A possibilidade de anulação de atos administrativos ilegítimos ou ilegais,

praticada pela própria Administração, diante do princípio da autotutela, é

pacífica na doutrina do Direito Administrativo e é objeto da Súmula 473 do

Supremo Tribunal Federal:

‘A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios

que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los,

por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos

adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.’

(8)

No entendimento de Hely Lopes Meirelles sobre a anulação de atos

administrativos operada pela Administração:

"Para a anulação do ato ilegal (não confundir com ato inconveniente ou

inoportuno, que rende ensejo à revogação, e não à anulação) não se exigem

formalidades especiais, nem há prazo determinado para a invalidação, salvo

quando norma legal o fixar expressamente. O essencial é que a autoridade

que o invalidar demonstre, no devido processo legal, a nulidade com que foi

praticado. Evidenciada a infração à lei, fica justificada a anulação

administrativa. Ocorrendo situação que caracterize um litígio com o

destinatário do ato a ser objeto de exame para eventual anulação, a

Administração Pública deve assegurar-lhe o direito de defesa e o

contraditório, previsto no art. 5º, LV, da CF, [...] Reitere-se que, pela regra

geral, e afora os casos excepcionais, o ato nulo não vincula as partes, mas

pode produzir efeitos válidos em relação a terceiros de boa-fé. Somente os

efeitos que atingem terceiros é que devem ser respeitados pela

Administração; as relações entre as partes ficam desfeitas com a anulação,

retroagindo esta à data da prática do ato ilegal e, conseqüentemente,

invalidando seus efeitos desde então (ex tunc)."

(...)

9.2. é possível, nos termos do art. 49 da Lei nº 8.666/93, a anulação de ato

ou fase da licitação, inquinado de vício que não afete a totalidade do

certame, bem como dos atos e fases subseqüentes, operada pela autoridade

competente para a homologação, a qualquer tempo. Como conseqüência, o

procedimento licitatório deverá ser devolvido para a comissão de licitação, a

fim de que refaça os atos anulados, aproveitando-se os atos regulares e não

afetados pelo vício já praticados”.

1

17.

No dizer de Maria Sylvia Zanella di Pietro, a autotutela é o controle

que se exerce

“(...) sobre os próprios atos, com a possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso ao Poder Judiciário. É uma decorrência do princípio da legalidade; se a Administração Pública está sujeita à lei, cabe-lhe, evidentemente, o controle da legalidade.”2

18.

Restam prejudicadas, portanto, as alegações no sentido de que esta

Comissão teria utilizado critérios diferentes para a aceitação ou recusa das

comprovações apresentadas, uma vez que, por ocasião da celebração do contrato,

é que será exigida a demonstração da qualificação do corpo técnico.

CONCLUSÃO

19.

Pelas razões expostas, com base em tudo que dos autos consta e, em

homenagem ao princípio da autotutela, consagrado na Súmula n.º 473/STF, a

Comissão Especial de Licitação decide:

1 Acórdão 1.904/2008; Órgão Julgador: TCU – Plenário; Data do Julgamento: 03/09/2008; Relator: Raimundo

Carreiro.

2

(9)

a)

conhecer dos recursos interpostos pelas organizações GYC

Consultoria Ltda., Key Consultoria e Treinamento Ltda. e Symnetics

Consultoria Empresarial Ltda., para, no mérito, negar-lhes provimento;

b)

reconsiderar a decisão de inabilitação das organizações

Fundação Getulio Vargas, Key Consultoria e Treinamento Ltda. e

Symnetics Consultoria Empresarial Ltda. e a decisão de exclusão dos

técnicos apresentados pela empresa GYC Consultoria Ltda.;

c)

declarar que, uma vez satisfeitos todos os requisitos de

habilitação, em especial aquele estabelecido no subitem 3.1.5, “b”, do

Edital, estão habilitadas as organizações Fundação Getulio Vargas,

GYC Consultoria Ltda., Instituto Publix para o Desenvolvimento da

Gestão Pública, Key Consultoria e Treinamento Ltda. e Symnetics

Consultoria Empresarial Ltda.

Brasília, 22 de julho de 2009.

Getulio Vaz

Presidente

Aline Luiz dos Santos

Silvia Maria G. Peixoto

Marcelo Macedo Marra

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