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O analfabetismo ambiental como agravante para o tráfico de animais silvestres

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Academic year: 2021

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O analfabetismo ambiental como agravante

para o tráfico de animais silvestres

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Resumo ● A expressão “analfabetismo ambiental” pode ser definida como a falta de informações sobre os problemas ambientais. Isso acarreta sérios problemas ao meio ambiente, já que a consciência predominante é que os recursos naturais são inesgotáveis e podem ser utilizados de maneira contínua. Um dos grandes problemas atuais é o tráfico de animais silvestres, ou seja, a retirada dos animais da natureza para serem vendidos.

Palavras-chave ● analfabetismo ambiental, tráfico de animais, animais silvestres.

Title ● Environmental Illiteracy as an Aggravating Circumstance for the Traffic of Wild Animals.

Abstract ● The expression “environmental illiteracy” might be defined as the lack of information on the environment problems. This provokes some serious problems in the environment, since it is presupposed that natural resources are endless, and can be used in a continuous way. One of the great problems nowadays is the traffic of wild animals, that is, animals taken away from nature in order to be sold.

Keywords ● ambient illiteracy, wild traffic of animals, wild animals.

“Não podemos ver a beleza essencial de um animal enjaulado, apenas a sombra de sua beleza perdida” (Julia Allen Field, 1937)

Data de recebimento: 23/09/2005. Data de aceitação: 21/10/2005.

* Aluna do 4º ano do curso de Ciências Biológicas e está no 2º ano do Regime de Iniciação Científica da USJT.

E-mail: lely_ballet@yahoo.com.br.

** Professora do curso de Ciências Biológicas da USJT, orientadora do trabalho. E-mail: prof.solangelury@usjt.br.

1. INTRODUÇÃO

As questões ambientais durante muito tempo foram tratadas de forma irrelevante. Dados histó-ricos mostram que as diferentes atividades preda-tórias realizadas pelo homem no decorrer dos séculos trouxeram inúmeros problemas ao meio ambiente, devido à forma desordenada do uso dos recursos naturais. Esse tipo de consciência é decor-rente da falta de informação sobre os problemas ambientais atingindo pessoas de todos os níveis de escolaridade, e é neste contexto que encontramos a expressão “analfabetismo ambiental”, que correspon-de ao que pocorrespon-de ser consicorrespon-derada como o tipo correspon-de analfa-betismo mais difícil de ser erradicado (ABE, 2004).

Há algumas décadas, movimentos ambientalis-tas isolados começaram a surgir no mundo. Entre tantos encontros promovidos, a Conferência de Estocolmo (Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano), organizada pela ONU, em 1972, reuniu representantes de 113 países e tornou-se o marco inicial para a busca das soluções dos problemas ambientais. Nesse encontro, diversos aspectos dos problemas ambientais foram aborda-dos, e chegou-se à conclusão de que eram neces-sárias mudanças no modelo de desenvolvimento e nos hábitos e costumes da população mundial. Assim, surgiu a educação ambiental, que nada mais é do que a proposta de um novo processo educa-cional visando à conservação do meio ambiente (DIAS, 2001).

Pesquisas relacionadas à educação ambiental têm se mostrado de grande importância, por serem um elo entre a melhora da qualidade de vida e a conscientização da população.

Segundo dados da organização não-governa-mental Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), o Brasil possui uma das

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mais ricas biodiversidades do mundo. Em seu ter-ritório existem aproximadamente 10% de todas as espécies do planeta, e muitas são endêmicas (RENCTAS, 2003). No entanto, em razão da perda dos hábitats e da captura ilegal dos animais, o país apresenta atualmente 208 espécies amea-çadas de extinção. A retirada dos animais é facili-tada pelo quadro econômico pouco favorável encontrado no Brasil, já que nas áreas de captura não existe quase atividade econômica produtiva, e as pessoas não têm as informações necessárias para distinguir um animal silvestre de um exótico ou um que pode tornar-se doméstico.

Segundo o Ibama (2004b), os animais silvestres são aqueles pertencentes às espécies nativas, migra-tórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham sua vida ou parte dela ocorrendo natu-ralmente dentro dos limites do território brasileiro e suas águas jurisdicionais. Os animais exóticos são aqueles cuja distribuição geográfica não inclui o território brasileiro. As espécies ou subespécies aqui introduzidas pelo homem, mesmo para serem domésticas, em estado selvagem, também são consideradas exóticas. Outras espécies conside-radas exóticas são aquelas que tenham sido intro-duzidas fora das fronteiras brasileiras e suas águas jurisdicionais e que tenham entrado espontanea-mente em território brasileiro. E os animais domés-ticos são aqueles que por meio de processos tradicionais e sistematizados de manejo e melho-ramento zootécnico tornaram-se domésticos, possuindo características biológicas e comporta-mentais em estreita dependência do homem, podendo até mesmo apresentar aparência dife-rente da espécie silvestre que os originou.

O acompanhamento das atividades dos trafi-cantes de animais silvestres, no Brasil, revela que esse tipo de atividade ilegal ocupa, em volume de recursos financeiros, a terceira colocação entre os principais mercados ilegais, perdendo apenas para o de armas e o de drogas. No entanto, a face mais complexa apresentada pelo tráfico ilegal de animais silvestres diz respeito à cooperação quase ingênua oferecida pela tradição do interior do Brasil de caça e captura dos animais selvagens com o propósito de servir como reforço alimentar ou como mascote doméstica (RENCTAS, 2004a).

Os animais capturados ilegalmente, em sua grande parte, provêm das regiões Norte (Amazo-nas e Pará), Nordeste (Maranhão, Piauí, Pernam-buco e Bahia), e Centro-Oeste (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) e são destinados aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro e ao Distrito Federal, onde são vendidos em feiras livres ou mesmo traficados para outros países. Os destinos internacionais desses animais são Europa, Ásia e América do Norte. Também é grande o número de animais silvestres exportados pelas fronteiras com os países vizinhos, como Paraguai, Argentina, Bolívia, Colômbia, Vene-zuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Nesses países os animais recebem documentação falsa para seguirem o caminho do tráfico (RENCTAS, 2004b). O combate ao tráfico de animais silvestres é realizado por diversos órgãos, entre eles, o Depar-tamento de Polícia Federal (DPF), o Instituto Brasi-leiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Polícia Militar Florestal nos estados, além de diversas organizações não-gover-namentais (ONGs) e outros órgãos ligados à con-servação (RENCTAS, 2003).

O comércio ilegal de animais traz conseqüên-cias ao meio ambiente, já que a retirada deles de seu hábitat pode acarretar um desequilíbrio no ecos-sistema. Outro grande problema é a devolução desses animais à natureza, freqüentemente con-siderada pela população como a opção correta. Entretanto, essa ação é cheia de riscos e traz vários problemas individuais, populacionais e ecossistê-micos, como, por exemplo, a morte do animal (IBAMA, 2004a).

.   

O presente trabalho foi desenvolvido, com pessoas de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 15 anos, freqüentadoras da Fundação Parque Zoo-lógico de São Paulo, por meio de pesquisa de campo com a aplicação de questionários. Parale-lamente à pesquisa prática, foi realizada a pesquisa bibliográfica, estando ambas relacionadas. Consi-derando-se que o Zoológico recebe 4.951 pessoas por dia, propõem-se, por meio de uma triagem, as amostragens necessárias de entrevistas, que fo-ram efetuadas no mês de julho (período de férias

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escolares). Assim, chegou-se a um total de 70 entre-vistas realizadas na Fundação Parque Zoológico de São Paulo. Procedeu-se à análise dos dados correla-cionando as perguntas do questionário. Foi feita uma correlação em que foi testada a hipótese de que as pessoas que conhecem os conceitos ecoló-gicos são contra o tráfico de animais silvestres.

Para verificar essa hipótese, realizou-se um teste não paramétrico de correlação (p < 0,05).

* Fator de correlação segundo Vieira (1998) = [X / (X + Y)] / [Z / (Z + W)], em que X, Y, W e Z correspondem a:

maior parcela, na Zona Leste, com 28,6%; seguida pela Zona Sul, com 25,7%; pela Zona Norte, com 17,1%; pela Zona Oeste, com 15,7%; e pelo Centro da cidade, com 12,9%.

Com relação ao nível de escolaridade, a maioria concluiu o Ensino Médio, o que representou 31,4% das entrevistas. Em seguida, com 18,6%, estão os que têm o ensino superior completo; posterior-mente encontramos o dado de que 14,3% das pes-soas concluíram o Ensino Fundamental; 12,9% delas têm ensino superior incompleto; 12,9% o Ensino Fundamental incompleto; 7,1% o Ensino Médio incompleto; e, por último, 2,9% que cursam outros níveis.

O que se pode destacar é que apenas 14,3% dos entrevistados têm o Ensino Fundamental comple-to, fato que contraria o que está previsto na Lei 9.394 (de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), promulgada em 20/12/1996, em seu artigo que contempla o objetivo de ensinar a ler e a escrever. Essa falha na educação mostra que não é possível conscientizar as pessoas de suas obrigações como cidadãs se elas não entendem o que lêem.

 

O primeiro tema abordado foi o porquê de comprar-se um animal, e o que foi verificado (Figura 1) é que esses animais são comercializados para servir de companhia às pessoas (45,7%) e para criação (30,0%). Também foi verificado que as pessoas compram animais para serem reven-didos – no comércio (22,9%) e de outros mo-dos (1,4%). o t n e m i c e h n o C Atitude a t r e c e d u t i t A a d a r r e s e õ t s e u q s a d % 1 5 s a t e r r o c s e õ t s e u q X s a t e r r o c Yquestões m a r a t r e c a e u q s e l e u q A u o % 0 5 e u q s o n e m % 0 5 a l a u g i s e õ t s e u q Z s a t e r r o c Wquestões

Se for igual a 1, indica que o fato de terem o conhecimento não faz diferença para tomar a ati-tude correta; se for menor que 1, quer dizer que o conhecimento faz diferença sim, portanto, é importante para diminuir as atitudes erradas. Não deve dar maior que 1.

.   

  

A presente pesquisa mostrou que o Zoológico de São Paulo recebe pessoas de diversas idades. As faixas etárias dos entrevistados foram, em termos de freqüência, compostas de 32,9% de pessoas jovens, com a idade indo de 26 a 36 anos; vindo em seguida, com 22,9%, os adolescentes, com idades de 15 a 21 anos; e, com 20,0%, indivíduos de 48 a 58 anos. Seguindo-se, com 11,4%, a faixa etária de 37 a 47 anos e, com 8,6%, a das pessoas entre 59 e 69 anos. Por fim, 4,3% dos entrevistados tinham mais de 70 anos.

Os dados mostram que as pessoas freqüenta-doras do Zoológico de São Paulo residem, em sua

Figura 1. Gráfico setorial das respostas, em porcentagem, à questão “Em sua opinião, as pessoas compram animais para”.

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O segundo tema abordado foi o da definição da expressão “animal silvestre”, e aí 62,9% dos entre-vistados responderam corretamente à questão (Figura 2). O que chama a atenção é muitas pes-soas acreditarem que a arara-azul é animal exó-tico (24,3%) e que é um animal domésexó-tico (12,9%), somando-se a isto uma porcentagem de respostas erradas significativa (37,2 %). Pode-se assim veri-ficar que boa parte da população não distingue ani-mais silvestres, exóticos ou domésticos.

Na quarta questão sobre “assuntos abordados”, o tema foi a destinação de animais silvestres, uma vez que, quando abandonados em lugares impró-prios, podem levar à extinção de espécies endêmi-cas, causando-se problemas ambientais.

Na pesquisa realizada, a maior parte (38,6%) dos entrevistados não sabe o que fazer com o animal silvestre. Entre essas pessoas, 10,0% acreditam que podem resolver o problema simplesmente deixando o animal na mata mais próxima ou abandonando-o na rua (4,3%), além dos (24,3%) que associam o Zoo-lógico como o grande abrigo para todos os animais. Só 42,9% dos entrevistados procurariam um órgão ambiental para se informar sobre o que fazer, e 17,1% dariam o animal para outra pessoa (Figura 4). Mais uma vez, isso mostra que não podemos cobrar da população a preservação se ela não tem informações sobre o meio ambiente.

Figura 2. Gráfico setorial das respostas, em porcentagem, à questão “A arara-azul é uma ave tipicamente brasileira, por isso ela é considerada um animal...”

Na pergunta seguinte, o tema abordado foi o de onde as pessoas conseguiriam comprar animais silvestres, visto que estes animais não podem ser comercializados em qualquer local e sem a devida legalização. O que se verificou é que, mesmo quan-do a questão anterior foi respondida corretamente, a soma das respostas erradas (41,4%) dos entre-vistados neste item mostra que muitas pessoas procurariam o comércio ilegal para conseguir o animal pretendido (Figura 3).

Figura 3. Gráfico setorial das respostas, em porcentagem, à questão “A respeito da questão anterior, onde você compraria uma arara-azul?”

Figura 4. Gráfico setorial das respostas, em porcentagem, à questão “Se você tivesse um animal de estimação como, por exemplo, uma arara e decidisse desfazer-se dele, o que faria?”

A Figura 5 mostra o resultado a que chegou a questão que objetivou verificar qual a porcentagem da população que tem conhecimento sobre os maus-tratos aos quais os animais traficados são submetidos. Os dados evidenciam que a maioria dos entrevistados (75,7%) não sabe em que condi-ções os animais silvestres são transportados, nem que muitos deles morrem antes de chegar a seu desti-no final. Apenas uma pequena parcela (24,3%) tem conhecimento sobre o assunto.

O último tema abordado, com base em um conceito ecológico, buscou verificar se os entre-vistados sabem que a retirada de filhotes de seu

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hábitat natural pode causar desequilíbrio na fauna e extinção de diversas espécies. A Figura 6 abaixo mostra que a maior parte das respostas (74,3%) foi correta, comprovando que as pessoas têm algum grau de informação sobre o meio ambiente e sobre os problemas que o tráfico de animais silvestres pode causar à natureza.

Figura 5. Gráfico setorial das respostas, em porcentagem, à questão “Você sabe como os animais silvestres são transportados para serem vendidos?”

Figura 6. Gráfico setorial das respostas, em porcentagem, à questão “Geralmente os animais traficados são filhotes, por esse motivo muitas espécies encontram-se ameaçadas. O que está ocorrendo com essa população de animais?”

solucionada de maneira rápida, uma vez que os recursos naturais renováveis estão se esgotando.

A escola tem um papel fundamental na possível solução da crise, já que é seu dever informar e ensi-nar como os recursos naturais devem ser utilizados. Não basta apenas ensinar aos alunos a leitura, é preciso ensinar-lhes que a natureza é um bem comum a todos e que é dever de todos respeitar o direito do próximo de também usufruir, de forma sustentável, os recursos naturais.

Referências bibliográficas

ABE, A. Q. Analfabetismo ambiental. Monografia (Pós-Graduação Lato Sensu) de Especialização em Gestão Ambiental. São Paulo: Universidade São Judas Tadeu, 2004, 60 f.

DIAS, G. F. Educação ambiental: Princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2001, 7ª ed.

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Centros de Triagem: Devolução dos animais à natureza. Disponível em http://www.ibama.gov.br/fauna. Acessado em 20 de março de 2004a.

_________. Fauna: Aumente seus conhecimentos. Disponível em http://www.ibama.gov.br/fauna. Acessado em 20 de março de 2004b.

RENCTAS – Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres. Animais silvestres: Vida à venda. Brasília, 2003, 2ª ed.

__________. Os números do tráfico. Disponível em http://www.renctas.com.br/index.php? action= numeros&mn=2&titulo=Os%20números%20do%20 tráfico&idioma=pt. Acessado em 11 de março de 2004a. __________. As principais rotas do tráfico. Disponível em

http://www.renctas.com.br/index.php?action=rotas& mn= 2&titulo=As%20 principais%20rotas%20do%20 tráfico&idioma=pt. Acesssdo em 18 de março de 2004b. VIEIRA, S. Introdução à bioestatística. Rio de Janeiro:

Campus, 1998, 3ª ed. rev. e ampl.

.  

O número encontrado no teste de correlação foi 0,6, mostrando assim que o conhecimento mostra uma relação positiva quanto às atitudes corretas relacionadas ao tráfico de animais silvestres e que, portanto, isso é importante para diminuir as ati-tudes erradas e/ou equivocadas dos indivíduos. Essa falta de informações e conhecimento por parte da população vem acarretando ao longo dos anos muitos problemas ambientais, pois espécies intro-duzidas em áreas erradas podem causar desequi-líbrio nas cadeias alimentares locais, prejudicando a área afetada. A atual crise ambiental precisa ser

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