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O GERENCIAMENTO LOGÍSTICO NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS. Logistics management in road freight transport

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O GERENCIAMENTO LOGÍSTICO NO TRANSPORTE

RODOVIÁRIO DE CARGAS

Gustavo Pedersoli – (Estácio/UNISEB) - pedersoli95@outlook.com Vitor Figueiredo Testa – (Estácio/UNISEB) - vitor_testa11@hotmail.com

Resumo:

Este artigo aborda o gerenciamento logístico no transporte rodoviário de cargas, com ênfase na questão do custo, considerado um dos principais obstáculos para a sobrevivência das as empresas do setor. A partir da revisão de literatura feita em livros e artigos científicos, pode-se verificar os desafios que as empresas de transporte rodoviário de cargas enfrentam para entregar os seus produtos ao consumidor final, com qualidade e no prazo estipulado. Por esse fato, a gestão logística no transporte rodoviário de cargas é considerada fundamental para direcionar os objetivos da empresa, além de ser importante ferramenta de auxílio na visão sistêmica dos serviços de suprimento, distribuição e movimentação das cargas transportadas. As empresas buscam diferentes alternativas para reduzir custos no transporte e, neste aspecto, a armazenagem e os estoques implicam diretamente no custo total da distribuição física ao permitir o uso de quantidades maiores com melhores preços nos lotes de carregamento. Com base nessa revisão da literatura foram elaboradas sete propostas que podem auxiliar a diminuir os custos na logística do transporte rodoviário de cargas.

Palavras chave: Planejamento estratégico, Logística, Armazenamento, Transporte, Custo.

Logistics management in road freight transport

Abstract

This paper deals with logistic management in road freight transport, with an emphasis on cost as one of the main obstacles for companies’ survival. A review of the literature based on papers published in scientific journals and books, made possible to verify the challenges companies of road freight transport face to deliver their products to final customers, in terms of quality and delivery time. For this reason, logistics management in road transport of cargo is considered essential for establishing company goals, besides being an important tool for a systemic view of supply services, physical distribution and movement of the transported materials. Companies are looking for different alternatives to reduce transportation costs, and in this respect, storage and inventory directly implicate the total cost of physical distribution by allowing the use of larger quantities at better prices in loading lots. Based on the literature review, this paper presents seven proposals to aid reducing freight transport logistics costs.

Key-words: Strategic planning, Logistics, Storage, Transport, Cost 1. Introdução

O assunto a ser tratado neste artigo é gerenciamento logístico no transporte rodoviário de cargas, com o objetivo de verificar as dificuldades das empresas desse setor, para reduzir o custo associado ao transporte rodoviário de cargas, quando se prioriza o prazo e a integridade dos produtos transportados.

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Em ambientes considerados competitivos, operar com baixo custo passa a ser uma questão de sobrevivência. No caso das empresas de transporte de cargas significa planejar estrategicamente as atividades de logística do transporte, de armazenamento e de estocagem, além de atender aos requisitos dos clientes e todas as outras partes interessadas.

Bowersox e Closs (2001) comentam que, apresentando desempenho acima da média em termos de disponibilidade de estoque, rapidez e consistência de entrega, as empresas logisticamente sofisticadas passam a ser vistas como fornecedores preferenciais e parceiros ideais.

A partir dessas considerações, surge o foco deste trabalho: identificar quais as principais dificuldades que as empresas encontram em relação aos custos logísticos no transporte rodoviário de cargas, para atender com eficiência e qualidade seus clientes e, assim, auxiliar as empresas que atuam em um mercado de transporte rodoviário de cargas competitivo e em constantes mudanças.

Dessa forma, torna-se necessário que as empresas avaliem as principais barreiras existentes no seu meio ambiente, visando a ampliação dos conhecimentos sobre o tema, procurando implementar ou adaptar sua gestão estratégica.

2. O contexto do gerenciamento estratégico

A Gestão está relacionada à estratégia, enquanto o gerenciamento à operação. Gerenciamento é uma perspectiva de uma parte do todo, de algum fator específico, que não é única por estar atrelada à visão do indivíduo que executa a ação. O gerenciamento estratégico é um processo importante que visa assegurar o sucesso da empresa no momento atual e no futuro e, normalmente inclui três níveis de planejamento: o nível estratégico, tático e o operacional (MARTINS e CAIXETA-FILHO, 2010).

É importante diferenciar a estratégia do planejamento estratégico. Segundo Maximiano (2006) a estratégia define a direção que a empresa deve seguir e a forma de competir com outras empresas. Planejamento estratégico é o processo de tomar decisões sobre a estratégia da empresa. Todas as empresas têm estratégia e planejamento estratégico, de forma implícita ou explícita. Quando o empreendedor decide iniciar um negócio, a partir de uma ideia de produto ou serviço, já está fazendo um planejamento estratégico.

Nas palavras de Oliveira (2007, p. 326): “estratégia é um caminho, maneira ou ação formulada e adequada para alcançar, preferencialmente, de maneira diferenciada os desafios e objetivos estabelecidos, no melhor posicionamento da empresa perante seu ambiente”.

O planejamento estratégico tem o propósito de fazer com que a empresa tenha a possibilidade de modelar o futuro ao invés de apenas tentar antecipá-lo, ou seja, ele estabelece quais os caminhos a serem percorridos para atingir o objetivo desejado.

O planejamento estratégico é o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de interação com os fatores externos - não controláveis - e atuando de forma inovadora e diferenciada (OLIVEIRA, 2007, p. 17).

Segundo Pereira (2010) a etapa do planejamento estratégico tem como principal objetivo assegurar que a empresa consiga cumprir e dar continuidade aos projetos e metas estabelecidas. Portanto, não é uma tarefa elementar elaborar um planejamento estratégico que satisfaça completamente os anseios da empresa, pois requer experiência e conhecimento, sem o que seus resultados práticos podem se tornar inócuos, com benefícios que não superam os custos

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de sua realização.

Conforme Oliveira (2007), o planejamento estratégico pode ser entendido como um processo gerencial que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, de modo a melhorar a relação da empresa com o seu ambiente. Pereira (2010) concorda com o argumento do autor citado anteriormente, pois considera o planejamento estratégico uma importante ferramenta para estabelecer metas, ajudar no desenvolvimento e a manter o equilíbrio necessário para enfrentar a concorrência de mercado.

Já o planejamento tático se caracteriza pelo desdobramento das decisões tomadas no planejamento estratégico:

O planejamento tático tem por objetivo otimizar determinada área de resultado e não a empresa como um todo. Portanto, trabalha com decomposições dos objetivos, estratégias e políticas estabelecidos no planejamento estratégico (OLIVEIRA, 2007, p.18).

O principal desafio neste nível é promover um contato eficiente e eficaz entre o nível estratégico e o nível operacional, traduzindo as decisões estratégicas em ações operacionais. Conforme diz Oliveira (2007), o planejamento tático é desenvolvido pelos níveis organizacionais intermediários, tendo como principal finalidade a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a consecução de objetivos previamente fixados, segundo uma estratégia predeterminada, bem como as políticas que orientam o processo decisório da empresa.

O planejamento operacional é base para o controle e avaliação de desempenho, pois é o parâmetro para qualificar a eficácia atingida pela execução das operações realizadas:

De forma mais específica, ele é a representação quantitativa das diretrizes emanadas do planejamento estratégico e embasado nas premissas operacionais que redundaram da opção escolhida na fase do pré-planejamento operacional como a melhor alternativa de viabilizar operacionalmente aquelas diretrizes (NASCIMENTO; REGINATO, 2007, p. 139).

É nessa fase que se identificam e escolhem as alternativas operacionais que vão viabilizar as diretrizes estratégicas esboçadas no planejamento estratégico.

3. A logística no transporte de cargas

Para melhor compreensão do problema estudado, foi necessária a exploração de outros temas importantes, além da posterior análise dos custos e da indicação de alternativas viáveis soluções para lidar com o cenário atual da economia, do setor e realidade da empresa.

De acordo com Machado (2007), a logística é praticada há muito tempo, desde os nômades que se deslocavam de um lugar para outro em busca de provisões, e usavam estratégias para determinados riscos como, por exemplo, ataques de animais selvagens. Na guerra a logística também era praticada para abastecer as tropas, nas frentes de batalha, com alimentos e equipamentos no tempo e local certo, fator essencial para a sobrevivência dos soldados. As empresas industriais, observando a aplicação da logística usada na guerra, adotaram esta estratégia, denominando-a logística empresarial.

Ainda conforme Machado (2007), por logística entende-se a inclusão de alguma coisa no local e no tempo correto, como menor custo possível, deixando de ser apenas deslocamento

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de produtos, mas tudo o que se possa movimentar.

A questão da logística está ligada à orientação dos processos produtivos, pois busca atender aos requisitos dos mercados consumidores quanto a: qualidade dos insumos e dos produtos, prazos de entrega, assistência técnica e inovações. Nessa concepção amplia-se: “a eficiência do sistema logístico, tornando-o uma condição básica para a competitividade de todos os setores da economia” (MARTINS; CAIXETA-FILHO, 2010, p. 16).

Vianna (2006) ressalta que a logística é uma operação integrada que cuida de suprimentos e distribuição de produtos de forma racional, com execução de todo processo, por exemplo, planejar e coordenar, visando custos mais baixos e mais competitividade das empresas. Portanto, no setor de transporte é interessante que se tenha uma logística bem planejada, proporcionando assim, um custo menor.

Empresas do ramo de transporte de cargas geralmente têm uma frota própria ou terceiriza da e necessitam da logística para o transporte dos produtos. O gasto que é gerado para levar os produtos da fábrica até o consumidor final é muito alto, e a logística poderá ajudar na diminuição dos gastos através de: combustível com preço menor, melhor planejamento de rotas, manutenção de veículos com mais cotações de preço (VIANNA, 2006).

A logística poderá ser, portanto, o caminho para a diferenciação de uma empresa aos olhos de seus clientes, para a redução dos custos e para agregar valor, o que se refletirá no aumento da produtividade e do lucro. Uma empresa mais lucrativa e com menores custos está, sem dúvida, em uma posição de superioridade em relação a seus concorrentes. Porém, a logística por si só não alcançará esses resultados. É necessário que ela esteja inserida no processo de planejamento de negócio da organização e alinhada com os demais esforços para atingir sucesso no seu segmento de atuação.

Citando Christopher (2007, p. 281): “O desafio fundamental da integração logística é redirecionar a tradicional ênfase na funcionalidade em um esforço para se concentrar na realização do processo: o menor custo do processo não significa o menor custo em cada uma das etapas”.

Espera-se que a integração logística produza benefícios como: aumento da capacidade de resposta e da velocidade das etapas da cadeia de suprimentos; redução ao mínimo da variância na oferta dos produtos e serviços; otimização de estoques e custos de transporte; melhoria da qualidade dos serviços (CHRISTOPHER, 2007).

De acordo com Martins e Caixeta-Filho (2010), o sistema de transporte tem uma variedade de efeitos benéficos sobre a sociedade como a função econômica de promover a integração entre sociedades que produzem bens diferentes entre si. A possibilidade de expandir mercados é uma outra função econômica peculiar do sistema de transporte, conforme citação a seguir.

O sistema de transporte eficiente permite produção em larga escala para grandes mercados e viabiliza maior racionalidade produtiva ao apresentar maior mercado potencial, o que permite produzir uma escala compatível com produção mais eficiente economicamente, o que não seria possível sem se vislumbrar maior demanda. Para isso, espera-se do sistema de transporte baixo custo, confiabilidade e rapidez.

“o mais importante efeito de redução nos custos de transportes está na redução do custo dos bens, seja na comercialização, seja na aquisição de insumos” (MARTINS e CAIXETA-FILHO, 2010, p. 16-17).

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é a atividade logística mais importante porque ela absorve, em média, de um a dois terços dos custos logísticos. Nenhuma empresa moderna pode operar sem providenciar a movimentação de suas matérias-primas ou de seus produtos acabados de alguma forma. De acordo com Rodrigues (2007), o transporte representa um dos custos mais importantes da logística das empresas. O frete representa 2/3 dos gastos logísticos e entre 9 a 10% do Produto Nacional Bruto (PNB), as maneiras com que o serviço de transporte é feito com menor custo são oferecidas, a estrutura econômica começa a parecer-se a de uma economia desenvolvida.

A indústria e o comércio, de uma maneira geral, recentemente, passaram a se preocupar bastante com a qualidade dos serviços de transporte. Existem, normalmente, relações recíprocas entre desenvolvimento dos transportes e progresso econômico. Nenhum pode preceder o outro por um período razoável, em função de suas estreitas relações mútuas. Sem dúvida que as melhorias nos transportes estimulam progressos na indústria e vice-versa (RODRIGUES, 2007).

Transporte refere-se aos vários métodos para se movimentar produtos. Algumas das alternativas populares são os modais rodoviário e aeroviário. A administração da atividade de transporte, geralmente envolve decidir-se quanto ao método de transporte, aos roteiros e à utilização da capacidade dos veículos (BALLOU, 2009, p. 24).

Relata, ainda Ballou (2009), que o transporte de cargas envolve gastos e custos para destinar a carga até o local, o interessante é que a logística serve para diminuir estes gastos e custos, além de promover meios mais acessíveis para melhoria das entregas. O frete que é cobrado por transportadoras varia de acordo com a mercadoria, peso, e distância. No entanto, é necessário fazer uma pesquisa de mercado para saber se o preço cobrado pelo transporte é compatível com o do concorrente, de modo a considerar vários fatores na hora de negociar o frete, como: segurança da carga por monitoramento e veículo em bom estado de conservação, motoristas treinados e capacitados que irão transportar o produto, entre outros.

Neves (2007), afirma que o Estado de São Paulo é responsável por 33,4% do produto interno bruto (PIB) brasileiro, e apresenta uma matriz de transporte ainda mais distorcida, com 93,3% de sua riqueza econômica, sendo transportada pelas rodovias, 5,5% pelas ferrovias e 1,2% pelos outros modais. Em São Paulo são 200 mil quilômetros de rodovias contra apenas 5,1 mil quilômetros de ferrovias e 2,4 mil quilômetros de hidrovias.

A Tabela 1, abaixo, apresenta o referido tipo de distribuição.

Estado Riqueza Econômica Transportada (%) Total PIB Estado SP

Rodovia Ferrovia Outros tipos de modais

São Paulo - 33,4 93,3 5,5 1,2

KM - - 200 mil 5,1 mil 2,4 mil

Fonte: Adaptado de Neves, 2007.

Tabela 1 – Distribuição do transporte do Estado de São Paulo.

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destacam: excessivo número de empresas no setor, o que provoca acirramento da competição e perda do poder de barganha junto aos clientes; má conservação de estradas; roubos de cargas; pesada carga tributária; idade da frota dos caminhões; pouca carga de retorno; alto tempo de espera para carga e descarga.

Ao analisar assim, a rentabilidade sobre a receita das grandes empresas de transportes de cargas varia de 2% a 4%, tornando-se inviável, ou seja, é muito pouco para tanto esforço. O custo do transporte consome grande parte da receita da empresa, mas a maior despesa ocorre quando o produto atrasa e, ainda não chega ao cliente em boas condições. Caso o transporte não seja eficiente, o esforço de elevação da produtividade desprendido pela fábrica pode ser comprometido.

Rodrigues (2007) adverte para os envolvimentos dos custos, por exemplo, o custo de transporte envolve:

Frota própria (inclusive depreciação, manutenção, combustíveis e lubrificantes) ou fretes pagos a terceiros, em qualquer modal, seguros, estoque em trânsito, o conjunto das tarifas portuárias na origem e destino, transbordos realizados, manuseios e mão- de-obra decorrentes, até seu destino final, além dos custos da distribuição física local (RODRIGUES, 2007, p. 173).

Dessa forma: “o investimento em transportes é estratégico para uma política de desenvolvimento econômico, [...] levada em conta sua alta relação capital-produto, nas regiões que se encontram em estágios incipientes de desenvolvimento” (MARTINS; CAIXETA-FILHO, 2010, p. 20).

Embora na prática sejam observadas correlações positivas entre incrementos nas facilidades de transportes deve ser entendido como uma soma de recursos disponíveis que é desviada para a futura geração de um serviço.

Segundo Ballou (2009), as estratégias de transporte são fundamentais, vez que a movimentação de fretes absorve grande parte do total dos custos logísticos, deve-se então optar por uma boa estratégia apoiada nas instalações e serviços que compõem o sistema de transporte, nas taxas (custos) e no desempenho que os serviços podem proporcionar. A parte delicada para que a estratégia funcione, consiste em escolher os serviços e as suas principais características, ressaltando que o serviço de transporte é um conjunto de características de desempenho adquiridas a um determinado preço, sua variedade é quase ilimitada, devendo atentar para as características básicas: preço, tempo médio em trânsito, perdas e danos e custo final (BALLOU, 2009).

3.1. O fator custo no transporte rodoviário de cargas

O transporte rodoviário de cargas está crescendo muito nos últimos tempos, assim, com um maior trânsito de cargas, menor a durabilidade das rodovias, muitos trechos estão com mais pedágios, isso irá proporcionar renda, que será revertida para melhoria contínua das estradas. No entanto, onera os custos para a empresa. Este tipo de transporte favorece as viagens curtas, permitindo entregas diretas, ou seja, é desnecessário o carregamento ou descarregamento antes da chegada ao destino final; é um serviço constante e com fácil disponibilidade, tendo também uma velocidade boa (BALLOU, 2012).

Rodrigues (2007) e Ballou (2009) argumentam que o transporte rodoviário é mais competitivo no mercado de pequenas cargas. Com o advento da globalização, alternativas estão sendo tomadas a cada instante, principalmente as empresas que dependem do transporte rodoviário de cargas, buscam a redução dos custos através de estratégias

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mercadológicas, e o transporte agrega custo ao produto final. Portanto, essa distribuição física deve ser pensada para garantir fidelidade e não perder a eficiência. Neste contexto, surge a dúvida: frota própria ou terceirizada?

Neste sentido, Rodrigues (2007, p. 136) argumenta que: “a maior vantagem obtida com a terceirização é a transformação de ativo imobilizado (frota) em capital, reduzindo os custos com manutenção e seguros”. Em contrapartida, segundo o autor, a empresa entrega na mão de terceiros o nível do serviço prestado ao seu cliente, o que demandará um sistema de controle de qualidade bastante rígido.

Valente (2012) traz importante contribuição ao mencionar que o transporte rodoviário necessita de modelos de análise para escolher os equipamentos que serão utilizados, bem como o dimensionamento das frotas que atenderão às necessidades específicas de transporte. Novamente surge a dúvida: qual o veículo para atender determinada necessidade de transporte? O autor ressalta que dentre todas as marcas disponíveis, todas elas apresentam vantagens e desvantagens como custo de aquisição, custo de manutenção, consumo de combustível, vida útil, assistência técnica etc. Há de se pensar sobre a adequação da frota e a sua padronização.

Na adequação, requer análise rigorosa no planejamento do veículo certo para o trabalho que se pretende realizar. Já a padronização da frota traz uma série de vantagens, como o preço dos veículos, a especialização de mão-de-obra, peças de reposição, manutenção, assistência técnica, entre outros benefícios que uma frota homogênea pode oferecer e, um aspecto que deve ser considerado na hora da aquisição.

Ainda, segundo Valente (2012), independentemente do investimento necessário e do custo de operação da frota, existem aspectos importantes a serem considerados e analisados e, um dos mais complexos resume-se em ter a própria frota ou veículo fretado. Os fatores devem ser analisados no momento de decidir entre transporte com veículos próprios ou fretados.

Ainda é possível mencionar o processo de decisão do modal no transporte de carga, pois conforme argumentam Monteiro, Martins e Rodrigues (2010), o conjunto de alternativas possíveis é chamado de conjunto de escolha e de fundamental importância para o planejamento e o gerenciamento da cadeia logística que envolve as mercadorias desde os locais de produção até os de consumo. Esse processo está ocorrendo devido à crescente demanda por serviços logísticos integrados ao transporte rodoviário de carga.

O processo de escolha modal para o transporte de carga envolve diversos aspectos como as características de mercado, de tomadores de decisão e das cargas, legislação, infraestrutura de transportes e tecnologias disponíveis. O objetivo dessa busca mais racional é para a redução dos custos logísticos relacionados ao transporte, porém, busca-se também a melhoria do nível de serviço ao cliente (MONTEIRO; MARTINS; RODRIGUES, 2010).

As escolhas são baseadas no custo, que é o principal componente do transporte. No Brasil, o custo de transporte equivale a 60% do custo logístico. A decisão com base em fatores de custo está associada a cargas de baixo valor agregado.

Nesta seção abordou-se a gestão logística no transporte rodoviário de cargas como ponto fundamental para nortear a empresa em suas atividades diárias e também como ferramenta de auxílio na visão dos serviços de suprimento, distribuição e movimentação das cargas transportadas. A respeito do transporte rodoviário, observou-se que houve expansão neste setor e, a cada dia, estão criando diferentes alternativas com o objetivo de reduzir os custos,

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fato este que implica diretamente na questão frete/frota, como índice de racionalização de despesas.

3.2 Armazenagem e gestão de estoques

De acordo com Ballou (2012), armazenagem e manuseio de mercadorias são componentes essenciais do conjunto de atividades logísticas de uma organização. Os seus custos podem absorver de 12 a 40% das despesas logísticas da empresa. A armazenagem acontece, na grande maioria das vezes, em algumas localidades fixadas, sendo que os custos destas atividades estão intimamente associados à seleção desses locais.

Conforme Moura (1997), a função da armazenagem representa uma porcentagem considerável no custo total da distribuição física, porque é sempre objeto de constantes previsões, sendo que a armazenagem pode acontecer sob vários arranjos financeiros e legais. O autor confirma cinco grupos de depósitos: depósitos de mercadorias, depósitos de estoques a granel, depósitos de estoques refrigerados, deposito de eletrodomésticos e os depósitos de carga geral, onde cada um deles faz diferentes serviços.

Em uma empresa pode se ter vários tipos de armazenagem, e um dos mais comuns segundo Alvarenga e Novaes (2000, p. 121): “são os depósitos, pois eles são feitos para armazenar e despachar as mercadorias, desde matéria-prima, produto semiacabado e produto acabado”.

Estoque é qualquer quantidade de itens materiais de propriedade da empresa que são mantidos para o consumo de produtos ou serviços e agem como “amortecedores” entre suprimento e demanda; entre suprimento e necessidade de produção. São benefícios ao sistema de suprimentos, porque garantem maior disponibilidade de componentes para a linha de produção. E todos esses bens físicos armazenados, significam dinheiro parado, que por sua vez, bloqueiam outros investimentos; daí a importância de serem bem administrados (VIANNA, 2006).

A definição de estoque para o autor é:

Pode-se definir estoque como materiais, mercadorias ou produtos acumulados para utilização posterior, de modo a permitir o atendimento regular das necessidades dos usuários para a continuidade da empresa, sendo o estoque gerado e, também pela impossibilidade de prever-se a demanda com exatidão, reserva para ser utilizada em tempo oportuno (VIANNA, 2006, p. 110).

Os estoques podem reduzir custos de transporte, pois permite o uso de quantidades maiores e mais econômicas nos lotes de carregamento. A questão é justamente utilizar inventário suficiente para o correto balanço econômico entre os custos de estocagem, produção e transporte. Mas, será que as firmas realmente necessitam de espaço físico para estocagem? As empresas usam estoques para melhorar a coordenação entre oferta e demanda e diminuir os custos totais.

4. Proposta de logística para diminuir custos

Após analisar as referências utilizadas nesse estudo, houve o interesse em elaborar algumas propostas para que empresas possam diminuir custos na logística do transporte rodoviário de cargas. Ressalta-se a importante contribuição que diferentes autores trouxeram para viabilizar essa intenção científica que, espera-se ser de utilidade para os leitores interessados nessa temática.

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1) A empresa deve embasar-se num planejamento logístico direcionado para estratégias eficazes, pois esse procedimento é fundamental para a expansão e marcar sua participação no mercado em que atua. Nesse sentido, o material consultado indica que a gestão relaciona a estratégia e o gerenciamento à operação. A esse respeito Oliveira (2007), confirma que o planejamento estratégico tem o propósito de fazer com que a empresa tenha a possibilidade de modelar o futuro ao invés de apenas tentar antecipá-lo, ou seja, ele estabelece quais os caminhos a serem percorridos para atingir o objetivo desejado. Ainda autores como Nascimento e Reginato (2007) complementam que esse procedimento significa planejar o futuro perante as limitações psicológicas, físicas e os pontos fortes e fracos de uma empresa.

2) A empresa deve ficar atenta quanto à influência da logística de transporte e de armazenamento no desempenho ou nos resultados da empresa e perceber, claramente, que essas atividades estão diretamente ligadas aos propósitos dos processos produtivos. Na visão de Martins e Caixeta-Filho (2010), a logística de transporte busca satisfazer os mercados consumidores quanto à qualidade dos produtos, os prazos de entrega, a garantir assistência técnica e fomentar inovações. Isso deixa clara a importância dessa atividade dentro de uma·empresa.

3) O alto custo do transporte é outro fator que o gestor deve se preocupar, pois afeta consideravelmente a operação logística da empresa, haja vista o transporte ser considerado uma das atividades mais importantes e absorver em média dois terços do custo operacional. Esse custo elevado consome grande parte da receita, além de prejudicar o prazo de entrega e comprometer as condições do produto. Essa eficiência depende exclusivamente do transporte.

Rodrigues (2007) adverte para o envolvimento dos custos argumentando que:

O custo de transporte envolve ter frota própria ou fretes pagos a terceiros, em qualquer modal, seguros, estoque em trânsito, o conjunto das tarifas portuárias na origem e destino, transbordos realizados, manuseios e mão-de-obra decorrentes, até seu destino final, além dos custos da distribuição física local (RODRIGUES, 2007, p. 173).

4) A empresa deve pensar na logística como uma ferramenta eficaz e investir no setor de transporte, pois adiciona valor de lugar ao produto e possui grande importância para as empresas, independente do seu porte. Nesse aspecto Vianna (2006) comenta que o gasto gerado durante a demanda que sai da empresa até o consumidor final é muito intenso e a logística de transporte poderá ajudar na redução de gastos como a busca de combustível mais barato, melhor planejamento de rotas, manutenção de veículo com mais cotações de preço, diminuindo mais os custos, entre outros.

5) Vale investir tempo e recursos no setor de gerenciamento de custos de transporte, em decorrência do seu alto custo já salientado. Para que não haja oneração de custo, a frota deve estar ajustada com as atividades da empresa, visando sempre para que os produtos acabados não sofram alteração de custo até alcançar o consumidor final. Dessa forma, segundo Pozo (2010), o modal mais prático é o rodoviário, portanto, empresas que atuam no ramo de transporte de cargas, geralmente têm uma frota própria ou terceirizada e necessitam da logística para o transporte desses produtos, portanto justifica-se a importância desse gerenciamento.

6) Outro fator importante é a empresa se preocupar com a logística interna, pois ela se refere ao processo de recebimento, guarda, controle e distribuição das cargas, tornando-se,

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portanto, fundamental para alcançar sucesso e a fidelização dos clientes, bem como a expansão dos produtos produzidos (quando se trata de fábricas). Segundo estudo de Santos (2013), as técnicas e princípios logísticos são fatores fundamentais e estratégicos para as empresas, tornando-se um ponto de referência, quando bem administrados, agregando vantagem competitiva junto aos concorrentes.

7) A empresa deve realizar revisões e análises com certa frequência, fator que facilita a identificação dos itens ativos e inativos. Essa não operação implica em uma estocagem excedente e que gera custo sem necessidade para a empresa, além da ocupação desnecessária de armazenagem. Slack, Chambers e Johnston (2002), argumentam que os estoques devem ser objeto de constantes revisões e análises, com a finalidade de constatar possíveis as irregularidades citadas. Os ativos são aqueles requisitados regularmente, em um dado período estipulado pelo órgão; e bens inativos, aqueles não movimentados em um determinado período estipulado pelo órgão e, comprovadamente, desnecessários para utilização neste. Para os autores, uma análise é necessária em toda e qualquer setor da empresa e, segundo o autor, existem três tipos para se gerenciar um estoque: just in time, lote econômico e o modelo de reposição matemático. Martins e Campos (2000) argumentam que se deve analisar e utilizar a reposição periódica, denominada “modelo de reposição periódica” cujo objetivo é emitir pedidos de compras em lotes de intervalo fixo. Sugere-se, portanto que a empresa utilize esse modelo para atingir melhores metas. Ainda neste contexto, para reduzir custos e evitar acumular estoque, a empresa deve adotar o critério de comprar e utilizar apenas o necessário para as atividades agendadas. Conforme Ballou (2012) a manutenção de estoques é uma atividade chave em termos logísticos e o seu uso extensivo implica em gastos desnecessários, podendo chegar a dois terços dos custos. Dessa forma, um posicionamento próximo aos consumidores ou às fábricas pode ser uma alternativa viável, resultando num armazenamento compensador e adicionando valor de mercado.

Importante esclarecer que essas propostas não são receitas prontas, tampouco foram criadas a partir de pesquisas empíricas, mas são frutos da leitura de produções já elaboradas e, adaptadas pelos autores desse estudo, objetivando contribuir academicamente com essa pesquisa para o curso de Engenharia de Produção.

Referências

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