FILOSOFIA
11.º ANO
(Manual: Ser no Mundo)
LRG
GNOSIOLOGIA
GNOSIOLOGIA:
Estudo do conhecimento
EPISTEMOLOGIA:
Estudo do conhecimento científico
QUESTÕES GNOSIOLÓGICAS
Em que consiste o conhecimento?
Qual a relação entre o conhecimento e a
realidade material?
Que níveis de conhecimento existem?
Que tipos de conhecimento existem?
Qual a estrutura do ato de conhecer?
Será o conhecimento possível?
Quais as fontes do conhecimento verdadeiro?
HISTÓRIA DA GNOSIOLOGIA
HERACLITO
A realidade é um eterno Devir
(mudança, transformação).
O conhecimento sensível (com
origem nos sentidos) apreende a realidade, mas revela apenas parte desse
Devir. PARMÉNIDES
Doxa (opinião baseada nas
aparências) X Episteme
(conhecimento rigoroso e sistemático, teórico) A Episteme revela a Alêtheia
(verdade).
O mundo captado pelos sentidos é uma ilusão.
SÉCULO V AEC
SOFISTAS Céticos e relativistas. PLATÃO A verdade é apreendida de modo inteligível. ARISTÓTELES O conhecimento sensível é fundamental no processo cognoscitivo.FILOSOFIA MODERNA
EMPIRISTAS
RACIONALISTAS
Bacon
Espinosa
Locke
Descartes
Hume
Leibniz
Kant
Hegel
ANALISAR
“A ilusão de que apreendemos a
realidade é um engano da maioria
dos seres humanos”
ANALISAR
As nossas ideias acerca do mundo não
correspondem
necessariamente
à
realidade. Frequentemente ocorrem
erros.
Manual, pág. 141
Mas será que isto significa que não
somos capazes de apreender a
realidade?
TIPOS DE CONHECIMENTO
Conhecimento por contato
Conhecimento prático (saber fazer)
Conhecimento Proposicional
ELEMENTOS DO PROCESSO DE
CONHECIMENTO
Sujeito cognoscente
Objeto cognoscido
Representação do Objeto no Sujeito
O conhecimento é um processo através do qual um sujeito apreende características de um objeto sob a forma de uma
representação mental.
DEFINIÇÃO TRADICIONAL DO
CONHECIMENTO
Segundo Platão, o conhecimento (epistémico) consiste numa
Esta definição tripartida do Conhecimento foi criticada por Edmund Gettier
CRENÇA
VERDADEIRA
JUSTIFICADA
A POSSIBILIDADE DO CONHECIMENTO
Conhecimento enquanto processo de aproximação à verdade Ceticismo radical (Agnosticismo) Dogmatismo Ceticismo moderadoPARA ENTENDER A POSIÇÃO DOS AUTORES DO MANUAL
DOGMATISMO
Posição que defende a possibilidade do conhecimento
absoluto da verdade acerca da realidade (defende que seria possível conhecer a verdade de modo direto, completo, absoluto, perfeito, puro, etc.).
Será que quem diz que é possível conhecer é necessariamente um dogmático?
CETICISMO
Posição de dúvida em relação ao conhecimento.
Será que o ceticismo pressupõe sempre, necessariamente, a negação completa da possibilidade do conhecimento?
DOGMATISMO
Considera possível alcançar a
verdade
absoluta, total.
Não leva em conta que o conhecimento é um
processo relacional.
Obs.:
Existe um dogmatismo do senso comum.
A ORIGEM DO CONHECIMENTO
Qual será a fonte do conhecimento verdadeiro,
seguro, fiável?
A sensibilidade?
A razão?
CONHECIMENTO A PRIORI E A POSTERIORI
Conhecimento A Priori: Não depende da experiência, do
contacto empírico que a sensibilidade permite.
Conhecimento A Posteriori: É posterior à apreensão empírica,
sensorial, concreta da realidade.
Exemplos: O Todo é maior do que a parte. P= ~~P.
Exemplos: Esta laranja é doce.
Neste momento, estão 19.1 °C no Seixal.
TIPOS DE ARGUMENTOS
DEDUTIVOSEx.: Os metais dilatam com o calor. O Bronze é um metal. Logo, o bronze dilatará com o calor.
INDUTIVOS
Ex.: O bronze dilata com o calor. O ferro dilata com o calor. O estanho dilata com o calor. Logo, todos os metais dilatam com o calor Obs.: Os demais tipos de argumentos não-dedutivos têm, igualmente, caráter meramente probabilístico.
DEDUÇÕES: PROBLEMA NAS PREMISSAS
INDUÇÕES:
PROBLEMA NA CONCLUSÃO
A origem do conhecimento expresso nas premissas fica por
explicar
A conclusão não é certa
Ideias Inatas Negação da existência de Ideias
Inatas
A origem do conhecimento pode adquirir características místicas
A formulação de leis científicas é posta em causa
RACIONALISMO EMPIRISMO
Razão Sentidos
Conhecimento a priori Conhecimento a posteriori Ex: aplicação do teorema de Pitágoras Ex: os cisnes que temos visto são
brancos (portanto, todos os cisnes são brancos)
Deduções Induções
Certezas (a partir de outras certezas) Não chegamos a certezas
Caráter constringente (verdades
universais e necessárias) Caráter contingente
RACIONALISMO EMPIRISMO
Matemática Ciências empíricas (por exemplo, ciências da natureza)
Privilegia a reflexão Privilegia a pesquisa empírica Relaciona dados conhecidos Apreende novos dados Geralmente, parte do Geral para o
particular Geralmente, parte do Singular, Particular para o Geral
Aplica leis gerais a casos
particulares e singulares Investiga casos discretos (isolados)
EXERCÍCIO: RELACIONE COM O RACIONALISMO OU EMPIRISMO
Razão Sentidos
Induções Deduções
Certezas (a partir de outras certezas) Não chegamos a certezas
Conhecimento a posteriori Conhecimento a priori
Caráter constringente (verdades universais
e necessárias) Caráter contingente Ex: conhecimento das regras da lógica
formal Ex: estas ameixas Rainha Cláudia são doces Ciências empíricas (por exemplo, ciências
da natureza) Matemática
Reflexão Pesquisa empírica Apreende novos dados Relaciona dados conhecidos Geralmente, parte do Singular, Particular
para o Geral Parte do Geral para o particular Aplica leis Investiga casos discretos (isolados)
EXERCÍCIO: RELACIONE COM O RACIONALISMO OU EMPIRISMO
Aplica leis (cujo conhecimento fora a priori)
Apreende novos dados empíricos
Caráter constringente (verdades universais e
necessárias)
Caráter contingente
Certezas (a partir de outras certezas)
Ciências empíricas (por exemplo, ciências da
natureza)
Conhecimento a posteriori
Conhecimento a priori
Deduções
EXERCÍCIO: RELACIONE COM O RACIONALISMO OU EMPIRISMO
Ex: conhecimento das regras da lógica formal Ex: estas ameixas Rainha Cláudia são doces Geralmente, parte do Singular, Particular para o Geral Induções
Investiga casos discretos (isolados) Matemática
Não chegamos a certezas Parte do Geral para o particular Pesquisa empírica
Razão Reflexão
Relaciona dados conhecidos Sentidos
DESCARTES
(1596-1650)
MÉTODO CARTESIANO
1) Dúvida (duvidar de tudo o que não seja absolutamente evidente)
2) Análise (dividir o objeto de estudo em partes mais simples)
3) Síntese (recompor o objeto de estudo, indo do simples ao complexo)
4) Revisão (enumeração, em busca de falhas)
A
crítica ao
ceticismo
.
O
método
cartesiano (dúvida/ busca da evidência,
análise, síntese, revisão/ enumeração).
Ideias
adventícias e factícias e inatas.
A
dúvida
(metódica, provisória, universal e
hiperbólica) enquanto instrumento de busca de
uma certeza indubitável.
A função do “
génio maligno
”.
O
cogito
(a priori).
A certeza da existência do
Eu pensante
(Res
Cogitans).
A
clareza
e a
distinção
das ideias como critério de
verdade.
A
intuição racional
de
ideias inatas
.
A demonstração da existência de
Deus
.
O papel gnosiológico da existência de deus de
garantia da existência do
mundo corpóreo
e da
capacidade
de
o
conhecer
(através
da
“matematização” das ciências naturais).
ALGUMAS OBJEÇÕES
AO RACIONALISMO DE DESCARTES
• Seria exclusivista (O conhecimento recorre exclusivamente à razão,em detrimento dos sentidos).
• Seria dogmático (seria possível conhecer tudo).
• Faz depender a aceitação da possibilidade de conhecer o mundo da
crença na existência de Deus.
• Raciocínio circular, petição de princípio: (a) as ideias inatas justificam a crença na existência de Deus e (b) Deus garantiria a veracidade das ideias inatas.
• Afirma a existência como predicado (como atributo, qualidade). • O cogito não deveria permitir afirmar a existência do “Eu” (no máximo,
Descartes poderia inferir que há o pensamento, e não que “eu penso”). • no cogito também ocorreria uma circularidade (a existência do o “eu”
já está pressuposta ao afirmar “eu penso”).
• Descartes nunca teria chegado a duvidar verdadeiramente da lógica, pois usa-a ininterruptamente.
• O dualismo cartesiano não teria fundamento.
DAVID
HUME
1711-1776
HUME
• a experiência sensível é a origem de todo o conhecimento acerca do mundo.
• As perceções dividem-se em impressões e ideias. • As impressões podem ser externas ou internas.
• As ideias são cópias menos vívidas das impressões (todas as ideias são a posteriori). Podem resultar da memória ou da imaginação.
• Existem impressões e ideias simplese complexas.
• Há “princípios” que regem a associação de ideias pelo entendimento (semelhança, contiguidade ou causalidade).
• A nossa razão pode orientar-se para Relações de Ideias ou para
Questões de Facto.
• Capacidade de relacionar ideias: capacidade a priori que não nos permite conhecer o mundo. Não existe ideias inatas, não existe conhecimento do mundo a priori, apenas a capacidade de relacionar deias.
• Conhecimento de questões de facto: conhecimento a posteriori de factos acerca do mundo.
• As deduções são a priori mas não nos permitem conhecer o mundo.
•Críticas à indução: não dão certezas e até a própria justificação das induções é indutiva.
• Críticas ao conceito de causalidade: a ideia da relação causa-efeito surge do hábito que leva a entender a conjunção constante como conexão necessária.
• A própria ideia da regularidade e uniformidade da natureza resulta de um raciocínio indutivo.
Crítica à capacidade de provar racionalmente a existência do eu,
de Deus e do mundo
• Hume sustenta uma posição cética quanto à possibilidade de uma fundamentação racional das ciências naturais.
• O papel do costume e do hábito na compreensão do mundo e na vida humana em geral: são guias da vida humana.
OBJEÇÕES AO EMPIRISMO DE HUME
• Exclusivista, reducionista.
• Não leva em conta a possibilidade de ilusões sensoriais. • Superficial.
• Negligencia a importância preditiva das induções fortes. • Não percebe a complexidade dos processos cognitivos
(que não se reduzem à dicotomia dedução-indução). • Atribui um papel passivo ao sujeito do conhecimento.
OBJEÇÕES AO EMPIRISMO DE HUME
• Conduz a um ceticismo que colocaria em causa toda a ciência.
• Representaria um individualismo gnosiológico abstrato. • Contradições (nega e pressupõe a causalidade).
• Não percebe a impossibilidade de um início gnosiológico puramente indutivo.
• Não percebe a impossibilidade de um impressão discreta, isolada.
DESCARTES HUME ORIGEM DO CONHECIMENTO A priori: Razão Ideias inatas A posteriori: Experiência Impressões (não há ideias inatas)
POSSIBILIDADE DO
CONHECIMENTO Podemos ter certezas acerca da realidade
A possibilidade do conhecimento limita-se ao âmbito da experiência (as
induções não dão certezas)
CARACTERÍSTICAS
DO CONHECIMENTO As ideias inatas permitem demonstrar dedutivamente outras verdades
As deduções apenas relacionam ideias, não permitem conhecer o mundo. A realidade é conhecida indutivamente
O QUE PODEMOS SABER
Podemos saber que: O Eu existe Deus existe O mundo existe
Não podemos provar: A existência da causalidade, A existência das regularidades
A existência do Eu A existência de Deus A existência do mundo.
CONHECIMENTO VULGAR CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Superficial Aprofundado
Espontâneo, imediato Não espontâneo, mediato Reflete princípios, crenças, valores e
preconceitos sociais. Procura ser rigoroso e objetivo Tendencialmente acrítico Essencialmente crítico
Essencialmente prático Prático e teórico
Ametódico Metódico
Usa uma linguagem ambígua Evita a ambiguidade linguística
Assistemático Sistemático
Incorre em contradições subjetivas Evita incorrer em contradições subjetivas Tendencialmente conservador Inovador