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ASSOCIAÇÃO ENTRE MEDICINA PSICOSSOMÁTICA E ASMA: UMA REVISÃO NARRATIVA DA LITERATURA

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Academic year: 2021

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ASSOCIATION BETWEEN PSYCHOSOMATIC MEDICINE AND ASTHMA: A NARRATIVE REVIEW OF LITERATURE

Juliana Pires Ribeiro1 Isabele Pereira Tannous2 Angélica Leal Braga3 Lara Cândida de Sousa Machado4 Amanda Paiva Bernardes Alves5 Gabriela Moreira Melo6 Kauana Ferreira Arruda7

RESUMO

A asma caracteriza-se como uma doença crônica que tem uma etiologia multifatorial, na qual fatores orgânicos e ou hereditários se combinam com fatores ambientais e psicológicos. Por meio de pesquisas relacionadas, há autores que a revelam como uma doença psicossomática, que é influenciada por fatores psicossociais tanto no desencadeamento como na evolução da mesma. Com base nesse pressuposto, foi realizada uma pesquisa às bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Scielo com o intuito de encontrar a existência do aspecto psicossomático como influenciador da asma e a consequência da relação entre esses dois parâmetros. Os dados obtidos foram analisados e foram notadas as divergências e concordâncias sobre a relação dos fatores. Conclui-se que o aspecto psicossomático acarretava em piora diagnóstica e terapêutica para o prognóstico dessa doença. Diante disso, é possível destacar que novas medidas devem ser tomadas no que tange o plano terapêutico e as medidas preventivas relacionados aos aspectos psicossociais dessa questão.

PALAVRAS-CHAVE: Psicologia médica. Psiquiatria. Somatização. Pneumologia. ABSTRACT

Asthma is characterized as a chronic disease that has a multifactorial etiology, in which organic and / or hereditary factors combine with environmental and psychological factors. Through related research, there are authors who reveal it as a psychosomatic illness, which is influenced by psychosocial factors in both the onset and the evolution of it. Based on this assumption, a research was carried out on the databases of the Virtual Health Library (VHL) and Scielo in order to find the existence of the psychosomatic aspect as an influencer of asthma and the consequence of relationship between these two parameters. The obtained data were analyzed and

1 Enfermeira, mestre em enfermagem pela UFG/FEN. E-mail: julianapribeiro@yahoo.com.br

2 Enfermeira, mestre em ciências aplicadas a saúde pela UFG. E-mail: isabeletannous@hotmail.com 3 Graduanda em medicina pela UFG de Rio Verde. E-mail: bragaangelica12@gmail.com;

4 Enfermeira, mestre em ciências ambientais e da Saúde. E-mail: laramachado.enf@gmail.com 5 Graduanda em enfermagem pela UNIP. E-mail: amandabernarde4@gmail.com

6 Graduanda em enfermagem pela UNIP. E-mail: moreiramelogabi@gmail.com; 7 Enfermeira. E-mail: k.akausilva@hotmail.com

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the differences and concordances on the relation of the factors were noticed. It was concluded that the psychosomatic aspect led to a deterioration in diagnosis and therapeutics for the prognosis of this disease. Therefore, it is possible to emphasize that new measures must be taken regarding the therapeutic plan and preventive measures related to the psychosocial aspects of this issue.

KEYWORDS: Medical psychology. Psychiatry. Somatization. Pneumology. INTRODUÇÃO

As explicações biológicas das doenças, apesar de muito predominantes na Medicina, atualmente têm sido questionadas em diversos estudos que evidenciam a influência da mente e das emoções no estado de saúde. Tendo em vista o crescimento dessa influência no contexto da medicina, as concepções filosóficas nas quais o processo saúde-doença se fundamenta, passaram a estar cada vez mais presentes no pensamento do profissional de saúde e, consequentemente, nas modalidades de diagnóstico e de intervenção, assim como na orientação das ações por parte do sistema de saúde para prevenção de enfermidades e a promoção da saúde (MATOS; CAMPANHA, 2008).

Desse modo, reflexões acerca da interação entre os aspectos somáticos, cognitivos e emocionais contribuem para o questionamento dos fundamentos a partir dos quais a ciência se constrói e se desenvolve (CRUZ; PEREIRA JÚNIOR, 2011). A compreensão da interação mente e corpo ganha novas perspectivas a partir da Psicanálise, quando ambas as dimensões são pensadas de forma conjunta e dinâmica, possibilitando a criação de um campo de saber denominado Psicossomática (VALENTE; RODRIGUES, 2010).

A medicina psicossomática enfatiza a unidade e a interação entre mente e corpo. De modo geral, existe a convicção de que os fatores psicológicos são importantes no desenvolvimento de todas as doenças. E o papel de tal fator pode estar na geração, progressão, agravamento, exacerbação de uma doença, ou até mesmo na predisposição a ela (CAMPANHA, 2008; VALENÇA, 2006).

Os fatores psicológicos e comportamentais prejudicam a condição clínica e afetam de forma significativa o curso de uma doença e aumentam o risco de que

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uma pessoa venha a ter um resultado adverso em sua condição. Nesse sentido, deve-se considerar o aspecto psicofisiológico da asma, uma doença crônica, multifatorial e episódica, caracterizada pelo estreitamento extenso da árvore traqueobrônquica. Os sintomas incluem tosse, sibilos, constrição torácica e dispneia (KAPLAN; SADOCK, 2010).

A asma envolve não somente os aspectos biológicos, mas também as relações interpessoais em seus aspectos psicológicos e sociais, transformando-os em experiências difíceis e permeadas de sofrimento. Desse modo, entende-se que a participação de um componente emocional ou psicodinâmico no quadro da asma brônquica é um fenômeno marcante e bem conhecido. Tal componente emocional pode influir em três níveis do quadro asmático: no desencadeamento das crises, persistência e agravamento do sofrimento durante as crises e na resistência do tratamento (LEMLE, 2010; BORBA et al., 2009).

Segundo a literatura, não existe um perfil específico de personalidade para esses pacientes, mas até 30% das pessoas com asma satisfazem os critérios para transtorno de pânico ou agorafobia. Além disso, portadores desse transtorno psicofisiológico podem apresentar ataques de asma ocasionados pelo medo da dispneia, e elevadas taxas de hospitalização e mortalidades do que as que normalmente estão associadas aos sintomas pulmonares dessa doença (ARAGÃO; NOGUEIRA, 2007; BREDA, 2009).

Eles costumam apresentar uso elevado de corticosteróides e traços de personalidade que incluem medo intenso, ansiedade, labilidade emocional, sensibilidade à rejeição e falta de persistência em situações difíceis. Apesar disso, não se sabe como essas condições, que incluem também os familiares, podem contribuir para a gênese ou a manutenção da asma em cada paciente (LEMLE, 2010).

O presente estudo visa analisar a existência do aspecto psicossomático como influenciador de problemas orgânicos e se o mesmo poderia acarretar em alterações na asma determinando a relação do fator psicossomático com a asma brônquica.

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MÉTODO

Trata-se de uma revisão narrativa da literatura. As buscas foram realizadas por meio da consulta à Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Biblioteca Eletrônica Científica Online/ Scientific Electronic Library Online (Scielo), utilizando-se os termos de busca “Psicologia médica AND psiquiatria AND somatização AND pneumologia”. Foram encontrados 5776 artigos que passaram por uma triagem que consistia em selecionar os que atendiam aos seguintes critérios de inclusão: data de publicação a partir de 2001 até o ano de 2017, artigos publicados em português, artigos publicados no Brasil, livros que abordam a temática, cadernetas e universidades brasileiras. Os critérios de exclusão definidos foram: artigos que não continham pelo menos um dos termos de busca presentes no título, no resumo ou nas palavras-chave e relatos de casos e/ou séries de casos.

Após o refinamento da pesquisa, restaram 15 artigos que foram lidos na íntegra e dos quais 15 foram utilizados para compor o presente estudo. Os outros artigos não foram incluídos nessa pesquisa por serem relatos de casos, ou por terem sido julgados como não pertinente ao assunto, sendo, portanto, excluídos da composição do trabalho para fins científicos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A asma tem uma etiologia multifatorial, na qual fatores orgânicos e ou hereditários se combinam com fatores ambientais e psicológicos. Assim, a asma brônquica é uma doença complexa e interfere com a qualidade de vida desses doentes (ARAGÃO, 2007; BREDA et al., 2009).

A existência de uma doença crônica, a exemplo da asma, envolve um complexo processo de adaptação. Essa situação traz consigo um conjunto de alterações que podem desafiar a visão que o indivíduo tem de si, das suas capacidades e do mundo, o que inclui alterações de papéis sociais e profissionais,

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autocuidado, sofrimento físico e psicológico, por vezes, complexas e prolongadas (MATOS; MACHADO, 2007).

Desse modo, a asma foi colocada pelos dados das pesquisas como uma doença psicossomática, ou seja, aquela doença que se inicia ou se potencializa pela ação de fatores psicossociais no seu desencadeamento, evolução e agravamento (SILVA, 2012; MELLO, 2002).

Existem evidências de que a asma está associada ao aumento da presença de sintomas psiquiátricos e transtornos mentais. Dentro desse contexto, Valença et al. (2006) realizou um estudo buscando averiguar a frequência de transtornos de ansiedade e depressão em uma amostra de pacientes asmáticos ambulatoriais e observaram se há relação desse tipo de comorbidade com a gravidade da asma. Dos pacientes desse estudo, 20 (24,1%) apresentaram depressão, 21 (33,8%) transtornos de ansiedade, 4 (6,5%) estavam em tratamento psiquiátrico e 13 (20,9%) estavam usando benzodiazepínicos (VALENÇA et al., 2006). Esses resultados sugerem a elevada comorbidade de transtornos de ansiedade e depressão em pacientes asmáticos, independente da gravidade da asma.

Santos (2001) verificou, em seu trabalho, fatores que interferem no desenvolvimento e no agravamento de crises de asma, investigando aspectos emocionais envolvidos nessa patologia. Seus resultados permitem mostrar que as crises de asma estão intimamente vinculadas a fatores psicodinâmicos desenvolvidos em momentos específicos da vida de cada indivíduo e que, na amostra utilizada, os conflitos existenciais ocasionaram em alta prevalência de ansiedade e dificuldade para enfrentar ou resolver esse conflito.

Várias pesquisas mostraram também a relevância de outros fatores psicológicos interferindo no manejo da asma. Ansiedade, depressão, negação da doença e presença de conflitos familiares têm sido associados à menor adesão ao tratamento e maior morbimortalidade (CAMPANHA; FREIRE; FONTES, 2008).

Matos e Machado (2008) investigaram a associação entre as cognições disfuncionais associadas à asma e outras variáveis psicológicas (emoções e

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comportamentos). Por cognições disfuncionais entendem-se distorções ou erros cognitivos relacionados às emoções e aos comportamentos, nesse estudo, ligados à asma. Os resultados encontrados sugerem que as cognições disfuncionais associadas à asma são preditoras de comportamentos/emoções problemáticos que ocorrem antes, durante e depois das crises asmáticas. Indicaram ainda maiores níveis de sintomatologia "pânico/medo" e de atitudes negativas diante da doença asmática e ao seu tratamento (MATOS; MACHADO, 2008).

Matos e Machado, em um estudo anterior, realizado em 2007, pretenderam verificar a relação das variáveis sociodemográficas (gênero, idade e grau de instrução), clínicas (gravidade da doença, duração e tipo clínico) e psicológicas (cognições, emoções e comportamentos) com a qualidade de vida do doente asmático. De modo geral, os resultados desse estudo confirmaram a associação entre essas variáveis.

Os resultados encontrados por Matos e Machado (2007) corroboram com um outro estudo, realizado por Peçanha, Kariel e Benze (2014), que utilizam do método de Teste de Fábulas para examinar indicadores psicossomáticos em 16 crianças com asma. Esse estudo relata que “quanto a fatores associados ao desencadeamento da doença crônica, em 56% das crianças com asma, os pais não perceberam qualquer fator associado ao desencadeamento desse problema de saúde; seguido de 31% dos casos em que foi verbalizada uma associação entre a primeira crise e mudança na estrutura familiar ou de lugar de habitação da família; em outros 13%, as crises de asma foram associadas ao ingresso da criança na creche”.

Com isso, destaca-se o predomínio de associações entre um evento novo na vida da criança e o desencadeamento da doença crônica apenas no grupo com asma, indicando a possível contribuição do fator emocional nessa enfermidade psicossomática, tal como descrita na literatura.

Torna-se cada vez mais evidente que os fatores psicossociais desempenham um papel importante na asma brônquica, quer como elemento precipitante das crises, quer na progressão da doença. Logo, pontua-se como de

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extrema importância a relação de causa e consequência que tais fatores exercem sobre a doença, visando dessa maneira, minimizar os prejuízos que podem ser estabelecidos em virtude dessa associação, a fim de melhorar o prognóstico dos pacientes asmáticos.

No Brasil, pesquisas vêm sendo desenvolvidas com o objetivo de relacionar a asma a fatores psicológicos e psicossociais. Não há uma síntese desses achados, como também não se sabe de que modo estão apresentadas as principais questões abordadas na literatura nacional. Percebe-se uma lacuna no conhecimento acerca da asma no âmbito dos estudos brasileiros, tornando-se pertinente, portanto, mapear as principais contribuições e investigações conduzidas dentro dessa temática com a execução de futuros trabalhos.

QUADRO 1. Síntese dos resultados dos artigos que retratavam os fatores

psicossomáticos que interferem na qualidade de vida das pessoas com asma

Autores Título do artigo Periódico Ano de

Publicação

Aragão et al. Avaliação de

qualidade de vida em crianças e adolescentes asmáticos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) em Recife-PE.

Os fatores que acabam interferindo na adesão ao tratamento e qualidade de vida de crianças e adolescentes asmáticos podem ser aspectos culturais, emocionais e dependência dos cuidados dos pais, ocasionando exacerbação dos sinais clínicos da doença.

2007

Borba et al. O mundo da criança

portadora de asma grave na escola.

As alterações em atividades consideradas cotidianas e normais para crianças com asma como ir à escola, fazer amizades, e brincadeiras são bastante limitadas em decorrência das manifestações clínicas presentes, e mediante a isso, ocorre um desgaste emocional e auto exigência de melhora, cobranças, que acabam levando a desencadeamento de crises com maior frequência e maior interferência na qualidade de vida, gerando uma cascata de problemas.

2009

Breda et al. Prevalência de

sintomas de asma e fatores de risco associados em adolescentes escolares de 13 e 14 A prevalência de asma e

morbimortalidade é entre adolescentes e do sexo feminino. Os estudos apontam

que ocorre grande número de

subnotificações dos casos, e, portanto, muitos adolescentes não possuem

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anos dos municípios de Tubarão e Capivari de Baixo, Santa Catarina, Brasil

tratamento adequado, gerando internações frequentes nos serviços de emergência. Quando o adolescente está inserido em meio onde há maior contato com fatores de risco desencadeadores da doença como o tabagismo isso acaba agravando os sintomas e prejudicando a qualidade de vida dos envolvidos.

Campanha et al. O impacto da asma,

da rinite alérgica e da respiração oral na qualidade de vida de

crianças e adolescentes.

A asma leva a um sofrimento, problemas físicos e comportamentais, principalmente por conta dos mecanismos respiratórios alterados e sendo assim isso interfere diretamente na qualidade de vida e sequencia de terapêutica necessária para alivio das manifestações.

2008

Lemle et al. Aspectos

psicossomáticos em pacientes com asma brônquica.

A asma pode ser influenciada em seus momentos de crise por problemas na vida como momentos difíceis, crises em relacionamentos, conflitos emocionais, distúrbios na ansiedade. As crises geralmente acontecem durante episódios relacionados a períodos conturbados em relacionamentos familiares e interpessoais, tanto na vida adulta quanto na infância.

2010

Matos et al. Estudo da

psicomanutenção da asma: as cognições como preditoras de emoções e comportamentos problemáticos associados à asma.

Os aspectos cognitivos comportamentais e emocionais estão ligados ao processo de doença, da asma, que acabam se associando a transtornos como síndrome do pânico, agorafobia, medo em excesso e ansiedade, principalmente pelos problemas causados pela asma. Os pacientes estudados com asma possuem alguma alteração psicológica como comorbidade em associação a patologia de base que é a asma.

2008

Matos et al. Influência das

variáveis

biopsicossociais na qualidade de vida em asmáticos.

A qualidade de vida em pessoas asmática pode ser influenciada por fatores sociais, clínicos e psicológicos. Sendo que, idosos, pessoas de baixa escolaridade e

menor nível socioeconômico. É

evidenciado que os pacientes com asma intrínseca apresentam melhor qualidade de vida em relação aos sintomas e fatores ambientais, em relação aos pacientes com asma extrínseca. E pacientes com asma mais grave apresentavam uma pior qualidade de vida. É relatado também a interferência dos aspectos psicológicos na qualidade de vida desses pacientes.

2007

Nogueira et al. Avaliação da

qualidade de vida em adolescentes

Os fatores que podem ocasionar a asma podem ser: tabagismo, utilização de medicações, sobrepeso ou obesidade,

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asmáticos. baixo nível socioeconômico, presença de

outras comorbidades, mulheres e sensibilização a gatos promovendo uma qualidade de vida menor do que a esperada.

Santos et al. Aspectos emocionais,

físicos e ambientais associados ao quadro de asma brônquica.

Os aspectos emocionais e psicológicos interferem na progressão da asma em alguns períodos da vida, que acabam diretamente interferindo na sintomatologia e gravidade da afecção respiratória.

2001

Silva et al. Associação entre

variáveis psicológicas e asma: uma revisão de literatura.

As crises psicológicas da asma podem ser influenciadas por ansiedade, limitações físicas, estresse, insatisfação com atendimento, problemas familiares e falta de conhecimento sobre a doença, presença de doença crônica, poeira, mudanças climáticas, exercícios físicos e infecções respiratórias; interferindo na qualidade de vida do indivíduo e de sua família, onde a mãe que possui transtorno depressivo influencia no tratamento do filho. Notou-se que crianças asmáticas eram mais estressadas intensificando os sintomas de crise asmática. É comum esses pacientes terem síndrome do pânico ou de medo

2012

Valença et al. Relação entre a

gravidade da asma e comorbidade com transtornos de ansiedade e depressão.

Os fatores que podem gerar a asma descritos foram: ansiedade, depressão, síndrome do pânico e medo impactando na asma.

2006

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao analisarmos todos os artigos incluídos nessa pesquisa, foi possível afirmar que existe uma relação direta entre a medicina psicossomática e a asma, bem como as consequências dessa relação durante as diversas fases de apresentação da doença.

Os dados apresentados pela pesquisa reforçam a importância de se desenvolverem programas de intervenção psicológica que visem a facilitar a adaptação das pessoas à realidade da doença, promovendo a sua qualidade de vida.

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Sendo assim, destaca-se a necessidade de se efetuar uma avaliação biopsicossocial, levando em conta a capacidades funcional, aspectos psicológicos e a interação social com o meio que os cercam de cada um dos pacientes portadores dessa patologia, para que seja possível realizar intervenções que melhor se ajustem a cada doente e às suas necessidades particulares.

REFERÊNCIAS

ARAGÃO, L. J. L. Avaliação de qualidade de vida em crianças e adolescentes asmáticos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) em Recife-PE. 2007.

Dissertação (Mestrado em Saúde da Criança e do Adolescente) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007.

BORBA, R. I. H. et al. O mundo da criança portadora de asma grave na escola. Acta paulista de enfermagem, 22 (Especial – 70 anos), p. 921-7, 2009.

BREDA, D. et al. Prevalência de sintomas de asma e fatores de risco associados em adolescentes escolares de 13 e 14 anos dos municípios de Tubarão e Capivari de Baixo, Santa Catarina, Brasil. Caderno de Saúde Pública, v.25, n.11, p. 2497-506,

2009.

CAMPANHA, S. M. A.; FREIRE, L. M. S.; FONTES, M. J. F. O impacto da asma, da rinite alérgica e da respiração oral na qualidade de vida de crianças e

adolescentes. Revista Cefac, v.10, n.4, p.513-9, 2008.

CRUZ, M. Z.; JÚNIOR, A. P. Corpo, mente e emoções: referenciais teóricos da psicossomática. Rev. Simbio-Logias, v.4, n.6, p.46-66, 2011.

KAPLAN, H. I.; SADOCK, B. J. Compêndido de psiquiatria: Ciências do

comportamento e psiquiatria clínica. Porto Alegre: Artmed, 2010. 1584 p. LEMLE, A. Aspectos psicossomáticos em pacientes com asma brônquica. In: MELLO, F. J. Psicossomática Hoje. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.

MATOS, A. P. S.; MACHADO, A. C. C. Estudo da psicomanutenção da asma: as cognições como preditoras de emoções e comportamentos problemáticos

associados à asma. Psicologia USP, v.19, n.3, p.393-413, 2008.

MATOS, A. P. S. & MACHADO, A. C. C. Influência das variáveis biopsicossociais na qualidade de vida em asmáticos. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 23, n. 2,

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MELLO, F. J. Concepção psicossomática: visão atual. Rio de Janeiro: Tempo

Brasileiro, 2002.

NOGUEIRA, K. T. Avaliação da qualidade de vida em adolescentes asmáticos.

2007. Tese (Doutorado- Instituto de Medicina Social) - Universidade do Estado do

Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.

PECANHA, D.L.; KARIEL, M.S.; BENZE, B.G. Teste das fábulas: estudo em psicossomática. Bol. psicol, v. 64, n. 141, p. 173-83, 2014.

SANTOS, E. C. DOS. Aspectos emocionais, físicos e ambientais associados ao quadro de asma brônquica. 2001. Dissertação (Mestrado em Psicologia) -

Universidade Metodista de São Paulo, São Paulo, 2001.

SILVA, NAIARA FRANÇA. Associação entre variáveis psicológicas e asma: uma revisão de literatura. Psicol. rev. (Belo Horizonte), Belo Horizonte, v. 18, n. 2, p.

293-315, ago. 2012.

VALENÇA, A. M. et al. Relação entre a gravidade da asma e comorbidade com transtornos de ansiedade e depressão. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 28, n.

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