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RSIDADE NOVA DE LISBO
ldade de Ciências Médicas
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strado Integrado em Medicina
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RELATÓRIO FINAL
Junho de 2015
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Nome: Catarina Alexandra Fe Nº de
OA
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ÍNDICE
I – INTRODUÇÃO ... 2
II – DESCRIÇÃO DE ACTIVIDADES ... 2
II.I – Estágio Parcelar de Medicina Interna ... 2
II.II – Estágio Parcelar de Cirurgia ... 3
II. III – Estágio Parcelar de Medicina Geral e Familiar ... 4
II. IV – Estágio Parcelar de Pediatria ... 4
II.V – Estágio Parcelar de Ginecologia e Obstetrícia ... 5
II.VI – Estágio Parcelar de Saúde Mental ... 5
II.VII – Unidade Curricular Integradora: Preparação para a Prática Clínica ... 6
II.VIII – Unidade Curricular Opcional: Medicina da Emergência e da Catástrofe ... 7
2 I – INTRODUÇÃO
O Estágio Profissionalizante, realizado ao longo do 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM), constitui a fase final da formação pré-graduada, sendo determinante para a aprendizagem do futuro médico.
Deste modo, o presente relatório visa reflectir o resultado dessa vivência, incluindo para tal uma referência a cada um dos estágios parcelares e uma reflexão crítica final.
Ciente dos desafios e responsabilidades próprios desta etapa, defini como objectivos do Estágio Profissionalizante:
- Adquirir competências teóricas e práticas em áreas fundamentais da Medicina, transversais à formação de qualquer médico;
- Promover a autonomia para avaliar, diagnosticar e prescrever as medidas terapêuticas, ou outras, para as situações clínicas mais prevalentes na população portuguesa;
- Desenvolver a sensibilidade para comunicar com doentes e seus familiares; - Estimular o desenvolvimento de capacidades necessárias ao trabalho em equipa; - Reforçar a aquisição de valores essenciais para o exercício da Medicina.
II – DESCRIÇÃO DE ACTIVIDADES
II.I – Estágio Parcelar de Medicina Interna (De 15/ 09/ 2014 a 07/ 11/ 2014)
O 6º ano do MIM iniciou-se com o Estágio Parcelar de Medicina Interna, realizado no Hospital de Santa Marta, com a orientação da Dra. Rita Moura.
Durante este estágio participei activamente no trabalho diário da Enfermaria, sendo responsável pela observação de alguns dos doentes internados. O envolvimento nas tarefas da Enfermaria implicou também a apresentação de alguns casos durante a Visita Semanal.
Para além disso, tive a possibilidade de contactar com outros contextos em que o Internista se move no seu quotidiano, designadamente a Consulta Externa e o Serviço de Urgência (Hospital de S. José).
enriquecer ainda mais esta experiência, dada a sua diversidade e pertinência.
No âmbito da avaliação deste estágio parcelar, foi pedido aos alunos que, em grupo, elaborassem um trabalho, sendo o tema apresentado Endocardite Bacteriana – Tratamento e
Profilaxia.
Importa referir que esta unidade curricular não se limitou ao ensino prático no hospital. De facto, foram realizados 6 seminários na Faculdade de Ciências Médicas, com o propósito de discutir casos clínicos de patologias frequentes, preferencialmente ligadas à Urgência e Emergência.
Da minha passagem pelo Hospital de Santa Marta, gostaria de enfatizar a elevada frequência com que surgem doentes com patologia múltipla, muitas vezes com vários anos de evolução, requerendo vários internamentos em curtos espaços de tempo, e ainda o número muito significativo de doentes internados por questões sociais.
II.II – Estágio Parcelar de Cirurgia (De 10/ 11/ 2014 a 16/ 01/ 2015)
Os primeiros 4 dias decorreram no Hospital Beatriz Ângelo (HBA), consistindo na
apresentação de um conjunto de sessões teóricas e teorico-práticas.
O restante período de estágio, ocupado com o Ensino Prático, decorreu no HFAR, sob a
orientação do Dr. Pedro Campos. Englobou a permanência na Consulta Externa, Bloco
Operatório, Serviço de Pequena Cirurgia, Enfermaria e Serviço de Urgência, bem como a
presença em Sessões Clínicas e Reuniões.
Além disso, pude acompanhar o Major Médico Bruno Ferreira, Director do Serviço de
Cirurgia do HFAR, no seu trabalho no Serviço de Urgência do Hospital de S. Francisco Xavier.
O último dia deste estágio parcelar foi dedicado a um Mini-congresso no HBA,
organizado pelos alunos, tendo cada grupo exposto um caso clínico. A apresentação feita pelo
grupo que integrei intitulava-se Tumor Retroperitoneal – Abordagem Diagnóstica e Cirúrgica.
Gostaria ainda de mencionar a frequência de dois Cursos de Formação Profissional
durante o estágio de Cirurgia, os quais ocorreram no HBA:
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- 3º Curso de Abordagem ao Doente urgente: do diagnóstico à terapêutica – Introdução
à abordagem do trauma.
II.III – Estágio Parcelar de Medicina Geral e Familiar (De 26/ 01/ 2015 a 20/ 02/ 2015)
O Estágio Parcelar de Medicina Geral e Familiar foi realizado na Unidade de Saúde
Familiar (USF) Servir Saúde, em Corroios, sob orientação do Dr. Jorge Pires.
Da minha experiência nesta USF, realço a diversidade de actividades em que estive envolvida. Mais concretamente, participei em Consultas de Saúde de Adultos, Saúde Infantil, Diabetes, Planeamento Familiar e Saúde Materna. Além disso, observei, quase diariamente, a prestação de cuidados de enfermagem, um domínio que tende a ser pouco explorado nos estágios hospitalares.
Para finalizar, reforço a importância da Consulta de Intersubstituição, a que também assisti, destinada a doentes que necessitam de um atendimento em contexto de doença aguda (“urgente”). Note-se que a doença aguda representa sempre um desafio especial para qualquer médico, na medida em que a colheita da história clínica deve ser ainda mais objectiva e bem dirigida, e o raciocínio clínico requer maior acuidade e rapidez.
II.IV – Estágio Parcelar de Pediatria (De 23/ 02/ 2015 a 20/ 03/ 2015)
O Estágio Parcelar de Pediatria decorreu no Hospital CUF Descobertas, com a orientação da Dra. Sílvia Bacalhau.
O trabalho desenvolvido focou-se sobretudo no acompanhamento da equipa médica na observação dos doentes do Internamento, permanência na Consulta Externa de Pediatria e presença (semanal) no Atendimento Permanente/ Serviço de Urgência e visitas ao Serviço de Neonatologia.
No entanto, estive igualmente presente em consultas de especialidade dirigidas à população pediátrica (Cirurgia e Ortopedia), o que contribuiu para reforçar a ideia de que a
criança não é um adulto em ponto pequeno.
Houve ainda uma sessão dedicada à Cardiologia Pediátrica, dirigida exclusivamente aos alunos, na qual foi apresentada a patologia cardíaca mais comum em idade pediátrica.
Na última semana, à semelhança do que sucedeu noutras unidades curriculares, os alunos organizaram um conjunto de seminários. O grupo em que estive inserida apresentou o tema Ataxia Aguda na Criança.
II.V – Estágio Parcelar de Ginecologia e Obstetrícia (De 23/ 03/ 2015 a 24/ 04/ 2015) O Estágio Parcelar de Ginecologia e Obstetrícia, realizado no Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, dividiu-se em dois “blocos”, correspondendo as duas primeiras semanas ao bloco de Obstetrícia, sob orientação do Dr. Diogo Bruno, e as duas últimas ao de Ginecologia, tendo como tutora a Dra. Teresa Costa.
Nas semanas dedicadas à Obstetrícia tive a possibilidade de assistir à realização de Ecografias, estive no Internamento de Grávidas, e também no de Puérperas, e passei pela Consulta Externa de Obstetrícia.
Nas semanas seguintes, orientadas para o ensino na área da Ginecologia, acompanhei a equipa médica no Bloco Operatório, Internamento de Ginecologia, Consulta Externa de Ginecologia, Consulta Externa de Ginecologia Oncológica, e nos serviços de Histeroscopia e Colposcopia.
Ao longo de todo o estágio, cumpri também 12 horas semanais no Serviço de Urgência de Obstetrícia e Ginecologia. Considero a permanência neste espaço extremamente gratificante, e de enorme utilidade, na medida em foi onde tive maior possibilidade de treinar algumas técnicas, tais como realização de citologias, palpação mamária e ecografia obstétrica.
Durante o estágio assisti ainda às reuniões semanais dos serviços de Obstetrícia/ Ginecologia, consoante o serviço em que estava integrada, e o bloco em curso.
Na última semana, e de acordo com o previsto para esta unidade curricular, apresentei e discuti um artigo científico, intitulado Safe Prevention Of The Primary Cesarean Delivery.
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O Estágio Parcelar de Saúde Mental decorreu no Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, mais concretamente na Equipa Comunitária do Centro de Saúde da Brandoa, sob a tutoria da Dra. Mariana Morins.
O primeiro dia, todavia, foi ocupado com um seminário teorico-prático dirigido pelo Professor Doutor Miguel Xavier, na Faculdade de Ciências Médicas.
Conforme mencionei, integrei a Equipa Comunitária do Centro de Saúde da Brandoa, tendo-me sido possível assistir a várias consultas, de doentes com patologia psiquiátrica diversa. Gostaria de salientar a importância das Equipas Comunitárias, as quais sendo extensões do Serviço de Psiquiatria do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca distribuídas por vários Centros de Saúde, constituem um recurso de maior proximidade. Por outro lado, o facto de integrarem um vasto leque de profissionais (Psiquiatras, Psicólogos, Enfermeiros, Assistentes Sociais e Assistentes Administrativos), permite proporcionar aos doentes uma resposta global e atempada.
Apesar de as Equipas Comunitárias desenvolverem o seu trabalho maioritariamente nos Centros de Saúde, uma vez por semana, à quarta-feira, todos os profissionais se reunem no Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca para participar em Sessões Clínicas e em Reuniões de Equipa.
As Sessões Clínicas são espaços de abordagem de temas variados do âmbito da Psiquiatria. As Reuniões de Equipa, por outro lado, têm como propósito a discussão dos casos dos doentes internados, entre os elementos de cada equipa comunitátia.
Tive também oportunidade de permanecer um dia no Serviço de Urgência Psiquiátrica Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, o que, mesmo sendo por pouco tempo, foi uma das experiências de maior valor para a minha aprendizagem.
Por fim, destaco a realização de uma história clínica e a minha participação na apresentação do seminário intitulado Síndromes Demenciais.
II.VII – Unidade Curricular Integradora: Preparação para a Prática Clínica
multidisciplinares de 2h30, duas vezes por mês, ao longo do primeiro semestre lectivo, contando com a presença de médicos de várias especialidades.
O objectivo era a discussão de casos clínicos, na perspectiva das especialidades representadas. Deste modo, era fomentado o raciocínio clínico e a integração de conhecimentos, com base em problemas, o que constitui uma forma de aprendizagem inovadora, que contrasta com o ensino baseado estritamente no estudo teórico dos grandes temas da Medicina.
Enquanto estudante do último ano do MIM, penso que esta nova forma de pensar a formação médica é extremamente vantajosa, na medida em que poderá ser diminuído o impacto da transição entre o ensino universitário e o exercício da Medicina.
Os temas apresentados nas várias sessões foram: Dor torácica, Síncope, Cansaço,
Edema dos Membros Inferiores, Perda de peso, Dor abdominal aguda e Febre.
II.VIII – Unidade Curricular Opcional: Medicina da Emegência e da Catástrofe
O trabalho desenvolvido nesta unidade curricular, decorrida nas duas últimas semanas do ano lectivo, teve como objectivo principal oferecer formação aos alunos em Medicina da Emergência e Medicina da Catástrofe.
Considero que os conhecimentos adquiridos neste estágio poderão revelar-se muito úteis no futuro, e valorizo particularmente a hipótese de poder escolher um estágio relativo a uma área pela qual tenho grande interesse.
As actividades desenvolvidas consistiram em aulas teóricas, aulas teórico-práticas com discussão de casos clínicos, exercício table-top e visitas orientadas ao Serviço de Urgência,
Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), Viatura de Emergência Médica (VMER), Viatura de Intervenção em Catástrofe (VIC), Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) e Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
III – REFLEXÃO CRÍTICA FINAL
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criança, do adolescente, e mais tarde do adulto, não é vivido sempre da mesma forma. De facto, o desejo infantil carece de amadurecimento, e é com base nesse processo que se adquire a noção responsável do que tamanha missão implica.
Cada vez mais exigente do ponto de vista científico, a Medicina será sempre uma “profissão” especial. Aliciante, e em avanço permanente, graças ao desenvolvimento das ciências que para ela contribuem, como a Biologia, a Química ou a Física, oferece desafios constantes e leva a crer que o ser humano tem uma capacidade de superação (quase) ilimitada.
Mas porque a Medicina interfere na saúde, o mais precioso de todos os bens, é redutor chamar-lhe “profissão”, sendo mais adequado classificá-la como um acto de dedicação ao próximo e um exercício de humildade. Esta perspectiva, na qual provavelmente se funda o desejo infantil que referi anteriormente, remonta aos tempos mais antigos da história, e creio que não poderá alterar-se jamais.
Nos dias de hoje, porém, ser médico impõe novas exigências.
A emergência de novas doenças, a grande prevalência de doenças crónicas, com as quais os doentes convivem longos anos, e a escassez generalizada de recursos, determinam que a Medicina se oriente em grande parte para uma actuação no indivíduo saudável.
A este nível merece maior destaque possivelmente a Medicina Geral e Familiar, especialidade médica pela qual já tinha interesse, mas cujo estágio me tocou profundamente. Intervir junto dos doentes, tomando em conta o seu contexto de vida, e sobretudo quebrando os ciclos de evolução para a doença, prevenindo maus hábitos alimentares, tabagismo, consumo de álcool, etc., é seguramente a melhor estratégia para uma sociedade mais saudável, e também a fórmula certa para tornar os cuidados de saúde menos onerosos.
se dedica à prestação de cuidados de saúde.
Ora, sendo esta uma área para a qual também me sinto particularmente motivada, posso dizer que observei com agrado que estes doentes não estão necessariamente destinados ao isolamento e à exclusão social. Embora estas perturbações imponham limitações importantes às suas vidas, e possam ser difíceis de manejar, a intervenção do Psiquiatra tende a melhorar o prognóstico. Considero pois, que o estágio parcelar de Saúde Mental foi um dos mais gratificantes do meu percurso. Julgo mesmo que é imprescindível que a formação pré-graduada inclua uma experiência desta natureza, e lamento apenas que a sua duração tenha sido tão curta.
Em retrospectiva, considero que o 6º ano do MIM foi extraordinariamente enriquecedor, e que difere grandemente dos anos anteriores, na medida em que se prevê que o aluno se integre de facto nas equipas médicas, e participe activamente nas actividades diárias. Penso que tal é muito facilitado, em parte devido ao número de alunos a cargo de cada tutor ser menor do que sucedia no 4º e 5º ano.
Congratulo-me por me ter atingido todos os objectivos pessoais descritos no início do presente relatório. Considero também que atingi a maioria dos objectivos específicos previstos para cada unidade curricular. Alguns, porém, relacionados sobretudo com a realização de determinadas técnicas não foram cumpridos, quer por essas técnicas não serem prática rotineira nos serviços em que realizei os estágios parcelares, quer por não ser adequada a colaboração de alunos no contexto em que foram executadas.
