• Nenhum resultado encontrado

Perfil clínico-epidemiológico de mulheres submetidas à histerectomia no Distrito Federal

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Perfil clínico-epidemiológico de mulheres submetidas à histerectomia no Distrito Federal"

Copied!
49
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE

CATÓLICA

DE

BRASÍLIA

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

STRICTO SENSU

EM

GERONTOLOGIA

MESTRADO

PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE MULHERES SUBMETIDAS À HISTERECTOMIA NO DISTRITO FEDERAL

Autor:

ANDERSEN CHARLES DARÓS

Orientador:

Prof. Dr. Adriano Bueno Tavares

(2)

PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE MULHERES SUBMETIDAS À HISTERECTOMIA NO DISTRITO FEDERAL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília, como requisito para obtenção do título de Mestre em Gerontologia.

Orientador: Prof. Dr. Adriano Bueno Tavares

(3)

Ficha elaborada pela Biblioteca Pós-Graduação da UCB

Perfil clínico-epidemiológico de mulheres submetidas a histerectomia no Distrito Federal. / Andersen Clarles Darós. – 2008.

47f. ; 30 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2008. Orientação: Adriano Bueno Tavares

1. Histerectomia. 2. Esterilização de mulheres. 3. Saúde pública. 4. Epidemiologia. I. Tavares, Adriano Bueno, orient. II. Título.

(4)

Dissertacao de autoria do aluno Andersen Charles Dares, intitulada - PERFIL

CLiNICO-EPIDEMIOLOGICO DE MULHERES SUBMETIDAS

A

HISTERECTOIVIIA

NO DISTRITO FEDERAL - requisito parcial para obtencao do grau de Mestre do

Programa de Pos-Graduacao Stricto Sensu em Gerontologia, defendida e aprovada,

em 28 de fevereiro de 2008, pela banca examinadora constituida por:

r-. \ ;

」NセN

;.-....'... ....

.

J/.'

., .. セG ..GMZセ

....LセNM

Professor Doutor Adriano Bueno Tavares Olientador

セ_

,r; /':

.Y

/ i . /"-.

セlエZWカ

Protessora Doutora Carla Nunes de Araujo Examinadora Externa

Protessora Doutora Margo Gomes de O. Karnlkowski Examinadora Interna

(5)

A minha esposa Adriana, pelo estímulo constante e pela compreensão das horas de ausência do convívio familiar.

Aos meus filhos, Ana Luiza e Gabriel, que este trabalho sirva de estímulo para suas vidas pessoais.

Aos meus pais, Antonia e Demar,

Pelo grande esforço que fizeram para minha educação e pelo exemplo de vida a ser seguido.

A minha irmã, Roberta,

(6)

Ao Prof. Dr. Adriano Bueno Tavares, que além de orientador, exemplo de seriedade e honestidade, me acolheu na carreira universitária.

A Profa. Dra. Margô Gomes de Oliveira Karnikowski e Profa. Dra. Carla Nunes de Araújo por terem composto a banca examinadora, engrandeceram esta dissertação.

A Profa. Dra. Maria Ofélia Galvão de Araújo pelo incentivo, amizade, carinho e exemplo de vida a ser seguido.

A Profa. Dra. Maria Madalena Guedes D’angello pela amizade, incentivo e consultoria do projeto desde seu início até sua finalização.

(7)

DARÓS, Andersen Charles. Perfil clínico-epidemiológico de mulheres submetidas à histerectomia no Distrito Federal. 2008. 47 f. Dissertação (Mestrado em Gerontologia)-Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2008.

A dissertação, filiada à Gerontologia, investiga de forma quantitativa o perfil clínico-epidemilógico em diferentes faixas etárias de mulheres submetidas à histerectomia (HT) num serviço de assistência à saúde da mulher referência no DF. Foi realizado um estudo descritivo, retrospectivo, com base em dados secundários, coletados de laudos histológicos e prontuários médicos de mulheres submetidas à HT no HRAS, no período de 1998 a 2007. Esses documentos foram revisados para a coleta de informações como: idade, sintomas clínicos, local de residência, indicações clínicas, diagnóstico histológico, complicações pós-cirúrgicas e tempo de internação, tendo como finalidade obter dados estatísticos. A análise dos dados foi realizada através do programa Epi Info Windows, versão 3.4.3. Utilizaram-se os testes qui-quadrado e Exato de Fisher para análise das variáveis categóricas e Análise de Variância (ANOVA) para a análise das variáveis contínuas. Para o estudo, considerou-se o nível de significância α=0,05, sendo significativo estatisticamente quando o valor

p<0,05.Posteriormente, o resultados da amostra foram comparados com literatura atual sobre o tema, para verificar se existe concordância entre os percentuais. Obtivemos 1650 laudos histológicos de HT, referentes aos procedimentos realizados no período de supracitado, aos quais foram recuperados 486 (29,4%) prontuários clínicos, sendo destes 7,2% (35) são de mulheres idosas. Este percentual tornou-se um fator limitador da nossa pesquisa. O perfil clínico-epidemiológico das mulheres submetidas à HT no HRAS revela que a leiomiomatose é a causa etiológica predominante de HT em todas as faixas etárias, embora acima de 50 anos, a adenomiose e as lesões proliferativas de endométrio ganham participação importante e abaixo de 40 anos as indicações obstétricas tomam um peso relevante. Muito embora a indicação para HT por causas benignas tem se reduzido ao redor do mundo, observa-se que na rede pública de assistência a saúde da mulher no DF, ainda ocorre em grande número de HT por essas causas.

(8)

DARÓS, Andersen Charles. Clinical and epidemiology profile of women subjected to hysterectomy in Distrito Federal. 2008. 47 f. Dissertação (Mestrado em Gerontologia)-Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2008.

The essay, affiliated to the Gerontology, quantitative research in the epidemiology, clinical profile in different age groups of women subjected to hysterectomy (HT) in a service of assistance to women's health reference of DF. This was a descriptive and retrospective study, based on secondary data, collected from medical records and histologic findings in women subjected to HT in HRAS in the period of 1998 to 2007. These documents were reviewed to collect information such as age, clinical symptoms, location of residence, clinical indications, histological diagnosis, post-surgical complications and length of hospitalization, with the purpose to obtain statistical data. Data analysis was performed using Epi Info Windows, version 3.4.3. Using the chi-square test and Fisher's Exact analysis for categorical variables and analysis of variance (ANOVA) to analyze continuous variables. For the study, it was considered the level of significance α = 0.05 and is statistically significant when p<0.05. Subsequently, the results of the sample were compared with current literature on the subject, to see if there is agreement between the percentages. Histological findings obtained from 1650 HT, regarding the procedures performed in the aforementioned period, which was recovered 486 (29.4%) clinical records, these being 7.2% (35) are older women. This percentage has become a limiting factor in our search. The clinical and epidemiological profile of women subjected to HT in HRAS shows that leiomiomatose is the predominant etiological cause of HT in all age groups, although over 50 years old, adenomyosis and endometrial proliferative lesions earn an important role and below 40 years old the obstetric indications earn a strong relevance. Although the indication for HT for benign causes have been reduced around the world, it is observed that in public assistance to women's health in DF, also occurs in a number of HT by these causes.

(9)

2 OBJETIVOS ... 16

3 MATERIAL E MÉTODOS ... 17

3.1 DESENHO DO ESTUDO ... 17

3.2 MATERIAL ... 17

3.3 ESTUDO ESTATÍSTICO ... 17

3.4 IDENTIFICAÇÃO DA AMOSTRA ... 18

3.5 SELEÇÃO DOS SUJEITOS ... 18

3.5.1 Critérios de inclusão ... 18

3.5.2 Critérios de exclusão ... 18

3.6 PROCEDIMENTOS ... 18

3.7 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS ... 19

4 ARTIGO - PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE MULHERES SUBMETIDAS À HISTERECTOMIA NO DISTRITO FEDERAL ... 21

5 CONSIDERAÇÕES GERAIS ... 41

REFERÊNCIAS ... 42

(10)

1 INTRODUÇÃO

Histerectomia (HT) palavra de origem grega, onde deriva hystéra, que

significa útero e de ektomé, retirada, acrescido do sufixo ia, assim sendo, definimos

HT como retirada total ou parcial do útero. (DORLAND'S..., 2008).

A história da histerectomia remonta ao século XVI. A primeira operação deste

tipo é creditada a Berengarius, que, em 1507, na cidade de Bolonha, realizou a

retirada do útero através da vagina. Entretanto, há dúvidas sobre se a retirada foi

total ou parcial. Não obstante, em 1560, é creditada a Andreas a realização da

primeira ressecção uterina por via vaginal na cidade de Cruce. Após esta data, os

dados sobre este procedimento não são claros. A maioria dos casos relatados é de

extirpação parcial ou total do útero por inversão do órgão após parto. Somente no

século XIX a histerectomia vaginal foi realizada com planejamento. As indicações,

naquela época, eram para os casos de prolapso, retroversão aguda ou crônica e no

câncer do colo uterino.

A primeira exérese do útero pela via abdominal foi realizada por Health em

Manchester, Inglaterra, no ano de 1842, após quase 300 anos da primeira cirurgia

vaginal. Ao que parece, a indicação da cirurgia foi por aumento de ovário; entretanto,

durante a laparotomia foi encontrada uma massa sólida compatível com mioma e,

então, realizou-se uma retirada uterina subtotal. No entanto, a primeira ressecção

total por mioma com planejamento pré-operatório foi realizada por John Bellinger em

1846 nos Estados Unidos da América do Norte (BENRUBI, 1988 apud MURTA et al.,

2000).

A remoção do corpo uterino com o colo denomina-se HT total. Enquanto que

a remoção parcial do útero denomina-se HT subtotal (MERRILL, 2008). Esse

procedimento é considerado o segundo mais freqüente entre mulheres em idade

reprodutiva (SCHNEIDER, 1997; SILLS, 1998; JA, 1992; JD, 1992).

No mundo, a cada ano milhares de histerectomias (HTs) são realizadas. No

entanto, apesar dos 100.000 procedimentos realizados no Reino Unido, dos 60.000

na França, dos 30.000 na Austrália e dos 600.000 nos Estados Unidos da América

(EUA), estima-se uma redução anual de 1,9% (MERRILL, 2008; GARRY, 2005). No

Brasil, entre janeiro 1998 e dezembro de 2007, foram realizadas 1.071.138 HTs total

(11)

mensal 8.926, sendo 1,1% (n=11.546) no Distrito Federal, o número de HT total

abdominal foi mais prevalente com 56% (n=600.877), seguida da HT Vaginal

9,3%(n=99.867) e HT Subtotal 5,2%(n=56.540). (DATASUS, 2008).

Considerando a precariedade do sistema de faturamento e estatística dos

hospitais públicos, acredita-se que exista um sub notificação destes procedimentos,

principalmente em regiões menos desenvolvidas. Destacamos também pouca

freqüência de notificação de hospitais da rede privada de saúde, visto que nem

todos possuem convênio com o SUS. Porém, segundo Caliri (1998), existe uma

estimativa que no Brasil sejam realizadas cerca de 300.000 HTs anuais. No mesmo

período encontramos 1.872 óbitos relacionados à HT, correspondendo 17 óbitos por

10.000 procedimentos. No Distrito Federal identificamos a taxa de mortalidade de 16

óbitos por 10.000 procedimentos. No período o valor médio pago pelo SUS por

procedimento foi de R$ 535,52. O custo estimado para a União no período 1998 a

2007 foi de 574.303.429,44, com uma média de permanência hospitalar de 3,9 dias.

(DATASUS, 2008).

Segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a

população do Brasil em 2007 era de 189.335.187 pessoas. Nesse ano, a população

feminina foi de 96.124.115, sendo que 28% (27.036.810) são de mulheres acima de

40 anos de idade. (IBGE, 2008). A população de idosos representa um contingente

de quase 15 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade (8,6% da população

brasileira). As mulheres são maioria, 8,9 milhões (62,4%) dos idosos e têm, em

média, 69 anos de idade (IBGE, 2000). Alguns autores avaliam entre 20-30% das

mulheres serão submetidas a esta operação até a sexta década de vida (KOVAC et

al., 2002; DAVIES et al., 2002; LONG et al., 2002).

A grande maioria das HTs é indicada por enfermidades benignas como:

Leiomioma uterino, sangramento uterino anormal sem causa aparente,

endometriose/adenomiose, dor pélvica crônica de origem uterina, dismenorréia

(cólicas menstruais) de forte intensidade e prolapso genital (DATASUS, 1999). Uma queixa comum das mulheres na perimenopausa é a hemorragia uterina, que pode

ocorrer por grande variedade de desordens, tanto benignas quanto malignas.

Estima-se que, 44,5% dos episódios de perda sangüínea excessiva, prolongada ou

irregular ocorram na faixa de 41 a 50 anos de idade. (RODRIGUES et al., 1999).

Maresh et al. (2002), pesquisaram 37.298 casos de HTs onde se verificou que

(12)

Estima-se em até um terço dos casos de hemorragia uterina, podem ser

encontradas lesões malignas ou pré-malignas em endométrio ou canal cervical. Nos

sangramentos de origem uterina, a atrofia de endométrio está presente em 70% dos

casos, hiperplasia endometrial em 15%, pólipos em 9% e lesões malignas em 1%

(FREITAS et al., 2002). Aksu, Gezer e Oral (2004) identificaram como indicações

clínicas mais comuns de HT: leiomioma (38.49%), câncer ginecológico (21.6%) e

prolapso uterino (11.9%). No Brasil, autores mostraram como principal indicação de

HT laparoscópica sangramento uterino anormal (60,6%), seguido de dor pélvica

(22,2%) e dismenorréia (11,3%). (CAVALLI et al., 2003).

As vias de acesso de HT são amplamente referidas em muitos trabalhos

internacionais por vários autores, onde avaliam vantagens e desvantagem deste

procedimento (GARRY et al., 2004; CHAPRON et al., 2002; COSSON et al., 2001,

CAMPBELL et al., 2003; SCHUTZ et al., 2002).

As técnicas cirúrgicas mais empregadas na HT utilizam três vias de acesso

abdominal, vaginal ou laparoscópica (OLIVE, 2000; JOHNSON et al., 2005). A

escolha da melhor via para a realização da HT, se abdominal ou vaginal, é um

assunto polêmico, e principalmente em relação à abordagem totalmente

laparoscópica (REICH et al., 1989), pois depende de fatores subjetivos como

experiência, preferência e treinamento do cirurgião (DORSEY et al., 1995) e de

fatores objetivos como natureza da patologia uterina, tamanho do útero (KOVAC,

2000; BENASSI et al., 2002), anatomia da pelve, disponibilidade de instrumental

cirúrgico adequado, antecedentes obstétricos como cesáreas anteriores

(DOUCETTE et al., 2001) ou nuliparidade (MAGOS et al., 1996; FIGUEIREDO et al.,

1997, AGOSTINI et al., 2003) e cirurgias pélvicas anteriores (DOUCETTE et al.,

2001). Maresh et al. (2002) identificaram em sua casuística, proporções de mulheres

que realizaram a HT abdominal (HTA), vaginal (HTV) e laparoscópica (HTL) em

67%, 30% e 3%, respectivamente.

A técnica de HT é consagrada com poucas variações entre os serviços

(STEEGE, 1997; AMIRIKIA et al., 1979). O número de complicações é pequeno e a

morbidez é baixa. (AMIRIKIA et al, 1979). No Brasil e vários países, a HT via

abdominal foi à primeira via de escolha a ser utilizada (COSTA et al., 2003;

CAMARGO; RIBEIRO, 2001), posteriormente, foi introduzida a via vaginal (COSTA

et al., 2003). A tradição brasileira sempre foi maior para a realização de HTA

(13)

aumento das indicações da cirurgia vaginal (MACEDO et al., 1995; FIGUEIREDO et

al., 1999).

Aproximadamente 1.7 milhões de mulheres americanas realizaram HT

durante 1988-1990. As taxas mais elevadas - 100.5 HTs por 10.000 mulheres - eram

para as mulheres entre 30-54 anos. A HT abdominal (HTA) foi usada para 75% de

todas as HTs. Dois terços de todas as HTs para circunstâncias de natureza benigna

foram executadas para o leiomioma ou endometriose uterina (WILCOX et al., 1994).

A faixa etária das pacientes idosas (acima dos 60 anos) submetidas à operação por

via abdominal e vaginal foi respectivamente: 10,8% (51/470) e 41,7% (35/84).

(MURTA et al., 2000).

Quanto ao parâmetro pós-operatório, relacionado ao tempo de permanência

hospitalar em dias, obteve-se a média de 4,7 dias na via vaginal e cinco dias na via

abdominal (HWANG et al., 2002). Na comparação da via vaginal com a

laparoscópica, obteve-se média de dois dias para a via vaginal comparando os três

dias na via abdominal (RIBEIRO et al., 2003). Em outro estudo, avaliando a média

de permanência hospitalar em horas, mostrou uma média de 43 horas na via

vaginal, 48 horas na via laparoscópica e 68 horas na via abdominal (JOHNS et al.,

1995). Murta et al. (2000) referem quatro dias, número percentualmente maior para

HT abdominal para tempo de permanência hospitalar.

Em outros países, o interesse pela cirurgia minimamente invasiva tem levado

o aumento da freqüência de HTV, sobretudo com o advento da HTL (ATKINSON et

al., 1972; REICH, 1989). Diversos estudos têm demonstrado vantagens da técnica

vaginal, porém apenas um ensaio clínico randomizado comparou os resultados da

HTV com a HTA (OTTOSEN, C.; LINGMAN; OTOSSEN, L., 2000). Estudos

observacionais comparando as duas técnicas evidenciam que, além da recuperação

mais rápida e da menor freqüência de complicações, ocorrem custos bem mais

baixos para o Sistema de Saúde (BRODERet al., 2000).

Os dados de literatura que apontam uma superioridade da via vaginal sobre a

abdominal quando os parâmetros a serem avaliados são: tempo operatório (HWANG

et al., 2002; MISKRY; MAGOS, 2003; RIBEIRO et al., 2003), incidência de

complicações intra e pós-operatórias (DICKER et al., 1982), tempo de internação,

custo do procedimento e tempo de volta às atividades (DICKER et al., 1982).

Vários ensaios clínicos controlados comparando a HTV assistida por

(14)

demonstrando vantagens como menor perda sanguínea, menor necessidade de

hemotransfusão, menor taxa de complicações, menor tempo de hospitalização e

recuperação pós-operatória mais rápida (MARANA et al., 1999).

A histerectomia é um procedimento operatório com risco de complicações,

tanto per- quanto pós-operatórias. Segundo Aksu et al. (2004) e Rotermann (2004)

das complicações pós-operatórias mais freqüentes, a morbidade febre predomina.

Murta et al. (2000) referem que as complicações pós-operatórias corresponderam a

2,4% dos procedimentos realizados.

Os trabalhos brasileiros relativos à histerectomia são em pequeno número e

analisam alguns serviços isoladamente. Há indicação de que os dados do SUS

estejam subestimados, considerando-se o número de histerectomias registradas em

relação ao número de mulheres na faixa etária passível de apresentar indicação

para a operação. Observa-se também que os dados referentes aos serviços de

hospitais privados, convênios médicos e instituições de beneficência não são

divulgados. (SÓRIA, 2005).

O envelhecimento do sistema ginecológico leva a alterações funcionais que, a

despeito de a mulher manter hábitos de vida saudáveis, podem contribuir para o

aparecimento de doenças. A maior parte dessas patologias ocorre no período pós-

menopausa, em conseqüência da deficiência estrogênica. Há também aumento da

prevalência de câncer nessa fase de vida (FREITAS et al., 2002).

As informações disponíveis não permitem estimar a prevalência deste

procedimento entre mulheres brasileiras. Todavia no SUS, a HT é a segunda cirurgia

mais freqüente entre mulheres em idade reprodutiva, sendo precedida apenas pelo

parto cirúrgico. Em À semelhança do que ocorre em outros países (TRELOARet al.,

1999; WILCOXet al.,1994).

Após a publicação de estudo CREST (Collaborative Review of Sterilisation)

em 1982, críticas têm sido feito sobre o assunto, principalmente o aumento da

freqüência, indicações, rotina, riscos e custos da operação (DICKER et al., 1982;

EASTERDAY; GRIMES, 1982; DORSEY et al., 1996; LEPINE et al., 1997; KOVAC,

2000).

Embora o número de HTs tenha diminuído nesses últimos anos, muitos

pesquisadores acreditam que com freqüência esse procedimento é adotado de

(15)

tratamento conservador para a maioria das condições ginecológicas de natureza

benigna, reservando HT apenas para casos refratários (KRAMERet al., 1997).

Poucos estudos existem entre indicação pré-operatória e diagnóstico

histopatológico de HTs (LEE et al., 1984). Aksu et al. (2004) evidenciaram, através

de um estudo de 3.956 HTs realizadas entre 1985 a 2001 no Departamento de

Ginecologia e Obstetrícia da Universidade de Instambul-Turquia, um percentual de

HTs injustificadas (diagnóstico histopatológico inapropriado para a indicação da

operação) de 8.9% dos casos. O exame histológico foi considerado normal em 170

casos (5.1%) de histerectomias totais abdominais, 42.1% (183/435) no grupo de

histerectomia total vaginal. Miller (1946) em seus resultados, relatou que não havia

anormalidade em 31% das HTs após o exame histopatológico. Ojeda (1979)

encontrou a taxa de diagnóstico histológico normal de 9% e 15% em grupos de HTA

e HTV, respectivamente. Foster (1976) relatou que 16.9% de 485 úteros removidos

foram considerados normais pelo diagnóstico histológico.

De acordo com o estudo de Atkinson e Chappell (1972), 81% dos úteros eram

normais para HTVs feitas para finalidades da esterilização, e, Hibbard (1972) relatou

esta relação como 94%. Esta controvérsia existe ainda no estudo de Broder (2000),

que indicou o emprego errado ou impróprio da HT na prática atual. Doyle (1953)

relata em seus estudos que 39% das HTs são desnecessárias. Trussel et al. (1962),

relataram que mais de 30% dos HTs foram desnecessárias. Fine e Morehead (1976)

identificaram que 43% das HTs eram injustificadas. Para Barreto (2002) 5,9% do

total das indicações clínicas, ao exame histopatológico o útero estava inteiramente

sadio ou as alterações descritas eram de natureza benigna e com localização no

colo uterino (BARRETO, 2002) e também relata que o diagnóstico clínico inicial não

foi confirmado em uma proporção de casos que variou de 2,9% a 14,3% entre os

hospitais. Dentre as indicações feitas, predominou o diagnóstico de leiomioma

uterino.

A monitoração continuada de taxas do HT é importante para compreender

seu uso apropriado, terapias alternativas para as doenças do útero, e a tendência

futura no cuidado da saúde das mulheres (WILCOX et al., 1994).

Avaliando-se os trabalhos publicados sobre o tema, em âmbito nacional,

nota-se uma escasnota-sez de referências e de informações em relação aos parâmetros

(16)

pretende contribuir para uma melhor compreensão do procedimento em nossa

população.

Apesar de ser uma operação muito realizada, há poucos trabalhos na

literatura nacional sobre suas indicações, técnica e complicações. Portanto, o

objetivo deste trabalho é avaliar e identificar o perfil clínico-epidemiológico das

(17)

2 OBJETIVOS

Avaliar o perfil clínico-epidemilógico em diferentes faixas etárias de mulheres

submetidas à histerectomia (HT) num serviço de assistência à saúde da mulher

(18)

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Desenho do Estudo

Foi realizado um estudo descritivo e retrospectivo.

3.2 Material

Este estudo foi realizado com base em dados secundários, coletados de 1650

laudos histológicos e 486 prontuários médicos de mulheres com idade a partir de 18

(dezoito) anos que se submeteram a HT no Hospital Regional da Asa Sul da

Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), no período de 1998 a

2007.

3.3 Estudo Estatístico

A análise dos dados foi realizada através do programa Epi Info Windows,

versão 3.4.3. Utilizaram-se os testes Qui-quadrado e Exato de Fisher para análise

das variáveis categóricas e Análise de Variância (ANOVA) para a análise das

(19)

3.4 Identificação da Amostra

Para o presente estudo, a determinação da amostra será da seguinte forma:

• Desenho do estudo: estudo retrospectivo, comparativo e transversal, utilizando informações do prontuário médico e o seu respectivo

resultado histopatológico durante o período de 1998 a 2007.

• População de estudo constitui de 486 prontuários de pacientes submetidas à HT identificadas a partir de 1650 laudos histológicos.

3.5 Seleção dos sujeitos

3.5.1 Critérios de inclusão

• Mulheres com idade a partir de 18 (dezoito) anos que se submeteram a HT;

• Realização de HT com ou sem anexectomia bilateral;

• Indicação clínica de HT por doenças de natureza inflamatória e/ou neoplasias benignas e malignas.

3.5.2 Critérios de exclusão

• Mulheres com idade abaixo de 18 (dezoito) anos que se submeteram a HT;

• Indicação clínica de HT por causas externas (p.ex.trauma).

(20)

Os dados serão coletados a partir de informações contidas nos Laudos de

Biópsia dos espécimes cirúrgicos (HTs) do arquivo do Núcleo de Anatomia

patológica da Regional de Saúde da Asa Sul – DF, assim especificados:

• O diagnóstico histológico da doença;

• Dados pessoais: idade, logradouro e número do prontuário médico. A partir destes dados coletados no laudo de biópsia, criou-se um programa de

EPI-INFO 2005 com reconhecimento de linguagem de nomenclatura de diagnósticos

histológicos de HT, onde posteriormente serão cruzados com dados clínicos das

indicações cirúrgicas do prontuário médico da paciente.

Os prontuários foram revisados para a coleta das seguintes informações:

idade, sintomas clínicos, local de residência, indicações da HT, diagnóstico

histológico pós-cirúrgico, complicações pós-cirúrgicas e tempo de internação. Para

análise e comparação entre grupos, foram definidas três faixas etárias, são elas:

abaixo de 40 anos, entre 40 a 49 anos e acima de 49 anos.

Utilizamos para pesquisa da literatura as bases de dados:

PUBMED/MEDLINE, LILACS e SCIELO.

O projeto foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (FEPECS) da Secretaria de

Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) de sob o número 025/2007 (ANEXO

A).

3.7 Processamento e análise dos dados

• Desenvolvemos um banco de dados no sistema do programa de EPI-INFO 2005 com reconhecimento de linguagem de nomenclatura das indicações

clínicas de HT (ex. leiomioma, câncer etc.), informações sobre o tipo de

procedimento (HTA ou HTV) e complicações pós-cirúrgicas localizadas no

prontuário médico e cruzamos com dados coletados do laudo histológico

(21)

• O cruzamento de dados com os resultados dos laudos histopatológicos permitiu uma análise estatística de pacientes com diagnóstico histológico

não-concordante com as indicações clínicas, principal tipo e via de

cirurgia, logradouro mais freqüente, patologias mais prevalentes

relacionados à idade e principais complicações pós-cirúrgicas dessa

(22)

4 ARTIGO - PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE MULHERES SUBMETIDAS À HISTERECTOMIA NO DISTRITO FEDERAL

O presente artigo foi elaborado conforme as normas da Revista Brasileira de

Ginecologia e Obstetrícia classificado pela Capes Qualis A Nacional.

PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE MULHERES SUBMETIDAS À

HISTERECTOMIA NO DISTRITO FEDERAL

CLINICAL END EPIDEMIOLOGIC PROFILE OF WOMEN UNDERGONE

HYSTERECTOMY IN THE FEDERAL DISTRICT

Andersen Charles Daros Mestrando em Gerontologia Universidade Católica de Brasília

Médico Patologista-Hospital Regional da Asa Sul (HRAS)

Adriano Bueno Tavares

Professor Adjunto Doutor em Tocoginecologia Universidade Católica de Brasília

(23)

Resumo

Objetivo: Avaliar o perfil clínico-epidemiológico em diferentes faixas etárias de

mulheres submetidas à histerectomia (HT) num serviço de assistência à saúde da

mulher de referência no Distrito Federal (DF).

Material e Métodos: Foi realizado um estudo descritivo, retrospectivo, com base em

dados secundários, coletados de laudos histológicos e prontuários médicos de

mulheres submetidas à HT no Hospital Regional da Asa Sul (HRAS) no período de

1998 a 2007.

Resultados: Foram revisados 1650 laudos histológicos de HT, destes, foram

recuperados 486 (29,4%) prontuários clínicos onde verificamos: mediana de idade

de 46 anos; procedência das usuárias do DF 83,3% (405) e 16.7% (81) para outros

estados; as indicações clínicas mais freqüentes: leiomioma 45,7% (222), hemorragia

6,2% (30) e infecção uterina 5,1% (25); tipos de HT: Total Abdominal 43,4% (211),

Subtotal abdominal 33,3% (162) e Total Vaginal 9,9% (48); complicações

pós-operatórias com infecção uterina 7,4% (36), anemia 7,4% (36), febre 2,7% (13) e

hemorragia 1,9%(9); os diagnósticos histológicos: Leiomioma de colo e corpo

66%(321), Adenomiose 15,6% (76) e Endomiometrite 7,3% (37); mediana do tempo

de permanência hospitalar foi de 5 dias.

Conclusões: O perfil clínico-epidemiológico das mulheres submetidas à HT no HRAS

revela que a leiomiomatose é a causa etiológica predominante de HT em todas as

faixas etárias, embora acima de 50 anos, a adenomiose e as lesões proliferativas de

endométrio ganham participação importante e abaixo de 40 anos as indicações

obstétricas tomam um peso relevante. Muito embora a indicação para HT por causas

benignas tem se reduzido ao redor do mundo, observa-se que na rede pública de

assistência a saúde da mulher no DF ainda ocorre em grande número de HT por

essas causas.

(24)

Abstract

Objective: To evaluate the clinical end epidemiology profile in different age group of

women undergone to hysterectomy (HT) at a referral women’s health unit in the

Federal District (FD).

Material and methods: a descriptive and retrospective study was done based on

secondary data collected from histology reports and clinical files of women

undergone HT at the HRAS, between 1998 and 2007.

Results: 1650 histology reports of HT, from these, 486 clinical files were recovered.

The medium age was 46 years of age, 83,3% of the patients were residents in the

FD, while 16,7% belonged to other states. The most frequent clinical reasons for HT

were: fibroid tumor 45.7% (222), hemorrhage 6.2% (30) and uterine infection 5.1%

(25). Considering the type of HT, it was observed the following frequency: Abdominal

total 43.4% (211), abdominal Subtotal 33.3% (162) and Vaginal Total 9.9% (48). The

most frequent post-operatory complications were: uterine infection 7.4% (36), anemia

7.4% (36), fever 2.7% (13) and hemorrhage 1.9% (9); among the histology

diagnoses, it was observed: fibroid tumor col and body 66% (321), Adenomiose

15.6% (76) and Endomiometrite 7.3% (37). The medium of the time of hospital

permanence it was of 5 days.

Conclusion: Fibroid tumor is the most frequent cause of HT in any age. Although the

obstetric causes and the endometrial proliferate lesions gained weight below 40

years and above 50 years old, respectively. The frequency of HT done to benign

causes has been diminished world wide, although it is still high in the non-private

women’s health in the FD.

(25)

Introdução:

A Histerectomia (HT) é uma cirurgia que consiste na remoção do útero, podendo ser

total quando são removidos o corpo e colo uterino, ou subtotal, quando o colo do

útero é mantido. É um procedimento feito como tratamento cirúrgico para diversas

doenças, tais como: leiomioma uterino, endometriose, sangramento uterino anormal

ou câncer uterino [1]. As três vias de HT são: abdominal, vaginal e laparoscópica,

sendo que sua escolha recai sobre uma série de fatores, como o tipo de agravo e

sua extensão, experiência profissional, recursos técnicos disponíveis e a opção da

paciente [2, 3]. No Brasil, a via abdominal ainda é a opção mais freqüente,

ocorrendo em 79% dos procedimentos, enquanto que a via vaginal ocorre em 20%

[3], muito embora a via laparoscópica venha tornando-se mais freqüente.

A HT é o procedimento cirúrgico não-obstétrico mais freqüente no mundo. Nos

Estados Unidos da América, são realizadas 600.000 HT a cada ano, representando

cerca de uma por minuto [1]. Na Inglaterra e na França, são cerca de 80.000 e

72.000 HT, respectivamente [1, 3, 4]. No Brasil, segundo dados do Sistema de

Informações Hospitalares do Ministério da Saúde (SIH/MS), entre janeiro de 1998 e

dezembro de 2007, foram realizadas 1.071.138 HTs, com a ocorrência de 1.872

óbitos no período (17/10.000 procedimentos). No Distrito Federal (DF), foram 11.546

procedimentos, representando 1,1% das HT no Brasil, com a ocorrência de 18 óbitos

(16/10.000 procedimentos) [5]. No período de 1998 a 2007, o valor médio pago para

o procedimento de HT, pelo Sistema Único de Saúde foi de R$ 535,52,

representando um custo estimado de 574 milhões de reais, com uma média de

(26)

pelo sistema suplementar de saúde (convênios médicos) e aqueles pagos

privativamente aos médicos.

Apesar da evolução tecnológica e da melhora na qualidade das informações sobre

procedimentos cirúrgicos disponíveis oficialmente, o real quadro sobre a realidade

desse procedimento no Brasil ainda é obscuro [3].

Inaugurado em 1967, o Hospital Regional da Asa Sul (HRAS) da Secretaria de

Estado de Saúde (SES) do Governo do Distrito Federal (GDF), conta atualmente

com 345 leitos, sendo o hospital público de referência em saúde da mulher no DF.

Para lá são referidos casos de gestação de alto risco, UTI neonatal, reprodução

assistida, medicina fetal, cirurgia ginecológica. De 1967 a 2006, o HRAS realizou

278.246 partos, 2.483.081 consultas de ambulatório e 2.322.141 atendimentos de

emergência pediátricas e obstétricas [6].

Este estudo visa avaliar o perfil clínico-epidemiológico em diferentes faixas etárias

de mulheres submetidas à histerectomia num serviço de assistência à saúde da

mulher de referência no DF.

Materiais e Métodos:

Foi realizado um estudo descritivo, retrospectivo, com base em dados secundários,

coletados de laudos histológicos e prontuários médicos de mulheres submetidas à

HT no HRAS, no período de 1998 a 2007. Esses documentos foram revisados para

a coleta das seguintes informações: idade, sintomas clínicos, local de residência,

(27)

complicações pós-cirúrgicas e tempo de internação. Para análise e comparação

entre grupos, foram definidas três faixas etárias, são elas: abaixo de 40 anos, entre

40 a 49 anos e acima de 49 anos.

A análise dos dados foi realizada através do programa Epi Info Windows, versão

3.4.3. Utilizou-se os testes qui-quadrado e Exato de Fisher para análise das

variáveis categóricas e Análise de Variância (ANOVA) para a análise das variáveis

contínuas. Para o estudo, considerou-se o nível de significância α=0,05, sendo

significativo estatisticamente quando o valor p<0,05.

Resultados:

Foram revisados 1650 laudos histológicos de HT, referentes aos procedimentos

realizados no período de 1998 a 2007. Destes, foram recuperados 486 (29,45%)

prontuários clínicos. Segundos registros obtidos, a mediana de idade foi de 46 anos,

com intervalo 18 a 95 anos, sendo que 50% das mulheres pertenciam ao intervalo

entre 40 e 51 anos, respectivamente 1º e 3º quartil para a variável idade e 7,2% (35)

são idosas, com idade igual ou superior a 60 anos. Eram residentes do Distrito

Federal, 83,3% das mulheres desta amostra, enquanto 12,8% delas eram de

cidades do entorno do DF, isto é, dos estados de Goiás e Minas Gerais, cidades que

fazem divisa com o DF, e, 3,9% de outros Estados. Considerando-se o perfil clínico

mulheres, os sintomas mais freqüentes foram: sangramento via vaginal, dor

abdominal pélvica, leucorréia e anemia. As indicações clínicas mais freqüentes

foram para leiomioma (45,7%), hemorragia (6,2%) e infecção (5,1%), todos de

origem uterina. Quando comparada entre grupos etários, a indicação cirúrgica por

leiomioma foi mais freqüente entre mulheres de 40 a 49 anos, enquanto a indicação

cirúrgica por hemorragia ou infecção uterina, teve uma freqüência relativamente

(28)

Tabela 1. Indicação cirúrgica para HT por faixa etária.

Indicações clínicas para HT

Faixas etárias (em anos)

Total geral ≤ 39 40 - 49 ≥ 50

n % n % n % n %

Leiomioma uterino 27 23,5 122 55,2 73 48,7 222 45,7 *

Hemorragia uterina 15 13,0 8 3,6 7 4,7 30 6,2 *

Infecção uterina 18 15,7 6 2,7 1 0,7 25 5,1 *

Adenomiose 2 1,7 9 4,1 6 4,0 17 3,5

Carcinoma cervical 2 1,7 6 2,7 5 3,3 13 2,7

Hiperplasia endometrial complexa 2 1,7 5 2,3 4 2,7 11 2,3

Cisto ovariano 1 0,9 1 0,5 7 4,7 9 1,9 *

Tumor ovariano 2 1,7 1 0,5 6 4,0 9 1,9 *

Outras indicações 34 29,6 53 24,0 19 12,7 106 21,8

* p<0,05; n=número de observações; %=percentual.

Considerando o tipo de HT, a total foi mais freqüente entre mulheres igual ou

superior aos 50 anos, enquanto a HT subtotal foi mais freqüente entre as mulheres

com idade menor ou igual a 39 anos (p<0,05) (TABELA 2). Considerando-se a via, a

abdominal foi a mais freqüente para a realização da HT total em todas as faixas

etárias. Segundo a indicação cirúrgica, 53,2% (n=118) das mulheres com leiomioma

uterino foram submetidas à HT total via abdominal. A HT subtotal foi mais freqüente

nas indicações quando da ocorrência de hemorragia uterina 60% (n=18) e/ou

infecção uterina, 64% (n=16).

Tabela 2. Tipo de HT por faixa etária.

Procedimento cirúrgico

Faixa etária (em anos)

Total geral ≤ 39 40 - 49 ≥ 50

n % n % n % n %

HT Total Abdominal 32 27,8 104 47,1 75 50,0 211 43,4 *

HT Subtotal 55 47,8 69 31,2 38 25,3 162 33,3 *

HT Total Vaginal 5 4,3 24 10,9 19 12,7 48 9,9

Outros tipos 23 20,0 24 10,9 18 12,0 65 13,4

Total geral 115 100,0 221 100,0 150 100,0 486 100,0 * p<0,05; n=número de observações; %=percentual

As mulheres com idade ≤ 39 anos apresentaram mais complicações pós-cirúrgicas

(p<0,05). As complicações mais freqüentes foram processos infecciosos (de sítio

(29)

(n=36) e 7,4% (n=36) das usuárias, respectivamente. Considerando a avaliação

anátomo-patológica das peças cirúrgicas obtidas da HT, houve uma mediana de

cinco (intervalo de 1-11) diagnósticos por laudo. Considerando os diagnósticos

histológicos mais freqüentes, os resultados para leiomioma de colo e corpo uterino

66% (n=321), foram os mais freqüentes nas três faixas etárias (p<0,05), com a

adenomiose 15,6% (n=76) e as alterações proliferativas do endométrio (pólipo do

endométrio, hiperplasia simples e complexa com atipia) 13,9% (n=54) e neoplasia

maligna de corpo e colo uterino 2,7%(n=13) ganhando maior importância relativa na

faixa etária igual ou acima dos 50 anos. Na faixa etária menor ou igual a 39 anos

identificamos a importância da endomiometrite 7,6% (n=37) como causa de HT

(TABELA 3).

Tabela 3: Freqüência de diagnóstico histológico por faixa etária.

Diagnóstico histológico

≤ 39 40 – 49 ≥ 50 Total geral (n=115) (n=221) (n=150) (n=486) n % n % n % n % Leiomioma de colo e

corpo

42 36,5 175 79,2 104 69,3 321 66,0 *

Adenomiose 5 4,3 35 15,8 36 24,0 76 15,6

Alterações proliferativas do endométrio

4 3,5 19 8,7 31 20,7 54 11,1

Endomiometrite 26 22,6 5 2,3 6 4,0 37 7,6

Lesões intra-epiteliais de baixo e alto grau do colo

14 12,2 7 3,3 3 2,0 24 4,9

Neoplasia maligna de corpo e colo uterino

2 1,7 6 2,7 5 3,3 13 2,7

* p<0,05; n=número de observações; %=percentual

Na comparação entre os 321 diagnósticos histológicos de leiomiomas de colo ou

corpo uterino com as 222 indicações clínicas, apenas 66,7% (214) possuíam

indicação clínica para essa doença. Foram identificados 23 laudos com diagnóstico

histológico de útero sem alterações microscópicas, nessa situação 13% (3)

(30)

Tabela 4: Indicações clínicas com diagnóstico histológico de útero sem

alterações microscópicas, por faixa etária.

Indicações clínicas

DH: útero sem alterações microscópicas >18 - 39 >40 - 49 >50 - 95 Total

n % n % n % n %

Leiomioma - - 1 9,1 2 33,3 3 13,0

Adenomiose - - 2 18,2 - - 2 8,7

CA Cervical - - 1 9,1 1 16,7 2 8,7

Infecção 2 33,3 - - - - 2 8,7

Hiperplasia endometrial

complexa - - 1 9,1 - - 1 4,3

Sangramento uterino

disfuncional - - 1 9,1 - - 1 4,3

Outras indicações 4 66,7 5 45,5 3 50,0 12 52,1

Total 6 100 11 100 6 100 23 100

Segundo o desfecho, 1% (5) evoluiu para o óbito, cujas causas foram septicemia,

choque hipovolêmico e esteatose hepática, segundo os registros no prontuário.

A mediana para a alta hospitalar foi de 5 dias em procedimentos realizados em

mulheres com idade ≤ 39 e ≥ 50 anos e de 6 dias em mulheres na faixa etária de 40

a 49 anos de idade(TABELA 5).

Tabela 5: Distribuição do tempo em dias entre a internação e a

histerectomia e a alta hospitalar por faixa etária.

≤ 39 anos (n=115)

40 – 49 anos

(n=221)

50 anos (n=150)

n % n % n %

Informações

válidas 78 67,8 106 48,0 98 65,3

(em dias) Procedimento Alta Procedimento Alta Procedimento Alta Mediana (mínimo-máximo) 2 (1-103) 5 (1-105) 2 (1-81) 6 (2-84) 2 (1-96) 5 (2-99)

1º quartil 1 5 2 4 2 4

(31)

Discussão

A mediana de idade da população estudada foi de 46 anos, fato este justificável por

se tratar de mulheres em faixa etária mais predisposta a entidades clínicas com

sintomatologia hemorrágica, prole constituída e sem interesse reprodutivo, dados

estes semelhantes aos encontrados na literatura cujas médias de idade oscilam

entre 41 e 61 anos [4, 7-21]

Em relação à procedência das usuárias, verificamos que 83,3% (405) eram

residentes no DF e 16.7% (81) população do entorno e outros estados. Em um

trabalho realizado por Pires et al[22], onde foi investigada a configuração da oferta e demanda por serviços de média complexidade do Distrito Federal (DF) e municípios

de Goiás próximos à Brasília – entorno, constatou-se diferença estatisticamente

significativa dentre os 81 (5,4%) que já omitiram informações sobre a residência

(X2=161,802; gl= 3; P<.000), comparando o DF e o entorno. Enquanto 13,8% dos

residentes do entorno já o fizerem, apenas em 0,1% dos cidadãos do DF precisaram

fazê-lo. Quanto aos motivos da omissão revelados pelos moradores do entorno,

11,8% referem-se ao receio de ser mal e/ou não atendidos e 2% foram orientados

por familiares e/ou amigos.

Verificou-se que a indicação de HT por leiomioma é predominante em nosso

trabalho e proporcionalmente maior do que todas as outras indicações, o que está

em concordância com a literatura[7, 8, 10, 16, 25-34]. Já as indicações de HT para

tratamento de outras condições ginecológicas, apareceram em menor porcentagem,

quais sejam hemorragia e infecção uterina perfazendo 11,3% do total, adenomiose e

outras em até 39,2% dos casos. Contudo, segundo recente estudo, as taxas de HT

por indicações benignas estão diminuindo [26, 30, 34], apesar de que essa condição

não se reflete em nosso meio[38]. Dados da nossa pesquisa mostram que indicação

de leiomioma prevaleceu na faixa etária entre 40 a 49 anos, já a hemorragia e

infecção uterina predominaram na faixa etária igual ou abaixo de 39 anos, o que

pode corresponder uma origem obstétrica para HT nessa faixa etária. O percentual

de indicação de leiomioma para a faixa etária supracitada é concordante com um

recente relato [26]. Neste relato revela-se uma diminuição de HT por indicações

benignas e nos diferentes grupos etários, devido às alternativas terapêuticas, tais

(32)

Quando os parâmetros avaliados foram complicações pós-operatórias, observamos

um baixo percentual de complicações, sendo as mais freqüentes a infecção uterina

7,4% (n=36), a anemia 7,4% (n=36), a ocorrência de febre 2,7%(n=13) e a

hemorragia 1,9%(n=9). Comparando-se com os dados de literatura, o percentual de

infecção e anemia, ocorre em freqüência variável de serviço para serviço[39-43],

variando de 1-50%, percentuais semelhantes aos avaliados em nosso estudo[4, 15,

44-47], entretanto, para a morbidade febril verificamos freqüência mais baixa, e, para

hemorragia, uma ocorrência mais elevado quando comparados com os achados de

outros autores[7, 13, 29, 36, 43, 48-53]. Considerando-se a idade, percentuais

progressivamente maiores de infecção têm sido apontadas em grupos etários a

partir dos 50 anos[39, 41, 54-56], contudo identificamos em nossa pesquisa

percentuais maiores em mulheres com idade ≤ 39 anos, o que favorece etiologia obstétrica desses casos.

A distribuição dos achados anátomo-patológicos no presente estudo foi semelhante

aos achados de outros autores [36, 57], que revelam um predomínio dos

diagnósticos de leiomioma e adenomiose, embora, seja possível encontrar uma

variação de 5-70% para adenomiose[58]. Correlacionando-se o achado histológico

com a faixa etária das pacientes, manteve-se o predomínio de leiomioma com 79,2%

(175/221) na faixa etária entre 40-49 anos. Na faixa etária acima dos 50 anos,

embora ainda com predomínio da leiomiomatose, diagnósticos como adenomiose

24%%(36/150), alterações proliferativas do endométrio 20,7% (31/150) e neoplasia

maligna de corpo e colo uterino 3,3%(5/150) ganharam maior importância relativa.

Dados esses compatíveis com a literatura médica, onde destacamos uma maior

freqüência destas doenças na população de mulheres idosas. O exame histológico

foi normal (útero sem alterações microscópicas) em 4,7% (n=23) dos casos. Destes,

quando a indicação clínica foi de leiomioma, obtivemos três (13%), e, no caso de

sangramento uterino disfuncional um útero (4,3%), esse percentual de úteros

retirados cirurgicamente sem anormalidades anatômicas foi menor do que verificado

por outros autores[51, 59].

Quanto ao tipo e via do procedimento cirúrgico, nosso estudo identificou uma maior

(33)

anos, o que está em concordância com a literatura mundial [4, 43, 60-64], embora

alguns serviços já demonstrem uma progressiva diminuição no seu emprego,

quando comparada a HT total vaginal[10, 12, 14, 45, 65, 66]. Esses dados refletem

uma crescente preferência da via vaginal sobre a abdominal principalmente sobre

parâmetros importantes como: tempo operatório[10, 67, 68]; incidência de

complicações intra e pós-operatórias, tempo de internação, custo do procedimento e

tempo de volta às atividades[69] . Contudo, nossa casuística não demonstra um

predomínio da HT vaginal, sobretudo na faixa etária de 41 a 50 anos como referem

outros autores[10, 12, 14].

No Brasil durante o período de 1998-2007 ocorreu um aumento progressivo de

histerectomias, onde a HT total abdominal foi mais prevalente com 56%

(n=600.877), seguida da HT Vaginal 9,3%(n=99.867) e HT Subtotal 5,2%(n=56.540)

[38], prevalência semelhante encontrada em nossa pesquisa com exceção da HT

Subtotal .Quando relacionamos a HT subtotal, faixa etária e diagnóstico histológico

de endomiometrite, verificamos uma predominância na faixa etária menor ou igual a

39 anos , fato este que corrobora para etiologia obstétrica destes casos.

Muitas hipóteses vêm sendo propostas para responder à questão da predominância

da HT abdominal sobre as demais vias nas últimas décadas. Primeiramente, os

programas de Residência Médica têm enfatizado a HT abdominal e os cirurgiões

tendem a confiar em procedimentos com os quais tenham maior experiência e um

maior nível de satisfação na execução. Em segundo lugar, o estilo de trabalho, os

hábitos e preferências dos médicos costumam ditar a via de HT mais do que a

consideração em relação à via mais apropriada para uma mulher em particular. Em

terceiro lugar, cirurgiões têm aceitado de fato as diretrizes de que a HT abdominal é

indicada quando doenças pélvicas mais graves são suspeitadas sem que haja

documentação da atual condição das mesmas[60].

Em nossa pesquisa, sobre avaliação do tempo de permanência hospitalar (tempo

em dias entre a internação e a HT e a alta hospitalar) e faixas etárias, identificamos

em média 5 dias, dados estes similares a literatura[4, 67, 68, 70].Dados do setor

público no Ministério da Saúde, revelam média de permanência hospitalar por HT de

4,8 dias e no DF de 4,9 dias, no entanto, o setor privado revela média mais baixa de

(34)

pacientes de clínica privada, tem um relacionamento médico-paciente personalizado

e uma maior facilidade de retorno ao serviço após a alta, isso possibilita uma alta

precoce, pois são devidamente orientadas e com fácil acesso ao cirurgião ou ao

serviço referenciado. No entanto, encontramos em um artigo[71] média superior em

oito dias em relação aos nossos índices de permanência hospitalar.

CONCLUSÕES

O perfil clínico-epidemiológico das mulheres submetidas à HT no HRAS revela que a

leiomiomatose é a causa etiológica predominante de HT em todas as faixas etárias,

embora acima de 50 anos, a adenomiose e as lesões proliferativas de endométrio

ganham participação importante e abaixo de 40 anos as indicações obstétricas

tomam um peso relevante. Muito embora a indicação para HT por causas benignas

tem se reduzido ao redor do mundo, observa-se que na rede pública de assistência

a saúde da mulher no DF, ainda ocorre em grande número de HT por essas causas.

Referências:

[1] Merrill RM. Hysterectomy surveillance in the United States, 1997 through

2005. Med Sci Monit. 2008 Jan;14(1):CR24-31.

[2] Johnson N, Barlow D, Lethaby A, Tavender E, Curr L, Garry R. Methods of

hysterectomy: systematic review and meta-analysis of randomised controlled trials.

BMJ (Clinical research ed. 2005 Jun 25;330(7506):1478.

[3] Soria H, Fagundes D, Vieira S, Cavalli N, Santos C. Histerectomia e as

doenças ginecológicas benignas: o que está sendo praticado na Residência Médica

no Brasil? Rev Bras Ginecol Obstet. 2007;29(2):67-73.

[4] David-Montefiore E, Rouzier R, Chapron C, Darai E. Surgical routes and

complications of hysterectomy for benign disorders: a prospective observational

study in French university hospitals. Human reproduction (Oxford, England). 2007

(35)

[5] Ministério da Saúde. Histerectomia em procedimentos hospitalares do SUS

realizados em 2007. <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sih/cnv/pruf.def>.

Acesso em: 31 mai. 2008. .

[6] Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Histórico do Hospital Regional da

Asa Sul.: <http://www.saude.df.gov.br/>. Acesso em: 31 mai. 2008.

[7] Leung PL, Tsang SW, Yuen PM. An audit on hysterectomy for benign

diseases in public hospitals in Hong Kong. Hong Kong medical journal = Xianggang

yi xue za zhi / Hong Kong Academy of Medicine. 2007 Jun;13(3):187-93.

[8] Harmanli OH, Gentzler CK, Byun S, Dandolu MH, Grody T. A comparison of

abdominal and vaginal hysterectomy for the large uterus. International journal of

gynaecology and obstetrics: the official organ of the International Federation of

Gynaecology and Obstetrics. 2004 Oct;87(1):19-23.

[9] Ribeiro SC, Ribeiro RM, Santos NC, Pinotti JA. A randomized study of total

abdominal, vaginal and laparoscopic hysterectomy. International journal of

gynaecology and obstetrics: the official organ of the International Federation of

Gynaecology and Obstetrics. 2003 Oct;83(1):37-43.

[10] Miskry T, Magos A. Randomized, prospective, double-blind comparison of

abdominal and vaginal hysterectomy in women without uterovaginal prolapse. Acta

obstetricia et gynecologica Scandinavica. 2003 Apr;82(4):351-8.

[11] Araújo TVBA, E M. L. . Fatores de risco para histerectomia em mulheres

brasileiras. Cad Saúde PúblicaRio de Janeiro. 2003;19(Sup. 2):S407-S17.

[12] Benassi L, Rossi T, Kaihura CT, Ricci L, Bedocchi L, Galanti B, et al.

Abdominal or vaginal hysterectomy for enlarged uteri: a randomized clinical trial.

American journal of obstetrics and gynecology. 2002 Dec;187(6):1561-5.

[13] Hwang JL, Seow KM, Tsai YL, Huang LW, Hsieh BC, Lee C. Comparative

study of vaginal, laparoscopically assisted vaginal and abdominal hysterectomies for

uterine myoma larger than 6 cm in diameter or uterus weighing at least 450 g: a

prospective randomized study. Acta obstetricia et gynecologica Scandinavica. 2002

Dec;81(12):1132-8.

[14] Soriano D, Goldstein A, Lecuru F, Darai E. Recovery from vaginal

hysterectomy compared with laparoscopy-assisted vaginal hysterectomy: a

prospective, randomized, multicenter study. Acta obstetricia et gynecologica

(36)

[15] Darai E, Soriano D, Kimata P, Laplace C, Lecuru F. Vaginal hysterectomy for

enlarged uteri, with or without laparoscopic assistance: randomized study. Obstetrics

and gynecology. 2001 May;97(5 Pt 1):712-6.

[16] Ottosen C, Lingman G, Ottosen L. Three methods for hysterectomy: a

randomised, prospective study of short term outcome. Bjog. 2000

Nov;107(11):1380-5.

[17] Murta ER, JD, Abrão JM, Miziara JM. Histerectomias: estudo retrospectivo de

554 casos. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões 2000;27 (nº 5):307.

[18] Vitahmaki T SR, Twimala, R. Porque mulheres pós-menopausadas

interrompem a terapia de reposição hormonal. Matúritas-Brasil. 2000;2:15-20.

[19] Figueiredo O, Figueiredo EG, Figueiredo PG, Pelosi MA, 3rd, Pelosi MA.

Vaginal removal of the benign nonprolapsed uterus: experience with 300 consecutive

operations. Obstetrics and gynecology. 1999 Sep;94(3):348-51.

[20] Oldenhave A, Jaszmann LJ, Everaerd WT, Haspels AA. Hysterectomized

women with ovarian conservation report more severe climacteric complaints than do

normal climacteric women of similar age. American journal of obstetrics and

gynecology. 1993 Mar;168(3 Pt 1):765-71.

[21] Vessey MP, Villard-Mackintosh L, McPherson K, Coulter A, Yeates D. The

epidemiology of hysterectomy: findings in a large cohort study. British journal of

obstetrics and gynaecology. 1992 May;99(5):402-7.

[22] Pires LB, Donato, CMFM, Guilhem, D, Alves ED. Oferta e demanda por média

complexidade/SUS: relação com atenção básica. Revista Ciência e Saúde coletiva.

2007.

[23] Gath D, Osborn M, Bungay G, Iles S, Day A, Bond A, et al. Psychiatric

disorder and gynaecological symptoms in middle aged women: a community survey.

British medical journal (Clinical research ed. 1987 Jan 24;294(6566):213-8.

[24] Hallberg L, Hogdahl AM, Nilsson L, Rybo G. Menstrual blood loss--a

population study. Variation at different ages and attempts to define normality. Acta

obstetricia et gynecologica Scandinavica. 1966;45(3):320-51.

[25] Sória HF, Sória-Vieira S, Cavalli N, Santos, CRC. Histerectomia e as doenças

ginecológicas benignas: o que está sendo praticado na Residência Médica no

(37)

[26] Jacobson GF, Shaber RE, Armstrong MA, Hung YY. Hysterectomy rates for

benign indications. Obstetrics and gynecology. 2006 Jun;107(6):1278-83.

[27] Nair S. Contemporary management of fibroids. Annals of the Academy of

Medicine, Singapore. 2003 Sep;32(5):615-23.

[28] Lefebvre G, Vilos G, Allaire C, Jeffrey J, Arneja J, Birch C, et al. The

management of uterine leiomyomas. J Obstet Gynaecol Can. 2003

May;25(5):396-418; quiz 9-22.

[29] Makinen J, Johansson J, Tomas C, Tomas E, Heinonen PK, Laatikainen T, et

al. Morbidity of 10 110 hysterectomies by type of approach. Human reproduction

(Oxford, England). 2001 Jul;16(7):1473-8.

[30] Gimbel H, Settnes A, Tabor A. Hysterectomy on benign indication in Denmark

1988-1998. A register based trend analysis. Acta obstetricia et gynecologica

Scandinavica. 2001 Mar;80(3):267-72.

[31] Debodinance P. [Hysterectomy for benign lesions in the north of France:

epidemiology and postoperative events]. Journal de gynecologie, obstetrique et

biologie de la reproduction. 2001 Apr;30(2):151-9.

[32] Araújo TVBA, E M. L. . Fatores de risco para histerectomia em mulheres

brasileiras. Cad Saúde Pública. 2003;19(2):407-17.

[33] Vesperinas AGR, C S; Troncoso, C R; Morán, B V; Levancini, M A; Avilés, C

Z; Troncoso, F. Histerectomia Vaginal, Abdominal y vaginal Assistida por

Laparoscopia: Un Analisis Prospectivo y Aleatorio. Rev Chil Obstet Ginecol.

2005;17(2):73-8.

[34] Whiteman MK, Hillis SD, Jamieson DJ, Morrow B, Podgornik MN, Brett KM, et

al. Inpatient hysterectomy surveillance in the United States, 2000-2004. American

journal of obstetrics and gynecology. 2008 Jan;198(1):34 e1-7.

[35] Maresh MJ, Metcalfe MA, McPherson K, Overton C, Hall V, Hargreaves J, et

al. The VALUE national hysterectomy study: description of the patients and their

surgery. Bjog. 2002 Mar;109(3):302-12.

[36] Learman LA, Summitt RL, Jr., Varner RE, McNeeley SG, Goodman-Gruen D,

Richter HE, et al. A randomized comparison of total or supracervical hysterectomy:

surgical complications and clinical outcomes. Obstetrics and gynecology. 2003

(38)

[37] Dorsey JH, Steinberg EP, Holtz PM. Clinical indications for hysterectomy

route: patient characteristics or physician preference? American journal of obstetrics

and gynecology. 1995 Nov;173(5):1452-60.

[38] Saúde. Md. Histerectomia em procedimentos hospitalares do SUS realizados

de 1998- 2007. 2008 [cited 2008 31 mai]; Available from:

[39] WD H, ed. Postoperative infections: prevention and management. 8th ed ed.

Philadelphia: Lippincott-Raven 1997.

[40] Kandula PV, Wenzel RP. Postoperative wound infection after total abdominal

hysterectomy: a controlled study of the increased duration of hospital stay and trends

in postoperative wound infection. American journal of infection control. 1993

Aug;21(4):201-4.

[41] Persson E, Bergstrom M, Larsson PG, Moberg P, Platz-Christensen JJ,

Schedvins K, et al. Infections after hysterectomy. A prospective nation-wide Swedish

study. The Study Group on Infectious Diseases in Obstetrics and Gynecology within

the Swedish Society of Obstetrics and Gynecology. Acta obstetricia et gynecologica

Scandinavica. 1996 Sep;75(8):757-61.

[42] Taylor G, Herrick T, Mah M. Wound infections after hysterectomy:

opportunities for practice improvement. American journal of infection control. 1998

Jun;26(3):254-7.

[43] Davies A, Hart R, Magos A, Hadad E, Morris R. Hysterectomy: surgical route

and complications. European journal of obstetrics, gynecology, and reproductive

biology. 2002 Sep 10;104(2):148-51.

[44] Kovac SR. Hysterectomy outcomes in patients with similar indications.

Obstetrics and gynecology. 2000 Jun;95(6 Pt 1):787-93.

[45] Cosson M, Lambaudie E, Boukerrou M, Querleu D, Crepin G. Vaginal,

laparoscopic, or abdominal hysterectomies for benign disorders: immediate and early

postoperative complications. European journal of obstetrics, gynecology, and

reproductive biology. 2001 Oct;98(2):231-6.

[46] Murta ERJD, Abrão JM, Miziara JM. Histerectomias: estudo retrospectivo de

554 casos. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões 2000 .27( 5):307.

[47] Eduardo Prota F. Parâmetros Pré, Intra e Pós-Operatórios em Mulheres

Submetidas à Histerectomia Vaginal na Ausência de Prolapso Uterino.

(39)

[48] Baggish MS. Total and subtotal abdominal hysterectomy. Best practice &

research. 2005 Jun;19(3):333-56.

[49] Al-Kadri HM, Al-Turki HA, Saleh AM. Short and long term complications of

abdominal and vaginal hysterectomy for benign disease. Saudi medical journal. 2002

Jul;23(7):806-10.

[50] Rotermann M. Infection after cholecystectomy, hysterectomy or

appendectomy. Health reports / Statistics Canada, Canadian Centre for Health

Information = Rapports sur la sante / Statistique Canada, Centre canadien

d'information sur la sante. 2004 Jul;15(4):11-23.

[51] Aksu F, Gezer A, Oral E. Seventeen-year review of hysterectomy procedures

in a university clinic in Istanbul (1985-2001). Archives of gynecology and obstetrics.

2004 Dec;270(4):217-22.

[52] Peipert JF, Weitzen S, Cruickshank C, Story E, Ethridge D, Lapane K. Risk

factors for febrile morbidity after hysterectomy. Obstetrics and gynecology. 2004

Jan;103(1):86-91.

[53] Conde-Agudelo A. Intrafascial abdominal hysterectomy: outcomes and

complications of 867 operations. International journal of gynaecology and obstetrics:

the official organ of the International Federation of Gynaecology and Obstetrics. 2000

Mar;68(3):233-9.

[54] Thompson JD WJ, ed. Hysterectomy. 8 ed. Philadelphia: Lippincott- Raven

1997.

[55] Harris WJ. Early complications of abdominal and vaginal hysterectomy.

Obstetrical & gynecological survey. 1995 Nov;50(11):795-805.

[56] Soper DE, Bump RC, Hurt WG. Wound infection after abdominal

hysterectomy: effect of the depth of subcutaneous tissue. American journal of

obstetrics and gynecology. 1995 Aug;173(2):465-9; discussion 9-71.

[57] Jaenisch JB, Junior WA. 100 total laparoscopic hysterectomies in private

practice in Brazil. The Journal of the American Association of Gynecologic

Laparoscopists. 1999 May;6(2):169-71.

[58] Dueholm M. Transvaginal ultrasound for diagnosis of adenomyosis: a review.

Best practice & research. 2006 Aug;20(4):569-82.

[59] Barreto de Araújo TV. Esterilização Feminina por Laqueadura Tubária e

(40)

Públicos de Saúde em Recife, Pernambuco. Salvador: Universidade Federal da

Bahia; 2002.

[60] Kovac SR, Barhan S, Lister M, Tucker L, Bishop M, Das A. Guidelines for the

selection of the route of hysterectomy: application in a resident clinic population.

American journal of obstetrics and gynecology. 2002 Dec;187(6):1521-7.

[61] Gimbel H, Ottesen B, Tabor A. Danish gynecologists' opinion about

hysterectomy on benign indication: results of a survey. Acta obstetricia et

gynecologica Scandinavica. 2002 Dec;81(12):1123-31.

[62] Davies A, Magos A. The hysterectomy lottery. J Obstet Gynaecol. 2001

Mar;21(2):166-70.

[63] Baskett TF, Clough H. Perioperative morbidity of hysterectomy for benign

gynaecological disease. J Obstet Gynaecol. 2001 Sep;21(5):504-6.

[64] Gaym A. Elective hysterectomy at Tikur Anbessa Teaching Hospital, Addis

Ababa. Ethiopian medical journal. 2002 Jul;40(3):217-26.

[65] Malzoni M, Perniola G, Perniola F, Imperato F. Optimizing the total

laparoscopic hysterectomy procedure for benign uterine pathology. The Journal of

the American Association of Gynecologic Laparoscopists. 2004 May;11(2):211-8.

[66] Farquhar CM, Steiner CA. Hysterectomy rates in the United States 1990-1997.

Obstetrics and gynecology. 2002 Feb;99(2):229-34.

[67] Hwang JL SK, Tsai YL, Huang LW, Hsieh BC, LEE C. . Comparative study of

vaginal, laparoscopically assisted vaginal and abdominal hysterectomies for uterine

myoma larger than 6cm in diameter or uterus weighing at least 450g: a prospective

randomized study. Acta Obstetricia et Gynecologica Scandinavica. 2002;81:1132-8.

[68] Ribeiro SC RR, Santos NC, Pinotti JA. . A randomized study of total

abdominal, vaginal and laparoscopic hysterectomy. International Journal of

Gynecology and Obstetrics. 2003(83):37-43.

[69] Dicker RC GJ, Strauss LT. Complications of abdominal and vaginal

hysterectomy among women of reproductive age in the United States. The

Collaborative Review of Sterilization. Am J Obstet Gynecol. 1982;144(7):841-8.

[70] Johns DA, Carrera B, Jones J, DeLeon F, Vincent R, Safely C. The medical

and economic impact of laparoscopically assisted vaginal hysterectomy in a large,

metropolitan, not-for-profit hospital. American journal of obstetrics and gynecology.

(41)

[71] Ranson MK, John KR. Quality of hysterectomy care in rural Gujarat: the role of

community-based health insurance. Reproductive health matters. 2002

(42)

5 CONSIDERAÇÕES GERAIS

A revisão de 1650 laudos histológicos de HT, referentes aos procedimentos

realizados no período de 1998 a 2007, aos quais foram recuperados 486 (28%)

prontuários clínicos, destacamos como fator limitante deste estudo, o fato de que a

procura é ainda feita de forma manual, pois não existe busca eletrônica de dados

dos pacientes. Muitos prontuários não foram encontrados no arquivo médico do

HRAS, onde verificamos também duplicidade de prontuários com datas e

procedimentos não relacionados à HT. Outra limitação encontrada foi a escassez de

trabalhos, referências e informações em relação aos parâmetros cirúrgicos

(43)

REFERÊNCIAS

AGOSTINI, A. et al. Vaginal hysterectomy in nulliparous women without prolapse: a prospective comparative study. BJOG, v. 110, n. 5, p. 515-518, May 2003.

AKSU, F.; GEZER, A.; ORAL, E. Seventeen-year review of hysterectomy procedures in a university clinic in Istanbul (1985-2001). Arch. Gynecol. Obstet., v. 270, n. 4, p. 217-222, 2004.

AL-KADRI, H. M.; AL-TURKI, H. A.; SALEH A. M. Short and long term complications of abdominal and vaginal hysterectomy for benign disease. Saudi Med. J., v. 23, n. 7, p. 806-810, 2002.

AMIRIKIA, H.; EVANS, T. N. The-year review of hysterectomies: trends, indications and risks. Am. J. Obstet. Gynecol., v. 134, p. 431-437, 1979.

ATKINSON, S. M.; CHAPPELL, S. M. Vaginal hysterectomy for sterilization. Obstet. Gynecol., v. 39, n. 5, p. 759-766, 1972.

BARRETO-DE-ARAÚJO, T. V. Esterilização feminina por laqueadura tubária e histerectomia subseqüente: a experiência das mulheres usuárias dos serviços públicos de saúde em Recife, Pernambuco. 2002. Tese (Doutorado)-Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2002.

BENASSI, L. et al. Abdominal or vaginal hysterectomy for enlarged uteri: a randomized clinical trial. Am. J. Obstet. Gynecol.,v. 187, n. 6, p. 1561-1565, 2002.

BENRUBI, G. I. History of hysterectomy. J. Fla. Med. Assoc., v. 75, n. 8, p. 533-538, Aug. 1988.

BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Informações de Saúde. Sistema de Informações Hospitalares do SUS. Brasília, 2002.

BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Procedimentos hospitalares do SUS. Disponível em: <http://www.datasus.gov.br/cgi/sih/pimap.htm>. Acesso em:

BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS): Banco de Dados. 7 Março 1999. Disponível em: <http://www.datasus.gov.br>. Acesso em:

BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS): Banco de Dados. 7 Março 2008. Disponível em: <http://www.datasus.gov.br>. Acesso em:

Imagem

Tabela 2. Tipo de HT por faixa etária.
Tabela 3: Freqüência de diagnóstico histológico por faixa etária.
Tabela 5:   Distribuição  do  tempo em dias entre a internação e a  histerectomia e a alta hospitalar por faixa etária

Referências

Documentos relacionados

Quando eu fui não levei nada, aí ganhei colchão, já ganhei coberta , tudo, né...” Assim como seus irmãos Cezinha e Chique, João Luiz encontrou na solidariedade dos outros migrantes

cou-se a relevância da classificação operacional sobre a adesão ao tratamento, com uma maior de chance de abandono para os casos multibacilares (61,76%), ao passo que

b) Tenham realizado e obtido aprovação nas provas específicas exigidas para acesso à Licenciatura de Ciências Farmacêuticas (Biologia e Química) ou Mestrado

Associação entre estado nutricional e força de preensão palmar de pacientes internados com diagnóstico de cardiopatia isquêmica pré- intervenção percutânea... UNIVERSIDADE DE

Uma das ferramentas de gestão que ganhou relevância no setor de supermercados depois da implantação de sistemas informatizados foi a técnica de custeio baseado

O propósito deste estudo consistiu em confrontar o valor de ganho (ou perda) com a compra de matéria-prima e o valor do retorno do capital aplicado em CDI, pois na comparação entre a

II. A grafia do verbo seguinte está correta: ficar. Está correto o uso do acento gráfico em: talùdo. b) Apenas uma afirmativa está correta. c) Apenas duas afirmativas estão corretas.

Neste trabalho é proposto um método automático para o controle da qualidade posicional relativa de dados LiDAR aerotransportados através da comparação de feições pontuais,