Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa
Pós-graduação Stricto-sensu em Educação Física
Dissertação de Mestrado
RELAÇÃO ENTRE A CIFOSE TORÁCICA E A FLEXIBILIDADE
EM ESCOLARES DO ENSINO FUNDAMENTAL
Brasília - DF
2014
CRISTIANNE MORGADO MONTENEGRO
RELAÇÃO ENTRE A CIFOSE TORÁCICA E A FLEXIBILIDADE EM ESCOLARES DO ENSINO FUNDAMENTAL
Orientador: Prof. Dr. Gustavo Azevedo Carvalho
Brasília 2014
7,5cm
Ficha elaborada pela Biblioteca Pós-Graduação da UCB
M777r Montenegro, Cristianne Morgado.
Relação entre a cifose torácica e a flexibilidade em escolares do Ensino Fundamental. / Cristianne Morgado Montenegro – 2014.
53 f.; il.: 30 cm
Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2014. Orientação: Prof. Dr. Gustavo Azevedo Carvalho
1. Educação física. 2. Coluna vertebral. 3. Ossos. 4. Tórax – doenças. 5. Postura humana. 6. Ensino fundamental. I. Carvalho, Gustavo Azevedo, orient. II. Título.
AGRADECIMENTOS
Inicialmente a Deus por estar sempre ao meu lado, iluminando o meu caminho;
A minha família Alexandre, Bruno e Hanna que souberam compreender o tempo dedicado a este trabalho;
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus e a Nossa Senhora por colocar sempre pessoas iluminadas
em meu caminho e manter a minha perseverança em todos os momentos difíceis deste curso.
Ao Professor Gustavo Carvalho, nestes dois anos de pesquisa pela enorme capacidade acadêmica e qualidade como orientador. Muito obrigada pela dedicação e confiança empregadas, que me fizeram crescer como pesquisadora.
Aos queridos amigos Taís Galvão e Marcus Tolentino, que me acolheram em Brasília, dedicando grande parte do seu tempo valioso à análise estatística e científica deste trabalho.
A Gestora Káthia Maria Vasconcelos, pela confiança empregada e palavras amigas nos momentos mais difíceis.
A todas queridas alunas e professoras do Studio CM/AM que souberam me ajudar nos muitos momentos de desesperança.
A grande e importantíssima ajuda da profa. Raquel Canté, nas orientações para as submissões.
A SEMED representada pelo Sr. Secretário Dr. Mauro Lippi e sua esposa profa. Valéria pela liberação para o mestrado.
A FAPEAM pelo apoio concedido ao avanço da educação e qualidade nas pesquisas científicas no Brasil em particular no Estado do Amazonas.
E finalmente aos escolares e pais ou responsáveis que confiaram seus filhos a esta pesquisa, pois sem os mesmos este trabalho não teria sido realizado.
RESUMO
Referência: MONTENEGRO, Morgado Cristianne. Relação entre a cifose torácica e a
flexibilidade em escolares do Ensino Fundamental. 53fls. Pós-graduação Stricto-sensu. Mestrado em educação física. UCB, Brasília/DF, 2013.
O Polo Industrial de Manaus abrange em média 600 indústrias e 40 mil trabalhadores; destes, 224 foram afastados por doenças laborais no período de janeiro a agosto de 2012. Dentre as doenças relacionadas ao sistema musculoesquelético, foram identificadas bursites, tendinites, hérnias de disco, entre outras. Padrões posturais inadequados podem ocasionar a aceleração do processo degenerativo do sistema músculo esquelético, sujeitando e predispondo às afecções da coluna vertebral no adulto, com o aparecimento de quadros álgicos. Dentre as alterações posturais que podem se desenvolver durante a adolescência, a hipercifose torácica é a mais frequente e comumente diagnosticada como má postura Atingindo níveis estruturais pode transformar-se em patologia, tornando seu prognóstico de
difícil tratamento e ocasionando grandes prejuízos à coluna na fase adulta. Uma grande
parcela dos escolares enquadra-se abaixo dos limites da zona saudável de aptidão física, principalmente relacionados à resistência cardiorrespiratória e flexibilidade. Na região Norte, em especial, os índices de flexibilidade encontram-se abaixo da média sugerida pelo Projeto Esporte-Brasil, tanto para rapazes 22,9%, quanto para moças 18,7%. Portanto, objetivo deste trabalho foi avaliar a relação entre o grau de cifose torácica e a flexibilidade em escolares do Ensino Fundamental do Município de Manaus-AM. Esta pesquisa foi um estudo transversal, no qual foram avaliados 113 alunos da zona rural e 287 da zona urbana totalizando 400 escolares, através do Método da Flexicurva e Teste sentar-e-alcançar. Os resultados encontrados mostraram que a flexibilidade entre os gêneros é maior no grupo feminino (M= 24,6/DP=6,8) e no grupo masculino (M=22,9/DP=7,6), com p=0,0237, como também aos 11 anos p=0,0008456. Analisando os ângulos da cifose torácica encontrados e relacionando-os com os gêneros, a pesquisa revelou que a hipercifose torácica obteve o maior percentual encontrado (54%) entre os ângulos da cifose torácica e dentre os dois gêneros estudados, o grupo de maior prevalência foi o grupo feminino (N=114/54,6%) e o masculino (N=102/53,4%), como também o maior percentual de hipercifose torácica foi observada aos 13 anos(N=78/20%) .Quando relacionamos os graus da cifose torácica com a flexibilidade, através do teste da regressão linear, o gráfico indica que existe uma diminuição no ângulo da cifose torácica de 0,11 º a cada aumento de 1cm na flexibilidade estudada (p=0,028). Acredita-se que o estudo realizado possa contribuir para a implantação de programas e projetos na área da promoção da saúde dentro do âmbito escolar, na qual sejam realizadas avaliações posturais sistematizadas, através do profissional de educação física com o objetivo de prevenir o elevado grau de hipercifose torácica dos alunos e a obtenção da flexibilidade bem como a sua manutenção entre os gêneros, principalmente no grupo masculino. Assim, podendo minimizar possíveis riscos e prejuízos a coluna vertebral na fase adulta.
ABSTRACT
Reference: MONTENEGRO, Morgado Cristianne. Relationship between thoracic kyphosis
and flexibility in the Fundamental school education. 53fls. UCB, Brasília/DF, 2014. Posgraduate stricto sensu. Masterꞌs degree in fhysical education
The Manaus Industrial Polo (PIM) on average covers 600 industries and 40 thousand workers. In the period January-August 2012, 224 workers were dismissed by disease labor. Among the diseases related to the musculoskeletal system, were bursitis, tendinitis, herniated disc, among others. Inadequate postural patterns may cause the acceleration of the degenerative process of the musculoskeletal system, subject to conditions and predisposing the spine in the adult, with the onset of pain conditions. Among the postural changes that may develop during adolescence, the thoracic kyphosis is the most frequent and commonly misdiagnosed as poor posture Achieving structural levels can turn into pathology, making prognosis difficult to treat and cause serious damage to the spine in adulthood . A large portion of the school populacion falls below the limits of the healthy fitness zone, mainly related to cardiorespiratory endurance and flexibility. In the North, in particular flexibility rates are below the average suggested by Projeto Esporte -Brasil, for 22.9% boys, and 18.7% girls. Therefore, aim of this study was to evaluate the relationship between the degree of thoracic kyphosis and flexibility in primary school students in the city of Manaus-AM. This research was a cross-sectional study, which evaluated 113 students from rural areas and 287 from urban area totaling 400 students, through the Method Flexicurve Test and sit-and-reach. The results showed that the
flexibility between genders is higher in the female group (M1=24.6/SD = 6.8) and males (M=
22.9/SD=7.6), with p=0,0237,as well as to 11 years p=0.0008456. Analyzing the degree of thoracic kyphosis found and relating them to the genres, the survey revealed that the thoracic kyphosis showed the highest percentage found (54%) between the angles of thoracic kyphosis and among the two genera studied, the group with the highest prevalence was the female group (N=114/54, 6%) and male (N=102/53, 4%), as well as the highest percentage of
thoracic kyphosis was observed to 13 years (N=78/20%).In relating thoracic kyphosis degrees
with the flexibility test through the linear regression graph indicates that there is a decrease the thoracic kyphosis angle of 0.11. It is believed that the study will contribute to the implementation of programs and projects in the area of health promotion within the school context in which they are evaluated postural systematized for physical education teachers with the goal of preventing the high degree of thoracic kyphosis in students and obtaining flexibility as well as its maintenance between genders, especially in males. This is study minimize possible risks and damage to the spine in adulthood.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Mapa da Flexibilidade de crianças e jovens na zona de risco à saúde ... 14
Figura 2 - Fórmula Matemática para o cálculo do grau de hipercifose torácica ... 20
Figura 3 - Molde da régua flexível sobre a coluna vertebral ... 27
Figura 4 - Medida do X Total, X Meio (M2) e H (altura)... 28
Figura 5 - Teste de sentar-e-alcançar com banco de Wells ... 29
Figura 6 - Relação entre o grau de cifose torácica e flexibilidade em escolares ... 35
Figura 7 - Relação entre o grau de cifose torácica e flexibilidade em escolares do gênero feminino. ... 36
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Número de matrículas no Ensino Fundamental por ano, faixa etária, incluindo zona
rural e urbana, censo escolar 2011. ... 22
Tabela 2 - Número de matrículas no Ensino Fundamental, por faixa etária, zona rural e urbana, censo escolar 2011. ... 22
Tabela 3 - Média da flexibilidade de crianças de 7 a 17 anos (sentar-e-alcançar com banco de Wells). . ... 29
Tabela 4 - Principais características da população estudada (N = 400). ... 31
Tabela 5 - Distribuição dos graus da cifose torácica de acordo com os gêneros. ... 32
Tabela 6 - Distribuição da hipercifose torácica e os gêneros. ... 32
Tabela 7 - Média da hipercifose torácica de acordo com os gêneros. ... 33
Tabela 8 - Distribuição dos graus da cifose torácica de acordo com as idades. ... 33
Tabela 9 - Distribuição da flexibilidade muscular de acordo com as idades. ... 34
LISTA DE ABREVIATURAS
ADM- Amplitude de Movimento
Cm- Centímetro
CS-Contagem sequencial
C7-Sétima vértebra cervical
DP- Desvio-padrão
DPf- Desvio-padrão feminino
DPm- Desvio-padrão masculino
H- Altura
IC- Intervalo de Confiança
F- Feminino
M1- Média
M2- Meio
Mf- Média do grupo feminino
MF- Média da Flexibilidade
MGCT- Média do ângulo da cifose torácica
Mm- Média do grupo masculino
N- População
SEMED- Secretaria Municipal de Educação
SINDIMETAL- Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas
PIM- Polo Industrial de Manaus
PROESP-BR- Projeto Esporte Brasil
T12- Décima segunda vértebra torácica
TCLE-Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
1INTRODUÇÃO ... 12
2OBJETIVO GERAL ... 16
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 16
3REVISÃO DE LITERATURA ... 17
3.1 CIFOSE TORÁCICA ... 17
3.2 FLEXIBILIDADE ... 18
3.3 MÉTODO DA FLEXICURVA ... 19
3.4 TESTE SENTAR-E-ALCANÇAR ... 20
4 MATERIAIS E MÉTODOS ... 22
4.1 TIPO DE ESTUDO ... 22
4.2 ÁREA DE TRABALHO ... 22
4.3 PACIENTES E CAUSUÍSTICA ... 24
4.3.1 Critérios de Inclusão ... 24
4.3.2 Critérios de Exclusão ... 25
4.3.3 Critérios para suspender ou encerrar a pesquisa ... 25
4.3.4 Procedimentos e Coletas de Dados ... 25
4.3.5 Estatística ... 30
5 RESULTADOS ... 31
6 DISCUSSÃO ... 37
7 CONCLUSÃO ... 39
REFERÊNCIAS ... 40
Apêndice A: Ficha de Identificação ... 45
Apêndice B: Comunicado ... 46
Anexo A: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ... 47
1 INTRODUÇÃO
Recentemente foi apontado que 30% dos brasileiros têm dor crônica, ou seja, 60 milhões de brasileiros sofrem de dores contínuas (mais de três meses), sendo ainda uma das principais causas de falta ao trabalho no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (2011).
O mercado industrial, cada vez mais competitivo e produtivo, impondo jornadas de trabalho prolongadas e intensas, vem predispondo os trabalhadores a lesões ocupacionais, principalmente na coluna vertebral, gerando grande custo econômico e sofrimento aos trabalhadores (VIEIRA; KUMAR, 2004).
O Polo Industrial de Manaus (PIM) abrange em média 600 indústrias e 40 mil trabalhadores; destes, 224 foram afastados por doenças laborais no período de janeiro a agosto de 2012. Dentre as doenças relacionadas ao sistema musculoesquelético, foram identificadas bursites, tendinites, hérnias de disco, entre outras (SINDICATO DOS METALÚRGICOS DO AMAZONAS, 2012).
O aumento significativo de adultos portadores de doenças na coluna e o seu afastamento do trabalho tem levado a comunidade científica a realizar inúmeras pesquisas nesta área, sinalizando possíveis causas relacionadas ainda na infância e adolescência (COTALLORDA et al., 2004). Existem evidências que as dores nas costas em adolescentes têm valor preditivo na fase adulta (HARREBY et al., 1995; ADAMS et al.,1999; SALMINEN et al.,1999). Bracciali e Vilarta (2000) também relatam em sua pesquisa que os desvios posturais que se iniciam na infância são um dos fatores que causam degeneração da coluna na fase adulta .
bom nível de aptidão aeróbia, composição corporal adequada e controle do peso corporal (KATCH; MCARDLE, 1996).
A prevalência de dores nas costas não é específica, aumentando no período correspondente à puberdade. Achados revelam aumento de 10% em pré-escolares e 50% em adolescentes, acometendo meninas entre 12 e 13 anos e meninos entre 13 e 14 anos (BURTON et al., 1996; LEBOUEF-YDE et al., 1999; VIRY et al., 1999; SHEIR-NEISS et al., 2003). Os desvios posturais podem ocasionar alterações no sistema músculo esqueléticas da coluna vertebral. Ainda numa fase primária ou como também na fase adulta (YAMOTO, 2005). Fato também observado por Mirovsky et al., (2002), quando realizou estudo prospectivo com estudantes do ensino fundamental e 62% dos pesquisados relataram dor após a maturidade.
Os desvios posturais e lesões no tronco são comuns na população em geral. Sua incidência é muito alta, já que 60 a 80% da população sofrerão de dores nas costas em algum momento de sua vida (HAMILL; KNUTZEN, 1999).
Prematuras alterações degenerativas da coluna vertebral têm sido observadas desde 1953, quando então, o pesquisador Ilgemark, apontou que alterações posturais teriam grande incidência em alunos do Ensino Fundamental chegando a 80% o número de escolares com desvios posturais (DETSCH; CANDOTTI, 2001). Estes desvios podem ter sido adquiridos através de hábitos posturais nocivos à saúde, por falta de orientação adequada, principalmente ao carregar mochilas escolares diariamente (VERDERI, 2005).
Segundo Verderi (2005), a hipercifose torácica postural é muito comum na adolescência, podendo evoluir com o avanço da idade. Conforme Avanzi et al.,(2007), a hipercifose torácica ainda é, dentre os desvios posturais, o mais negligenciado pela comunidade médica, sendo muitas vezes confundido como má postura, não sendo dada a ela toda atenção necessária, pois é considerada um defeito postural de possível regressão espontânea (TRIBASTONE, 2001).
A hipercifose torácica é um dos desvios posturais mais encontrados (ASHER, 1976), podendo avançar com o passar dos anos (VERDERI, 2005), evoluindo para cifose juvenil ou doença de Sheuermann,. Contudo pode não mostrar-se aparente dos 10 aos 12 anos (BRADFORD, 1995).
músculos posteriores da coxa, podendo ocasionar deformidades na coluna vertebral, sendo assim, muito importante conservar a flexibilidade desde a infância. Ficar muito tempo sentado na posição fletida, gera inclinação posterior da pelve, podendo enfraquecer excessivamente os músculos eretores da espinha e causar encurtamento nos músculos extensores do quadril, ocasionando assim, problemas posturais significativos (HAMILL; KNUTZEN, 1999).
O estudo da flexibilidade da coluna e quadril de acordo com Achour Júnior (2006) é muito importante na obtenção e benefício para à saúde, sendo uma das capacidades motoras dentre os componentes de aptidão física que atinge seu pico máximo na infância, piorando com o passar dos anos se não for estimulada (WEINECK, 2000).
Segundo Bergmann (2005), uma grande parcela dos escolares enquadra-se abaixo dos limites mínimos das zonas saudáveis de aptidão física, principalmente nos componentes motores como resistência cardiorrespiratória e flexibilidade. Como também Barbosa (2009) relata que especificamente a flexibilidade na região norte encontra-se em situação de risco para a saúde: rapazes com 22,9% e moças 18,7%, conforme Figura1.
Figura 1 - Mapa da Flexibilidade de crianças e jovens na zona de risco à saúde.
Fonte: Barbosa(2009)
diretamente dores nas costas bem como problemas posturais (BERGMANN, 2005). Sua manutenção em níveis satisfatórios pode estar relacionada com a prevenção de alterações posturais (POLACHINI et al., 2005).
Quando empregados com adequada e correta orientação na infância e adolescência, os exercícios físicos aumentam as condições para que a flexibilidade se mantenha em bons níveis na idade adulta (ACHOUR JÚNIOR, 2004).
Apesar das várias alterações que ocorreram no decorrer da história e da evolução do ser humano, a coluna vertebral ainda não está perfeitamente adaptada à posição ortostática em razão do constante posicionamento na posição vertical e de cargas que pressionam determinadas áreas. Sendo assim, a coluna vertebral passou a apresentar doenças degenerativas por não suportar as demandas exigidas pela tecnologia e estilo de vida modernos (OLIVER, 1999).
Biasotto e Gomes (2008) relatam que a incidência de desvios posturais em crianças no
período escolar tem aumentado desde 2001. Em particular, o aumento do grau de cifose
torácica acima de valores normais tem apresentado frequência relevante em diversas pesquisas como no trabalho de Bertolini e Gomes (1997) e Whide (2001), como também é apontado sua maior prevalência no gênero masculino (POUSSA et al., 2005). O que não é confirmado por Gabbard (1992) que relata que a diferença da flexibilidade entre os gêneros deve-se ao fato dos membros inferiores dos meninos serem maiores que o das meninas, embora através da pesquisa de Hui, Yuen e Morrow (1999), o tamanho dos membros inferiores não tenha apresentado fator de significância para o resultado do teste sentar-e-alcançar.
Justifica-se este trabalho, em pesquisar se existe relação entre a flexibilidade e a curvatura posterior da coluna torácica vertebral, bem como seu desenvolvimento entre os gêneros masculino e feminino, pois como foi relatado em 1993 por Manniche et al., os níveis de força e flexibilidade dos adolescentes encontram-se abaixo do recomendado, indicando assim, disfunções e problemas posturais na coluna vertebral.
2 OBJETIVO GERAL
Verificar a relação do grau de cifose torácica com a flexibilidade muscular em uma população de escolares do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental.
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Identificar a variação angular da cifose torácica, em escolares do 6º ao 9º ano, da rede pública municipal de ensino, relacionando-a com a idade e o gênero;
3 REVISÃO DA LITERATURA
3.1 CIFOSE TORÁCICA
Dorso curvo, cifose aumentada, ou hipercifose são caracterizadas por uma curvatura torácica aumentada (MAGEE, 2005) e ombros curvos com projeção da cintura escapular , frontalmente, ocasionando deslocamento das escápulas para frente e para baixo; musculatura peitoral apresentando-se hipertônica e a dorsal hipotônica (VERDERI, 2005), como também é frequentemente acompanhados de protração da cabeça (KISNER; COLBY, 1998),
A cifose torácica foi definida por Tisdwell (2001) como uma curvatura frontal da coluna vertebral, e por Tribastone (2001) com a posição curvada em flexão anterior da coluna vertebral. Ela tem como referência um valor normal entre 20º e 40º graus. Acima deste ângulo, é considerada como hipercifose torácica, sendo o seu tratamento baseado na medida angular da referida curva (POOLMAN; BEEN; UBAGS, 2002).
Através do método de Cobb, Avanzi et al., (2007) relatam em seu estudo com crianças e jovens entre 10 e 20 anos, que o grau de normalidade da cifose torácica para esta faixa etária situa-se entre 20º e 45º graus. Seguindo esta linha, Poussa et al., (2005) realiza estudo prospectivo de coorte classificando a hipercifose com valores ≥45º, em crianças e jovens com faixa etária entre 11 e 22 anos. Por outro lado, Cailliet (1979) afirma que a cifose torácica é considerada normal quando essa curva é móvel e possui valores entre 20 º e 40 º graus, estando seu ápice entre T10-T11. Acima desses valores, é chamada de hipercifose, situação facilmente autocorrigível; entretanto, se não curada pode transformar-se em patologia que se estruturará em nível ósseo (AVANZI et al., 2007).
3.2 FLEXIBILIDADE
A flexibilidade, segundo Heyward (2004), revela-se na capacidade de uma articulação, ou várias articulações moverem-se ao longo de uma determinada amplitude de movimento (ADM) completa. Para Molinari (2000), a flexibilidade representa o maior arco de movimento possível de uma articulação.
Quando uma determinada amplitude de movimento é realizada através de uma articulação ou articulações livres de dor, é chamada de flexibilidade (KISNER; COLBY 1998), tornando-se mais eficiente através de manobras de alongamento associadas ao aquecimento muscular prévio, já que estes recursos elevariam a viscoelasticidade, reduzindo assim sua resistência tecidual (KNIGTH, 2000; WELDON; HILL, 2003; ROBERTSON; WARD; JUNG, 2005).
A flexibilidade é a base para a realização de movimentos simples da vida diária até movimentos mais complexos como na atividade desportiva. Visa melhorar a amplitude de movimento articular bem como o seu desempenho muscular (ALMEIDA; BANG; VIEIRA, 2012).
As atividades do homem moderno obrigam-no a permanecer muito tempo sentado ou em posições que exigem força, flexibilidade, e estabilidade muscular para conservar a postura (ACHOUR JÚNIOR, 2004), . Esta postura sentada ocasiona grande tensão aos ligamentos posteriores da coluna vertebral, produzindo rigidez dos músculos posteriores da coxa; músculos estes que se situam na região posterior da coxa, com função extensora do quadril. Essa rigidez pode causar deformidades na coluna vertebral sendo muito importante, desde a infância, conservar a flexibilidade desta região (CALAIS-GERMAIN; LAMOTTE, 1991).
Archour Júnior (2004) acrescenta ainda que exercícios físicos bem orientados na
infância e adolescência aumentam as condições para que a flexibilidade se mantenha em bons níveis na idade adulta.
Vários fatores são determinantes para maior ou menor flexibilidade do indivíduo, tais como os fatores endógenos, como idade e gênero, e os fatores exógenos, como temperatura, horário do dia e condicionamento físico. Comparados a indivíduos mais idosos e sem flexibilidade, os jovens possuem menor rigidez muscular e tolerância mais alta ao alongamento (HEYWARD, 2004). Com o passar dos anos, os tendões e as fáscias musculares tornam-se mais suscetíveis ao espessamento e a falta de exercícios (MOLINARI, 2000).
Heyward (2004), relata que ao resfriar a articulação para 18,3ºC a flexibilidade apresenta-se diminuída por volta de 10 a 20 % e quando a mesma é aquecida em 45ºC produz aumento de 20% na ADM.
Segundo Dantas (1999), em função das inúmeras horas seguidas de sono, todos os componentes plásticos corporais ao acordar, encontra-se em sua forma original, podendo ocasionar resistência à maior amplitude dos movimentos.
Pessoas inativas tendem a apresentar menor flexibilidade do que as ativas, sendo a inatividade física a principal causa da falta de flexibilidade. A flexibilidade parece sofrer maior influência por padrões habituais de movimento e níveis de atividade física do que pelo gênero, idade e tipo corporal (HEYWARD, 2004).
3.3 MÉTODO FLEXICURVA
Segundo Caine, McConnell e Taylor (1996), este método possui característica não invasiva e seus resultados para medir o grau de cifose torácica são fidedignos. A flexicurva foi descrita há mais de 40 anos, tornando-se popular para quantificar o grau de cifose torácica da coluna vertebral.
O método flexicurva foi embasado através de polinômios de terceiro grau, conforme Figura 2 e assim validado por ser um instrumento que expressa boa especificidade e sensibilidade, além de praticidade e simplicidade ao ser utilizado (TEIXEIRA, 2006). Ele permite medir o ângulo da cifose torácica de forma segura, sem necessidade do uso de RX (TEIXEIRA; CARVALHO, 2007). Em relação aos outros métodos, este tem facilidade ao ser manuseado, baixo custo, melhor validade e fidedignidade (BURTON, 1996).
Figura2 - Fórmula matemática para o cálculo do grau de hipercifose torácica
Fonte: AdaptadoTeixeira e Carvalho ( 2007)
Para confirmar o dado correto usa-se:
Fonte: Adaptado por Teixeira e Carvalho (2007)
3.4 TESTE SENTAR-E-ALCANÇAR
Vários métodos podem ser utilizados para avaliar o grau de flexibilidade corporal, sendo um dos mais confiáveis na literatura, o teste de sentar-e-alcançar com banco de Wells, pois possui exigências científicas de validade, objetividade e fidedignidade, sendo também material de baixo custo e fácil aplicação (GAYA, 2009).
O teste de sentar-e-alcançar foi criado em 1952 pelos pesquisadores Wells e Dillon, com a finalidade de verificar a flexibilidade muscular dos eretores do tronco e extensores do quadril com a função de prevenir problemas lombares como parte do protocolo de aptidão física (PATTERSON; WIKSTEN; RAY, 1996). Segundo Lemmink et al.,(2003) este teste não indica perda de flexibilidade geral, embora seja válido para diversas faixas etárias de ambos os gêneros.
Anteriormente à sua criação, era utilizado o teste de “ficar em pé e inclinar-se para
banco. O fato de ficarem em cima do banco trazia insegurança para as pessoas que o utilizavam, não conseguindo realizar a flexão máxima do tronco (MATHEUS, 1980).
Conforme Wells e Dillon (1952), o teste sentar-e-alcançar é realizado através de uma peça de madeira compensada de 61 x 20 cm com o centro marcado por zero e seguidamente de 01cm em diante. Para a realização do teste, o participante senta-se no solo com as articulações dos quadris flexionadas formando ângulo de 90 graus com o tronco, pernas estendidas e abduzidas, pés descalços e apoiados contra o banco. Após o correto posicionamento corporal, o avaliado lança os membros superiores projetando-os à frente com a palma de uma das mãos sobreposta no dorso da outra, onde o mesmo irá atingir a escala o mais longe possível. São realizadas três tentativas e a distância máxima de maior alcance é registrada como a medida da flexibilidade (MOLINARI, 2000).
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 TIPO DE ESTUDO
O presente estudo foi descritivo do tipo transversal, sendo ele importante na verificação de causa e efeito, na qual foi analisada a associação entre exposição e doença simultaneamente, representando estratégia simples de pesquisa populacional (PEREIRA, 2001).
4.2 ÁREA DE TRABALHO
A pesquisa foi realizada na cidade de Manaus, estado do Amazonas, na escola municipal Profa. Francisca Campos Corrêa, localizada na região rural e nas escolas municipais Antônio Matias Fernandes e Paulo Graça, ambas localizadas na região urbana.
Tabela 1 - Número de matrículas no Ensino Fundamental por ano, faixa etária, incluindo zona rural e urbana, censo escolar 2011
Faixa etária 6o ano 7o ano 8o ano 9o ano Total
10 anos 153 6 2 - 161
11 anos 3.274 207 16 1 3.498
12 anos 5.214 2.938 166 13 8.331
13 anos 2.991 4.119 2.235 157 9.502
14 anos 2.187 2.492 3.229 2.145 10.053
15 anos 1.581 1.906 2.164 2.749 8.400
16 anos 980 1.258 1.402 1.718 5.358
17 anos 518 737 985 1.223 3.463
18 anos 334 435 593 856 2.218
>18 anos 1.517 1.242 1.541 1.883 6.183
Total 18.750 15.340 12.333 10.745 57.168
Fonte: SEMED, Setor de estatística 2011
Tabela 2 - Número de matrículas no Ensino Fundamental, por faixa etária, zona rural e urbana, censo escolar 2011
Faixa etária Zona urbana Zona rural Total
De 6 a 9 anos 139 22 161
10 anos 3.296 202 3.498
11 anos 7.863 468 8.331
12 anos 8.933 569 9.502
13 anos 9.464 589 10.053
14 anos 7.879 521 8.400
15 anos 5.011 347 5.358
16 anos 3.254 209 3.463
17 anos 2.104 114 2.218
18 anos 5.657 526 6.183
Total 53.601 3.567 57.168
Os testes foram realizados na escola onde o aluno estava devidamente matriculado, e a direção foi informada com antecedência sobre o horário e dia da coleta, para que o escolar e sua família pudessem estar cientes da data agendada.
4.3 PACIENTES E CASUÍSTICA
A amostra ideal da população estudada foi de 397 alunos, embora a amostra real tenha pesquisado 400 escolares com faixa etária entre 11 e 15 anos de idade. Este dado se baseou em cálculo estatístico apresentado na página 29.
Os escolares foram convidados a participar da pesquisa e mediante seu interesse, foi solicitada autorização dos pais e/ou responsáveis, através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), cujo modelo se encontra no Anexo A.
Inicialmente a pesquisadora foi com o pedagogo em todas as salas do 6º ao 9º ano das referidas escolas onde a mesma se apresentou e explicou aos alunos o objetivo do estudo e sua aplicabilidade para a sociedade, além de como seriam executados os procedimentos técnicos adotados para a realização dos testes, bem como o correto preenchimento do TCLE e a data de devolução do mesmo, como também o comunicado indicando a data e o horário dos testes e a vestimenta que deveria ser trazida.
Após a devolução do TCLE (Anexo A), a pesquisadora juntamente com o pedagogo da escola selecionada, calculou o número total de alunos que participariam da pesquisa e planejaram quantos seriam avaliados por dia e por semana e por mês para que fosse mantido o cronograma inicial da pesquisa.
4.3.1 Critérios de Inclusão
4.3.2 Critérios de Exclusão
Foram excluídos da pesquisa, todos os escolares que apresentaram diagnóstico para doenças neurológicas, reumatológicas, traumato-ortopédicas ou qualquer outra que afetassem as condições de postura e do aparelho locomotor.
4.3.3 Critérios para suspender ou encerrar a pesquisa
A pesquisa foi suspensa ou encerrada caso poucos ou nenhum dos convocados aceitasse o convite para participar do estudo.
4.3.4 Procedimentos e coleta de dados
Os protocolos deste estudo foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa em seres humanos da Universidade Católica de Brasília/DF sob o número 09845012.7.0000.0029.
O cálculo inicial previsto para realizar a avaliação dos alunos foi de 20 alunos no turno vespertino de quatro horas; com média, de atendimento de 05 por hora, totalizando 80 alunos em 04 dias na semana. A coleta levaria então, 02 semanas para cada escola,, Assim, em 08 semanas a coleta total de dados, seria concluída prevendo faltas, doenças ou outras intercorrências.
Os escolares participantes do estudo foram identificados, por ordem de chamada, número crescente de 01 a 400, na ficha de inscrição e tiveram grampeado a esta ficha no papel
milimetrado, usado para o cálculo da cifose torácica. Na sala com banheiro previamente
selecionada e reservada, foram disponibilizados os materiais necessários à coleta como: ficha de identificação, prancheta para introdução dos dados, régua flexível de 60 cm, marca Trident, régua transparente de 50 cm, papel milimetrado, marca Canson, 90g/m², A2, 420 x 594 mm, 02 lápis nº02/HB, 02 canetas esferográficas e dermatográficas, Banco de Wells, colchonete preto (1.00 x 0.50) e camisola hospitalar descartável.
Cada participante, antes de iniciar as avaliações responderam a algumas perguntas relativas á própria identificação e que foram anotadas em sua ficha (Apêndice B).
short de malha, pois deveriam vesti-lo no momento dos testes, além da camisola hospitalar descartável, com abertura para trás.
Inicialmente a pesquisadora se dirigiu à sala de aula escolhida e chamou em voz alta o nome dos alunos agendados para a referida data e os mesmos deveriam levar à sala o short solicitado.
Um escolar por vez foi convidado a entrar na sala de testes, onde responderam aos dados pessoais como: nome, idade, série, escola e gênero, anotados e preenchidos na ficha de inscrição com identificação numérica crescente pela pesquisadora. Após este procedimento, os escolares receberam a camisola hospitalar descartável e foram convidados a se dirigir até o banheiro para trocar de roupa, orientado a colocá-la juntamente com o short e retornando à sala de coleta, devidamente vestidos para seguidamente retirarem os sapatos e ficarem descalços. Após esta etapa, a pesquisadora explicou ao escolar como seriam realizados os testes.
Todos os escolares permaneceram na posição ortostática com a cabeça no plano de Frankfurt, descalços, para que fossem identificados ao longo do corpo os pontos anatômicos exigidos pelo método (TEIXEIRA; CARVALHO, 2007).
A avaliação do grau de cifose torácica foi realizada através do Método de Flexicurva e o aluno posicionou braços e antebraços a 90º, com as mãos na parede, protocolo sugerido por Teixeira (2006).
Figura 3- Molde da régua flexível sobre a coluna vertebral
A pesquisadora anexou a ficha de inscrição com os dados e a numeração do aluno que realizou o teste, juntamente ao papel milimetrado com a curva torácica desenhada.
Após a transferência do contorno da cifose torácica para o papel milimetrado, foi traçada uma linha reta ligando o ponto equivalente de C7 ao de T12. Outra reta perpendicular a esta foi feita, encontrado o ponto de maior distância que a curva tivesse em relação a esta reta entre C7 e T12.
As distâncias foram determinadas da seguinte maneira: Altura(H) como a maior distância da curvatura com a linha que une os pontos de C7 e T12.
A medida Meio (M2) foi determinada pela distância entre o ponto de T12 e o ponto
Figura 4 - Medida X total, X Meio (M2) e Altura
Fonte: Adaptado por Teixeira e Carvalho (2007)
Depois de determinar as distâncias em centímetros de X, M2 e H, no papel
milimetrado, os valores foram transferidos para o programa de computador onde foi calculado o ângulo da tangente do desenho em graus (TEIXEIRA; CARVALHO, 2007).
Após o teste de Flexicurva, os escolares realizaram o teste de flexibilidade, através de 02 tentativas, sendo a maior marca atingida registrada (GAYA, 2009). Após os testes, o escolar retornou à sala de aula e anunciou o seguinte nome da lista de chamada até que todos os escolares agendados para aquele dia tivessem realizado todos os testes.
O tempo de permanência do escolar foi de aproximadamente, 15 minutos na sala de testes.
Figura 5 - Teste sentar-e-alcançar com banco de Wells (GAYA, 2009)
As medidas de flexibilidade foram comparadas conforme a idade e o gênero de cada escolar pesquisado (Tabela 3) de acordo com Gaya (2009).
Tabela 3 - Média da flexibilidade de crianças de 7 a 17 anos (sentar-e-alcançar com banco de Wells)
Idade (anos)
Rapazes (cm)
Moças (cm)
7 22 18
8 22 18
9 22 18
10 22 18
11 21 18
12 19 18
13 18 18
14 18 20
15 19 20
16 20 20
17 20 20
A pesquisadora realizou palestra previamente agendada nas referidas escolas, sobre os resultados encontrados, os benefícios da flexibilidade, da saúde da coluna vertebral, a importância da prevenção dos desvios posturais e seus efeitos sobre a qualidade de vida das pessoas e sua aplicabilidade na rotina dos escolares.
4.3.5 Estatística
O cálculo estatístico realizado para que se pudesse atingir o número ideal de 397 alunos matriculados do 6º ao 9º ano, do Ensino Fundamental foi alcançado através de dados oferecidos pelo setor de estatística da Secretaria Municipal de Educação/AM (SEMED). O número total de alunos dos anos finais do Ensino Fundamental em 2011 foi de 57.168 alunos, divididos em 53.601 pertencentes à zona urbana e 3.567 à zona rural. O cálculo realizado pela pesquisadora empregou a seguinte fórmula , sugerida por Barbetta,(2003): nº da amostra total x 400 ÷ (nº da amostra total + 400)= total da amostra, chegando ao número real de 400 escolares avaliados.
Os procedimentos estatísticos foram os seguintes:
1- A relação dos valores X, M2 ou H na formação do valor do ângulo do Método da
Flexicurva de polinômios de 3º grau, foram calculados, conforme Teixeira e Carvalho (2007);
2- Foi realizada uma regressão linear para investigar a relação entre a flexibilidade
e o grau de cifose torácica, sendo o resultado estratificado por gênero;
3- Para verificar a diferença estatística entre os dados dicotômicos, foi realizado o teste do Qui-quadrado. Para verificar diferenças entre os dados contínuos, foi calculado o teste t de Student.
Em todos os testes estatísticos que foram realizados, o nível de significância foi de 5%, ou seja, os resultados foram afirmados com 95% de confiança.
5 RESULTADOS
Os resultados foram baseados na amostra real de 400 escolares, e suas principais características são observadas conforme a Tabela 4. Verificou-se que o maior quantitativo pesquisado entre os gêneros foi o do grupo feminino (N=209/52%) comparado ao masculino (N=191/48%). Houve também maior concentração de pesquisados aos 13 anos de idade (N=133/33%) em relação a outras idades.
Tabela 4 - Principais características da população estudada (N = 400)
Característica N %
Gênero
Feminino 209 52
Masculino 191 48
Idade (anos)
11 44 11
12 114 29
13 133 33
14 85 21
15 24 6
Ano Escolar
6º Ano 169 42
7º Ano 139 35
8º Ano 63 16
9º Ano 29 7
N= população %= percentua
Tabela 5- Distribuição dos graus da cifose torácica de acordo com os gêneros
Grau de cifose M F Torácica
N % IC 95%
Normal 89 93 182 45,5 40,7 a 50,4
Hipercifose 102 114 216 54 49,1 a 58,8
Hipocifose 0 2 2 0,5 0,10 a 1,80
N, número da amostra %,percentual
IC, intervalo de confiança M, masculino
F, feminino
Verificou-se ao analisar especificamente a hipercifose torácica com os gêneros masculino (53,4 %) e feminino (54,5%), que os resultados encontram-se muito próximos Conforme mostra Tabela 6. Talvez este resultado esteja sendo influenciado pelo quantitativo da amostra populacional estudada. Ao se aplicar o teste qui-quadrado, este não encontrou resultados que pudessem sugerir diferenças significativas (p=0,3698).
Tabela 6 - Distribuição da hipercifose torácica entre os gêneros
Hipercifose Torácica N % IC 95%
População total 216 54(1) 49,1 a 58,8
Masculino 102 53,4(2) 47,8 a 61,2
Feminino 114 54,6 (3) 46,3 a 60,3
N, população %, percentual
IC, intervalo de confiança (1)% calculado sobre N total
(2)% calculado sobre N de hipercifóticos masculinos (3)% calculado sobre o N de hipercifóticos femininos
Tabela 7- Média do grau da hipercifose torácica de acordo com os gêneros
Grau de Cifose Torácica Mm DPm N Mf DPf N
Hipercifose 46,0 0,49 191 45,8 0,57 209
MM ,média da hipercifose torácica do grupo masculino MF, média da hipercifose torácica do grupo feminino DPm, desvio-padrão do grupo masculino
DPf, desvio-padrão do grupo feminino N, amostra populacional
Em relação a análise dos graus de cifose torácica com a idade, a pesquisa revelou que aos 13 anos de idade a hipercifose torácica obteve o maior percentual dos pesquisados (20%), a curvatura normal da cifose torácica aos 12 anos com 15% e a hipocifose com 0,5% aos 12 e 13 anos, conforme Tabela 8. Quando foi aplicado o teste Qui-quadrado, este não sugeriu
diferenças significativas na frequência da hipercifose nas idades dos escolares estudados p=
0,5654.
Considerando os gêneros, a idade parece não influenciar no grau da cifose torácica, como foi analisado através do teste da regressão linear (p=0,417).
Tabela 8 - Distribuição dos graus de cifose torácica de acordo com a idade
Característica Hipercifose
N (%) Hipocifose N (%) Normal N (%) Total geral N (%) Gênero
Feminino 114 (29,5) 2 (0,5) 93(23,25) 209 (52,25)
Masculino 102 (25,5) - 89(22,25) 191 (47,5)
Idade (anos)
11 25 (6,25) - 19 (4,75) 44 (11,0)
12 55 (13,75) 1 (0,25) 58 (14,5) 114 (28,5)
13 78 (19,5) 1 (0,25) 54 (13,5) 133 (33,25)
14 46 (11,5) - 39 (9,75) 85 (21,25)
15 12 (3,0) - 12 (3,0) 24 (6,0)
N , população
- , não houve observação
%, percentuais calculados sobre o N total (400)
Com relação a média total encontrada da flexibilidade muscular entre o gênero
(p=0,0237), conforme o test t empregado. O gênero feminino apresentou 1,64 cm (IC 95% 0,22 - 3,06) a mais de flexibilidade do que os meninos.
Conforme a Tabela 9, através da análise da distribuição da flexibilidade entre as idades, o grupo dos alunos de 11 anos, mostrou-se com maior flexibilidade (26,1cm) em
relação às outras idades. O teste t aplicado sugeriu diferenças significativas (p=0,0008456)
para este grupo especificamente.
Tabela 9 - Distribuição da flexibilidade muscular de acordo com as idades
Idade MF
(cm)
N Valor-p Diferença
média
IC 95%
11-14 - 400 0,02373 1,64026 (0,219-3,060)
11 26,1 44 0,0008456 4 (1,754-5,245)
12 22,8 114 0,3557 1,31933 (-1,499-4,137)
13 24,2 133 0,3471 1,23717 (-1,356-3,831)
14 23,8 85 0,5986 0,914116 (-2,526-4,354)
15 22,2 24 0,4502 1,186667 (-3,169-6,902)
MF, média da flexibilidade - , não houve observação IC, intervalo de confiança
Entretanto, quando foi aplicado o teste da regressão linear para que fosse verificada a relação da influência da idade sobre a flexibilidade considerando todos os gêneros; o resultado
não sugeriu diferenças significativas (p=0,295).
Através dos resultados verificou-se que a menor média da flexibilidade (F=23,4), foi
observada no grupo da hipercifose torácica (M1=51,2), conforme nos mostra a tabela 10.
Verificou-se que a relação entre a distribuição das três classificações dos graus da cifose torácica e a respectiva média da flexibilidade muscular não sugeriram diferenças
estatísticas significativas (p=0,3934), como também entre a média da flexibilidade da
curvatura normal e a média da flexibilidade da hipercifose torácica (p=0,334).
Tabela 10 - Distribuição entre a média da flexibilidade muscular e a média dos graus de cifosetorácica
Grau de Cifose Torácica MGCT DP M F DP N
Normal 39,9 4,5 24,0 7,32 182
Hipercifose 51,2 4,9 23,4 7,09 216
Hipocifose 21,3 1,1 36,2 11,6 2 MGCT, média da cifose torácica
DP, desvio-padrão
Contudo, percebe-se que na Figura 6, quando relacionamos os graus da cifose torácica com a flexibilidade muscular, o gráfico registrou que a medida que a flexibilidade muscular aumentava, o ângulo da cifose torácica diminuía. Os resultados obtidos através da regressão linear sugeriram diferenças significativas p=0,028.
Figura 6 - Relação entre o grau de cifose torácica e flexibilidade em escolares do Ensino Fundamental
Quando, estratificou-se este resultado por gênero esta tendência mostrou-se maior no grupo masculino (Figura 7) comparado ao grupo feminino (Figura 8).
Grau
s d
e c
ifose
t
or
ác
ic
Figura 7 - Relação entre o grau de cifose torácica e flexibilidade em escolares do gênero masculino
Flexibilidade
Na Figura 8 abaixo, quando o grupo feminino é estratificado a relação entre a
hipercifose torácica e a flexibilidade mostra-se menor.
Figura 8 - Relação entre o grau de cifose torácica e flexibilidade em escolares do gênero feminino Flexibilidade 0 10 20 30 40 50 60 70
0 5 10 15 20 25 30 35 40
0 10 20 30 40 50 60 70
0 10 20 30 40 50 60
Ang._Cifose --- Fitted values
Ang._Cifose --- Fitted values
6 DISCUSSÃO
Vários problemas posturais relacionados com a coluna vertebral têm sido observados na fase da infância e adolescência, período que predispõe vários riscos à coluna vertebral como a utilização inadequada das mochilas escolares bem como a posição sentada nas carteiras escolares. Estas alterações têm sido relacionadas por diversos autores com a ausência ou diminuição da flexibilidade dos músculos que realizam a extensão do quadril, musculatura posterior da coxa, como é relatada por Achour Júnior (2004) e Heyward (2004), como também a manutenção deste importante componente da aptidão física, mostrando-se capaz de prevenir problemas posturais (POLACHINI et al. ,2005).
Através dos dados coletados no presente estudo, observou-se uma grande prevalência da hipercifose torácica (54%) entre os escolares pesquisados. Existe grande consenso na literatura sinalizando este achado, como apontam as pesquisas de Resende e Sanches (1991);
Bertolini e Gomes (1997), Detsch e Candotti(2001),Mangueira, (2004), Jassi e Pastre (2004),
Poussa et al., (2005) e Martelli e Traebert, (2006).
Ao empregar o Test t, entre a média da hipercifose torácica e os grupos masculino e
feminino, este não apresentou diferenças significativas p=0,776. A média do masculino foi de
46,0o e desvio- padrão=0,49 e das meninas = 45,8o desvio- padrão = 0,57. Corroborando este
estudo os pesquisadores Bertolini e Gomes(1997), Martelli e Traebert(2006), também não
observaram diferenças significativas entre os gêneros, embora no trabalho de Resende e
Sanches (1991), Poussa et al. (2005) o maior índice observado tenha sido no gênero
masculino e nos estudos de Detsch e Candotti (2001) e Mangueira(2004) tenha ocorrido no
gênero feminino.
Com relação à idade, no presente estudo foi observado maior percentual da hipercifose torácica aos 13 anos de idade para o grupo masculino e no feminino aos 11 anos. Contudo, no estudo de Poussa et al., (2005), o maior índice encontrado foi aos 13 anos de idade em ambos os gêneros.
Contudo no presente estudo, observou-se, que os resultados da média da flexibilidade muscular do grupo feminino (M=24) e a média do grupo masculino (M=22,9) mostraram-se estatisticamente significativos (p= 0,0237) revelando-se superiores aos apresentados na tabela do PROESP-BR, referente a faixa etária entre 11 até 15 anos de idade cujo grupo feminino encontra-se entre 18 e 20 cm e para o masculino de 18 a 21 cm.
Com relação à flexibilidade, a maior média encontrada foi no gênero feminino aos 11 anos de idade 26,1 cm. Corroborando este achado Achour Júnior (2004) relata que os maiores índices de flexibilidade ocorrem na articulação do quadril dos 07 aos 11 anos de idade, como também Bergmann (2005) indica que ganhos máximos de flexibilidade são desenvolvidos dos 12 aos 13 anos. Contudo, Weineck (1999), relata haver diminuição na função da flexibilidade muscular durante a fase da adolescência e conforme Pezzetta, Lopes e Pires Neto. (2003), os níveis mais baixos de flexibilidade são observados entre os 10 e 14 anos de idade.
Considerando todas as idades, as meninas possuem maior flexibilidade que os meninos. Em média o gênero feminino apresentou 1,64 cm a mais de flexibilidade comparadas ao grupo dos meninos, como também é apontado no trabalho de Araújo (2008).
Ao aplicar o teste de regressão linear relacionando o grau da cifose torácica com a flexibilidade observou-se uma diminuição de 0,11 graus no ângulo da cifose torácica a cada 1 cm a mais de flexibilidade. Este resultado quando foi estratificado por gênero, observou-se que no grupo masculino esta tendência foi mais significativa, talvez pela maior flexibilidade das meninas. Este achado, também é evidenciado na pesquisa de Ulbrich et al.,(2007) e Minatto et al., (2010) cuja flexibilidade do grupo feminino de 07 aos 17 anos apresentou-se de 23 à 28cm, resultados acima da média proposto por (GAYA,2009).
7 CONCLUSÃO
Segundo os dados coletados e analisados no presente trabalho é possível concluir que:
- Existe uma relação inversa entre a cifose torácica e a flexibilidade muscular;
- A hipercifose torácica é mais observada no gênero feminino e aos 13 anos de idade; - A flexibilidade muscular é mais observada no gênero feminino e aos 11 anos de idade.
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APÊNDICE A - FICHA DE IDENTIFICAÇÃO
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO
Aluno(a): Data:
Data de Nascimento: Idade: Sexo:
Escola: Série: Turno:
Medida da Flexibilidade:________________________________________
Grau da Cifose Torácica:_____________________________________
X (Total): _______________H(Altura):____________ X( Meio):____________
APÊNDICE B: COMUNICADO
Pesquisa: Relação entre a cifose torácica e a flexibilidade em escolares do Ensino Fundamental
Teste de Flexibilidade e Flexicurva
Pesquisadora responsável: Profa. Cristianne Morgado Montenegro
Escola:_________________________________________________________
Aluno(a)________________________________
ANEXO A- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
O (a) seu filho (a) está sendo convidado (a) a participar do projeto: Relação entre a cifose torácica e flexibilidade em escolares do Ensino Fundamental.
O (a) senhor (a) e seu filho (a) receberão todos os esclarecimentos necessários antes e no decorrer da pesquisa e lhe asseguramos que o nome do seu filho (a) não aparecerá sendo mantido o mais rigoroso sigilo através da omissão total de quaisquer informações que permitam identificá-lo (a). O (a) seu filho (a) pode se recusar a responder qualquer questão (no caso da aplicação de um questionário) que lhe traga constrangimento, podendo desistir de participar da pesquisa em qualquer momento sem nenhum prejuízo para o (a) senhor (a).
A participação do seu filho (a) será da seguinte forma: inicialmente será agendada uma
palestra na escola onde os (as) alunos (as) estarão devidamente matriculados e realizarão os testes, para os pais e (ou) responsáveis. Neste encontro a pesquisadora irá explicar a importância da pesquisa para a saúde da população estudantil. O índice de pessoas portadoras de dores nas costas na fase adulta chega aproximadamente a 80%, portanto o objetivo da pesquisa é identificar se existe relação entre um desvio postural comum entre os jovens, chamado de cifose torácica, sendo muitas vezes confundido com a má postura e a capacidade do aluno (a) em alongar-se.
O resultado da pesquisa será divulgado na Secretaria Municipal de Educação do Município de Manaus, podendo ser publicado posteriormente. Os dados e materiais utilizados na pesquisa ficarão sob a guarda do pesquisador.
Este projeto possui os seguintes benefícios: vem a contribuir na investigação das causas da cifose torácica, observar se existe prevalência em meninos ou meninas e se a idade dos escolares teria influência neste desvio postural. Apresenta os seguintes riscos: distensão muscular, cãibras, tonturas que serão minimizados da seguinte forma: em casa de desconforto muscular, físico ou orgânico ter acesso imediato a gelo, água, compressas, realização de alongamentos e até mesmo manobras para que o (a) aluno (a) recobre o seu bem estar .
Se o (a) Senhor (a) tiver qualquer dúvida em relação à pesquisa, favor telefonar para: (92) 96133030 Profa. Cristianne Morgado Montenegro, na Escola Municipal Professora Francisca Campos Corrêa telefone: (92) 88445201, no horário: 08 às 11:00 h e 14:00 às 16:00 h.
Este projeto foi Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UCB, número do protocolo As dúvidas com relação à assinatura do TCLE ou os direitos do sujeito da pesquisa podem ser obtidos também pelo telefone: (61) 3356-9784.
Este documento foi elaborado em duas vias, uma ficará com o pesquisador responsável e a outra com o voluntário da pesquisa.
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Nome / assinatura do responsável
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Pesquisador Responsável
Nome e assinatura