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376 Revista de História da Arte Nº 4 – 2007

Dando continuidade ao sincero desejo de abrir um espaço de con- fluência entre publicações no domínio da História e História da Arte de filiação académica (mais ou menos directa), venho relembrar que as revistas, conceptualmente mais próxi- mas da Revista de História da Arte, continuam de boa saúde, manifes- tando um salto considerável de quali- dade, nomeadamente no que respeita ao espaço dado às imagens e, em geral, à sua elevada resolução e arti- culação discursiva. Estou a referir-me, claro, a Artis, Revista do Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras de Lisboa, com direcção de Vítor Serrão, e a Arte Teoria,Revista do Mestrado em Teorias da Arte da Faculdade de Belas-Artes da Univer- sidade de Lisboa, de que é director José Fernandes Pereira.

O nº 5 da Artis,2006, tem extra- ordinária amplitude histórica e temá- tica, estendendo-se do Antigo Egipto a Picasso, mas estes dois referentes de modo nenhum dão conta do leque das áreas envolvidas, com artigos ino- vadores, referindo-me às áreas em que tenho alguma competência crítica.

Quanto à Arte Teoria, foram publica- dos, em 2007, dois números, sendo o nº 10 dedicado ao tema da Cidade.

Em qualquer dos números, o grafismo é de superior qualidade, bem como a riqueza documental, em termos de desenho e reprodução.

Não sendo objectivo desta nota, a recensão crítica das revistas – antes a sua notícia – o que li em geral e em profundidade (e, neste modalidade, foram, com proveito, muitos artigos quer da Artis, quer da Teoria e Arte) proporciona-me, confesso, uma pro- funda alegria disciplinar. É extraordi- nária a quantidade e qualidade de trabalho que actualmente ocorre no domínio da História e Teoria da Arte e, a partir dele, se abre, com trocas

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enriquecedoras, a outras áreas disci- plinares. Como parte substancial des- tas investigações ou síntese da maior qualidade se articula com trabalhos académicos, em cujos júris participa- mos mais ou menos em conjunto, há que salientar, com a mesma profunda alegria, a rede inter-escolas da História da Arte em Portugal. Por outro lado, verifica-se também, cada vez mais, o desenvolvimento e ampliação de con- tactos internacionais. Sinceramente, dou os mais sinceros parabéns aos conselhos redactoriais das duas revistas!

Não tendo em mãos o nº 2 da Murphy, acabado de sair quando escrevo esta nota, tenho ainda dois destaques a fazer, pedindo desculpa por outras ausências, devidas a igno- rância da minha parte e falta de tempo para a colmatar.

Saúdo, muito especialmente,Mar- gens e Confluências – um olhar contem- porâneo sobre as artes, com direcção de Maria José Laranjeiro, editada pela Escola Superior Artística do Porto- Guimarães, em periodicidade semes- tral. Li, com grande agrado e proveito, o nº duplo 11-12, dedicado ao tema

“Mulheres ar tistas Argumento de género” que mantém um sólido e belo grafismo, amplo e adequado lugar à imagem de qualidade. Ele foi- -me generosamente enviado pela direcção mas acontece que, quando

estava a preparar um pequeno artigo sobre Arte Pública, acabara de me cruzar com um número anterior das Margens (nº9) onde colhi inovador material. Foi assim, por este duplo circunstancialismo, que conheci a revista: culpa minha que já deveria conhecê-la antes! Mas aqui deixo o registo para outros distraídos interes- sados, como eu. Com colaboração de proveniências diversificadas, revelando redes de comunicação solidária (incluindo autoras da Universidade de Vigo e, no nº 11-12, com especial generosidade, alguns homens…) os artigos circulam entre reflexões con- temporâneas, projectos artísticos e investigação histórica, garantindo à revista um aprazível lugar entre as ciência das arte (teoria, crítica e his- tória) activado por uma “vontade de arte”, através dos projectos artísticos.

Especialmente eficaz é então o jogo entre as imagens que são projecto e as que são documentação, histórica e crítica, envolvendo estes diversos do- mínios num clima propiciatório de criatividade.

O meu segundo destaque vai paraIntervalo, revista anual que publi- cou, em Maio de 2007, o seu terceiro número. Extremamente discreta na apresentação, tem como editores Luís Henriques, Mariana Pinto dos Santos, Olímpio Ferreira e Silvina Rodrigues Lopes, gente da História e Teoria da

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* Departamento de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Portugal

Arte Contemporâneas, da Literatura, dos Estudos Culturais, em que as tran- sumâncias entre domínios científicos não se fazem por diluição, mas forte contaminação disciplinar. Co-edição da Vendaval e da Diatribe, Intervalo está ancorada numa reivindicação de trabalho intelectual com pontes entre vários sistemas institucionalizados e reivindicada independência. Como se proclama na folha de rosto de todos os números: “Parte da convicção de que a subordinação a estratégias de sucesso e de imposição de imagens e modelos não é uma fatalidade”. Os artigos, submetidos, sem excesso, ao tema de cada número, são inovadores e indagantes (tal como as entrevistas, excelentes) com lugar à ficção e às políticas, no sentido da utópica (re)in- venção da polis. Deixando de lado

excelentes trabalhos, destaco, no último nº 3, o de Silvina Rodrigues Lopes “Resistir às máquinas identitá- rias…” em que se debruça a um ar- tigo de Luís Henriques, publicado no nº 2 (“Fado, Futebol, Fátima, Foices e Martelos, Combates pelo senso co- mum no século XX português”) e, literalmente, desfaz Portugal Hoje, O medo de existir de José Gil. Confesso que tive desejo de ter sido eu a escre- ver tão brilhante artigo. Mas, embora sejam questões que estão no centro das minhas preocupações, não teria capacidade. Fica um apelo aos edito- res das Intervalo: embora tudo se possa pesquisar, dêem-nos duas linhas de referência curricular ou existencial dos autores.

Raquel Henriques da Silva*

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