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Notas em Percola¸c˜ao

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Notas em Percola¸c˜ ao

Luiz Renato G. Fontes

Instituto de Matem´atica e Estat´ıstica — USP

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Pref´ acio

Dos modelos da f´ısica estat´ıstica na rede a exibir transi¸c˜ao de fase, o modelo de Percola¸c˜ao ´e possivelmente o mais simples e um dos que mais bem exem- plificam a rica e frut´ıfera interrela¸c˜ao que h´a na ´area entre m´etodos da f´ısica matem´atica, probabilidade e combinat´oria.

Formulado em fins da d´ecada de 50 por Broadbent e Hammersley [1] como um modelo de transporte de fluido em meio poroso, ele teve seus primeiros resultados n˜ao-triviais (sobre a existˆencia de transi¸c˜ao de fase) provados por estes autores. Harris [2] obteve resultados parciais sobre o ponto cr´ıtico em duas dimens˜oes no in´ıcio dos anos 60. Mais tarde, j´a em fins dos anos 70 e in´ıcio dos 80, Kesten [3] estabeleceu seu valor exato. Diversos outros resul- tados importantes foram obtidos neste ´ultimo per´ıodo, como os argumentos independentes de Menshikov [4] e Aizenman e Barsky [5] para estabelecer a unicidade do ponto cr´ıtico e o resultado de Aizenman, Kesten e Newman sobre a unicidade do aglomerado infinito [6].

Os fins dos anos 80 e in´ıcio dos 90 marcam o ataque a um dos problemas mais elusivos do modelo, a continuidade da densidade do aglomerado infinito no ponto cr´ıtico em mais do que duas dimens˜oes. Id´eias de renormaliza¸c˜ao de Barsky, Grimmett e Newman [7] produziram os resultados mais importantes a respeito, ainda que incompletos (o problema original permanece em aberto!).

Estas notas representam t´opicos apresentados pelo autor em cursos sobre Percola¸c˜ao na USP de S˜ao Carlos e S˜ao Paulo, na UFMG e no IMPA entre janeiro de 1993 e fevereiro de 1994. Os pontos abordados s˜ao basicamente os delineados acima. As fontes s˜ao o livro j´a bastante aclamado Percolation de

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ii

G.R. Grimmett [8], que serve de referˆencia para tudo aqui e muito mais, e tamb´em notas de aulas tomadas de C.M. Newman na NYU em 1990. Sup˜oe- se um conhecimento de teoria da probabilidade a n´ıvel de gradua¸c˜ao. Alguns resultados mais avan¸cados (mas cl´assicos) desta teoria s˜ao citados, para os quais indicamos, por exemplo, Breiman [9] como referˆencia.

Agrade¸co o coleguismo e amizade dos mentores dos cursos que mencionei, Cl´audio Paiva, Gast˜ao Braga e Maria Eul´alia Vares. Agradecimentos especi- ais a esta ´ultima pela iniciativa de sugerir e organizar a edi¸c˜ao destas notas junto ao IMPA/CNPq.

julho de 1996

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Sum´ ario

1 Introdu¸c˜ao 1

1.1 O Modelo . . . 1 1.2 Primeiros Resultados . . . 3

2 Ferramentas ´uteis 13

2.1 Desigualdade de FKG . . . 13 2.2 Desigualdade de BK . . . 16 2.3 F´ormula de Russo . . . 17 3 Fase Subcr´ıtica: Decaimento Exponencial 21 4 Fase Supercr´ıtica: Unicidade do Aglomerado Infinito 35 5 O Modelo em 2 Dimens˜oes: Dualidade 45 6 Continuidade no Ponto Cr´ıtico: Renormaliza¸c˜ao 55

A Prova a um lema do Cap´ıtulo 3 59

Referˆencias Bibliogr´aficas 63

iii

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iv SUM ´ARIO

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Cap´ıtulo 1 Introdu¸c˜ ao

Percola¸c˜ao ´e o fenˆomeno de transporte de um fluido atrav´es de um meio po- roso. Por exemplo, ´oleo ou g´as atrav´es da rocha ou ´agua atrav´es de p´o de caf´e. O meio ´e constituido de poros e canais microsc´opicos por onde passaria o fluido. Numa situa¸c˜ao simples, cada canal pode estar aberto ou fechado `a passagem do fluido, dependendo de diversas caracter´ısticas que poderiam ser resumidas num parˆametro. A distribui¸c˜ao de canais abertos e fechados po- deria ser descrita probabilisticamente. No caso mais simples, cada canal, in- dependentemente dos demais, est´a aberto com probabilidade p, o parˆametro do modelo, e fechado com a probabilidade complementar. Vamos modelar o meio microscopicamente pelo reticulado hiperc´ubico d-dimensional, os s´ıtios do reticulado representando os poros e os elos representando os canais. Este, o que chamaremos de modelo de percola¸c˜ao de elos independentes (em ZZd), ser´a o objeto do nosso estudo. A quest˜ao b´asica ´e a ocorrˆencia ou n˜ao de percola¸c˜ao, isto ´e, a existˆencia de um caminho infinito de elos abertos atra- vessando o meio. A seguir, introduziremos o modelo em detalhe (na pr´oxima se¸c˜ao) e mostraremos (na se¸c˜ao seguinte) seu primeiro resultado n˜ao-trivial, aquele que estabelece a transi¸c˜ao de fase em duas ou mais dimens˜oes, isto

´e, a existˆencia de um valor cr´ıtico n˜ao-trivial para o parˆametro p, abaixo do qual o modelo n˜ao exibe percola¸c˜ao e acima do qual esta passa a ocorrer.

1.1 O Modelo

Considere a rede hiperc´ubica em d dimens˜oes (ZZd, IEd) (denotada por um abuso de linguagem costumeiro por ZZd), onde ZZd´e o conjunto de s´ıtios da

1

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2 CAP´ITULO 1. INTRODUC¸ ˜AO rede eIEd={(x, y)∈ZZd:||x−y||1 = 1}´e o seu conjunto de elos (vizinhos mais pr´oximos).

A cada elo deIEdser´a atribuido aleatoriamente o statusabertooufechado da seguinte maneira. Seja X := {Xe, e ∈ IEd} uma fam´ılia de vari´aveis aleat´orias (v.a.’s) independentes e identicamente distribuidas (i.i.d.) com distribui¸c˜ao comumde Bernoulli com parˆametro p, isto ´e,

Pp(Xe= 1) = 1−Pp(Xe= 0) =p

para todoe∈IEd, ondep´e um n´umero real entre 0 e 1 ePp´e a probabilidade associada a X (algumas vezes denotada Pp,d). A esperan¸ca com respeito a esta probabilidade ser´a denotado porEp.

Mais formalmente, o espa¸co amostral do modelo ser´a dado por Ω = {0,1}IEd. A σ-´algebra ´e a usual, denotada por E, gerada pelos eventos cil´ındricos, isto ´e, aqueles que dependem de elos em subconjuntos finitos de IEd apenas. A probabilidade Pp ´e a probabilidade produto em Ω atri- buindo peso p a 1’s e 1 −p a 0’s. Xe ´e a proje¸c˜ao na coordenada e, isto

´e,

Xe(ω) =ωe

para todoω ∈Ω.

Xe= 1 indica que o elo e est´a aberto e Xe = 0 indica que eest´a fechado.

Um conjunto de elos de IEd, {e1, e2, . . . , en}, n ≥ 1, onde ei = (xi, yi), i= 1,2, . . . , n, ser´a dito um caminho se x1, x2, . . . , xn forem distintos e yi = xi+1, i = 1,2, . . . , n− 1 (n˜ao h´a loops). Um caminho ser´a dito aberto se todos os seus elos estiverem abertos (isto ´e, se Xei = 1, i = 1,2, . . . , n).

Diremos que dois s´ıtios da rede, xe y, est˜ao conectados (nota¸c˜ao: x↔y) se existir um caminho aberto{e1, e2, . . . , en}com x1 =xe yn =y. Vˆe-se que a conectividade ´e uma rela¸c˜ao de equivalˆencia e `as classes de equivalˆencia em que se dividem os s´ıtios chamaremos aglomerados(ou a express˜ao em inglˆes clusters). Denotaremos porCxo aglomerado do s´ıtioxe porC o aglomerado da origem, objeto b´asico de nosso estudo.

Estaremos interessados inicialmente em |C|, o volume (ou cardinalidade) do aglomerado da origem, mais precisamente em sua distribui¸c˜ao (que, note- se, ´e a mesma que a de|Cx|para todo s´ıtiox, pela invariˆancia por transla¸c˜ao de Pp). Especificamente, queremos saber se aglomerados infinitos podem ocorrer (com probabilidade positiva).

Em dimens˜ao 1, o problema ´e trivial, pois, denotando por C e C+ os s´ıtios deC `a esquerda e `a direita da origem, respectivamente, temos que|C|

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1.2. PRIMEIROS RESULTADOS 3 e |C+| s˜ao v.a.’s i.i.d. com Pp(|C+| ≥ k) = pk. Logo, n˜ao h´a aglomerados infinitos quase-certamente em dimens˜ao 1 se p < 1. Restringiremo-nos pois a d≥2.

|C|´e uma v.a. que pode assumir os valores 1,2, . . . ,∞. Uma quantidade de interesse ser´a

θ(p) :=Pp(|C|=∞).

Podemos ent˜ao escrever

θ(p) = 1−

X

k=1

Pp(|C|=k).

Express˜oes para Pp(|C| = k) s˜ao relativamente simples de calcular para k pequeno, mas se tornam combinatorialmente crescentemente complicadas para k crescente e n˜ao h´a uma forma expl´ıcita parak gen´erico. O estudo de θ(p) deve seguir uma outra abordagem.

Na pr´oxima se¸c˜ao, provaremos o resultado principal deste cap´ıtulo, o primeiro n˜ao-trivial da teoria, aquele que estabelece a existˆencia de transi¸c˜ao de fase no modelo de percola¸c˜ao em 2 ou mais dimens˜oes, como enunciado em seguida.

Teorema 1.1.1 Parad≥2, existe um valor cr´ıtico do parˆametrop, denomi- nado pc, no intervalo aberto (0,1) tal que

θ(p) = 0, se p < pc

θ(p)>0, se p > pc.

Resultados subseq¨uentes, de que nos ocuparemos em cap´ıtulos seguintes, procuram caracterizar as diversas fases do modelo: afase subcr´ıtica(p < pc), a fase supercr´ıtica (p > pc) e afase cr´ıtica (p=pc).

1.2 Primeiros Resultados

Em aux´ılio `a prova do Teorema 1.1.1, vamos discutir propriedades de mono- tonicidade da fun¸c˜aoθ(p). Para isto, construiremos um modelo probabil´ıstico em que os modelos de percola¸c˜ao com os diversos valores de pposs´ıveis est˜ao

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4 CAP´ITULO 1. INTRODUC¸ ˜AO acoplados. Esta constru¸c˜ao, a que chamaremos de modelo padr˜ao, ser´a ´util tamb´em em outros casos.

Seja Z := {Ze, e ∈ IEd} uma fam´ılia de v.a.’s i.i.d. com distribui¸c˜ao comum uniforme em [0,1]. IP denotar´a a probabilidade neste modelo.

Um elo e da rede ser´a dito p-aberto se Ze< p

ep-fechadocaso contr´ario. Podemos ent˜ao construir o modelo de percola¸c˜ao com parˆametropusando elosp-abertos ep-fechados deste modelo, da mesma forma como na se¸c˜ao anterior.

Lema 1.2.1 θ(p) ´e n˜ao-decrescente em p.

Prova

Seja Cp o aglomerado da origem no modelo acima (com a conectividade atrav´es de elos p-abertos). Temos que

θ(p) = IP(|Cp|=∞).

Por outro lado,

Cp ⊂Cp

quando p < p, pois neste caso um elo p-aberto est´a necessariamente p- aberto. Concluimos que

θ(p) = IP(|Cp|=∞)≤IP(|Cp|=∞) =θ(p). △

Para o pr´oximo resultado, monotonicidade na dimens˜ao, notemos que podemos construir o modelo de percola¸c˜ao em d dimens˜oes num hiperplano d-dimensional da rede d+ 1-dimensional contendo a origem, declarando fe- chados os elos ligando o hiperplano ao restante do espa¸co e usandoX para os demais elos. Denotando por ˜C o aglomerado da origem neste modelo, temos claramente que ˜C⊂C e logo

θ(p) := θ(p, d) =Pp,d+1(|C|˜ =∞)≤Pp,d+1(|C|=∞) = θ(p, d+ 1).

Isto prova o seguinte.

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1.2. PRIMEIROS RESULTADOS 5 Lema 1.2.2 θ(p, d)´e n˜ao-decrescente em d.

Pelos dois lemas acima, torna-se suficiente, para provarmos o Teorema 1.1.1, mostrarmos os seguintes resultados.

Proposi¸c˜ao 1.2.1 Para d≥2 e p suficientemente pr´oximo de 0 θ(p) = 0.

Proposi¸c˜ao 1.2.2 Para d= 2 e p suficientemente pr´oximo de1 θ(p)>0.

Como veremos nas demonstra¸c˜oes destes resultados, abaixo, ´e suficiente no primeiro tomarmos p < 1/(2d−1) e no segundo p >2/3.

Prova da Proposi¸c˜ao 1.2.1

E suficiente mostrar que´ χp :=Ep|C|<∞para p pr´oximo de 0.

Podemos escrever

|C|= X

x∈ZZd

I{0↔x}, onde I{·} ´e a fun¸c˜ao indicadora, isto ´e,

IA(ω) =

1, se ω∈A 0, caso contr´ario, e logo

χp = X

x∈ZZd

Pp(0↔x). (1.2.1)

Podemos reescrever a probabilidade acima comoPp(∪γ{γ est´a aberto}),onde a uni˜ao ´e sobre caminhos conectando 0 a x. Temos ent˜ao de (1.2.1) e a subaditividade que

χpX

x∈ZZd

X

γ

Pp(γest´a aberto),

onde a segunda soma ´e sobre os caminhosγ conectando 0 ax. A dupla soma pode ser ent˜ao reordenada em

X

n≥0

X

|γ|=n

Pp(γest´a aberto),

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6 CAP´ITULO 1. INTRODUC¸ ˜AO onde a segunda soma ´e sobre os caminhosγ partindo da origem e de compri- menton (isto ´e, caminhos γ ={e1, . . . , en}em quex1 = 0). A probabilidade acima valepn independentemente de γ. Portanto temos que

χp = X

n≥0

σ(n)pn, (1.2.2)

onde σ(n) denota o n´umero de caminhos partindo da origem e de compri- mento n.

Um argumento combinat´orio simples revela que, para n≥1,

σ(n)≤2d(2d−1)n−1.

De fato, o primeiro passo do caminho tem 2d poss´ıveis s´ıtios de destino, enquanto que a partir do segundo at´e o final, cada passo tem no m´aximo 2d−1 poss´ıveis s´ıtios de destino (devido `a ausˆencia de loops). Temos

χpX

n≥1

2dp[(2d−1)p]n−1+ 1

e para a s´erie ser convergente, basta termosp <1/(2d−1). △

Prova da Proposi¸c˜ao 1.2.2 Consideremos a rede bidimensional dual de ZZ2,

ZZ2 =ZZ2+ (1/2,1/2).

ZZ2 ´e um deslocamento deZZ2 por 1/2 unidade em cada dire¸c˜ao coordenada.

Volumes finitos superpostos de ZZ2 eZZ2 s˜ao ilustrados abaixo, o deZZ2 em linhas cheias, linhas tracejadas paraZZ2.

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1.2. PRIMEIROS RESULTADOS 7

•0

0

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Notemos que h´a uma rela¸c˜ao 1 a 1 entre os s´ıtios e elos de ZZ2 e aqueles de ZZ2. Seja a rela¸c˜ao (1 a 1) e → e entre elos de ZZ2 e ZZ2 que associa a cada elo da primeira rede o elo secante da rede dual, como na figura a seguir.

e e

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Definiremos um modelo de percola¸c˜ao em ZZ2 induzido pelo modelo em ZZ2 declarando e aberto ou fechado conforme e esteja aberto ou fechado, respectivamente.

No que se segue, um circuito ser´a um caminho {e1, e2, . . . , en} tal que yn=x1, isto ´e, um caminho que se fecha sobre si mesmo.

A ocorrˆencia de um aglomerado da origem finito em ZZ2 est´a associada

`a existˆencia de um circuito fechado (isto ´e, um circuito de elos fechados) na rede dual ao redor da origem. Isto se deve ao fato de que se o aglome- rado da origem for finito, os elos da fronteira do aglomerado (isto ´e, elos ligando s´ıtios do aglomerado a s´ıtios fora do aglomerado), obviamente fecha- dos, est˜ao sempre dispostos de tal forma que os elos correspondentes do dual formam um circuito, que ser´a ent˜ao fechado. A figura a seguir ilustra este

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8 CAP´ITULO 1. INTRODUC¸ ˜AO fato geom´etrico elementar, bastante intuitivo (o aglomerado da origem apa- rece em linhas cheias, sua fronteira em linhas pontilhadas e o circuito no dual em linhas tracejadas) e, como a prova ´e longa e tediosa (vide [10] p´agina 386 e a Proposi¸c˜ao 5.1 na p´agina 45 destas notas), n˜ao a apresentaremos neste texto.

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0

Seguimos com a demonstra¸c˜ao da Proposi¸c˜ao 1.2.2.

Vamos mostrar que a probabilidade de o aglomerado da origem ser finito

´e estritamente menor do que 1 para p suficientemente pr´oximo de 1. Para isto, em vista do fato geom´etrico acima, bastar´a argumentar que a proba- bilidade de haver algum circuito fechado na rede dual ao redor da origem ´e estritamente menor do que 1 parap suficientemente pr´oximo de 1. O argu- mento ´e semelhante ao argumento de Peierls para demonstrar a ocorrˆencia de magnetiza¸c˜ao no modelo de Ising.

Pp(h´a um circuito fechado na rede dual ao redor da origem)

X

γ

Pp(γest´a fechado),

onde a soma ´e sobre todos os circuitos γ ao redor da origem. Ela pode ser reordenada da seguinte maneira

X

n≥4

X

|γ|=n

Pp(γest´a fechado),

(14)

1.2. PRIMEIROS RESULTADOS 9 onde a segunda soma ´e sobre circuitos γ ao redor da origem de comprimento n.

Est´a claro que a probabilidade no interior das somas depende apenas de n e vale (1−p)n. Portanto, a express˜ao acima fica

X

n≥4

λ(n)(1−p)n,

onde λ(n) denota o n´umero de circuitos na rede dual ao redor da origem de comprimento n.

O seguinte argumento produz uma cota superior ´util paraλ(n). Qualquer circuito de comprimentonda rede dual ao redor da origem deve cruzar um elo da rede original da forma ((0, k),(0, k+ 1)), para algum −n/2 ≤ k ≤ n/2.

A partir deste elo secante, cada um dos n−1 elos subseq¨uentes pode ser colocado de no m´aximo 3 maneiras diferentes. Por isto

λ(n)≤n3n−1. Substituindo na soma acima, temos

X

n≥4

n

3[3(1−p)]n,

que ´e uma fun¸c˜ao cont´ınua e decrescente em p quando p > 2/3, anulando- se quando p = 1. Segue-se que existe p0 < 1 tal que a express˜ao acima ´e estritamente menor do que 1 para p > p0. △

Uma melhoria do argumento acima que mostra que a probabilidade de o aglomerado da origem ser infinito (θ(p)) ´e estritamente positiva parap >2/3

´e o seguinte.

Denotemos por QM o quadrado centrado na origem e de lado 2M + 1.

Seja AM o evento que todos os elos de QM estejam abertos e BM o evento de haver um circuito fechado na rede dual completamente fora de QM.

Repetindo o argumento da demonstra¸c˜ao acima, temos Pp(BM)≤ X

n≥8M+4

n

3[3(1−p)]n.

Dado p >2/3, esta express˜ao pode ser tornada estritamente menor do que 1 escolhendo-se M suficientemente grande, digamosM0. Portanto

Pp(BcM0)>0. (1.2.3)

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