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Rev. Bras. Ginecol. Obstet. vol.26 número6

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RBGO - v. 26, nº 6, 2004

Editorial

HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS / PESSOAL MÉDICO

Em Editorial anterior tecemos algumas considerações sobre a situação vigente nos Hospitais Universitários (HUs). Vemos que, salvo poucas exceções, os prédios e mobiliário são muito antigos. Qual a situação do pessoal Médico que exerce atividades nestes HUs?

O Corpo Médico, especificamente, é constituído de Professores-Médicos e Médicos que atuam nos diversos setores dos mesmos. Obviamente os Professores-Médicos são indispensáveis nos HUs. Sem eles estas Unidades não teriam esta denominação.

O Professor-Médico, elemento vocacionado para esta função, ingressa na carreira mediante Concurso Público com alto grau de complexidade e competitividade. Assume, habitualmente, o car-go de Professor-Auxiliar e galga os diversos patamares da Carreira Docente (sempre com avaliações rigorosas) até o último nível (Professor Adjunto IV). O interstício entre os diversos níveis é de 02 (dois) anos. Isto significa que, do primeiro ao último nível medeiam 24 anos.

Para ingressar na Carreira Universitária, o Médico deve antes cursar a Residência Médica (03 ou mais anos) com concurso prévio de aprovação. Cursos outros de aperfeiçoamento são sempre realizados na vigência da Residência Médica e logo após o término da mesma. Já na proximidade de seus 30 anos de idade, o Médico vocacionado, como dito acima, irá realizar prova de seleção para ingressar no Mestrado. De modo habitual serão necessários uns 3 ou 4 anos para conclusão do mestrado em medicina, profissão com foros de ciência e arte. Terminado o Mestrado, e com linha de pesquisa definida, o candidato Médico cursará o Doutorado. Outros 3 ou 5 anos serão necessários para conclusão deste Curso. É quase rotineiro o jovem doutor (jovem com cerca de 40 anos), termi-nado o Doutorado, submeter-se ao concurso de Docência-Livre (ou de Pós-Doutorado) para competir com outros candidatos na eventualidade de aparecimento de vaga para Professor-Titular. O possível candidato terá entre 45-50 anos de idade. Em nenhuma outra profissão verificamos esta linha de atuação e de cobrança.

Sempre nos questionamos sobre o que move, primum movens, um médico e Professor-Médico a

esta luta constante para contínuo progresso na carreira docente visando ao cargo de Professor-Titular (com outro concurso público específico) configurando nova carreira.

A carreira de Professor-Universitário médico é, certamente, singular. O “impulso” que disse-mos acima não é compreensível no plano material. É aquele sentimento íntimo de sempre crescer no conhecimento médico e de repartir este cabedal com seus alunos médicos de todos os níveis. Enganam-se, e muito, os que imaginam retorno financeiro.

O Professor-Titular Médico, após todos estes anos de dedicação, estudos contínuos, cobrança anual de produção científica (nada vemos de similar nas outras áreas), recebe salário mensal de cerca de R$ 1.000,00 (hum mil reais), acrescido de algumas vantagens pode chegar a três ou quatro mil reais mensais. Perguntamo-nos: há justiça salarial quando são examinadas as remunerações e salários de outras carreiras do Estado sem este grau de complexidade e demandando extenso e contínuo aperfeiçoamento além da cobrança permanente?

Por ser classe não afeita a manifestações reivindicatórias, é justo ser ela relegada? O Profes-sor-Médico (já dissemos ser vocação singular) pensa sempre, e diríamos que quase exclusivamen-te, em seus pacientes, alunos e estudos.

Outra consideração! Estes profissionais trazem dividendos monetários para a Universidade com os atendimentos médicos e cirúrgicos prestados aos usuários dos HUs sem nada receberem por estes serviços. O pagamento mensal é exatamente semelhante ao que recebe um Professor de Letras, de Teatro e os outros mais que não prestam este tipo de serviço (sem qualquer demérito para estes últimos), e que nada trazem de recurso para a Universidade.

A situação dos médicos que trabalham nos HUs (também elementos vacacionados) não é dife-rente. No âmbito Federal, por 20 horas de trabalho semanal, recebem remuneração total de aproxi-madamente R$ 1.000,00 (hum mil reais).

Pensamos que já vai longe o momento de reverter este quadro. A carreira de Médico e de Profes-sor-Médico dos HUS deve, com justiça, ser diferenciada de todas as outras carreiras do governo.

Referências

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