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PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE PESSOAS COM HIV/AIDS ATENDIDAS EM UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA

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Revista Baiana de Saúde Pública 539

DOI: 10.22278/2318-2660.2019.v43.n3.a2641

ARTIGO ORIGINAL DE TEMA LIVRE

PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE PESSOAS COM HIV/AIDS ATENDIDAS EM UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA

Talita Miranda Pitanga Barbosaa https://orcid.org/0000-0001-9794-251X Marcio Costa de Souzab https://orcid.org/0000-0002-4922-6786 Aníbal de Freitas Santos Júniorc https://orcid.org/0000-0002-3022-0771 Fernanda Warken Rosa Camelierd https://orcid.org/0000-0003-2540-0142

Resumo

Este estudo tem como objetivo descrever o perfil clínico-epidemiológico de pessoas com HIV/Aids acompanhadas pelo Serviço Municipal de Assistência Especializada.

Para isso, foi realizado um estudo descrito e retrospectivo, com dados de 125 pessoas acompanhadas pelo serviço, coletados em prontuários. Os dados foram descritos em pro- porção. Houve predomínio de indivíduos do sexo masculino (61,6%), faixa etária de 20 a 39 anos (37,6%), negros (93,5%), solteiros, separados ou viúvos (50,4%) e heterossexuais (60,0%). Tuberculose foi a coinfecção mais prevalente (9,6%) e sífilis foi a doença mais presente no histórico de coinfecções (28,8%). Ao todo, 48,4% dos indivíduos acessaram o serviço tardiamente e a maioria não fazia uso de drogas (76,0%). A partir das informações coletadas, conclui-se que o perfil clínico-epidemiológico é composto predominantemente de homens, entre 20 e 39 anos, negros, solteiros, separados ou viúvos, heterossexuais e não

a Farmacêutica. Especialista em Atenção Farmacêutica e Farmacoterapia Clínica. Farmacêutica no Serviço Municipal de Assistência Especializada (Semae). Salvador, Bahia, Brasil. Email: talipitanga2@gmail.com

b Fisioterapeuta. Doutor em Medicina e Saúde Humana. Docente da Universidade do Estado da Bahia. Salvador, Bahia, Brasil. E-mail: mcsouzafisio@gmail.com

c Farmacêutico. Doutor em Química. Docente Pleno da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Salvador, Bahia, Brasil. E-mail: afjunior@uneb.br

d Fisioterapeuta. Doutora em Ciências/Reabilitação. Docente titular da Universidade do Estado da Bahia (UNEB).

Salvador, Bahia, Brasil. e-mail: fcamelier@uneb.br

Endereço para correspondência: Semae. Rua Lima e Silva, n. 216, Liberdade. Salvador, Bahia, Brasil. CEP: 40375-017.

E-mail: talipitanga2@gmail.com

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usuários de droga. Adultos jovens tiveram maior ocorrência de falha terapêutica e a maioria não acessou o serviço tardiamente.

Palavras-chave: HIV. Síndrome de imunodeficiência adquirida. Perfil de saúde.

Coinfecção. Comorbidade.

CLINICAL AND EPIDEMIOLOGICAL PROFILE OF PEOPLE WITH HIV/AIDS TREATED IN A REFERENCE SERVICE

Abstract

This study aims at describing the clinical-epidemiological profile of people infected by HIV/AIDS attended by the Municipal Service of Specialized Assistance. A descriptive retrospective study was conducted with data collected in reports of 125 people follow-up by the health center.

The data were described proportionally. Most patients were men (61.6%), 20 to 39 years old (37.6%), black-skinned (93.5%), single, divorced, or widower people (50.4%), and heterosexual (60.0%). Tuberculosis was the most frequent coinfection (9.6%), and syphilis was the illness most present beyond the coinfections history (28.8%). Among the patients, 48.4% took longer to search for treatment. Most of them were not addicted to drugs (76.0%). This study concluded that the clinical-epidemiological profile is predominantly compound by men, between 20 to 39 years old, black-skinned ones, single, divorced or widower, heterosexual, and not addicted to drugs. Young adults had a higher occurrence of therapeutic failure and most were treated early.

Keywords: HIV. Acquired immunodeficiency syndrome. Health profile. Coinfection. Comorbidity.

PERFIL CLÍNICO Y EPIDEMIOLÓGICO DE PERSONAS CON VIH/SIDA TRATADAS EN UN SERVICIO DE REFERENCIA

Resumen

El presente estudio tiene como objetivo describir el perfil clínico y epidemiológico de personas con VIH/SIDA tratadas en Servicio Municipal de Asistencia Especializada. Este es un estudio descriptivo y retrospectivo, realizado con datos recogidos de historia médica de 125 personas acompañadas por el servicio. Los datos se transcribieron en proporciones. Hubo el predominio de la población del sexo masculino (61,6%), con edades entre 20 y 39 años (37,6%), negros (93,5%), solteros, separados o viudos (50,4%) y heterosexuales (60,0%). La tuberculosis

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Revista Baiana de Saúde Pública

fue la coinfección más frecuente (9,6%) y la sífilis la enfermedad más presente en la historia médica de las coinfecciones (28,8%). Al total, el 48,4% de los pacientes accedían al servicio con retraso, y la mayoría no usaban drogas (76,0%). Se concluye que el perfil clínico y epidemiológico está compuesto predominantemente de hombres entre 20 y 39 años de edad, negros, solteros, divorciados o viudos, heterosexuales y no usuarios de drogas. Los adultos jóvenes tuvieron una mayor incidencia de fracaso terapéutico y la mayoría no accedió tarde al servicio.

Palabras clave: VIH. Síndrome de inmunodeficiencia adquirida. Perfil de salud.

Coinfección. Comorbilidad.

INTRODUÇÃO

Atualmente, a Aids é considerada uma pandemia mundial, afetando cerca de 38 milhões de pessoas no mundo em 2019 e 966 mil no Brasil segundo dados do boletim epidemiológico brasileiro1,2. O número de óbitos, em 2018, foi de 10.980 pessoas, o que corresponde a um coeficiente de mortalidade de 4,4/100 mil habitantes no Brasil. A incidência da doença no país, entre os anos 2012 e 2018, apresentou uma redução de 16,8%, com uma taxa de detecção de 17,8/100 mil habitantes em 2018. Tal redução aconteceu desde a recomendação do tratamento para todos, implementada em dezembro de 20132.

A distribuição dessa doença nas populações ocorre de modo desigual, acometendo mais homens que fazem sexo com homens (HSH), profissionais do sexo, transgêneros e usuários de drogas injetáveis2. Apesar dessa predominância, vem havendo um crescimento em determinadas populações, como em mulheres, adolescentes, idosos, pessoas que não vivem nas capitais e pessoas com menores condições socioeconômicas, o que originou a denominação dos fenômenos de heterossexualização, feminização, envelhecimento, pauperização e interiorização da Aids3,4. Apesar dos esforços para diminuição da morbimortalidade causada pelo HIV, devido ao status imunológico deprimido que a Aids promove, esses pacientes se tornam susceptíveis a infecções oportunistas, aumentando as taxas de mortalidade.

Conhecer essa população do ponto de vista clínico e epidemiológico é essencial para o dimensionamento dos recursos humanos necessários para oferecer uma assistência de qualidade, dos recursos materiais que os serviços devem dispor, da infraestrutura necessária para atendimento e sua distribuição loco-regional. Diante disso, questiona-se: qual o perfil clínico-epidemiológico de pessoas que vivem com HIV/Aids (PVHA) acompanhadas no Serviço Municipal de Assistência Especializada (Semae)?

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MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo em indivíduos cadastrados no ano de 2015 em uma unidade de referência municipal Semae, localizada em uma capital do Nordeste brasileiro. A unidade atende pessoas que vivem com HIV e Aids, hepatites virais e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Foram incluídos todos os prontuários de pessoas com diagnóstico de HIV/Aids e excluídos aquelas que tiverem dados incompletos ou ilegíveis, além das crianças infectadas pelo vírus do HIV. Em 2015, estima-se que foram cadastradas 390 pessoas, das quais 265 eram crianças com HIV, monoinfectados com hepatites B ou C ou monoinfectados com outras IST, resultando em uma amostra de 125 pessoas.

Os dados foram coletados por meio de consulta a todos os prontuários entre novembro de 2015 e janeiro de 2016 no Semae, através de um formulário. Resultado de primeira dosagem de linfócitos T CD4+ para avaliação do acesso tardio e dosagem das duas últimas cargas virais para avaliação de falha terapêutica foram obtidos através de consulta ao Sistema de Controle de Exames Laboratoriais da Rede Nacional de Contagem de linfócitos CD4+/ CD8+ e Carga Viral (Siscel). A busca de informações acerca do uso de terapia antirretroviral foi obtida em consulta ao Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (Siclom).

As variáveis epidemiológicas analisadas foram sexo, idade, estado civil, orientação sexual, cor da pele e escolaridade. As variáveis clínicas analisadas foram coinfecções associadas, comorbidades associadas, uso de drogas ilícitas, uso de álcool acima da frequência ocasionalmente, histórico de abandono de tratamento, histórico de falha terapêutica, presença de limitação funcional, ocorrência de mudança de terapia antirretroviral e primeira dosagem de linfócitos T CD4+.

A análise de dados foi realizada no software Epi Info versão 3.5.2., no qual foi utilizada a estatística descritiva para caracterizar o perfil clínico e epidemiológico. Os dados estão apresentados em proporções. Foi utilizado o teste exato de Fisher para analisar a associação de falha terapêutica e variáveis clínico-demográficas. Considerou-se relações estatisticamente significantes aquelas que apresentavam p < 0,05 no teste exato de Fischer. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), com autorização da instituição coparticipante, sob número 991.308/2015.

RESULTADOS

Foram identificados 125 prontuários de pessoas cadastradas/admitidas, em 2015, no Semae Salvador (BA), que atenderam aos critérios de seleção para este estudo, e cujas características sociodemográficas são descritas na Tabela 1.

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Revista Baiana de Saúde Pública

Tabela 1 – Variáveis sociodemográficas das PVHA atendidas em um serviço municipal de referência em IST/Aids e Hepatites Virais de Salvador. Salvador, Bahia – 2015

Variáveis sociodemográficas n = 125 %

SexoMasculino 77 61,6

Feminino 48 38,4

Faixa etária (anos)

Menos de 20 6 4,8

20-29 47 37,6

30-39 41 32,8

40-49 18 14,4

50-59 11 8,8

60 ou mais 2 1,6

Cor da pele*

Branca 6 6,5

Negra 46 50,0

Parda 40 43,5

Situação conjugal

Solteiro/separado/viúvo 63 50,4

Casado/união estável 36 28,8

Não informado 26 20,8

Orientação sexual

Heterossexual 75 60,0

Homossexual 29 23,2

Bissexual 10 8,0

Não informado 11 8,8

Escolaridade

Não alfabetizado 5 4,0

< 8 anos 43 34,4

≥ 8 anos 31 24,8

Ignorado 46 36,8

Fonte: Elaboração própria.

*Dados referentes n = 92 pessoas (houve perda de dados de 33 pessoas por não constar no prontuário)

Foram analisados também dados clínicos, os quais estão descritos na Tabela 2.

Tabela 2 – Variáveis clínicas das PVHA atendidas em um serviço municipal de referência em IST/Aids e Hepatites Virais. Salvador, Bahia – 2015

Características clínicas n = 125 %

Frequência das PVHA que apresentaram coinfecções associadas na última evolução

Tuberculose 12 9,6

Hepatite B 3 2,4

Hepatite C 4 3,2

Sífilis 2 1,6

Toxoplasmose 2 1,6

Pneumocistose 1 0,8

Candidíase oral e/ou esofágica 5 4,0

Condiloma 1 0,8

Frequência das PVHA que apresentaram passado de coinfecções associadas

Tuberculose 9 7,2

Hepatite B 7 5,6

Hepatite C 1 0,8

Sífilis 36 28,8

Toxoplasmose 1 0,8

(continua)

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Características clínicas n = 125 % Frequência das PVHA que apresentaram passado de coinfecções

associadas

Pneumocistose 1 0,8

Candidíase oral e/ou esofágica 9 7,2

Outros* 24 19,2

Frequência das PVHA que apresentaram comorbidades associadas na última evolução

Hipertensão arterial sistêmica 12 9,6

Diabetes Mellitus 6 4,8

Dislipidemia 9 7,2

Distúrbios psiquiátricos 4 5,6

Deficiência auditiva congênita 1 0,8

Convulsão 1 0,8

Frequência das PVHA que apresentaram passado de comorbidades

Dislipidemias 1 0,8

Uso de drogas ilícitas

Sim 30 24,0

Não 95 76,0

Uso de álcool

Sim 55 44,0

Não 70 56,0

Presença de limitação funcional associada ao HIV

Sim 3 2,4

Não 122 97,6

Acesso tardio**

Menos de 200 cel CD4+/mm3 24 24,2

Entre 200 e 350 cel CD4+/mm3 24 24,2

Mais de 350 cel CD4+/mm3 51 51,6

Uso de terapia antirretroviral

Sim 100 80,0

Não 25 20,0

Fonte: Elaboração própria.

PVHA: Pessoas Vivendo com HIV/Aids

*Outras coinfecções: herpes genital, herpes zoster, gonorreia, Papiloma Vírus Humano (HPV), tuberculose intestinal, condiloma, furun- culose recorrente, febre reumática, meningite bacteriana, vaginose e Hepatite A

**Acesso tardio: n = 99 pessoas (perda de 26 pessoas por não constarem no Siscel, HU, UFBA ou prontuário)

Quanto ao acesso tardio, aferido pela dosagem de linfócitos T CD4+/mm3, 51 indivíduos (51,6%) apresentaram valores de CD4+ maior que 350 cel/mm3e 100 indivíduos (80%) iniciaram tratamento no mesmo ano de cadastro no serviço.

Na Tabela 3, é possível verificar a associação entre histórico de falha terapêutica e variáveis clínicas e sociodemográficas.

Tabela 2 – Variáveis clínicas das PVHA atendidas em um serviço municipal de referência em IST/Aids e Hepatites Virais. Salvador, Bahia – 2015

(conclusão)

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Revista Baiana de Saúde Pública

Tabela 3 – Análise da associação de falha terapêutica e variáveis clínico-demográficas das PVHA atendidos em um serviço municipal de referência em IST/Aids e Hepatites Virais. Salvador, Bahia – 2015

Variáveis Histórico de falha terapêutica

Valor de p

Sim Não

N % N %

Sexo*

Masculino 3 5,0 57 95,0

Feminino 6 15,0 34 85,0

0,088 Faixa etária (anos)*

Menos de 20 2 40,0 3 60,0

20-29 3 8,3 33 91,7

30-39 2 6,5 29 93,5

40-49 1 6,3 15 93,8

50-59 - - 10 100,0

60 ou mais 1 50,0 1 50,0

Situação conjugal*

Solteiro/separado/viúvo 3 6,0 47 94,0

Casado/ união estável 2 7,1 26 92,9

Não informado 4 18,2 18 81,8

0,230 Orientação sexual*

Heterossexual 7 11,5 54 88,5

Homossexual - - 21 100,0

Bissexual - - 7 100,0

Não informado 2 18,2 9 81,8

0,225 Escolaridade (anos)*

Não alfabetizado 1 50,0 1 50,0

< 8 anos 4 10,5 34 89,5

≥ 8 anos 1 4,3 22 95,7

Não informado 3 8,1 34 91,9

0,183 Uso de drogas ilícitas*

Sim 1 4,5 21 95,5

Não 8 10,3 70 89,7

0,367 Uso de álcool*

Sim 2 4,8 40 95,2

Não 7 12,1 51 87,9

0,184 Mudança de terapia*

Sim 6 33,3 12 66,7

Não 3 3,7 79 96,3

< 0,001 Abandono de tratamento*

Sim 5 35,7 9 64,3

Não 4 4,7 82 95,3

Acesso tardio**

Menos de 200 cel CD4+/mm3 1 5,3 18 94,7

Entre 200 e 350 CD4+/mm3 2 8,7 21 91,3

Mais de 350 CD4+/mm3 4 9,1 40 90,9 0,931

p < 0,05 Teste Exato de Fisher

*Dados referentes a n = 100 pessoas (25 pessoas cadastradas em 2015 não iniciaram tratamento)

**Acesso tardio: n = 99 pessoas (perda de 26 pessoas por não constarem no Siscel, HU, UFBA ou prontuário)

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Foram consideradas pessoas cujo tratamento falhou,aquelas que ainda apresentavam as duas últimas dosagens de carga viral detectáveis após seis meses de tratamento antirretroviral ou após mudança de tratamento5. Houve associação estatisticamente significante entre faixa etária (p < 0,05), mudança de tratamento (p < 0,001) e abandono de tratamento (p < 0,01) à falha terapêutica.

DISCUSSÃO

Dos dados coletados das 125 pessoas, houve predomínio de indivíduos do sexo masculino, da faixa etária de 20 a 39 anos, cor da pele negra, baixa escolaridade, solteiros, separados ou viúvos e heterossexuais. Tuberculose foi a coinfecção mais prevalente e sífilis foi a doença mais presente no histórico de coinfecções. Houve predomínio de indivíduos que não acessaram o serviço tardiamente e a maioria não fazia uso de drogas nem de álcool.

No perfil clínico de PVHA acompanhadas no Semae em Salvador (BA), a tuberculose (TB) foi a coinfecção com maior incidência entre os indivíduos pesquisados.

Em 2013, o Brasil apresentou uma taxa de 9,8% de coinfectados HIV-TB, taxa semelhante a encontrada no presente estudo6. Essa micobacteriose está dentre as prioridades de controle desde 2003. As taxas de incidência e mortalidade vêm diminuindo ao longo dos anos, no entanto, ainda é um problema de saúde pública intimamente relacionado a exclusão social, más condições de vida, moradia precária, desnutrição e dificuldade de acesso aos serviços dos diversos níveis de atenção à saúde. A tuberculose pode provocar alterações anatômicas e impactos funcionais que podem perdurar até após a cura.

Enquanto a TB foi a coinfecção atual mais frequente, a sífilis foi a doença mais prevalente dentre aquelas coletadas no histórico de coinfecções associadas. Em estudo desenvolvido em Campinas (SP), ficou demonstrada uma taxa de 10% de casos de sífilis, num universo de 558 HSH recrutados para a pesquisa, realizada entre 2005 e 2006. Dentre esses, 19,5% eram coinfectados também por HIV7. No presente trabalho, foi identificada taxa um pouco mais elevada, o que demonstra a necessidade de realização de ações de detecção e tratamento precoce, bem como de atividades de educação em saúde sobre essa importante IST.

No que tange às comorbidades, a mais frequente dentre os indivíduos que vivem com HIV/Aids foi a hipertensão arterial sistêmica (HAS), enquanto na história pregressa, foi a dislipidemia. Em pesquisa desenvolvida no Pará, foram coletadas informações acerca de manifestações orais e sistêmicas em 300 pessoas com HIV. Foi encontrada uma taxa de 14,7%

de indivíduos com HAS, sendo a segunda comorbidade mais prevalente e representando taxa maior que a encontrada na amostra estudada8.

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Revista Baiana de Saúde Pública

Assim como a HAS aumenta o risco cardiovascular, a dislipidemia também é um importante fator que influencia nesse desfecho clínico. O fator preocupante é que além da má alimentação e sedentarismo, alguns medicamentos antirretrovirais podem elevar o colesterol total, LDL-C e triglicérides como resultado de reações adversas, a exemplo dos inibidores de protease e o efavirenz. O mecanismo de ação dos inibidores de protease no desencadeamento da dislipidemia não está completamente elucidado, no entanto, algumas teorias já foram apresentadas.

Carr et al.9 propuseram uma teoria baseada na homologia entre o sítio catalítico da protease do HIV (onde ocorre a ligação dos inibidores de protease) e proteínas envolvidas no metabolismo lipídico: CRABP-1 (Cyto plasmatic Retinoic Acid Binding Protein Type 1) e LRP (Low Density Lipoprotein Receptor Related Protein). Sendo assim, os inibidores de protease inibem etapas importantes do metabolismo humano, pois inibem a ação da CRBP-1 e se unem ao LRP, resultando em hiperlipidemia. Em razão da ocupação do sítio da CRBP-1, os inibidores de protease determinariam uma interrupção na metabolização do ácido retinóico e menor atividade da PPARy (Peroxisome-proliferator-activated receptor type gama). Esse último é importante para a diferenciação dos adipócitos e na apoptose dessas células, além de melhorar a sensibilidade periférica à insulina. Tais fenômenos conduzem à hiperlipidemia por redução do armazenamento periférico e aumento da liberação de lipídios na corrente sanguínea. Além disso, também já foi demonstrado que fatores genéticos, diferentes genótipos das lipoproteínas APOE e APOA5, aumentam o risco de hipertrigliceridemia e elevação do LDL-C10. Em outro trabalho envolvendo 113 pessoas, a prevalência de dislipidemia foi bem mais elevada que no presente estudo (66,7%)11. A baixa prevalência de dislipidemia na população estudada pode estar denotando um subdiagnóstico dessa comorbidade na população do Semae, visto que a comorbidade era contabilizada quando o seu diagnóstico estava descrito na evolução médica.

O perfil epidemiológico de PVHA do Semae é formado, majoritariamente, por indivíduos do sexo masculino, adultos jovens de 20 a 39 anos, negros, solteiros, separados ou viúvos e heterossexuais. A maior prevalência em heterossexuais e pessoas sem união estável também foi evidenciada num estudo no norte de Minas Gerais, bem como a tendência à feminização da epidemia, apesar da maior prevalência ainda ser na população masculina2,12. Estudos mais atuais do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids (Unaids) também corroboram com o dado encontrado. Houve um aumento de 11% da incidência da infecção no Brasil, sendo que um terço dessas novas infecções ocorreu em adultos jovens de 15 a 24 anos2,13.

Com relação à prevalência do HIV de acordo com a cor da pele, no Brasil, em 2015, houve uma predominância de indivíduos pardos (46,0%), seguidos de brancos (42,9%) e pretos (10,4%). De acordo com o Estatuto da Igualdade Racial, que define como população

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negra o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, 93,5% da população estudada é negra, proporção maior que a apresentada no país14. Outro estudo envolvendo idosos com HIV naturais de Pelotas (RS) demonstrou uma maior prevalência em brancos, acompanhando o perfil da população geral dessa cidade15. Já o local aqui estudado é a capital com maior população negra do Brasil, e a infecção por HIV acompanhou esse perfil, de acordo com os dados desta pesquisa16. Num trabalho desenvolvido no Centro Estadual Especializado, foi analisada a prevalência de uso de drogas ilícitas por parte das pessoas estudadas, e igualmente à presente pesquisa, a maioria não fazia uso17.

Dentre as pessoas que apresentaram falha terapêutica, a maioria deles já teve sua terapia modificada, no entanto, para 33,3% (três indivíduos) ainda não houve mudança de tratamento. Vários fatores podem influenciar negativamente nessa mudança de terapêutica precoce quando há falha, como a ausência de monitoramento dos exames de carga viral das pessoas cadastradas no serviço para que sejam priorizadas para consulta médica. Na análise bivariada realizada, o aspecto mais marcante desse grupo foi o histórico de abandono de tratamento. Já é consolidado na literatura que o abandono de tratamento é um dos principais fatores que levam à falha terapêutica, ou seja, a carga viral se manter detectável após mais de seis meses de tratamento. Isso demonstra a necessidade de o serviço construir uma resposta para o enfrentamento desse problema, como constituir grupos de adesão, contatar as pessoas faltosas a consultas médicas e farmácia, dentre outras ações. As causas de falha terapêutica podem ser clínicas, psicológicas ou sociais, o que exige um manejo adequado e efetivo por equipe especializada, em que o acesso a exames laboratoriais, consultas e medicamentos deve acontecer de forma rápida e eficaz a fim de não acumular mais mutações no vírus18.

Corroborando com os dados encontrados no presente estudo, em que a maioria dos indivíduos que apresentam falha terapêutica estão na faixa etária de 20 a 39 anos, estudos também evidenciam um maior risco de desenvolvimento de falha terapêutica nos indivíduos mais jovens19.

Conquanto, o acesso a todas essas tecnologias de saúde não garante o sucesso terapêutico por si só, principalmente porque o acesso tardio ao serviço aumenta o risco de desenvolvimento de infecções oportunistas que podem deixar sequelas. Quanto às limitações funcionais associadas ao HIV, essa condição se apresentou de forma minoritária na amostra coletada. Várias são as infecções oportunistas ou condições clínicas desencadeadas pelo próprio vírus que são responsáveis pela limitação funcional do indivíduo com Aids. Algumas causam limitações neurológicas, como hemiparesia, hemiplegia, demências e distúrbios de coordenação, desencadeadas por neurotoxoplasmose, varicela-zoster, leucoencefalopatia multifocal progressiva,

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Revista Baiana de Saúde Pública

dentre outras5. Somados às infecções e ao efeito deletério do próprio vírus no sistema nervoso central, alguns medicamentos podem provocar importantes desordens neurológicas, neuropsicológicas e psicológicas, dentre eles o efavirenz, medicamento ainda amplamente utilizado. Já foi comprovada in vitro a toxicidade neuronal que provoca por ele. Além disso, Brown et al. demonstraram que o efavirenz aumenta a solubilidade da beta-amiloide, importante proteína envolvida na doença de Alzheimer, e promove o aumento da expressão da enzima β- secretase-1, aumenta o estresse oxidativo mitocondrial e diminui a fagocitose microglial da proteína beta amiloide. Isso pode contribuir em parte para as desordens neurocognitivas associadas ao HIV (HAND, do inglês HIV Associated Neurocognitive Disorders)20-22. A baixa prevalência de limitação funcional dentre os usuários do serviço pode se dar devido à dificuldade do acesso à infraestrutura física do Semae, bem como ao nível de atenção de média complexidade oferecido pelo órgão. É possível que as pessoas que apresentam estágios mais avançados da doença estejam sendo acompanhados em centros de alta complexidade.

Com relação ao acesso tardio ao serviço, avaliado de acordo com o critério de primeira dosagem de células CD4+, ou seja, avalia quão avançada está a doença no momento em que o paciente adentra no serviço, indivíduos que acessam o serviço com contagem de células CD4+ abaixo de 200 cel/mm3 são classificados como apresentação com Aids avançada e indivíduos com contagem de CD4+ abaixo de 350 cel/mm3 o risco de desenvolvimento de condições definidoras de Aids aumenta exponencialmente23. Por isso, devido também ao aumento do risco de aparecimento de doenças não infecciosas, é importante iniciar a terapia antirretroviral o mais precoce possível. Em outra pesquisa, foi demonstrado que na população de HSH, a apresentação tardia ao serviço foi de 30 a 40%, proporção semelhante à aqui encontrada (48,4%)24. No estudo ATASS, 32,0% das PVHA apresentaram-se no serviço com CD4+ abaixo de 200 cel/mm3 e 51,9% com CD4+ abaixo de 350 cel/mm3. Confrontando tais dados com os do presente estudo, é possível observar que o cenário de apresentação tardia no Semae apresentou índices menores25. A partir de 2003, o Ministério da Saúde instituiu campanhas de prevenção e testagem denominada Fique Sabendo. Ao longo do tempo houve uma expansão desse programa o que contribui para um diagnóstico precoce e um acesso imediato aos serviços de saúde para tratamento e monitoramento. Outro estudo, que identificou áreas sob maior risco de casos de Aids, demonstrou que Salvador (BA) apresentou um aumento da densidade de casos de Aids no período de 2008-2011, e, portanto, trata-se de uma região que necessita da intervenção de campanhas como a Fique Sabendo26.

As limitações do presente estudo perpassam pela amostra retratar apenas o período de 2015, sem seguimento para avaliação de melhoria ou não dos indicadores, além do aparecimento

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de informações conflitantes, como a variável orientação sexual, fruto da obtenção de informação através de dados secundários (prontuários e banco de dados de sistemas de informação).

CONCLUSÃO

Os resultados do presente estudo permitiram concluir que o perfil clínico- epidemiológico de PVHA acompanhadas no Semae é formado por indivíduos do sexo masculino, na faixa etária de 20 a 39 anos, negros, solteiros, separados ou viúvos, heterossexuais e não usuários de drogas. A TB foi a coinfecção mais prevalente dentre os indivíduos pesquisados e sífilis foi a doença mais presente dentre aquelas coletadas no histórico de coinfecções associadas.

Já a comorbidade mais frequente dentre os indivíduos que vivem com HIV/Aids foi HAS, e na história pregressa, a comorbidade mais presente foram as dislipidemias. Adultos jovens tiveram maior ocorrência de falha terapêutica e a maioria não acessou o serviço tardiamente, apesar de ainda haver grande número de pessoas acessando o serviço com o risco aumentado de desenvolvimento de condições definidoras de Aids.

Diante do estabelecimento do perfil clínico epidemiológico dessas pessoas, foi possível identificar que é necessário que se fortaleçam, nesse município, ações de redução de danos, com fornecimento de insumos preventivos, e atividades de educação em saúde, voltadas ao incentivo de hábitos de vida saudáveis e modos de prevenção de doenças. Juntamente a isso, é preciso assegurar que os centros de saúde especializados disponham de equipe multidisciplinar que permita o manejo adequado do HIV e das coinfecções e comorbidades associadas à doença, oferecendo assim um atendimento integral a essa população. Vale ressaltar que outros estudos, preferivelmente multicêntricos, incluindo dados dos outros serviços de atenção especializada de Salvador, devem ser realizados, aumentando assim a amostra a fim de consolidar tais dados clínico-epidemiológicos para esse município. Igualmente, é importante a implantação de sistemas de informação de prontuário para que os dados para planejamento e monitoramento possam ser acessados e compilados de forma mais rápida e eficaz.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos à estudante de Fisioterapia da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) Isadora Rosa pelas contribuições na coleta de dados; à equipe do Laboratório de Pesquisa de Infectologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) pelo acesso ao Sistema de Controle de Exames Laboratoriais da Rede Nacional de Contagem de linfócitos CD4+/CD8+ e Carga Viral (Siscel); e à equipe do Serviço Municipal de Assistência Especializada (Semae), Salvador (BA) por viabilizar a logística do estudo.

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Revista Baiana de Saúde Pública

COLABORADORES

1. Concepção do projeto, análise e interpretação dos dados: Talita Miranda Pitanga Barbosa e Fernanda Warken Rosa Camelier.

2. Redação do artigo e revisão crítica relevante do conteúdo intelectual: Talita Miranda Pitanga Barbosa, Marcio Costa de Souza, Aníbal de Freitas Santos Júnior e Fernanda Warken Rosa Camelier.

3. Revisão e/ou aprovação final da versão a ser publicada: Talita Miranda Pitanga Barbosa, Marcio Costa de Souza, Aníbal de Freitas Santos Júnior e Fernanda Warken Rosa Camelier.

4. Ser responsável por todos os aspectos do trabalho na garantia da exatidão e integridade de qualquer parte da obra: Talita Miranda Pitanga Barbosa e Fernanda Warken Rosa Camelier.

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Recebido: 3.5.2017. Aprovado: 7.12.2020.

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