Convenção Americana Sobre Direitos Humanos
O texto a seguir contém a íntegra da “Convenção Americana Sobre Direitos Humanos”, tratado internacional do qual o Brasil é signatário, e do Decreto 678/92, que a promulgou.
Com relação a este tratado, segue o texto abaixo extraído da Sumula Vinculante nº 25 do Supremo Tribunal Federal – STF, que o classifica como “estando abaixo da Constituição, porém acima da legislação interna”.
2. Há o caráter especial do Pacto Internacional dos Direitos Civis Políticos (art. 11) e da Convenção Americana sobre Direitos Humanos - Pacto de San José da Costa Rica (art. 7°, 7), ratificados, sem reserva, pelo Brasil, no ano de 1992. A esses diplomas internacionais sobre direitos humanos é reservado o lugar específico no ordenamento jurídico, estando abaixo da Constituição, porém acima da legislação interna. O status normativo supralegal dos tratados internacionais de direitos humanos subscritos pelo Brasil, torna inaplicável a legislação infraconstitucional com ele conflitante, seja ela anterior ou posterior ao ato de ratificação.
(Os destaques foram feito por mim.)
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumario.asp?sumula=1268
Torna-se claro, portanto, que o tratado tem supremacia em relação a qualquer Lei, Decreto, Instrução Normativa, qualquer que seja a sua origem. No caso específico que estamos discutindo, a formação moral e a educação da criança são dever e direito dos pais e, em situações especiais, dos tutores legais.
A família tem o direito de impedir que seus filhos menores recebam educação religiosa, moral, ética e política diferente daquela que ela – a família – considerar correta, não sendo permitido ao Estado e aos educadores em geral contrariar essa orientação, sob pena de responsabilização administrativa, civil e penal.
Nesse sentido são fundamentais os artigos 5º, 1; 12º, 4; 17º, 1 e 19º, que garantem o direito à integridade física, psíquica e moral de cada pessoa, definindo que a família – entenda-se aqui pais ou tutores legais – deve decidir qual é a educação moral e religiosa adequada a seus membros menores.
A garantia da preservação da integridade psíquica e moral, citada no artigo 5º, inclui a obrigatoriedade de preservar-se a criança de receber estímulos e até mesmo conhecimentos que não estejam adequados a seu estágio de desenvolvimento. Depreende-se, assim, que a família tem o direito de impedir que tanto as escolas como os professores apresentem a seus filhos conteúdo que considerem ofensivos à orientação moral que pretendam para seus filhos, ou que sejam inadequados para sua idade.
Artigo 5º - Direito à integridade pessoal
1. Toda pessoa tem direito de que se respeite sua integridade física, psíquica e moral.
Artigo 19º - Direitos da criança
Toda criança tem direito às medidas de proteção que a sua condição de menor requer por parte da sua família, da sociedade e do Estado.
Artigo 12º - Liberdade de consciência e de religião
4. Os pais, e quando for o caso os tutores, têm direito a que seus filhos ou pupilos recebam a educação religiosa e moral que esteja acorde com suas próprias convicções.
Artigo 17º - Proteção da família
1. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e deve ser protegida pela sociedade e pelo Estado.