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A MULHER E O MERCADO DE TRABALHO: A DINÂMICA NACIONAL ( )

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A MULHER E O MERCADO DE TRABALHO: A DINÂMICA NACIONAL (1990-2008)

RESUMO:Este artigo teve como objetivo verificar a evolução da mulher no mercado de trabalho. Foi elaborado através de pesquisa bibliográfica, de caráter comparativo.

A fundamentação teórica terá embasamento nos cinco fatores compensatórios da teoria de Adam Smith. As mulheres obtiveram grandes conquistas, representando uma grande parcela da população formalmente empregada no Brasil, onde um dos motivos dessa conquista ocorreu devido sua determinação e persistência com relação ao grau de escolaridade.

PALAVRAS-CHAVE: Mulher; Evolução; Mercado de Trabalho.

ABSTRACT: This study aimed to evaluate the evolution of women in the labor market.

It was developed through a literature review of comparative character. The theoretical foundation has five factors in the compensatory theory of Adam Smith.

Women had great achievements, representing a large portion of the population formally employed in Brazil, where one of the reasons this achievement was due to his determination and persistence in relation to schooling.

KEY – WORDS: Women; Evolution; Labor Market.

1 INTRODUÇÃO

A discriminação nas sociedades humanas vem ocorrendo há muitos anos e causando grandes discussões. Onde existe a diferença, existem indivíduos cujas vidas são prejudicadas por pertencerem a um ou a outro grupo. A discriminação existe em todos os continentes, em inúmeros paises, em muitas culturas, enfim, é uma prática universal.

A conquista feminina teve seu início com a II Guerra Mundial (1939 – 1945) quando os homens foram para as frentes de batalha e as mulheres passaram a assumir os negócios da família e a posição dos homens no mercado de trabalho.

Após a guerra, alguns dos homens que sobreviveram ao conflito foram mutilados e impossibilitados de voltar ao trabalho. Foi nesse momento que as mulheres sentiram-se na obrigação de deixar a casa e os filhos para levar adiante os projetos e o trabalho que eram realizados pelos seus maridos (RAQUEL, 2008).

Neste artigo pretende-se analisar a evolução da mulher no mercado de trabalho em âmbito nacional, no período de 1990 a 2008.

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O presente artigo será realizado através da utilização do método comparativo.

Este método realiza comparações com a finalidade de verificar semelhanças e explicar divergências, é usado tanto para comparações de grupos no presente, no

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passado, ou entre os existentes e os do passado, quanto entre sociedades de iguais ou de diferentes estágios de desenvolvimento (ANDRADE, 2009).

Uma das esferas na qual é possível mensurar os efeitos da discriminação é o mercado de trabalho. Em uma abordagem teórica, Adam Smith (1998), identifica cinco fatores que ocasionam as distinções em termos de renda, no mercado de trabalho, sendo estas:

a) Os salários variam com o caráter mais ou menos agradável do emprego: fácil ou difícil, limpo ou sujo, digno ou degradante. Os pescadores e caçadores não são bem remunerados, já que na fase primitiva da civilização a caça e a pesca eram realizados por necessidade e hoje é visto mais como uma forma de prazer.

b) Os salários do trabalho variam com o custo da aprendizagem do ofício: o que justifica o fato dos trabalhadores do campo receberem valores inferiores em relação aos médicos e advogados, tendo em vista que nesses casos, há uma preparação mais longa e de maiores investimentos.

c) Os salários variam com a segurança do emprego: o operário que trabalha com carteira assinada em uma indústria, tem seu emprego garantido, em quase todos os dias do ano em que puder trabalhar, sendo assim, a segurança do emprego garante desta forma o sustento da família. Já um pedreiro tem sua profissão ameaçada pelas condições do tempo, visto que, por exemplo, não se pode trabalhar exposto a muito frio ou chuva.

d) Os salários variam com a confiança depositada no trabalhador: os salários dos joalheiros são superiores aos de algumas profissões, devido aos metais preciosos que lhes são confiados. Muitas vezes confiamos também nossa saúde aos médicos, nossa fortuna, vida ou reputação aos advogados, por isso são tão bem remunerados e ocupam um lugar na sociedade condizente com a importância da confiança neles depositada.

e) Os salários variam com as probabilidades de êxito: a probabilidade de que uma pessoa venha ter a qualificação necessária para a atividade na qual é preparada é diferente em vários empregos. Um aprendiz de sapateiro com certeza aprenderá a fazer um par de sapatos, porém, quando imposto a estudar as leis, haverá pelo menos vinte probabilidades para uma de ele não conseguir a competência necessária para poder ganhar a vida nesta atividade.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A evolução da mulher no mercado de trabalho vem ocorrendo gradativamente. Em 1990 as mulheres empregadas formalmente no Brasil já vinham apresentando um grau de instrução maior que os homens. Conforme Tabela 1, observa-se que o maior percentual apresentado é de mulheres que concluíram o ensino médio, ou seja, 25%, enquanto o maior percentual apresentado pelo sexo masculino é de conclusão da 4º série, o que equivale a 21%.

TABELA 1 – Grau de Instrução dos trabalhadores empregados formalmente no Brasil em 1990

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Fonte: MTE/RAIS (2010

Em 2008 as mulheres continuam destacando-se em relação ao sexo masculino. Conforme Tabela 2, observa-se que o maior percentual apresentado é de mulheres que concluíram o ensino médio, ou seja, 42%, enquanto o maior percentual apresentado pelos homens é de 36%.

TABELA 2 – Grau de Instrução dos trabalhadores empregados formalmente no Brasil em 2008

Fonte: MTE/RAIS (2010)

No período de 1990-2008, as mulheres evidenciam maior preocupação com sua formação, havendo uma constante evolução. Elas estão comprometidas com o trabalho e com o aprendizado. O sexo masculino também demonstrou evolução entre 1990 a 2008, porém não o suficiente para se igualar as mulheres.

Nas Tabelas 3 e 4 veremos a participação da mulher no mercado de trabalho.

Grau de Instrução masculino % feminino % total

analfabeto 566.712 4 215.293 3 782.005

4 série incompleta 2.139.364 14 585.637 7 2.725.001 4 série completa 3.194.915 21 1.064.688 13 4.259.603 8 série incompleta 2.516.901 17 1.058.050 13 3.574.951 8 série completa 2.033.866 14 1.030.802 13 3.064.668 2 Gr. Incompleto 1.023.901 7 680.256 8 1.704.157 2 Gr. Completo 1.800.611 12 2.010.893 25 3.811.504 Superior Incompleto 425.471 3 369.014 5 794.485 Superior Completo 1.142.375 8 1.080.595 13 2.222.970

Mestrado 0 0 0 0 0

Doutorado 0 0 0 0 0

Ignorado 158.299 1 101.013 1 259.312

total 15.002.415 100 8.196.241 100 23.198.656

Grau de Instrução masculino % feminino % total

analfabeto 192.030 1 46.138 0 238.168

5 série incompleta 1.198.798 5 342.249 2 1.541.047 5 série completa 1.576.119 7 559.408 3 2.135.527 6 a 9 incompleta 2.523.973 11 957.444 6 3.481.417 8 série completa 3.854.573 17 1.762.207 11 5.616.780 Médio Incompleto 2.148.306 9 1.128.988 7 3.277.294 Médio Completo 8.359.464 36 6.852.555 42 15.212.019 Superior Incompleto 807.928 3 869.274 5 1.677.202 Superior Completo 2.501.153 11 3.609.275 22 6.110.428

Mestrado 50.855 0 62.593 0 113.448

Doutorado 21.782 0 16.454 0 38.236

Ignorado 0 0 0 0 0

total 23.234.981 100 16.206.585 100 39.441.566

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Em 1990 a mulher representava uma parcela de 35% da população formalmente empregada no Brasil. Sendo o maior índice na Região Norte e Nordeste, onde representavam 40%, em ambas as regiões.

TABELA 3 – Participação da mulher no mercado de trabalho por Região em 1990

Fonte: MTE/RAIS (2010)

Em 2008 este número de mulheres empregada formalmente é ainda mais expressivo, 41% da população empregada formalmente no Brasil. Sendo o maior índice na Região Sul com 43%, seguida da região Nordeste com 42%, conforme Tabela 4.

TABELA 4 – Participação da mulher no mercado de trabalho por Região em 2008

Fonte: MTE/RAIS (2010)

A participação da mulher no mercado de trabalho vem aumentando. Entre 1990 a 2008 o número de mulheres ativas no mercado de trabalho aumentou em aproximadamente 97,7%. Desta maneira, percebe-se que a evolução das mulheres se deu por vários motivos, porém, destacamos a busca incessante pelo conhecimento, importante variável do capital humano.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente, o perfil das mulheres é muito diferente do apresentado no começo do século. Foram muitas lutas, muitas derrotas, geralmente ocupavam cargos mais desqualificados do que os homens e nas funções de menor prestígio social. Mas aos poucos vão conquistando seus espaços, começam a ganhar seu próprio dinheiro, ser independente, ter sua competência reconhecida, ingressam em

Região masculino % feminino % total %

Norte 501.153 60 331.981 40 833.134 100

Nordeste 2.205.963 60 1.464.894 40 3.670.857 100

Sudeste 8.630.201 66 4.420.894 34 13.051.095 100

Sul 2.482.041 63 1.438.874 37 3.920.915 100

Centro-oeste 905.341 65 478.699 35 1.384.040 100

Ignorado 277.716 82 60.899 18 338.615 100

Brasil 15.002.415 65 8.196.241 35 23.198.656 100

Região masculino % feminino % total %

Norte 1.220.886 59 859.123 41 2.080.009 100

Nordeste 4.004.192 58 2.944.517 42 6.948.709 100

Sudeste 12.153.350 60 8.232.669 40 20.386.019 100

Sul 3.873.352 57 2.929.490 43 6.802.842 100

Centro-oeste 1.983.201 62 1.240.786 38 3.223.987 100

Ignorado 0 0 0 0 0 0

Brasil 23.234.981 59 16.206.585 41 39.441.566 100

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cargos de grande valorização, tais como: ministras, deputadas, vereadoras, engenheiras e policiais.

Hoje elas apresentam uma dupla jornada de trabalho, pois além de trabalhar e ocupar cargos de responsabilidade assim como os homens, elas ainda realizam as tarefas tradicionais, como a de ser mãe, esposa e dona de casa.

As mulheres são persistentes e perfeitamente capazes de conquistar aquilo que desejam, provocando mudanças profundas no decorrer da história da humanidade.

5 REFERÊNCIAS

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução À Metodologia do Trabalho Científico. 9.

Ed. São Paulo: Atlas, 2009.

Ministério da Educação (ME). Cadernos de Eja: Mulher e Trabalho. São Paulo:

Unitrabalho, 2007.

MTE. Ministério do Trabalho e Emprego – Base de dados RAIS. Disponível em

<http://www.mte.gov.br>. Acesso em: março/2010.

Raquel, Tatiane. Evolução da Mulher no Mercado de Trabalho. Disponível em:

http://www.webartigos.com. Acesso em 20 de março de 2010.

SMITH, Adam. A Riqueza das Nações: Um inquérito sobre a natureza e as causas da riqueza das nações. Volume I.Rio de Janeiro: Ediouro, 1998.p. 233-243.

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