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HIPERTENSÃO ARTERIAL, AVC: A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NOS GRUPOS OPERATIVOS

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Rev. Edu., Meio Amb. e Sde 2008; 3(1):189-196.

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HIPERTENSÃO ARTERIAL, AVC: A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NOS GRUPOS OPERATIVOS

ARTERIAL HYPERTENSION, BVA: THE IMPORTANCE OF THE NURSE IN OPERATIVE GROUPS

RESUMO

A hipertensão arterial é mais elevada em homens e negros do que em mulheres e brancos. As pessoas que a possuem freqüentemente não evidenciam sintomas. Neste contexto, o trabalho do enfermeiro é de grande importância, principalmente aqueles que atuam em cidades do interior do país. O objetivo deste estudo foi levantar dados estatísticos acerca da ocorrência de internação de pacientes acometidos por acidente vascular cerebral em conseqüência da hipertensão arterial. Trata-esse de uma pesquisa descritiva e comparativa com análise de documentos onde foram analisados indicadores de 2004, 2005 mostrando o número de internação por acidente vascular cerebral antes e depois de serem implantados os grupos operativos de hipertensão arterial. A finalidade da pesquisa é mostrar como estratégias de educação, hábitos alimentares, de vida, também medicamentoso são importantes e essa idéia é proposta nas reuniões dos grupos operativos de hipertensão arterial pelos enfermeiros, com o objetivo de diminuir o número de internação por acidente vascular cerebral.

Palavra chave: grupo operativo, hipertensão, AVC

ABSTRACT

The arterial hypertension is more common in men and black people than in women and white people. People with arterial hypertension generally do not show symptoms. In this context, the work of nurses is of great importance, especially of those who work in towns of the interior of the country. The goal of this work was to collect statistical data concerning the occurrence of hospitalization of patients with brain vascular accident as a consequence of arterial hypertension. It is a descriptive and comparative research, containing documental analysis with investigation of indicators of 2004 and 2005. This research shows the number of hospitalizations of individuals with brain vascular accident before and after arterial hypertension operative groups were implemented.

The aim of the research is to demonstrate how education strategies, food, life and drug habits are important. This idea is proposed in the arterial hypertension operative groups meetings by the nurses, with the objective of decreasing the number of hospitalization of individuals with brain vascular accident.

Keywords: operative group, hypertension, BVA Sirlei Guerra Paiva1

Lídia Marcia Heringer Sanabria1

1Faculdade do Futuro

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. Edu., Meio Amb. e Sde 2008; 3(1):189-196.

INTRODUÇÃO

Em torno de 20% da população adulta desenvolve hipertensão arterial, mais de 90% sem causa identificável (hipertensão primária) que se desencadeia devido a histórico familiar, estresse, obesidade, ingestão de sódio e gorduras saturadas, uso excessivo de cafeína, álcool ou tabaco, etc. A hipertensão arterial secundária é o termo utilizado para significar a pressão arterial alta a partir da causa identificada que levam a complicações (Hargrove 1998). A hipertensão arterial é mais elevada em homens do que em mulheres e é mais elevada em negros (Hargrove 1998).

A hipertensão arterial é por vezes chamada de “assassina silenciosa”, porque as pessoas que a possuem freqüentemente não evidenciam sintomas. Burt et. al. (1995), em um estudo nacional, dizem que 32% das pessoas que apresentam pressões arteriais elevadas deveriam ser monitoradas a intervalos regulares, porque a hipertensão é uma condição para o resto da vida.

Embora o volume sanguíneo não esteja diretamente ligado a pressão arterial, o controle a longo prazo é baseado na idéia de que a pressão é mantida pelos rins em um nível necessário para excretar em um volume de urina aproximadamente equivalente ao aporte diário de líquidos. O Ministério da Saúde (Brasil 2005) nos diz que a hipertensão arterial constitui um dos principais fatores de risco populacional para doenças cardiovasculares apresentando agravos à saúde, dos quais cerca de 60% a 80% dos casos podem ser tratados na rede básica de saúde. O governo federal criou o programa do hiperdia, onde são cadastrados todos os pacientes hipertensos e diabéticos, a fim de receber os medicamentos básicos do Ministério da Saúde para o tratamento, dentre eles estão o captopril, hidroclorotiazida e propranolol.

Uma das complicações da hipertensão arterial é o AVC. Referindo-se ao Acidente Vascular Cerebral (AVC) é o termo genérico que se refere a qualquer anormalidade funcional do sistema nervoso central (SNC) que acontece quando o suprimento sanguíneo normal para o cérebro é prejudicado. Eles são divididos em:

isquêmicos (85%), nos quais têm lugar a oclusão e a hipertensão significativa, e hemorrágicos (15%), nos quais existe extravasamento do sangue para dentro do cérebro (Brunner e Suddart 2005).

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O Ministério da Saúde (Brasil 2001) diz também que embora os esforços de prevenção tenham gerado um declínio na incidência durante os últimos anos, o acidente vascular cerebral ainda é a terceira causa principal de morte no Brasil.

Segundo protocolo do Programa de Saúde da Família (PSF 2004) o enfermeiro desenvolve seu processo de trabalho junto a equipe de saúde e na comunidade, onde podemos citar algumas atribuições básicas como, promover qualidade de vida e contribuir para tornar o meio ambiente mais saudável, aproveitar os contatos com a comunidade para promover ações de educação em saúde e, além disso, ser um bom líder. O enfermeiro que aí atua deve gostar do trabalho em equipe, trabalhar com planejamento e programar as ações em saúde, deve ter capacidade de organizar grupos e reuniões nas comunidades e verificar a qualificação adequada da equipe de trabalho.

E ainda, segundo Chaves e Araújo (2006) o enfermeiro exerce papel importante dentro do contexto da hipertensão arterial, abrangendo aspectos que vão desde a participação em programa de detecção precoce, até o desenvolvimento de estratégias para garantir adesão ao tratamento. A educação para hipertensos deve ser associada a assistência ao paciente, de modo a prover, todos os recursos necessários para o tratamento adequado (Brasil 2001).

O objetivo deste estudo foi levantar dados estatísticos acerca da ocorrência de internação de pacientes acometidos por AVC em conseqüência da Hipertensão Arterial, sendo objetivo específico, comparar a ocorrência de internações por AVC nos anos de 2004 e 2005 de um Município no interior de Minas Gerais, tendo como parâmetro estadual a estatística do Estado de Minas Gerais, segundo o Ministério da Saúde (MS).

Foi utilizada pesquisa descritiva e comparativa utilizando a técnica de análises documentais. Para Demo (1995) a pesquisa descritiva é o trabalho da coleta de dados, sistematização destes, o estudo e a produção de quadros teóricos de referência, que estariam na origem da explicação da realidade, restringindo-se, portanto, a contar que existe.

Cervo (2002) diz, que atualmente, a estatística, é considerada um dos mais úteis instrumentos de trabalho em todos os campos da investigação. E, no momento

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em que a computação eletrônica está a alcance dos pesquisadores de nível universitário, a estatística atinge um grau de sofisticação do mais elevado padrão.

Segundo Lakatos (2000) o método comparativo é usado tanto para comparações de grupos no presente, no passado ou entre os existentes e os do passado, quanto entre sociedades de iguais ou de diferentes estágios de desenvolvimento. Desse modo, foram consultados indicadores de internação por acidente vascular cerebral (AVC) nos anos de 2004 e 2005 de um município do interior de Minas Gerais.

A hipertensão arterial (HA) é a pressão arterial sistólica superior a 140 mmhg e a pressão diastólica maior que 90 mmhg durante um período sustentado com base média de duas ou mais mensurações da pressão arterial. O tratamento inclui estratégias como educação, modificação nos hábitos alimentares e de vida, e se necessário, medicamentos. Através dos grupos operativos que é o acompanhamento de apoio da equipe de saúde, por meio dos profissionais enfermeiros, auxiliares, médicos e agentes comunitários de saúde, o paciente é estimulado a adotar hábitos saudáveis de vida.

As reuniões dos grupos acontecem periodicamente, onde os enfermeiros falam da importância de se manter o peso adequado, pois a obesidade é um fator de risco que pode levar à hipertensão arterial, também falam da importância da prática regular de atividades físicas, que se moderadas, aumentam o ritmo dos batimentos cardíacos fazendo com que a pessoa mantenha-se aquecidas e respirem um pouco mais rápido que o normal, mas sem dificuldades, e que a mesma deve ser introduzida de forma gradativa na rotina das pessoas, respeitando o limite do corpo.

Falam também sobre o hábito de fumar que é um fator de risco para doenças do coração e dos vasos sanguíneos, câncer, enfisema, etc. encorajando o paciente a abandonar o vício, assim também como alcoolismo e outras drogas.

Nos grupos, os enfermeiros também ressaltam a importância de incentivar o consumo de fibras alimentares (frutas, verduras, legumes, leguminosas, cereais integrais), pois, além de melhorarem o trânsito intestinal, retardam o esvaziamento gástrico, proporcionando maior saciedade e um efeito positivo no controle dos lipídeos sanguíneos que podem levar a hipertensão arterial. Também evitar alimentos ricos em gordura saturada e colesterol gordura de origem animal, carne de

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porco, lingüiça, etc. Ainda sobre a redução de sal para 5 g na hipertensão arterial controlada e 2 g hipertensão arterial grave, falam da ingestão de potássio para prevenir o aumento da pressão arterial e preservar a circulação cerebral evitando o acidente vascular cerebral. Enfim, se o paciente seguir as orientações, ele contribuirá para valores pressóricos normais e auxiliará na prevenção e complicação da hipertensão arterial.

Todas as dúvidas dos pacientes são esclarecidas nos grupos durante as reuniões, onde se tem alguns momentos de descontração, e alguns pacientes falam de suas experiências. O médico da equipe do Programa e Saúde da Família quase sempre participa, contribuindo com sua orientação, tirando algumas dúvidas do grupo fortalecendo e enriquecendo ainda mais a reunião. Nos grupos também, há orientação de como se tomar o medicamento corretamente, na hora certa, pois o tratamento medicamentoso é essencialmente importante para o controle da hipertensão arterial.

A relação do enfermeiro com o paciente durante a reunião dos grupos se torna uma relação de amizade, alegria e principalmente confiança, que através da simplicidade de palavras, atos e também cuidados têm conseguido obter resultados magníficos e importantes para o município. À partir do momento que os enfermeiros do PSF começaram a trabalhar com grupos operativos de hipertensão arterial, os indicadores apontaram a importância do acompanhamento do hipertenso.

A Figura 1, abaixo, mostra o município em 2004 com apenas uma equipe de PSF onde eram acompanhados somente uma parte dos hipertensos, vê-se então um número alto de internação por acidente vascular cerebral. Já em 2005 esse número diminuiu consideravelmente à partir do momento que o município montou mais duas equipes de PSF fechando em 100% a cobertura do município. Portanto em 2005 o número de internação por acidente vascular cerebral diminuiu ainda mais devido ao acompanhamento de todos os hipertensos do município em questão, através dos grupos operativos de hipertensão arterial.

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Figura 1 – Taxa de internação por acidente vascular em município do interior de Minas Gerais antes da implantação da segunda equipe de PSF (2004) e após a implantação da equipe de PSF (2005), quando os índices ficaram abaixo dos índices gerais do estado (MG). Fonte: Data SUS – SIH – Ministério da Saúde.

Vale lembrar também que o resultado desses indicadores, diminui o gasto financeiro que o município tem com internações, fazendo também com que essas AIHS (autorização para internação hospitalar) não usadas possam ficar disponíveis para outras internações como, por exemplo, as de urgência e emergência. É importante ressaltar mais uma vez a diferença que faz o trabalho do enfermeiro nos grupos operativos de hipertensão arterial, pois os resultados desses indicadores mostram concretamente o trabalho sério, importante, responsável e do profissionalismo do enfermeiro dentro das equipes do Programa e Saúde da Família.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O enfermeiro tem desempenhado um papel extremamente importante priorizando o desenvolvimento das ações básicas de saúde, dentre eles o acompanhamento do hipertenso nos grupos operativos de hipertensão arterial. O Ministério da Saúde através de programas como hiperdia, saúde em casa, tem

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garantido melhores condições de saúde, e aumento da cobertura dos serviços com melhor resolutividade.

A hipertensão arterial é uma patologia que, se não tratada pode levar ao AVC e outras complicações, mas o trabalho do enfermeiro nos grupos tem como objetivo ver uma população com melhor qualidade de vida. Apesar dos desafios e dificuldades, encontradas, principalmente em municípios de pequeno porte, vimos que se tratada e acompanhada adequadamente, o AVC pode ser evitado.

Reunindo grupos periódicos, com informações e orientações corretas sobre hipertensão arterial, o interesse dos pacientes pelo assunto tem aumentado e com isso, resultados ainda mais satisfatórios, diminuindo ainda mais os índices aqui expostos. É importante lembrar aos profissionais de saúde, que lidam diretamente com o usuário que informações bem dadas e corretas, trazem não só o resultado, que é o objetivo do serviço de saúde, mas também, confiança, e acima de tudo respeito com o profissional.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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