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DOENÇA DE LYME E A PERDA AUDITIVA NEUROSSENSORIAL BILATERAL SÚBITA Anna Mariáh Ribeiro Oliveira

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Academic year: 2021

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DOENÇA DE LYME E A PERDA AUDITIVA NEUROSSENSORIAL BILATERAL SÚBITA

Anna Mariáh Ribeiro Oliveira

1

Ariane Pereira Martins

2

Letícia Nunes Oliveira

2

Maria Júlia Gomes Andrade

2

Eric Mateus Nascimento de Paula

3

A Doença de Lyme (DL) é uma zoonose de caráter multissistêmico provocada por uma resposta autoimune a infecção por espiroquetas do complexo Borrelia burgdorferi sensu lato e transmitida pela picada de carrapatos do grupo Ixodes ricinus. Pode ocorrer em qualquer idade, porém com maior prevalência em crianças de cinco a nove anos, e adultos de 35 aos 55 anos, sem predominância de sexo. Clinicamente é caracterizada por ser uma doença silenciosa e dividida em três estágios (inicial localizada, inicial disseminada e tardia) com sintomatologias diferentes. Quadros mais brandos são relatos associados a febre baixa, calafrio, mialgia, artralgia, cefaleia, adenomegalia e elevação transitória de enzimas hepáticas; já em quadros mais avançados são encontradas complicações articulares, neurológicas e cardíacas.

Independente do estágio, a conduta indicada é a antibioticoterapia. Quando os sintomas persistem por mais de 6 meses pode se dizer que o paciente desenvolveu a síndrome pós-DL.

A literatura descreve que a DL causa perda auditiva neurossensorial bilateral súbita em cerca de 20% dos pacientes acometidos, entretanto é definida como uma manifestação rara. Isso se deve ao fato de que Pacientes com DL não tem alterações laboratoriais específicas. E em alguns casos a surdez súbita poderá ser a única manifestação, apesar de ser uma enfermidade normalmente multissistêmica. O comprometimento do oitavo par de nervos cranianos (ou nervo vestibulococlear) é raramente descrito na literatura e também pouco pesquisado, seja através de audiometria ou testes eletrofisiológicos. Em um estudo em Nova Iorque, de 149

1 Discente do Curso de Medicina do Centro Universitário de Mineiros – UNIFIMES.

E-mail: annamariahroliveira@hotmail.com

2 Discente do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Mineiros – UNIFIMES.

3 Docente do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Mineiros – UNIFIMES.

Liga Acadêmica Interdisciplinar de Saúde Única - UNIFIMES

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pacientes positivos para DL, quatro apresentavam deficiência auditiva, todos com recuperação total da audição. Sintomatologia otoneurológica é ainda mais raramente descrita e investigada; sendo relatado somente uma pesquisa, realizada em Praga, que descreveu seis pacientes com sintomas de vertigem e instabilidade. Na Suécia, um estudo envolvendo 98 pacientes com deficiência auditiva de origem desconhecida, 17% apresentava sorologia positiva para Borrelia sp.. Na Alemanha, tem-se o relato de quatro pacientes com surdez súbita, três casos com zumbido e um com neuronite vestibular, de um total de 15 pacientes confirmados com DL. Por fim, um estudo realizado em Lisboa foi identificado perda auditiva súbita em 12 de 48 pacientes acometidos pela enfermidade tardia. No hospital onde foi realizado esse último estudo, fora implementado o exame sorológico de rotina para DL para pacientes que chegam com quadros súbitos de surdez. A DL é um importante diagnóstico diferencial para pacientes atendidos pelo otorrinolaringologista. Concluímos então, que a DL é uma doença silenciosa e uma das causas de surdez súbita, podendo corresponder a uma perda auditiva inexplicável de ≥ 30 dB em um período de 72 horas. É mais comum na primavera e no início do verão. Tendo como grupo de risco pessoas expostas a campos, madeireiras, atividades em possa-se ter contato com o carrapato transmissor. O uso de repelentes e roupas que protegem o corpo inteiro, torna-se indispensável em algumas regiões de risco. No Brasil, é uma doença rara que necessita uma maior e completa investigação multidisciplinar para seu correto diagnóstico e tratamento.

Palavras-chave: Borrelia burgdorferi. Ixodídeos. Surdez. Zoonoses.

Referências

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