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Interpretação de Exames Laboratoriais

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Academic year: 2021

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Interpretação de Exames

Laboratoriais

(2)

2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA (CENC)

COORDENAÇÃO Profª. Drª Glorimar Rosa

RIO DE JANEIRO 2021

Interpretação de Exames

Laboratoriais

(3)

3

FICHA CATALOGRÁFICA

TODO CONTEÚDO DESTA APOSTILA É PROTEGIDO PELA LEI, SENDO EXCLUSIVA DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA. SOB PENA DE RESPONDER, CIVIL E CRIMINALMENTE, PELAS SANÇÕES PREVISTAS NA LEI DE DIREITOS AUTORAIS NO 9610/98 E DO ARTIGO 184 DO CÓDIGO PENAl.

ROSA, Glorimar.

Interpretação de Exames Laboratoriais, Rio de Janeiro, 2021.

Série - Nutrição Clínica da teoria à prática baseada em evidências – site:

www.cenc.com.br, Junho de 2021. Páginas 23.

Inclui referências.

ISBN – 978-65-00-16171-7.

1.Dosagem de vitaminas 2. Dosagem de minerais 3. Novos marcadores bioquímicos 4. Interpretação de exames laboratoriais

(4)

4

Sumário

1. Introdução ... 5

2. Dosagem de Vitaminas ... 5

3. Dosagem de Minerais ... 8

4. Novos marcadores bioquímicos ... 12

5. Referência ... 14

(5)

5

1. Introdução

Na Lei no 8.234/91, que regulamenta a profissão de nutricionista, o inciso VIII do art. 4o cita que o nutricionista está habilitado a solicitar os exames laboratoriais necessários ao acompanhamento dietoterápico, desde que relacionados com alimentação e nutrição humana. Ainda, no art. 1o da Resolução do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) no 306/2003, que dispõe sobre a solicitação de exames laboratoriais na área de Nutrição Clínica, consta: “compete ao nutricionista a solicitação de exames laboratoriais necessários à avaliação, à prescrição e à evolução nutricional do paciente/cliente, não especificando os exames a serem solicitados, cabendo ao profissional solicitar os exames necessários ao acompanhamento dietoterápico e diagnóstico nutricional” (Brasil, 1991;

CFN, 2000).

Os exames complementares são uma parte essencial da prática atual. Sua utilização possibilita a detecção de possibilita a detecção de deficiências nutricionais que sejam capazes de comprometer de maneira grave o estado nutricional (Mussoi, T. D., 2014). E quando interpretados de maneira correta e com segurança, auxilia diversos profissionais nas avaliações nutricionais.

A ingestão dietética é capaz de influenciar na quantidade de um nutriente encontrado no soro, no plasma ou em qualquer outro fluido ou tecido. A adoção de exames laboratoriais na prática clínica, ampliou o conhecimento sobre os mecanismos envolvidos no desenvolvimento de doenças crônicas, e por isso, novos testes laboratoriais estão sendo continuamente desenvolvidos (Costa, M. J. de C., 2015).

2. Dosagem de Vitaminas

Dessa forma, apontamos de forma resumida em tabela, as vitaminas, indicações para solicitação dos exames, anormalidades com valores excessivos e nas deficiências.

Tabela 1: Dosagem de vitaminas, indicações e anormalidades

(6)

6 Exame

laboratorial

Indicações para solicitação

Anormalidades com valores excessivos

Anormalidades nas deficiências

Ácido fólico sérico (B9)

Valores de referência:

5 a 15 mg/ml

- Anemia megaloblástica - Avaliação do estado nutricional do ácido fólico

- Anemia perniciosa - Dieta vegetariana - Síndrome da alça cega - Transfusão sanguínea

- Aumento das necessidades: neopla- sias, gravidez, hipertireoidismo, anemias hemolíticas

- Deficiência nutricional: alcoolismo, anorexia nervosa, doença crônica, hemodiálise, senilidade, prematuridade - Deficiências enzimáticas

- Dermatite esfoliativa

- Doenças hepáticas: cirrose por álcool, hepatoma idiopático

- Má absorção: doença celíaca, doença de Wipple e Psoríase

Vitamina A (Retinol)

Valores de referência:

0 a 1 mês 0,18 a 0,50 mg/dℓ

2 meses a 12 anos 0,20 a 0,50 mg/dℓ

13 a 17 anos 0,26 a 0,70 mg/dℓ

> 18 anos 0,30 a 1,20 mg/dℓ

- Exame complementar no diagnóstico da cegueira noturna - Avaliação de distúrbios cutâneos

- Investigação da suspeita de deficiência de vitamina A.

- Contagem elevada de leucócitos

- Trombocitose - Hiperlipoproteinemia - Macroglobulinemia - Síndrome de Sjögren - Lúpus eritematoso sistêmico - Distúrbios linfoproliferativos - Hiperglobulinemia associada à cirrose

- Hepatite crônica ativa - Queimaduras térmicas agudas - Doença renal crônica

- Hipercalcemia idiopática em lactentes

- Toxicidade da vitamina A

- Abetalipoptroteinemia - Síndrome carcinoide - Infecções crônicas - Hipotireoidismo - Cegueira infantil

- Doença hepática, GI ou pancreática - Cegueira noturna

- Desnutrição proteica - Esterilidade e teratogênese - Deficiência de zinco

Vitamina B1 (Tiamina)

Valores de referência 70 a 80 nmol/ℓ

- A determinação da tiamina é apropriada para pacientes com alterações

comportamentais, sinais oculares, distúrbio da marcha, delírio e encefalopatia, ou para pacientes com

estado nutricional questionável, especialmente os que parecem correr risco e que também recebem insulina

para hiperglicemia Investigação de suspeita de beribéri

- Leucemia - Policitemia vera - Doença de Hodgkin

- Alcoolismo, com e sem doença hepática

- Dieta deficiente

- Infecções febris crônicas - Diarreia prolongada - Diabetes melito - Síndrome carcinoide - Doença de Hartnup - Pelagra

Vitamina B12 (Cianocobalamina)

Valores de referência 180 a 914 pg/mℓ

- Investigação de anemia macrocítica

- Pesquisa de deficiências observadas nas anemias megaloblásticas

- Exame complementar no diagnóstico de distúrbios do SNC

- Avaliação do alcoolismo - Avaliação de síndromes de má absorção.

- Leucemia granulocítica crônica - DPOC

- Insuficiência renal crônica - Diabetes melito

- Leucocitose

- Lesão dos hepatócitos (hepatite, cirrose)

- Obesidade - Policitemia vera - Desnutrição proteica - ICC grave

- Alguns carcinomas

- Anormalidades no transporte ou no metabolismo da cobalamina

- Proliferação bacteriana excessiva - Doença de Crohn

- Deficiência nutricional (p. ex., em vegetarianos)

- Infestação por diphyllobothrium (tênia do peixe)

- Cirurgia gástrica ou do intestino delgado

- Hipocloridria

- Doença intestinal inflamatória - Má absorção intestinal - Deficiência de fator intrínseco - Final da gravidez

(7)

7 Vitamina B2

(Riboflavina)

Valores de referência 3 a 15μg/ℓ

- Avaliação de indivíduos que apresentam sinais de arriboflavinose

- Detecção de deficiência de riboflavina.

- Pacientes com anorexia nervosa - Indivíduos que evitam laticínios (aqueles com intolerância à lactose), visto que esses produtos constituem uma boa fonte de riboflavina

- Pacientes com síndromes de má absorção, como espru celíaco, neoplasias malignas e síndrome do intestino curto

- Erros inatos raros do metabolismo, em que existe um defeito na síntese de riboflavina

- Uso prolongado de fenobarbital e outros barbitúricos, os quais podem levar à oxidação da riboflavina, comprometendo a sua função.

Vitamina B6 (Piridoxina)

Valores de referência 5 a 50μg/ℓ

- Determinação do estado da vitamina B6

- Investigação nos casos de suspeita de má absorção ou desnutrição

- Determinação do sucesso global de um programa de suplementação de vitamina B6 - Diagnóstico e avaliação da hipofosfatasia

- Hipofosfatasia - Alcoolismo

- Asma

- Síndrome do túnel do carpo - Diabetes gestacional - Lactação

- Má absorção - Desnutrição

- Convulsões neonatais - Gravidez normal

- Exposição ocupacional a compostos de hidrazina

- Pelagra

- Edema pré-eclâmpsia - Diálise renal

- Uremia Vitamina C

(ácido ascórbico)

Valores de referência 0,4 a 2,0 mg/dℓ

- nefrolitíase (oxalato de cálcio) - uricosúria

- Aumento da absorção de ferro

- Alcoolismo - Anemia - Câncer - Hemodiálise - Hipertireoidismo - Má absorção - Gravidez

- Doença reumatoide - Escorbuto

Vitamina D (1,25-di-hidroxi)

Valores de referência 15 a 75 pg/mℓ

- Investigar alguns pacientes com evidências clínicas de deficiência de vitamina D (raquitismo dependente de vitamina D, devido à deficiência hereditária da 1alfa hidroxilase renal ou resistência do órgão alvo à 1,25dihidroxivitamina D) - Diagnóstico diferencial da hipercalcemia.

- Investigar a suspeita de distúrbios metabólicos ou de má absorção

- Investigar a suspeita de escorbuto

- Sarcoidose

- Linfoma não Hodgkin

- Insuficiência renal - Hiperfosfatemia

- Raquitismo dependente de vitamina D, tipos 1 e 2

- Hipercalcemia humoral de neoplasias malignas.

Vitamina D (25-hidroxi)

Valores de referência 30 a 100 ng/mℓ

- Diagnóstico de deficiência de vitamina D

- Diagnóstico diferencial das causas de raquitismo e osteomalacia

- Intoxicação por vitamina D - Exposição excessiva à luz solar

- Má absorção - Esteatorreia

- Osteomalacia nutricional, osteoma- lacia por anticonvulsivantes

- Cirrose biliar e porta

(8)

8 Adaptado de Calixto-Lima, L., Reis, N. T., 2012; Williamson, A. M., 2016).

3. Dosagem de Minerais

Dessa forma, apontamos de forma resumida em tabela, as vitaminas, indicações para solicitação dos exames, anormalidades com valores excessivos e nas deficiências.

Tabela 2: Dosagem de minerais, indicações e anormalidades

- Monitoramento da terapia de reposição com vitamina D - Diagnóstico de hipervitami- nose D

- Tireotoxicose

- Insuficiência pancreática - Doença celíaca

- Doença intestinal inflamatória - Raquitismo

- Doença de Alzheimer Vitamina E

(alfatocoferol) Valores de referência

0 a 17 anos 3,8 a 18,4 mg/ℓ

>18 anos 5,5 a 17,0 mg/ℓ

- Avaliar distúrbios neuromus- culares em recém nascidos prematuros e adultos

- Avaliar pacientes com distúr- bios de má absorção

- Avaliar casos de suspeita de anemia hemolítica em recém nascidos prematuros e adultos - Monitorar pacientes submeti- dos a nutrição parenteral prolongada

- Avaliação de indivíduos com neuropatias motoras e sensoriais - Monitoramento do estado da vitamina E de recém nascidos prematuros que necessitam de oxigenação.

- Doença hepática obstrutiva - Hiperlipidemia

- Intoxicação por vitamina E - Anemias macrocíticas - Síndromes mielodisplásicas - Alcoolismo

- Doenças hepáticas - Hipotireoidismo

- Hemólise com contagem ele- vada de reticulócitos

- Abetalipoproteinemia

- Distúrbios de má absorção, como atresia biliar, cirrose, pancreatite crônica, carcinoma pancreático e colestase crônica

- Anemias ferroprivas - Talassemias

- Anemia sideroblástica hereditária - Intoxicação por chumbo

Exame laboratorial

Indicações para solicitação

Anormalidades com valores excessivos

Anormalidades nas deficiências

Cálcio sérico (total e iônico)

Valores de Referência:

Cálcio total: 8,8 a 10,2 mg/dℓ Cálcio iônico: 4 a

5,6 md/dℓ

- Diagnóstico de disfunção da glândula paratireoide

- Investigação de litíase urinária - Manifestações Neuromus- culares

- Monitoramento da síndrome de lise tumoral

- Monitoramento em pacientes com insuficiência renal

- Osteopenia e osteoporose - Pancreatite aguda

- Pós-operatório de tireoidectomia

- Suspeita de hiperpotassemia associada a doença maligna

- Endocrinopatias: hipertireoidismo, síndrome de Cushing, insuficiência suprarrenal, feocromocitoma, acromegalia, neoplasia endócrina múltipla.

- Hiperparatireoidismo primário e secundário

- Insuficiência renal aguda (fase poliúrica) e crônica

- Metástases ósseas

- Tumores com atividade osteoclástica:

mieloma múltiplo, linfoma de Burkitt - Tumores malignos: mama, pulmão, rim

- Acidose tubular renal

- Atividade ineficaz da vitamina D - Hipomagnesemia

- Hipoparatireoidismo

- Ingestão insuficiente cálcio, vitamina D e/ou fósforo

- Insuficiência renal crônica com uremia e retenção de fósforo - Má absorção de cálcio vitamina D: pancreatite aguda, doenças gastrintestinais, icterícia obstrutiva, disfunção hepatocelular

- Pseudohipoparatireoidismo - Síndrome de Fanconi Cobre sérico

Valores de Referência:

Homens: 70 a

- Suspeita de doença de Wilson - Avaliação da deficiência de cobre com a dosagem de ceruloplasmina

-Anemias (perniciosa, megaloblástica, ferropênica, aplásica)

- Cirrose biliar

- Doenças do tecido conjuntivo: lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide,

- Deficiência nutricional do cobre - Doença de Wilson

- Nefrose

- Nutrição parenteral sem reposição de cobre

(9)

9 140 μg/dℓ

Mulheres: 85 a 155 μg/dℓ

- Avaliação da toxidade por cobre

febre reumática aguda, glomerulonefrite, hipotireoidismo, hipertireoidismo - Gestação

- Hemocromatose - Infecções agudas

- Leucemia aguda ou crônica - Linfoma

- Remissão de leucemia aguda

Ferro sérico

Valores de Referência:

30 a 160 μg/dℓ

- Diagnóstico de hemo- cromatose e hemos-siderose - Diagnóstico diferencial de anemias

- Dano hepático agudo

- Maior destruição de hemácias (anemias hemolíticas)

- Menor formação de hemácias:

talassemia, anemia por deficiência de piridoxina, anemia perniciosa em recidiva - Hemocromatose idiopática

- Hemossiderose por sobrecarga de ferro: repetidas transfusões, terapia com ferro, vitaminas contendo ferro

- Anemia ferropênica

- Anemias normocrômicas das infecções e doenças crônicas - Glomerulopatias (por perda urinária de proteínas ligadoras do ferro)

- Menstruação

Fósforo sérico

Valores de Referência:

Crianças:

3,8 a 6,1 mg/dℓ Adultos:

2,7 a 4,5 mg/dℓ

- Monitoramento dos níveis séricos de fósforo em pacientes com doenças renais, distúrbios gastrintestinais ou em uso de fármacos que elevam o fósforo - Diagnóstico e monitoramento da síndrome de lise tumoral

- Excreção renal de fósforo prejudicada: hipoparatireoidismo, pseudohipoparatireoidismo,

hipertireoidismo, acromegalia, insuficiência suprarrenal, terapia com bifosfonados, atividade de hormônio de crescimento, uso de heparina

- Aumento da liberação celular de fósforo: estados catabólicos, lise celular - Doenças ósseas: doença de Paget, fraturas, mieloma múltiplo, tumor metastático osteolítico

- Redistribuição interna de fósforo:

acidose metabólica ou respiratória

- Baixa reabsorção tubular renal de fósforo

Sódio sérico

Valores de Referência:

135 a 145 mEq/ℓ

- Diagnóstico e tratamento de desidratação e hiper-hidratação

- Diabetes insípido

- Diabetes insípido nefrogênico - Dialíse hipertônica

- Diurese osmótica - Hiperaldoteronismo

- Perdas primárias extrarrenais insensíveis: exercícios, febre, fístulas gastrintestinais, grande queimado, taquipneia,rabdomiólise

- Síndrome de Cushing

- Acidose tubular renal proximal - Cetoacidose diabética

- Diarreia

- Diurese osmótica - Drenagem gástrica - Grandes queimados - Hiperlipidemia - Hiperproteinemia - Hipopotassemia - Hipotireoidismo - Insuficiência suprarrenal - Insuficiência renal - Intoxicação hídrica

- Nefropatia perdedora sal, perda de líquidos para terceiro espaço - Traumatismo grave - Vômitos

Cloreto

Valores de Referência:

97 a 110 mmol/ℓ

- Avaliação do equilíbrio eletrolítico, acidobásico e hídrico

- Acidose metabólica associada a diarreia prolongada, com perda de bicarbonato de sódio

- Doenças tubulares renais com excreção diminuída de íons hidrogênio e reabsorção diminuída de bicarbonato (“acidose metabólica hiperclorêmica”) - Alcalose respiratória (p. ex., hiperventilação, lesão grave do SNC) - Administração excessiva de certos fármacos (p. ex., cloreto de amônio,

- Vômitos prolongados ou aspiração (perda de ácido clorídrico)

- Acidose metabólica com acúmulo de ânions orgânicos

- Acidose respiratória crônica - Doenças renais perdedoras de sal - Insuficiência adrenocortical - Aldosteronismo primário

- Expansão do líquido extracelular (p. ex., SIHAD, hiponatremia, intoxicação hídrica, ICC)

- Queimaduras

(10)

10 solução salina IV, intoxicação por

salicilatos, terapia com acetazolamida) - Elevação falsa (metodológica) devido a brometos ou outros halogênios

- Retenção de sal e de água (p. ex., corticosteroides, guanetidina, fenilbutazona)

- Alguns casos de hiperparatiroidismo - Diabetes insípido, desidratação

- Perda de sódio > perda de cloreto (p. ex., diarreia, fístulas intestinais)

- Ureterossigmoidostomia

- Fármacos

- Alcalose (p. ex., bicarbonatos, aldosterona, corticosteroides) - Efeito diurético (p. ex., ácido etacrínico, furosemida, tiazídicos) - Outras perdas (p. ex., abuso crônico de laxativos).

Cobalto

Valores de referência:

menos de 1μg/ℓ

- Avaliação de exposição ocupacional e ambiental ao cobalto

- Detecção de toxicidade do cobalto

- Monitoramento de uso de implantes metálicos

- Pacientes renais em uso de agentes à base de eritropoetina

- Pacientes com DRT submetidos a hemodiálise

- Indivíduos que consomem grandes quantidades de cerveja contendo aditivo de cobalto

- Indivíduos com deterioração de implantes metálicos

- Sem significado clínico

Magnésio

Valores de referência:

1,6 a 2,4 mg/dℓ

- Diagnóstico e monitoramento da hipomagnesemia e hipermagnesemia, especial- mente na insuficiência renal ou quando houver distúrbios GI - Monitoramento de pacientes com pré-eclâmpsia

tratadas com sulfato de magnésio

- Diuréticos

- Antiácidos ou enemas contendo Mg - Uso abusivo de laxativos e catárticos - Nutrição parenteral

- Mg para eclâmpsia ou trabalho de parto prematuro

- Intoxicação por carbonato de lítio - Insuficiência renal

- Desidratação com coma diabético antes do tratamento

- Hipotireoidismo

- Doença de Addison e após suprarrenalectomia

- DM controlado em pacientes idosos - Ingestão acidental de grande quantidade de água do mar

- Má absorção

- Perda anormal de líquidos GI - Pielonefrite crônica

- Acidose tubular renal

- Fase diurética da necrose tubular aguda

- Diurese pós obstrutiva

- Lesão por fármacos, Diuréticos, Antibióticos, Fármacos digitálicos, Agentes antineoplásicos e Ciclosporina

- Administração de líquido parenteral prolongada sem Mg - Alcoolismo e cirrose alcoólica agudos e crônicos

- Inanição com acidose metabólica - Kwashiorkor, desnutrição proteicocalórica

- Hipertireoidismo, Hiperpara- tireoidismo

- Aldosteronismo (primário e secundário)

- DM

- Lactação excessiva

- Toxemia da gravidez ou eclâmpsia - Tumores líticos do osso

- Doença de Paget do osso ativa - Pancreatite aguda

- Transfusão de sangue citratado - Queimaduras graves

- Sudorese - Sepse - Hipotermia Potássio

Valores de referência:

0 a 4 meses

- Avaliação do equilíbrio eletrolítico, arritmias cardíacas, fraqueza muscular, encefalopatia hepática e insuficiência renal - Diagnóstico e monitoramento da hiperpotassemia e da

- Retenção de potássio (oliguria, insuficiência renal, fármacos, toxicidade renal, doença de Addison, produção diminuída de aldosterona

- Inibição da secreção tubular de potássio

- Excreção renal excessiva (diurese osmótica da hiperglicemia, nefropatias, distúrbios endócrinos, fármacos, leucemia mielógena, monomieloblástica ou linfoblástica aguda)

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11 Adaptado de Calixto-Lima, L., Reis, N. T., 2012; Williamson, A. M., 2016.

4,0 a6,2 mmol/ℓ

4 meses a 1 ano 3,7 a 5,6mmol/ℓ

>1 ano 3,5 a 5,3mmol/ℓ

hipopotassemia em diversas condições (p. ex.,

tratamento do coma diabético, insuficiência renal, perda hidreletrolítica grave, efeito de certos fármacos)

- Diagnóstico de paralisia periódica hiperpotassêmica familiar e paralisia hipopotassêmica.

Síndromes resistentes a

mineralocorticoides

- Paralisia periódica hiperpotassêmica familiar

- Acidose aguda - Desvio urinário

- Sintomas gastrointestinais (vômitos diarreia, laxativos, escarro excessivo)

- Neoplasias

- Sudorese excessiva - Queimaduras extensas - Alcalose respiratória

- Transtornos alimentares graves - Deficiência nutricional

- Diuréticos

- Aldosteronismo primário e secundário

- Síndrome de Cushing - Hipertensão maligna - Acidose tubular renal Zinco

Valores de referência:

Até 6 meses 26 a 141 µg/dℓ

6 a 11 meses 29 a 131 µg/dℓ

1 a 4 anos 31 a 115 µg/dℓ

4 a 5 anos 18 a 119 µg/dℓ

6 a 9 anos 48 a 129 µg/dℓ

10 a 13 anos 25 a 148 µg/dℓ

14 a 17 anos 46 a 130 µg/dℓ

Adulto 70 a 120 µg/dℓ

- Detecção de deficiência de zinco

- Auxílio na confirmação da acrodermatite enteropática - Avaliação de deficiência nutricional

- Avaliação de possível toxicidade

- Monitoramento da terapia de reposição em indivíduos com deficiências identificadas - Monitoramento da terapia de indivíduos com doença de Wilson

- Anemia - Arteriosclerose - Coronariopatia

- Osteossarcoma primário do osso

- Acrodermatite enteropática - AIDS

- Infecções agudas

- Estresse agudo, queimaduras - Cirrose

- Condições que causam diminuição da albumina

- Diabetes melito

- Nutrição parenteral total prolon- gada

- Má absorção - Infarto do miocárdio - Síndrome nefrótica - Deficiência nutricional - Gravidez

- TB pulmonar

- Colite ulcerativa, doença de Crohn - Enterite regional, espru, bypass intestinal, doença neoplásica - Aumento do catabolismo induzido por esteroides anabolizantes.

Selênio

Valores de referência:

20 a 190 ug/l

- Funçãoi antioxidante das mebmrabas plasmáticas contra a açõa toxica dos peróxidos lipidicos

- Dieta parenteral sem adição desse elemento

- Infecção pelo HIV - Doenças graves - Desnutrição severa

- Doença inflamatória intestinal - Deficiência nutricional de selênio - Necrose, posteriormente fibrose e calcificação dos músculos esqueléticos e cardíaco

(12)

12

4. Novos marcadores bioquímicos

Os biomarcadores do estado do estresse oxidativo e inflamação têm se associado a muitas condições crônicas e fatores de risco. O envelhecimento e muitas doenças, incluindo artrite reumatoide, doença de Parkinson, doença de Alzheimer, doença cardiovascular e câncer, são iniciados, em parte, por estresse oxidativo devido a presença da oxidação de espécies reativas de oxigênio dos lipídeos, ácidos nucleicos ou proteínas.

Uma via indireta de avaliação da concentração de estresse oxidativo é medir as concentrações de compostos antioxidantes presentes nos líquidos corporais (Mahan, L.

K., 2018). E por isso o estresse oxidativo relaciona-se com as concentrações dos seguintes:

• Vitaminas antioxidantes (tocoferóis e ácido ascórbico)

• Fitoquímicos dietéticos com propriedades antioxidantes (p. ex., carotenoides)

• Minerais com papéis antioxidantes (p. ex., selênio)

• Compostos antioxidantes endógenos e enzimas (p. ex., superóxido dismutase, glutationa)

Porém a concentração desses compostos é devido ao equilíbrio da ingestão, produção e uso durante a inibição de compostos de radical livre produzidos pelo estresse oxidativo.

Tabela 3: Vantagens e Desvantagens de Vários Biomarcadores do Estresse Oxidativo

Biomarcador Vantagens Desvantagens Comentários

IsoPs (isoprostanos) Podem ser detectados em várias amostras (soro, urina) e têm se mostrado elevados na presença de uma

variedade de fatores de risco CV

Os métodos atuais de quantificação não são práticos para rastreamento em larga escala

Nenhuma evidência

vinculando este biomarcador com resultados clínicos ainda.

F2-IsoPs mostra mais potencial.

MDA

(malondialdeído)

Tecnicamente fácil para quantificar espectrofotometricamente com os kits do ELISA de ensaio TBARS para detectar MDA também têm bom desempenho. Os estudos mostram que MDA pode predizer progressão de DAC e aterosclerose carotídea em 3 anos

O ensaio de TBARS é não específico (pode detectar aldeídos que não MDA) e a

preparação da amostra pode influenciar os resultados.

Mostra-se promissor como Biomarcador clínico;

entretanto, não tem um impacto funcional na fisiopatologia de DCV

Nitrotirosina Os estudos em humanos têm demonstrado associação com DAC independente de fatores de risco tradicionais

As concentrações circulantes não são equivalentes às concentrações teciduais. Os métodos atuais de detecção são caros e não

práticos.

A formaçao de nitrotirosina em proteínas cardiovasculares particulares tem efeito direito na função

S-glutationilação A S-glutationilação de SERCA, eNOS e da bomba de Na+- K+ demonstrou ser biomarcadora bem como ter um papel na patogênese

Detecção de Sglutationilação propensa a artefato metodológico Acesso ao tecido

Hemoglobina modificada atualmente sendo investigada como biomarcador

(13)

13 (miocárdio, vasculatura), onde

ocorre modificação apresenta um obstáculo clínico

Mieloperoxidase (MPO)

Ensaios comerciais disponíveis. Uma enzima abundante em grânulos nas células inflamatórias. Evidência forte de que MPO se correlaciona com risco de DCV.

Influenciada pelo armazenamento da amostra e tempo de análise

MPO é um biomarcador promissor para predição de risco de DCV

Colesterol LDL oxidizado

Forma-se e ocorre nas paredes vasculares como células espumosas e estimula a produção de citocinas próinflamatórias pelas células endoteliais. Elevado naDAC, aumentando OxLDL se correlaciona com gravidade clínica que aumenta. Também é preditor de futura DAC em população saudável. Boa reprodutibilidade a partir de amostras congeladas.

A redução em OxLDL por farmacoterapia antioxidante não tem sido pareada por redução na gravidade da DCV.

ELISA para detecção de OxLDL para predição do risco de DCV

Mudanças induzi- das por ROS para expressão de gene

A expressão de vários genes envolvidos na regulação do estresse oxidativo pode ser medida simultaneamente usando-se tecnologia de micro-ordenação, potencialmente aumentando a força deste marcador

A tecnologia de micro-ordenação pode ser cara tanto manualmente quanto em computador

Não está claro se os perfis de expressão de células em Amostras biológicas refletem esse fato nos tecidos cardiovasculares

Capacidade de antioxidante sérica

A atividade das enzimas antioxidantes como glutationa peroxidase 1 (GPX-1) e superóxido dismutase (SOD) é demonstrada como sendo inversamente proporcional a DAC. Kits comerciais disponíveis para medir capacidade antioxidante. Reprodutibilidade quantificada apesar do armazenamento de amostras congeladas

A atividade antioxidante no soro pode não refletir quais células são importantes para a patogênese de DCV

A relevância clínica da quantificação de antioxidante para o risco de

DCV precisa de investigação adicional

Adaptado de Mahan, L. K., 2018.

Apesar dessa falta de correlação ou especificidade dos ensaios de estresse oxidativo, três ensaios parecem promissores. Um é o imunoensaio mieloperoxidase usado em conjunto com PCR para predizer o risco de mortalidade de CVD. O segundo ensaio é a medida dos compostos F2 isoprostanos no plasma ou na urina. Esse exame mede a presença de um composto de espécies reativas de oxigênio formadas continuamente que é produzido por oxidação de radical livre de ácidos graxos poli-insaturados específicos.

Os isoprostanos são compostos semelhantes a prostaglandina que são produzidos por radical livre mediado por peroxidação de lipoproteínas. Concentrações elevadas de isoprostano associam-se a estresse oxidativo e a situações clínicas de estresse oxidativo como síndrome hepatorrenal, artrite reumatoide, aterosclerose e carcinogênese. O terceiro exame é desoxiguanosina urinária de 8-hidróxi-2’ (8-OH-d-g), em que concentrações elevadas se associam a ingestão inadequada de carotenoides e alimentos ricos em antioxidante (Mahan, L. Kathleen, 2018).

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14

5. Referência

1. Brasil. Lei No 8.234, de 17 de setembro de 1991. Regulamenta a profissão de Nutricionista e determina outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 1991.

2. C.F.N. Resolução CFN No 306/2003. Dispõe sobre solicitação de exames laboratoriais na área de nutrição clínica, revoga a Resolução CFN no 236, de 2000, e dá outras providências.

3. Mussoi, Thiago Durand. Avaliação nutricional na prática clínica: da gestação ao envelhecimento / Thiago Durand Mussoi. - 1. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

4. Costa, Maria José de Carvalho. Interpretação de exames bioquímicos para o nutricionista / Maria José de Carvalho Costa. -- 2. ed. -- São Paulo: Editora Atheneu, 2015.

5. Calixto-Lima, L., Reis, N. T. Interpretação de exames laboratoriais aplicados à nutrição clínica. Rio de Janeiro: Rubio, 2012.

6. Williamson, A. Mary. Wallach: interpretação de exames laboratoriais / Mary A.

Williamson e L. Michael Snyder; tradução Maria de Fátima Azevedo, Patricia Lydie Voeux. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

7. Mahan, L. Kathleen. Krause alimentos, nutrição e dietoterapia / L. Kathleen Mahan, Janice L. Raymond ; [tradução Verônica Mannarino, Andréa Favano]. - 14. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2018.

Referências

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