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Nayara Júnia de Souza BONTEMPO 1 ; Priscila Capelari ORSOLIN 2

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Academic year: 2021

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EFEITO ANTICARCINOGÊNICO DO EXTRATO DE FOLHAS DE MANGA (Mangifera indica L.) IDENTIFICADO POR MEIO DO TESTE PARA DETECÇÃO DE

CLONES DE TUMORES EPITELIAIS (WTS) EM Drosophila melanogaster

Nayara Júnia de Souza BONTEMPO1; Priscila Capelari ORSOLIN2

1 Graduanda do curso de Medicina Veterinária (Centro Universitário de Patos de Minas- UNIPAM);

nayarajunia@hotmail.com

2 Professora orientadora (Centro Universitário de Patos de Minas- UNIPAM).

Resumo

A manga é rica em vitamina C e contêm ácido gálico e betacaroteno, compostos com função antioxidante amplamente reconhecida. Assim como o fruto, as folhas são ricas em antioxidantes, dentre os quais merece destaque a mangiferina, que demonstra atividades farmacológicas em diferentes órgãos e tecidos, com efeito preventivo e terapêutico contra diversas doenças. Alguns estudos têm elucidado que seu uso pode ser feito para auxiliar no tratamento do câncer. Nesse contexto, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo principal de avaliar o possível efeito anticarcinogênico do extrato aquoso das folhas de manga (Mangifera indica L.) por meio do teste para detecção de clones de tumores epiteliais (warts) em Drosophila melanogaster. Para tanto, foram preparadas quatro soluções aquosas obtidas a partir das folhas de manga, nas concentrações: 25, 50, 75 e 100g/L. Essas concentrações foram utilizadas isoladamente e em associação com doxorrubicina (em sistema de cotratamento). O tratamento foi realizado com todas as larvas descendentes do cruzamento de fêmeas wts/TM3 com machos mwh/mwh. Os resultados revelaram que o extrato das folhas de manga apresentou atividade anticarcinogênica, visto que houve diferença, estatisticamente significativa, na frequência de tumores identificados com a presença do referido extrato em todas as concentrações testadas, quando comparado à frequência de tumores no controle positivo isoladamente (doxorrubicina). Conclui-se, portanto, que nas presentes condições experimentais, o extrato aquoso de folhas de mangas reduziu a frequência de tumores induzidos pela doxorrubicina em D. melanogaster.

Palavras-chave: Mangifera indica L. Drosophila melanogaster. Wts.

Anticarcinogênico. Doxorrubicina.

Keywords: Mangifera indica L. Drosophila melanogaster. Wts. Anticarcinogenic.

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Introdução

As células do nosso corpo são programadas para se desenvolver, crescer, se diferenciar e morrer em resposta a um complexo sistema de sinais bioquímicos. A manifestação de um clone de células livres dessas limitações de programação e desenvolvimento resulta numa proliferação inadequada que pode desencadear um câncer. O câncer é definido como uma enfermidade multicausal crônica, caracterizada pelo crescimento descontrolado das células, que desencadeia a formação de uma massa celular denominada neoplasia ou tumor. Tais alterações são decorrentes de danos em genes específicos envolvidos no controle do ciclo celular (JORDE et al., 2010). Esses genes são constantemente afetados por metabólitos, reativos endógenos, drogas terapêuticas e mutágenos ambientais que alteram a sua normalidade (RESENDE, 2007).

Ele é caracterizado como uma das principais causas de morte nos países desenvolvidos, sendo que um terço da população será vitima dessa doença durante a vida (RANG et al., 2007). Há vários indícios de que a alimentação tem um papel importante nos estágios de iniciação, promoção e propagação do câncer, destacando-se entre outros fatores de risco. Diante desse cenário, fica clara a necessidade de desenvolvimento de novas ações para o controle e tratamento dessa doença (GLANZ, 1997). Nesse contexto, centros de pesquisas têm ressaltado a necessidade de se analisar o efeito de substâncias químicas na ação contra o câncer. Com isso, diversas substâncias já foram e continuam sendo testadas com esse propósito (SANTOS et al., 2002). Dentre estas, estudos sugerem que as folhas de manga (Mangifera indica L.) apresentam atividade eficiente no controle da proliferação de células tumorais (JAGETIA e BALIGA, 2005).

A manga é rica em vitamina C e oferece ao corpo ácido gálico, um polifenol com atividade antioxidante. Entre os carotenoides, possui betacaroteno, que também tem função antioxidante amplamente reconhecida. Assim como o fruto, as folhas são ricas em antioxidantes, dentre os quais merece destaque a mangiferina (BARRETO et al., 2008), que demonstra atividades farmacológicas em diferentes órgãos e tecidos, manifestando efeito preventivo e terapêutico contra diversas doenças, inclusive o câncer (CANUTO, 2009).

Diante do exposto, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo principal de avaliar o possível efeito anticarcinogênico do extrato aquoso das folhas de manga

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(Mangifera indica L.) por meio do teste para detecção de clones de tumores epiteliais (wts) em Drosophila melanogaster.

Material e Métodos

Para realização do teste foram utilizadas duas linhagens mutantes de D.

melanogaster (wts e mwh). Machos e as fêmeas foram colocados juntos (para acasalamento) em frascos contendo meio de cultura próprio para postura, onde as fêmeas depositaram seus ovos. Para obtenção de larvas heterozigotas foi realizado o cruzamento entre fêmeas virgens wts/TM3 com machos mwh/mwh. As larvas descendentes deste cruzamento foram tratadas com 5 mL de extrato aquoso de folhas de manga em quatro diferentes concentrações: 25, 50, 75 e 100 g/L e os respectivos controles (positivo, DXR 0,4 mM e negativo, água osmose reversa).

Para avaliação do efeito anticarcinogênico, foi utilizado o sistema de cotratamento, com administração simultânea do extrato de folhas de manga (em suas diferentes concentrações) e DXR. Após o tratamento, as moscas foram coletadas e armazenadas em frascos com etanol 70%. Feito isso, os tumores foram contados utilizando lupas estereoscópicas e pinças entomológicas. As diferenças estatísticas foram calculadas utilizando o teste U, não paramétrico, de Mann-Whitney.

Resultados e Discussão

As frequências de tumores (por mosca) observadas nas concentrações de 25, 50, 75 e 100g/L de extrato aquoso de folhas de manga foram, respectivamente, 0,33; 0,17; 0,06 e 0,05, o que denota o efeito anticarcinogênico das mesmas, uma vez que houve redução estatisticamente significativa nas frequências de tumores em todas as concentrações quando comparadas ao controle positivo isolado, cuja frequência foi de 4,03. O controle positivo (DXR), por sua vez, apresentou frequência tumoral significativamente superior ao controle negativo (0,23 tumores por mosca), o que evidencia que a linhagem responde à indução tumoral (ALVES e NEPOMUCENO, 2012). É importante enfatizar que a frequência de tumores diminuiu com o aumento da dose utilizada, indicando que a resposta de inibição foi dose dependente.

Através de sua ação removedora de radicais livres, a mangiferina manifesta efeito preventivo e terapêutico contra uma expressiva quantidade de

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componentes hidroxila, relaciona-se com esse potente efeito antioxidante (VYAS et al., 2012). Um dos mecanismos já demonstrados in vivo para a regulação do sistema de defesa antioxidante por alguns compostos fenólicos, como ácido gálico, parece envolver a ativação do fator relacionado à eritroide–2 (Nrf2), uma proteína que ativa a defesa primária do corpo contra o estresse oxidativo (CROZIER et al., 2009).

Sendo assim, o potencial anticarcinogênico verificado no extrato aquoso de folhas de manga pode ser justificado em decorrência do conteúdo fenólico e de flavonoides dessas folhas, que exibem atividade antioxidante, podendo reduzir o dano oxidativo induzido pela doxorrubicina, culminando na redução da frequência de tumores.

Conclusão

O potencial anticarcinogênico do extrato aquoso das folhas de manga foi justificado, uma vez que, nas presentes condições experimentais, ele reduziu a frequência de tumores em D. melanogaster. Acredita-se que tal efeito possa estar associado à abundância de compostos fenólicos presentes nas folhas de manga, os quais estão entre as substâncias fitoquímicas mais antioxidantes. Este estudo oferece oportunidades para que demais pesquisas sejam desenvolvidas, pois as propriedades biológicas da mangiferina podem promover avanços benéficos para a oncologia.

Referências

ALVES, E. M.; NEPOMUCENO, J. C. Avaliação do efeito anticarcinogênico do látex do avelós (Euphorbia tirucalli), por meio do teste para detecção de clones de tumor (warts) em Drosophila melanogaster. Perquirere, v. 9, n. 2, p.125-140, dez. 2012.

BARRETO, J. C.; TREVISAN, M. T. S.; HULL, W. E.; ERBEN, G.; BRITO, E. S. de;

PFUNDSTEIN, B.; WURTELE, G.; SPIEGELHALDER, B.; OWEN, R. W.

Characterization and quantitation of polyphenolic compounds in bark, kernel, leaves, and peel of mango (Mangifera indica L.). Journal of Agricultural and Food Chemistry, Easton, v. 56, p. 5599-5610, 2008.

CANUTO, K. M. Propriedades químicas e farmacológicas de mangiferina (Mangifera indica): um composto bioativo de manga. Embrapa, Junho, 2009. Disponível:

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<http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CPATSA-2009-09/40766 /1/SDC218.pdf>. Acesso em: 18 fev. 2014.

CROZIER, A.; JAGANATH, I.B.; CLIFFORD, M.N. Dietary phenolics: chemistry, bioavailability and effects on health. Natural product Reports, v.26, n.8, p.1001- 1043, 2009.

GLANZ, K. Behavioral research contribution sand needs in câncer prevention and control: Dietary change. Prev Med, v.26, p.43-55,1997.

JAGETIA, G. C.; BALIGA, M. S. Radio protection by mangiferin in DBAxC57L mice: a preliminary study. Phytomedicine, Jena, v. 12, p. 209-15, 2005.

JORDE, L. B; CAREY, J. C; BAMSHAD, M. J. Genética Médica. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

RANG, H. P; DALE, M. M; RITTER, J. M; FLOWER, R. J. Farmacologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 829 p.

RESENDE, P. A. Avaliação citogenética da resposta ao tratamento quimioterápico em mulheres portadoras de câncer de mama. 2007. 76 f. Tese (Mestrado em Patologia Clínica), Programa de Pós-graduação em Patologia, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, 2007.

SANTOS, F. L.; LANA, R. P.; SILVA, M. T. C. Ácido linoleico conjugado: estratégia para a elevação do ácido linoleico conjugado em leite de vacas. Biotecnologia, Ciência e Desenvolvimento, n. 24, p.42-45, 2002.

VYAS, A; SYEDA, K; AHMAD, A; PADHYE, S; SARKAR, F. H. Perspectives on Medicinal properties of Mangiferin. Mini Rev Med Chem, v.12, n.5, p. 412-425, 2012.

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