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PODER JUDICIÁRIO Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo Seção de Direito Privado - 7ª Câmara

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Academic year: 2022

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Registro: 2012.0000595632

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos do Ação Rescisória nº 0154392- 78.2012.8.26.0000, da Comarca de Franca, em que são autores SILNEI PEREIRA DINIZ e CLEBIA TANIA GONÇALVES DINIZ, são réus LUZIA MARIA DE FARIA, REGINALDO SILVA, LUCIENE APARECIDA SARAGOÇA, ADILSON LOPES SOARES e ASSOCIAÇÃO DOS MUTIRANTES DE FRANCA.

ACORDAM, em 7ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Julgaram extinto o processo. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores MIGUEL BRANDI (Presidente sem voto), LINEU PEINADO E LUIZ ANTONIO COSTA.

São Paulo, 24 de outubro de 2012

WALTER BARONE RELATOR Assinatura Eletrônica

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VOTO Nº 1839

Autores: Silnei Pereira Diniz e outro

Réus: Luzia Maria de Faria; Reginaldo Silva; Luciene Aparecida Saragoça; Adilson Lopes Soares e Associação dos Mutirantes de Franca Comarca: Franca (1ª Vara Cível)

Juiz: Fabio Marques Dias

AÇÃO RESCISÓRIA Prazo decadencial de dois anos a partir do trânsito em julgado da sentença atacada já transcorrido Art.495 do CPC Prazo ao qual se submetem também eventuais terceiros interessados Petição inicial indeferida, com julgamento de mérito, nos termos do artigo 295, IV, c.c.

artigo 269, IV, ambos do CPC.

Trata-se de ação rescisória visando à declaração de nulidade da r. sentença copiada a fls.39/46, prolatada nos autos de ação de adjudicação compulsória, referente a imóvel que os autores da presente ação alegam lhes pertencer.

Sustentam os autores, em suma, que deveriam ter sido citados na ação de adjudicação compulsória, processo nº 196.01.2007.024870-8/000000-000, que tramitou perante a Primeira Vara Cível da Comarca de Franca, tendo em vista que são proprietários do imóvel objeto daquele litígio.

A fls.76, foi determinado que os autores recolhessem as custas e comprovassem o trânsito em julgado da r.

sentença, cuja nulidade pretendem seja declarada, o que foi cumprido a fls.80/89.

É o relatório.

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O processo deve ser extinto, com resolução de mérito, em virtude da decadência.

Dispõe o artigo 495 do Código de Processo Civil que: “o direito de propor ação rescisória se extingue em 02 (dois) anos, contados do trânsito em julgado da decisão”.

Conforme se observa da certidão de objeto e pé juntada aos autos a fls.82, a decisão que os autores pretendem ver rescindida transitou em julgado em 22/09/2008, de modo que o prazo decadencial de dois anos para o ajuizamento da ação rescisória se encerrou em 21/09/2010.

Esse é o entendimento da doutrina:

Decadência do direito à rescisão. Como a rescisória é ação desconstitutiva com prazo de exercício previsto em lei, tal prazo é de decadência (Agnelo Amorim Filho, RDPC 3/95). Não se interrompe nem se suspende. O autor deverá ajuizá-la até o último dia do prazo, devendo no despacho inicial ser determinada a citação e efetivada na forma do CPC 219. Aplica-se a rescisória o CPC 220.V. comente. CPC 220. (NERY JUNIOR, NELSON Código de Processo Civil Comentado e Legislação extravagante 10ª ed. rev. ampl. e atual. até 1º de outubro de 2007 São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007 p.805 realces não originais)

Contudo, a presente ação rescisória foi ajuizada apenas em 05/03/2012 (fls.02), ou seja, muito após o exaurimento do prazo decadencial, de modo que deve ser indeferida a petição inicial e julgada extinta, com resolução de mérito, nos termos do artigo 269, inciso IV, do Código de Processo Civil.

Nesse sentido já se posicionou esta C.

Câmara:

0261921-93.2011.8.26.0000 Ação Rescisória

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Relator(a): Ramon Mateo Júnior Comarca: São Paulo

Órgão julgador: 7ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento: 09/05/2012

Data de registro: 16/05/2012

Outros números: 2619219320118260000

Ementa: Ação Rescisória prazo decadencial Ocorrência Inteligência do art. 495 do CPC Sentença rescindenda que transitou em julgado há mais de dois anos Extinção com resolução de mérito nos moldes do art. 269, inciso IV do CPC.

0351610-85.2010.8.26.0000 Ação Rescisória Relator(a): Miguel Brandi

Comarca: Campinas

Órgão julgador: 7ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento: 25/08/2010

Data de registro: 27/08/2010 Outros números: 990.10.351610-9

Ementa: Ação rescisória - Prazo Decadencial - Interposição após o biênio legal - Impossibilidade de aplicação das hipóteses de suspensão e interrupção - Decadência configurada - Indeferimento com julgamento de mérito - Inteligência dos arts. 495 e 269, IV do Código de Processo Civil - Processo Extinto.

9062581-20.2008.8.26.0000 Ação Rescisória Relator(a): Natan Zelinschi de Arruda

Comarca: São Vicente

Órgão julgador: 7ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento: 25/06/2008

Data de registro: 07/07/2008

Outros números: 5775084700, 994.08.026642-3

Ementa: Rescisória. Autor não observou o prazo disposto no artigo 495 do Código de Processo Civil.

Ademais, não estão presentes duas das condições da ação, quais sejam, a legitimidade e o interesse. Extinção do processo sem resolução do mérito.

E nem haveria que se argumentar, conforme tese levantada pelos autores a fls.80/81, no sentido de que não teria transcorrido o prazo para o ajuizamento da ação rescisória porque a coisa julgada só produz efeitos para as partes do processo.

Isto porque a sujeição aos efeitos da sentença que se pretende anular não constitui requisito da ação rescisória,

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mas apenas o seu trânsito em julgado, não se podendo confundir coisa julgada com sentença ou com os efeitos da sentença.

Sobre o tema, cumpre colacionar os ensinamentos da doutrina:

O art.467 do Código de Processo Civil define a coisa julgada material como “a eficácia que torna imutável e indiscutível a sentença não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário”. Seria melhor não falar em eficácia. Qual ato seria produtor dessa eficácia? A própria sentença, não. Nem algum outro ato, do juiz ou de quem quer que fosse, capaz de conferir-lhe imutabilidade. E, mais precisamente, a coisa julgada material incide sobre os efeitos da sentença, não sobre ela própria como ato jurídico-processual; a proteção desta, como ato processual, é feita pela coisa

julgada formal. (CÂNDIDO RANGEL

DINAMARCO Instituições de Direito Processual Civil, v. III 6ª ed. São Paulo, Malheiros: 2009 p.

309/310 realces não originais)

Por esse motivo, os terceiros juridicamente interessados dispõem do mesmo prazo que as partes para o ajuizamento da ação.

Tendo em vista que os réus não foram sequer citados, não há que se falar em condenação dos autores ao pagamento de honorários advocatícios e de custas antecipadas pela parte contrária, nos termos do artigo 20 do Código de Processo Civil.

Ante o exposto, pelo meu voto, INDEFERE- SE A PETIÇÃO INICIAL, nos termos do artigo 295, IV, do Código de Processo Civil, pelo reconhecimento da decadência, e JULGA-SE EXTINTO o processo, nos termos do artigo 269, IV, do Código de Processo Civil.

WALTER BARONE Relator

Referências

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