Introdução:
Sistema Nervoso Central SNC
Farmacologia
Profa. Dra. Gisele
SNC - Divisões
Neurônios e
Células da glia
SNC - Neurônios
Comunicação neuronal
Química Elétrica
Neurotransmissores (NT)
Neurotransmissores
Substâncias químicas sintetizadas no interior dos neurônios que atuam nas sinapses, permitindo a comunicação altamente especifica entre os neurônios:
✓Neurônios Colinérgicos
✓Neurônios Noradrenérgicos/adrenérgicos
✓Neurônios Serotoninérgicos
✓Neurônios Dopaminérgicos
✓Neurônios Gabaérgicos
✓Neurônios Glutamatérgicos
✓Neurônios Glicinergicos
Armazenamento dos neurotransmissores
SNC – Síntese e armazenamento NT
• aa: Tirosina- DOPAMINA e NORADRENALINA Triptofano – SEROTONINA
Glicina
Glutamato (NT) – sintetiza GABA
• Vitamina: Colina (Complexo B) - Acetilcolina
Ações de enzimas
+
NT
SNC -Liberação
Inicialmente se tem um potencial de ação Abertura dos canais de cálcio
Liberação dos NT presentes nas vesículas (exocitose)
Ação dos NT em seus respectivos receptores
Ações biológicas
Principais neurotransmissores do SNC
GABA Ácido gama-aminobutírico Principal NT inibitório do SNC
Sintetizado a partir do ácido glutâmico (glutamato) através de descarboxilação NT se liga em receptores específicos denominados GABA (GABA-a e GABA-b) GABA-a é um receptor de canal de cloro – amplamente distribuido no SNC
GABA
GABA
Epilepsia e AnsiedadeDéficit de atenção e Depressão Desequilíbrio do NT
Principais neurotransmissores do SNC
GLICINA
Neurotransmissor inibitório do SNC
Localizado principalmente nas regiões do tronco cerebral e medula espinhal
Existem vários subtipo de receptores para glicina, porém suas função não é bem conhecida
O desequilíbrio leva a ações patológicas semelhantes ao do GABA
Principais neurotransmissores do SNC
GLUTAMATO
Principal NT excitatório do SNC.
Receptores do SNC: NMDA (ácido N-metil-D- aspartato) e AMPA (alfa-amino-3-hidroxi-metil-5-4- isoxazolpropiónico) – Aumento do influxo de Ca⁺⁺
Glutamato Glutamato
Desequilíbrio do NT
Epilepsia, piora da progressão das doenças neurodegenerativas
Esquizofrenia
Principais neurotransmissores do SNC
ACETILCOLINA
Neurotransmissor SNC e um dos principais do SNA (simpático – neurônio pré- e parassimpático – neurônio pré e pós-)
Receptores: Nicotinicos (Nn) e Muscarínicos
Acetilcolina Acetilcolina
Desequilíbrio do NT
Parkinson
Alzheimer
Principais neurotransmissores do SNC
DOPAMINA SNC: distribuída nas vias dopaminérgicas
Dopamina
Dopamina
Desequilíbrio do NT
Parkinson Esquizofrenia,
Ansiedade
Principais neurotransmissores do SNC
NORADRENALINA E ADRENALINA
Envolvidas nos mecanismo de sono e vigília.
Noradrenalina: Hipotálamo e regiões límbicas Adrenalina: Formação reticular
Formação reticular Receptores Adrenérgicos: α₁-A,B e D; α₂-A,B e C; β₁ e β₂
Glândula suprarrenal: Adrenalina (lipossolúvel) e Noradrenalina
Neurônios Adrenérgicos:
Noradrenalina
Ansiedade e medo
Depressão (Noradrenalina)
Principais neurotransmissores do SNC
SEROTONINA
Também conhecida como 5-Hidroxitriptamina (5HT)
Localizada no núcleo da Rafe, com projeção para o cérebro anterior e medula Regula o humor, o sono (-), a atividade sexual (-), o apetite(-), o ritmo circadiano, as funções neuroendócrinas, temperatura corporal, sensibilidade à dor (+), atividade motora e funções cognitivas.
Receptores 5HT centrais e periféricos
Receptores da serotonina
Subtipo Ação Localização Função
5-HT1A Inibição A.C Núcleos da rafe/hipocampo
Auto-receptor 5-HT1B Inibição A.C Substância negra Auto-receptor 5-HT1D Inibição A.C Vasos sanguíneos
cranianos
Vasoconstrição 5-HT2A Ativação PLC Plaquetas, musculo liso
córtex cerebral
Agregação plaq., contração musc. E excitação neural
5-HT2B Ativação PLC Estomago Contração
5-HT3 Canal Iônico Nervos periféricos, área postrema
Excitação neural 5-HT4 Ativação A.C Hipocampo e TGI Excitação neural
Principais neurotransmissores do SNC
SEROTONINA
SEROTONINA SEROTONINA
Esquizofrenia
Depressão e ansiedade
Psicofarmacos
São medicamentos que afetam as funções mentais, emocionais (humor, cognição, comportamento) e a personalidade.
✓ Aumento da liberação do NT
✓ Bloqueio da recaptura do NT
✓ Inibição do metabolismo do NT
✓ Bloqueio do armazenamento do NT
✓ Competição com o receptor do NT (antagonista)
✓ Substituição na ausência do NT (agonista)
Ações farmacológicas
Ansiolíticos
Psicofarmacologia dos
Sedativos e hipnóticos
Ansiedade
A ansiedade patológica é descrita como um sentimento vago e desagradável de medo e apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo de algo desconhecido ou estranho.
FISIOLOGICA
PATOLOGICA
Importante para manter o individuo em alerta (proteção).
Há 6 tipos de transtorno s mentais do grupo da ansiedade: Síndrome do pânico, fobias (especificas), fobias sociais, ansiedade generalizada estresse pós-traumático e transtorno obsessivo compulsivo (TOC)
Cardiovascular: palpitação, hipertensão, vermelhidão e hiperventilação
Endócrino: aumenta os níveis cortisol plasmático, aumenta a função da tireoide, pode alterar ciclo hormonal feminino
TGI: gastrite, ulceras e diarreia
SNC: insônia, agitação e dificuldade de concentração
Ansiedade: Sintomas
Disfunção sexual: Redução da libido (homens e mulheres) e impotência em homens. Desregulação do ciclo menstrual
Esses sintomas são devido as alterações que ocorrem nos neurotransmissores/ hormônios
GABA
SEROTONINA OCITOCINA DOPAMINA
NORADRENALINA/
ADRENALINA
Desequilíbrio químico → Neurotransmissores e hormônios
Nas doenças relacionadas ao sistema nervoso central observamos que ocorre um desequilíbrio químico nos neurotransmissores, na ansiedade ocorre:
ANSIEDADE
Antidepressivos (ISRS) Sedativos/ hipnóticos (benzodiazepínicos)
Antipsicóticos
Fármacos usados para tratamento da dor
neurológica (gabapentina) Beta- bloqueadores
Tratamento pode ser:
Fármacos Hipnóticos- Sedativos
São fármacos deprimem do SNC, de maneira dependente da dose produzindo resposta que evoluem de sedação até o coma
Sedativos: Diminui a atividade geral e a excitação acalmando o paciente sem necessariamente levar ao sono.
Hipnóticos: Induz e mantém um estado de sono semelhante ao sono em suas características encefalográficas.
Geralmente não é uma doença, mas sim um sintoma , ocorrendo em diferentes fases do sono (inicio, despertar e interrupções).
Insônia transitória – circunstancial, normalmente devido a ansiedade fisiológica
Insônia curta duração – 2 até 6 semanas Insônia crônica- acima de 6 semanas
Relacionado com metabolismo/ação do GABA
Insônia
Estresse, depressão, ansiedade, dores, efeitos adversos de fármacos, uso de cafeína e álcool, alterações do ciclo circadiano e alterações comportamentais.
Neurotransmissor GABA
Glutamato
descarboxilaseGlutamatoGABA
LIBERAÇÃO NT NA FENDA SINÁPTICA (PA)
RECAPTAÇÃO GABA (NT)
DEGRADAÇÃO DO GABA-TRANSAMINASE
Armazenamento do NT em vesículas
Ação no receptor GABA
Ácido aminobutírico é um neurotransmissor inibitório, produzido pelo glutamato (NT excitatório), age nos receptores GABA
Mecanismo de síntese/degradação
Receptor GABA
GABA-A – inotrópicos
GABA-B Metabotrópicos
Canais de Cl⁻
Relaxantes musculares Canais iônicos
Localizado SNC- principalmente
Barbitúricos
Classificação dos Fármacos
Benzodiazepínicos
Não- benzodiazepínicos (compostos Z)
Outros tratamentos para insônia:
Anti-histamínicos Melatonina
Buspirona
Benzodiazepínicos
Grupo mais usado como agentes ansiolíticos e hipnóticos, divididos em ação curta, intermediaria e longa.
Triazolam – Halcion®
Midazolam – Dormonid®
Lorazepam - Lorax®
Alprazolam - Frontal®
(1963) Diazepam – valium®
(1960) Clordiazepóxido – Librium®
Clonazepam – Rivotril®
Bromazepam – Lexotan®
Nitrazepam – Sonebon® Ação curta e
intermediaria
Ação longa
Benzodiazepínicos
Mecanismo de ação
Os benzodiazepínicos se lingam em sítios localizados nos receptores GABA-A, levando a um prolongamento na abertura desse canal. Assim a célula nervosa fica hiperpolarizada e não consegue propagar impulsos.
Dessa forma observamos os efeitos farmacológicos no organismo.
Benzodiazepínicos
Principais efeitos terapêuticos
Redução da excitabilidade Redução da agressividade Sedação
Indução e manutenção do sono Redução do tônus muscular
Anticonvulsivante
Amnésia anterógrada (adverso?)
Fármacos Principal uso terapêutico
Midazolam Pré-anestésico (curta duração) Clonazepam
Diazepam
Convulsões de qualquer origem (segurança)
Triazolam Alprazolam
Hipnóticos (tempo de meia vida curta)
Clordiazepóxido Diazepam
Tratamento da ansiedade (Longa duração)
Benzodiazepínicos
Outros efeitos
Sistema respiratório: redução da frequência respiratório
Cardiovascular: Doses pré-anestésicas reduz a PA e aumenta o DC TGI: reduz a secreção gástrica
Principal causa se morte por intoxicação com benzodiazepínicos
Essas ações contribuem para melhorar os efeitos da ansiedade
Benzodiazepínicos
Efeitos adversos
Efeitos colaterais que ocorrem durante o uso terapêutico normal:
✓ Sonolência
✓ Confusão – déficit intelectual
✓ Amnésia
Tolerância e dependência – síndrome da abstinência (retirada gradual)
Doses maiores ou associação com medicamentos/ substâncias que potencializam os efeitos adversos podem resultar em coma e morte
Benzodiazepínicos
Antagonistas
FlumazenilFármaco usado para reverter a ação dos benzodiazepínicos
Ação curta – 2h, de modo que a sonolência tende a voltar
Intoxicação medicamentosa
Depressão respiratória, coma, hipotermia,hipotensão, bradicardia
Flumazanil
O antagonista diminui a entrada de Cl⁻
Não Benzodiazepínicos (Compostos Z)
Fármacos de curta ação terapêutica
Apresentam o mesmo mecanismo de ação, se ligam em receptores GABA-A no sitio ômega, aumentando o tempo de abertura dos canais de cloro, as vantagens está na sua farmacocinética, o tempo de ação do medicamento é curto, assim os efeitos adversos são menores.
3 classes:
Zaleplon (pirazolopirimidina) duração ação: 1h inicio rápido Zoplicone ( ciclopirrolona) inicio intermediário, duração: 3h Zolpidem (imidazopiridina) inicio intermediário, duração: 6h
Não Benzodiazepínicos (Compostos Z)
Usos Terapêuticos:
Eficazes no tratamento da insônia inicial, não tem efeito anticonvulsivante.
Efeitos adversos raros: Amnésia e sedação diurna
Normalmente são utilizados em tratamento a curto prazo, altas doses não levam a depressão respiratória
Farmacocinética: Biodisponibilidade 70% (reduzida com alimento), tempo meia-vida 2h, metabolismo hepático e eliminação renal de metabólitos inativos.
Usos terapêuticos
Zaleplon - Sonata
Fenômeno de jet lag (fuso horário – viagens)
Indicado para pacientes com dificuldade de iniciar o sono
Não há persistência dos efeitos sedativos no dia anterior
Pode ser administrado mais de 1X durante a noite – insônia no meio da noite
Não Benzodiazepínicos (Compostos Z)
Zopiclone – Imovane
Possui ação mais tardia quando comparado com o zaleplon (2h) Tempo de ação menor se comparado com o zolpidem.
Usos terapêuticos
Zolpidem – Stilnox
Seletivo para receptor ômega 1
Substituto dos benzodiazepínicos – preferência
Duração de ação mais longa quando comparado com o zaleplon
Não Benzodiazepínicos (Compostos Z)
Barbitúricos
Fenobarbital – Gardenal®
Tiopental – Thionembutal®
Pentobarbital – Nembutal®
Depressores não seletivos do SNC
Mecanismo de ação é semelhante ao benzodiazepínicos, porém são menos específicos
Fármacos:
Anticonvulsivante
Anestésicos
Ações no SNC (cérebro e medula), sistema cardiovascular (hipotensão) e sistema respiratório (depressão respiratória)
Barbitúricos
Absorvidos no TGI – fenobarbital Amplamente distribuídos
Redistribuição – efeito prolongado do barbitúricos
Metabolismo – hepático
Eliminação: urinaria – metabolitos ativos e inativos Alta Lipossolubilidade: atravessa a BHE e BHP
Uso crônico: potentes indutores enzimáticos Anestésicos - IV
Farmacocinética
Barbitúricos
Reações tóxicas, quando associados a outros depressores SNC
Depressão respiratória
Ácido valpróico – aumenta as concentrações dos barbitúricos (inibidor enzimático)
Reduz a eliminação do fármaco, aumento da resposta Diminui ação: varfarina – indução enzimática
Interações Medicamentosas
Atualmente é usado para controle de distúrbio de convulsão
Sedativo- hipnótico- benzodiazepínicos
Anestésicos: não é comum atualmente
Usos terapêuticos
Barbitúricos
Efeitos adversos
Semelhantes aos efeitos adversos dos benzodiazepínico – Porém mais intensos (GRAVES)
Efeitos tóxicos decorrentes da superdosagem
Efeitos colaterais que ocorrem durante o uso terapêutico normal Tolerância e dependência – síndrome da abstinência
Diferenças entre: Benzodiazepínicos e Barbitúricos
Benzodiazepínicos
Necessita da presença do NT para promover ação
Barbitúricos
Pode abrir aos canais de Cl⁻ sem a presença de NT Usos terapêuticos amplos
Usos terapêuticos estreitos
Efeitos colaterais menos intensos comparado barbitúricos
Efeitos colaterais mais intensos Mais seletivo
Menos seletivos
Azaspirodecanodionas
Buspirona
Fármaco ansiolítico, com ação agonista parcial
Mecanismo de ação: atua em receptores 5HT₁ₐ (auto receptores inibitório) e inibe também atividade de neurônios noradrenérgcos α₂ (locus coeruleus)
É ineficaz na síndrome do pânico e ansiedade grave Efeitos colaterais
Naúseas, tonturas, cefaléia e agitação
Não foram relatados efeitos de síndrome de abstinência
Outros tratamentos para insônia
Anti-histamínico e melatonina
Anti-histamínicos
Efeito colateral dos anti-histamínico de primeira geração
Antagonismo H₁ - neurônios cerebrais
Fármacos muito lipossolúveis – atravessam a BHE
Sedação
Dimenidrinato - Dramin Hidroxizina - Hidrocin
Dexclorfeniramina- Polaramine
Melatonina
Hormônio secretado pela glândula pineal de acordo com o ciclo claro/escuro Importante na manutenção do ritmo circadiano
Ativa receptores MT1 e MT2
SONO
Substâncias Agonistas do receptor MT1 e MT2
✓ Agomelatina
✓ Ramelteon
Aprovada para comercialização no Brasil pela ANVISA 2017
Análogos da melatonina
Melatonina Ramelteon
Usos terapêuticos
✓ Distúrbios do sono relacionado a depressão
✓ Tratamento de jet lag
✓ Tratamento do câncer e sedação ou ansiólise pré-operatória
Melatonina
Ramelteon
Interações medicamentosa
Metabolizado por varias enzimas do CYP450
Inibição enzimática: fluvoxamina, fluconazol e cetoconazol
Indução enzimática: rifampicina → Perda da eficácia
Aumento dos efeitos colaterais- cefaleia, sonolência, fadiga, toura e náuseas
Referências
Psicofarmacologia, bases neurocientíficas e aplicações práticas, Stephen M. Stahl - 2º edição - 2002
RANG HP, DALE MM, RITER JM. Farmacologia. Tradução da 7 ª edição, Rio de Janeiro, Elsevier,2011.
GOODMAN & GILMAN. As bases farmacológicas da terapêutica. 9ª edição, Rio de Janeiro, McGraw-Hill – Interamericana Ed., 1996.
Katzung BG. Farmacologia básica e clínica. 12 ed. Porto Alegre: AMGH, 2014