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IDENTIFICAÇÃO DAS INTELIGÊNCIAS LÓGICA E VERBAL

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IDENTIFICAÇÃO DAS INTELIGÊNCIAS LÓGICA E VERBAL

Júlia Costa Pereira

Puc - Campinas CCV

juliacostapereira@hotmail.com

Solange Muglia Wechsler

Avaliação Psicológica de potencial humano CCV

wechsler@puc-campinas.edu.br

Resumo: O Presente projeto tem por obje- tivo investigar evidencias de validade dos testes lógico e verbal da Bateria de Habili- dades Intelectuais e Criativas (BAICA). Pa- ra tanto, os dados obtidos através de sua aplicação foram submetidos a uma compara- ção com os testes de habilidades verbais, abstratas e espaciais da Bateria de Provas de Raciocínio (BPR-5) através da Correlação de Pearson. A amostra utilizada foi composta por 139 jovens,sendo 87 mulheres e 52 ho- mens; 65 deles estudantes do segundo grau de escola particular, 46 de escola pública e 28 professores de escola públicas da cidade de Campinas -SP. Com relação aos testes verbais, observa-se que há uma correlação significativa entre os testes de habilidades verbais e a bateria verbal (BV) da BPR-5 (0,505 para sinônimos; 0,535 para antôni- mos e 0,641 para analogias, sendo p ≤ 0,01), isso porque esta é composta fundamental- mente por estímulos que requerem o raciocí- nio de analogias verbais. Quanto ao raciocí- nio lógico da Baica, foi encontrada uma cor- relação positiva significativa ao comparar- mos com os Espaciais BPR-5, de 0,641, sendo p ≤ 0,01. Isso se justifica pelo fato de que os raciocínios espaciais (RE) da bateria BPR envolvem raciocínios hipotéticos, ba- seando-se em conclusões lógicas. O mesmo se pode observar ao comparar os testes de lógica (BAICA) com os testes de raciocínio abstrato (RA) ao observar-se uma correlação

de 0,553, sendo p ≤ 0,01. Isso significa, por- tanto concluir que os testes da Baica avalia- dos no estudo possuem validade convergen- te. No entanto, futuros estudos são necessá- rios para que se possa verificar a com mais exatidão esta hipótese.

1. INTRODUÇÃO

Desde a antiguidade, a busca pela com- preensão da mente humana tem fomentado a construção de ideias, teorias e ferramentas que possibilitassem explicar muitos de seus proces- sos. Existem registros que datam de 3.000 anos, na China, em que é possível identificar a busca pela construção de métodos que oferecessem suporte para a seleção de soldados mais capaci- tados(OAKLAND, apud WECHSLER, 2006).

De fato, pode-se dizer que o desenvol- vimento de estudos relacionados à compreensão da inteligência por meio de uma visão psicomé- trica confunde-se com a própria historia da psi- cologia; uma vez que esta teve como um de seus primeiros objetos de estudo a inteligência e suas formas de definição e mensuração (OLIVEIRA e SOARES, 2011). Dentro deste contexto diver- sos estudiosos dedicaram-se a construção de modelos capazes de explicar e medir este con- ceito. Um dos primeiros modelos aceitos pela ciência foi desenvolvido no início do século XX pelo pesquisador Charles Spearman, conhecido por modelo bi-fatorial. Este trazia uma compre- ensão de que a inteligência necessária para rea-

Palavras chave: teste/ inteligência fluida/inteligência crista- lizada / validade

Área do Conhecimento: Ciências Humanas – Fundamen- tos e Medidas da Psicológia – Fapic

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lização de qualquertarefa seria resultante da ite- ração entre um fator geral (g) e uma determina- da habilidade especifica (fator s). Desta forma, a resolução de qualquer atividade intelectual esta- ria subordinada a uma medida de inteligência geral (fator g) associada a habilidades especifi- cas e individuais (SCHELINI, 2006). Este fator g representaria, portanto, uma determinada quantia de “energia mental” própria para cada individuo, permanecendo inalterada, indepen- dentemente das habilidades envolvidas para a realização de qualquer atividades intelectual (COUTO, 2007).

A pesquisa de Couto, 2007, trás também algumas definições feitas por Almeida (1988) a cerca das atividades atribuídas ao fator g dentro do que se entende atualmente por funções cogni- tivas:

“(1) Apreensão da experi- ência, capacidade relacionada à percepção, ou seja , à rapidez e acuidade com que as pessoas são capazes de discriminar os estímu- los e a consciência que tem desse processo; (2) edução das relações, que seria a capacidade de estabele- cer relações entre duas ou mais ideias,sejam elas percebidas no ambiente ou evocadas da memória por uma outra estimulação; (3) edução de correlatos, que seria a capacidade de derivar novas ideias ou relações a partir de uma ideia ou uma relação previamente esta- belecida. “

Já em 1909, Thorndike apresentou um novo modelo de construção da inteligência em que contestava a existência de um único fator geral que pudesse interferir em todas as ativida- des intelectuais. Para tanto, desenvolveu um modelo multifatorial, que preconiza a existência

de diferentes capacidades intelectuais que se re- lacionam entre si a fim de executar uma deter- minada tarefa (SATTLER, apud SCHELINI, 2006).

Ainda tratando-se da construção de mo- delos multifatoriais, em 1934, Louis Thurstone construiu, através do processo de análise fatori- al, sua tese de que a inteligência não se resume a um único fator. Ele identificou a existência de nove fatores, chamados de habilidades mentais primárias. Estas seriam, segundo o autor: com- preensão verbal, fluência verbal, raciocínio in- dutivo, raciocínio numérico, raciocínio aritméti- co, raciocínio dedutivo, visualização espacial, memória e rapidez de raciocínio. A principal característica deste modelo se deve a dinâmica com que estes fatores se apresentam. Ao contra- rio da teoria de Spearman, cada um destes fato- res pode se apresentar de maneira totalmente isolada em uma determinada tarefa e com alto grau de associação em outra (COUTO,2007).

Na tentativa de se estabelecer um mode- lo conciliatório entre os pontos apresentados por Spearman e Thurstone, Raymond Cattell conse- guiu em 1942 desenvolver um modelo capaz de correlacionar as habilidades mentais primárias de Thrstone a existência de um fator g.Na reali- dade, Cattell conseguiu identificar dois fatores gerais, posteriormente confirmados por John Horn, fora designados por Inteligência Fluida e Inteligência Cristalizada (SCHELINI e WECHSLER, 2005)

Dentro desta perspectiva conhecida co- mo teoria Horn-CattelGf-Gc, esses dois fatores de inteligência abrangeriam uma série de habili- dades especificas. Desta forma, a inteligência fluida (Gf) relaciona-se a componentes não ver- bais e, portanto, distancia-se de aspectos cultu- rais ou quaisquer forma de conhecimento adqui- rido anteriormente. Isso faz com que este tipo de inteligência se relacione ao enfrentamento de atividades novas, nas quais envolva relacionar

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ideias, induzir conceitos abstratos, compreender implicações, bem como, solucionar problemas através de raciocínios indutivos e dedutivos (COUTO,2007). Muito importante salientar que a inteligência fluida (Gf) mostrou-se muito rela- cionada a fatores genéticos e a questões orgâni- cas, o que comprovaria seu distanciamento das influencias culturais. Nesse sentido, alguns es- tudos atuais apontam para uma equivalência en- tre os fatores que compõe Gf e o fator g (HÄRNQVIST, GUSTAFSSON, MUTHÉN, &

NELSON apud SCHELINI, 2005).

Já a inteligência cristalizada (Gc), de maneira oposta a Gf, está relacionada a resolu- ção de problemas complexos ligados ao cotidia- no e, portanto, fortemente dependente das expe- riências anteriores, da cultura e linguagem. Isso faz com que Gc tenha grande relação com o de- sempenho escolar, quantidade e qualidade de estimulação sofrida pelo indivíduo ao longo de sua vivencia. Outro ponto importante ligado a inteligência cristalizada se observa ao fato de relacionar-se fortemente a modalidades auditi- vo-simbólicas, verbal e baseado na linguagem.

Dessa forma, a maneira mais eficaz de se avaliar Gc se faz através da resolução de atividades que dependam do uso e compreensão da linguagem, bem como das experiências adquiridas por meio da vivencia cultural (COUTO,2007). Muito em- bora não seja possível descrever a existência de correspondência entre desempenho escolar e índice de Gc. Porém, em função da profunda relação entre o desenvolvimento da inteligência cristalizada e as experiências de vida, é possível compreender como esta tende a evoluir com a idade do individuo. De maneira oposta, sabe-se hoje que o desenvolvimento de Gf se dá até os 21 anos de idade, a partir daí inicia-se um mo- vimento de declínio em seu desempenho devido à gradual degeneração das estruturas fisiológicas (Brody, 2000; Cattell, 1998; Horn & Noll, 1997;

Sattler, 2001) Desta maneira, Cattel consegue estabelecer uma relação de convergência entre

Gf e Gc somente nos primeiros anos de vida, isso porque ao final da infância e inicio da ado- lescência tais índices tenderiam a apresentar re- sultados cada vez mais divergentes, devido a natureza de seu desenvolvimento (SCHELINI, 2005).

A partir dos estudos de John Horn,JohnCarroll (1993) propôs um novo mode- lo ainda mais completo de representação da inte- ligência, integrando as diversas compreensões do tema em uma única teoria, a Teoria dos Três Estratos da Inteligência. Neste estudo Carroll propôs, através de métodos de análise fatorial junto a 1500 artigos, totalizando 460 conjuntos de dados, a construção de um modelo de inteli- gência dividido em três estruturas, contendo ca- da qual um conjunto de capacidades intelectuais e dispostas hierarquicamente (COUTO,2007).

Desta forma, postulou-se que no terceiro estrato encontraria o fator geral (g) como o proposto por Spearman, responsável pelas funções cogni- tivas superiores comuns a todas as atividades intelectuais, já a camada intermediária relacio- nar-se-ia a oito capacidades amplas ou gerais:

inteligência fluida, cristalizada, memória e aprendizagem, Percepção Visual, Percepção Auditiva, Capacidade de Recuperação, Rapidez Cognitiva e Velocidade de Processamento. Cada uma dessas oito capacidades dispostas na cama- da II subordinam-se a camada III, sendo, assim, influenciadas por um fator geral, embora tam- bém interfiram em uma série de capacidades específicas atribuídas a cada uma destas (SCHELINI, 2005).

Embora haja algumas divergências entre o modelo Horn-CattelGf-Gc e a Teoria dos Três Estratos,com relação existência e papel de um unico fator geral, o fato de ambas as teorias con- ceberem modelos que comportam a existência de capacidades gerais que se relacionam a as- péctos específicos possibilitou que McGrew e Flanagan (1998) sintetizasse essas duas perspec- tivas em um único modelo teórico denominado

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por Cattell-Horn-Carroll - CHC (SCHELINI e WECHSLER, 2005).

Este modelo constrói-se nos mesmos moldes da teoria de Horn, através de estratos hierarquicamente distribuídos. Como demonstra SchelinieWechsler,(2005) em que o terceiro re- fere-se a um fator geral, enquanto o segundo apresenta dez capacidades gerais:

(...) inteligência fluida (Gf), conhecimento quantitativo (Gq), inte- ligência cristalizada (Gc), memória a curto prazo (Gsm), processamento vi- sual (Gv), processamento auditivo (Ga), armazenamento e recuperação associativa a longo prazo (Glr), velo- cidade de processamento cognitivo (Gs), tempo/velocidade de deci- são/reação (Gt) e leitura-escrita (Grw). Cada fator geral da camada II é formado por fatores específicos, es- tabelecidos na camada I. Desse modo, o fator geral de inteligência fluida (Gf), por exemplo, é composto pelos fatores específicos de raciocínio se- qüencial geral (RG), indução (I), raci- ocínio quantitativo (RQ), raciocínio piagetiano (RP) e velocidade de raci- ocínio (RE). (p.74)

Com isso, os fatores específicos, dispos- tos na primeira camada, relacionam-se às capa- cidades gerais somando 74 habilidades específi- cas. Tornando, portanto, essa mais completa descrição sobre inteligência, aceita atualmente (MCGREW E FLANAGAN apud COUTO, 2007)

À medida que se compreende a constru- ção de um conceito referente a definição de inte- ligência, torna-se necessário o desenvolvimento de instrumentos que possibilitem comprova-lo bem como mensura-lo de forma exata, precisa e confiável, coerente com uma visão psicométrica científica. A partir dessa necessidade e da pró-

pria criação e desenvolvimento dos modelos teóricos uma grande quantidade de instrumentos foram sendo criados e reeditados, a fim de adap- tarem-se as demandas histórico-culturais.

Binet e Simon (1905) foram os primeiros dentro do campo das ciências a serem reconhe- cidos como autores de instrumentos capazes de mensurar construtos abstratos como a inteligên- cia. Isso porque seus estudos dedicaram-se a identificação de alunos com dificuldade de aprendizado nas escolas públicas, atribuindo a estas uma “idade mental” correspondente à rela- ção de respostas corretas apresentadas em um questionário (MIRANDA,2002). Seguindo a mesma linha de raciocínio trazida por Binet, na qual existiria uma série de atividades específi- cas, distribuídas segundo seu grau de dificulda- de, David Wechsler (1949) elaborou o testes para aferição da inteligência em crianças e adul- tos, WechslerIntelligenceScale for Children (WISC) e o WechslerAdultIntelligenceScale (WAIS), os quais se destinavam a medir o de- sempenho na realização de diversas atividades, totalizando uma soma de habilidades específicas que determinariam um escore bidimensional, relativo às habilidades verbais e não verbais, em Q.I. (Quociente Intelectual). Durante a década de 80 os testes WAIS e o WISC-R figuravam como alguns dos mais utilizados nos Estados Unidos e em todo o mundo (FIGUEREDO, PINHEIRO e NASCIMENTO, 1998). Não obs- tante, muitas outras ferramentas tem se apresen- tado capazes de realizar medições dentro de uma visão bidimensional de inteligência, e são bas- tante utilizadas em âmbito nacional. Dentre elas destacam-se: Matrizes Progressivas de Raven (Raven, 1965/2000), G-36 (Boccalandro, 2002), o teste WISC-III (Wechsler, 1991/2002).

Uma vez que para que se construa um instrumento, há que se tomar como referencia um embasamento teórico que traga a definição do que se pretende medir. Conforme as defini- ções de inteligência foram se alterando, novos

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modelos de instrumento foram sendo desenvol- vidos para que se pudesse atingir com o máximo de precisão seus objetivos. Nesse sentido, o pre- sente trabalho tem por finalidade auxiliar a construção de uma nova bateria de testes que possa avaliar a inteligência, segundo o modelo CHC (Cattell-Horn-Carroll), acrescentando as- pectos ligados a criatividade. Dentro dessa pers- pectiva multidimensional, a bateria BateriaWo- odcock-Johnson III (Woodcock, McGrew,

&Mather, 2001) é considerada a mais completa atualmente, (WECHSLER E SCHELINI 2006).

Apesar da contribuição trazida pela bate- ria WJJ-III, estudos realizados por Wechsler e Schelini (2006) demonstram que ainda existe uma grande carência pelo desenvolvimento de instrumentos validados, adequados à realidade brasileira, capaz de abranger todas as dimensões contidas na bateria WJJ-III.

Um dos poucos instrumentos validados e aptos serem utilizados nacionalmente encontra- se a Bateria de Provas de Raciocínio (BPR-5) de Almeida e Primi (1998). Trata-se de uma bateria composta por cinco subtestes: Raciocínio Abs- trato (RA), Raciocínio Verbal (RV), Raciocínio Numérico (RN), Raciocínio Espacial (RE) e Ra- ciocínio Mecânico (RM). Estas são apresentadas sob duas diferentes formas: Forma A, destinada a alunos da sexta à oitava séries do Ensino Fun- damental e Forma B, adaptada ao uso em alunos da primeira à terceira séries do Ensino Médio . Esta bateria foi construída fundamentando-se nos princípios deCaroll, Spearman e seu fator g e Thurstone, com suas habilidades especificas.

Desta mania observa-se que os subteste RA as- sociam-se principalmente à inteligência fluida (Gf); Os subtestes RV associam-se tanto a inte- ligência fluida quanto à cristalizada; O subteste RN associa-se à inteligência fluida; O subteste RE tanto a inteligência fluida como também a capacidades ligadas ao processamento visual;

por fim, O subteste RM relaciona-se à inteligên-

cia fluida e aos conhecimentos práticos mecâni- cos (PRIMI E ALMEIDA 2000).

Apesar do reconhecimento quanto a sua validade, os testes BPR-5 não comportam aspec- tos ligados a criatividade. Nesse sentido, desta- ca-se a produção de Wechsler e Schelini (2006), dando início ao processo de validação de uma bateria adaptada a cultura brasileira , a Bateria de Habilidades Intelectuais e Criativas (BAICA) composta por seis subtestes capazes de avaliar a inteligência cristalizada, através dos testes de compreensão verbal; inteligência fluida por meio do teste de pensamento lógico; a inteligên- cia viso-espacial; memória de trabalho, por meio dos testes de memória visual auditiva; rapidez de pensamento e pensamento divergente, carac- terístico nos testes de pensamento criativo.

1. Objetivo

O objetivo do estudo refere-se a investi- gar evidencias validade de testes para medir ha- bilidades lógicas e verbais.

2. Método

3.1ParticipantesA amostra foi composta por 139 indivíduos, sendo 87 mulheres e 52 homens, 65 deles estudantes do segundo grau de escola particular, 46 de escola públi- ca e 28 professores de escola públicas da ci- dade de Campinas -SP.

3.2Material

a) BPR-5 Teste raciocínio verbal, abstrato e viso espacial, (Primi, 1998;

Primi& Almeida, 2000a, 2000b)

b) BAICA: Teste de habilidades verbais, formado por 20 estímulos liga- dos ao conhecimento de sinônimos, 21 de antônimos, e 20 de analogias verbais;

e Teste de lógica composto por 31 estí- mulos abstratos.

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3.3Procedimento:

Após aprovação do Comitê de ética, foi entregue uma carta para direção da escola expli- cando os objetivos da pesquisa. Foi encaminha- do para os pais um termo de consentimento para permissão da pesquisa com seu filho. Efetuado o convite aos estudantes para participação no es- tudo, seguiu-se com a aplicação dos testes ao longo de5 sessões distintas. A partir desta apli- cação foi possível submeter tais dados a uma tabulação para aplicação da analise de Correla- ção de Pearson, com intuito de aferir as relações entre BAICA e BPR-5 para que se possa buscar uma validade convergente e assim, auxiliar o processo de validação nacional da bateria BAICA.

4. Resultados:

Ao longo do presente estudo, para me- lhor análise, segue tabela descrevendo amostra:

Tabela 1 - Descrição Amostra por Gênero

Gênero Gênero Gênero

Feminino Feminino Feminino

Masculino Masculino Masculino

Total Total Total

Tabela 2 – Médias da Amostra Total

Teste Média Desvio Padrão

BAICA Sinônimo 9,08 3,843

BAICA Antônimo 8,38 3,498

BAICA Analogia 15,4 3,744

BAICA Lógica 17,14 5,942

BPR_ Verbal 15,87 4,221

BPR_ Abstrato 15,71 5,342

BPR_ Espacial 9,14 5,632

Tabela 3 - Correlação Pearson entre BAICA e BPR-5 verbal

BAICA Sinonimo

BAICA Antonimo

BAICA

Analogia BPR_Verbal BAICA

Sinonimo

- ,581** ,477** ,505**

BAICA Antonimo

- ,639** ,535**

BAICA Analogia

- ,641**

BPR_Verbal -

**p ≤ 0,01

A tabela 3 apresentou resultados alta- mente significativos positivamente quando comparados os testes de habilidades verbais BAICA com os BPR. Excepcionalmente altas foram as correlações entre os testes de analogias e habilidades verbais.

TABELA 4 - Correlação Pearson entre o teste de Ló- gica BAICA e ostestes Abstrato e EspacialBPR-5

BAICA Logica

BPR-

Abstrato BPR_Espacial BAICA Logi-

ca

- ,633** ,641**

BPR-Abstrato - ,553**

BPR_Espacial -

**p ≤ 0,01

A tabela 4 demonstra existir alta correla- ção entre os testes BAICA Lógica quando com- parados com as baterias de raciocínio Abstrato e Espacial BPR. Sendo a maior delas apresentada na relação Lógica BAICA e Espacial BPR

5. Discussão

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As tabelas apresentadas permitem con- cluir que existe uma forte relação de convergên- cia entre os testes que avaliam habilidades ver- bais da bateria BACIA, relacionadas á sinôni- mos, antônimos e analogias, quando compara- dos com a bateria de raciocínio verbal BPR-5.

Isso porque apresentam uma correlação de 0,505; 0,535e 641, respectivamente. Em função de uma amostra muito mais ampla, observa-se que tais dados possuem significância de p≤ 0,01 e, portanto, uma baixa margem de erro.

Interessante notar que a bateria de analo- gias BAICA foi a que mais relacionou com os testes da BPR. Este fato pode ser entendido em função da forma com que este foi construído.

Como descrito por Primi e Almeida (2000) a prova RV da bateria BPR se utiliza de raciocínio analógico para sua resolução, indicando a pre- sença de raciocínio tanto cristalizado, represen- tado pela utilização de própria linguagem e co- nhecimentos previamente adquiridos por meio da cultura, como também da inteligência fluida, uma vez que o raciocínio analógico presente se apresenta quando se utiliza componentes não verbais para sua resolução. Isso mostra que a bateria Baica se constrói de maneira muito mais abrangente, conciliando três habilidades verbais distintas.

Observa-se na tabela 4 uma correlação bastante significativa de 0,641 (p≤ 0,01) ao compararmos os testes de Lógica da Baica com os Espaciais BPR-5. Isso se justifica pelo fato de que os raciocínios espaciais da bateria BPR en- volvem raciocínios hipotéticos, baseando-se em conclusões lógicas, ligadas á inteligência fluida, uma vez que o participante deve concluir logi- camente as alterações das figuras. Da mesma forma, o teste de Lógica BAICA, destina-se a avaliar a inteligência fluida, através da resolução de problemas por meio da identificação de crité- rios classificatórios de estímulos neutros. Tam- bém há uma correlação significativa de 0,633 (p≤ 0,01) entre os testes de lógica Baica e os de

raciocínio abstratos BPR-5, pois ambos se utili- zam das mesmas habilidades indutivas para sua resolução.

Portanto, é possível notar que existe re- lação significativa entre as baterias BAICA e BPR-5 nos testes avaliados, uma vez que os re- sultados obtidos apresentam uma alta correlação com uma alta segurança quanto a sua significân- cia. Entretanto, ainda que os resultados apresen- tem forte correlação, deve-se estender tal estudo para que se possa chegar a uma conclusão ainda mais exata.

6. Agradecimentos:

Gostaria de agradecer a colaboração dos membros do grupo de pesquisa do Laboratório de Avaliação e Medidas Psicológicas da Puc Campinas, Prof. Dra. Solange Muglia Wechs- ler, por me auxiliar e orientar durante a realiza- ção do presente trabalho; à minha família José Luiz Pereira e Rosa Costa Inês Pereira e Flávia Costa Pereira, pela compreensão e apoio, e à Puc, por conceder-me a bolsa Fapic, viabilizan- do ,assim, a conclusão deste projeto. Sem estes não seria possível a concretização desta pesqui- sa.

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