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Aula 00 Direito das Pessoas com Deficiência p/ TJ-SP (Escrevente Jud - Interior de São Paulo) Pós-Edital

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Direito das Pessoas com Deficiência p/ TJ-SP (Escrevente Jud - Interior de São Paulo) Pós-Edital

Professor: Ricardo Torques

(2)

A ULA 00

A PRESENTAÇÃO DO C URSO E A SPECTOS C ONSTITUCIONAIS

Su m á r io

Direit os das Pessoas com Deficiência para o TJSP I nt erior ... 3

Met odologia ... 3

Apresent ação Pessoal ... 5

Cronogram a de Aulas ... 5

1 - Considerações I niciais ... 6

2 - Prot eção I nt ernacional: Conv enção sobre Direit o das Pessoas com Deficiência ... 7

2.1 - Norm a Const it ucional e Cláusula Pét rea ... 8

2.2 - Term inologia ... 11

2.3 - Conv enção sobre os Direit os das Pessoas com Deficiência ... 13

3 - Prot eção Const it ucional ... 44

3.1 - Art . 7º , XXXI ... 44

3.2 - Art . 23, I I ... 46

3.3 - Art . 24, XI V ... 47

3.4 - Art . 37, VI I I ... 47

3.5 - Art . 40, §4º , com binado com o art . 201, §1º ... 48

3.6 - Art . 100, §2º ... 49

3.7 - Art . 203, I V ... 51

3.8 - Art . 208, I I I ... 52

3.9 - Art . 227, §1º , I I ... 52

3.10 - Art . 227, §2, com binados com o art . 244 ... 52

4 - Quest ões ... 53

4.1 - List a de Quest ões sem Com ent ários ... 53

4.2 – Gabarit o ... 57

(3)

4.3 - List a de Quest ões com Com ent ários... 58 5 – Resum o ... 67 6 - Considerações Finais ... 69

D ir e it os da s Pe ssoa s com D e ficiê n cia pa r a o TJSP I n t e r ior

Est am os aqui para apresent ar o CU RSO D E D I REI TO D AS PESSOAS COM D EFI CI ÊN CI A com TEORI A e QUESTÕES para TOD OS OS CARGOS, volt ado para o concurso do Tr ib u n a l de Ju st iça do Est a do de Sã o Pa u lo.

O e dit a l foi pu b lica do no dia 19.12! A ba n ca é a V UN ESP e as pr ov a s serão em 2 5 .0 3 . Tem os um bom t em po de preparação. São m ais de 3 m eses at é a prova. Tem os que aproveit ar m uit o bem esse t em po e nos dedicar com afinco.

A disciplina de Noções sobre Direit os da Pessoa com Deficiência est á inclusa na part e de conhecim ent os gerais da pr ova obj et iv a. A em ent a do edit al prev iu os seguint es assunt os:

2. Art igos 1º ao 13; 34 ao 38 da Lei nº 13.146/ 2015 – Est at ut o da Pessoa com Deficiência e Resolução nº 230/ 2016 do CNJ, com as alt erações v igent es at é a publicação dest e edit al.

Muit os t êm quest ionado o porquê desse assunt o est ar aparecendo nos recent es edit ais de t r ibunais. A razão decorr e de at o norm at iv o do CNJ de j unho de 2016.

A Resolução CNJ nº 230/ 2016 t rat a da or ient ação e adequação das at ividades dos órgãos do Poder Judiciár io e dos seus serv iços aux iliares às det erm inações const ant es da Convenção I nt ernacional sobre os Direit os das Pessoas com Deficiência e seu Pr ot ocolo Facult at ivo e do Est at ut o da Pessoa com Deficiência.

O diplom a int ernacional possui st at us de norm a const it ucional, que t raz obrigações diret as aos t rês poderes em relação à t ut ela dos Direit os das Pessoas com Deficiência. O result ado disso par a concurso é o que const a da Resolução CNJ nº 230/ 2016:

Art . 19. Os edit ais de concursos públicos para ingresso nos quadros do Poder Judiciário e de seus serv iços aux iliares de ve r ã o pr e ve r , n os obj e t os de a va lia çã o, disciplin a qu e a ba r qu e os dir e it os da s pe ssoa s com de ficiê n cia.

Em razão disso, darem os um enfoque legal ao assunt o, passando pelos pont os const it ucionais e infraconst it ucionais da m at éria. Além disso, t em os a últ im a prova do TJSP, realizado par a capit al e região m et ropolit ana, que cobrou o t em a.

É um ót im o parâm et ro par a a nossa preparação para o concurso do int er ior.

Vej am os a m et odologia do nosso curso!

M e t odologia

A banca escolhida para o concurso foi a VUNESP. Logo, o t om do curso deve ser dado de acordo com a banca. Assim , é fundam ent al um e st u do cor r e t o e dir igido pa r a a pr ov a , com qu e st õe s foca da s.

==0==

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Essas const at ações acim a const it uem a dir e t r iz ce n t r a l d o n osso cu r so.

Con t e ú dos

Considerando o edit al acim a refer ido é necessário que desenvolvam os alguns assunt os de form a aprofundada, sem pre com “ olhos” nas quest ões ant eriores de concurso público. Dada a cobrança que t em os observado nos concursos que abrangem o est udo do Direit o das Pessoas com Deficiência, podem os ident ificar pont os m ais im port ant es.

O nosso curso prezará pela com plet a com preensão da Lei nº 13.146/ 2015 ( Est at ut o da Pessoa com Deficiência) , da Resolução CNJ nº 230/ 2016 e das dem ais legislações cobradas. Em cert os m om ent os será necessár io t razer alguns conceit os dout rinários, m as o foco cent ral da análise será v olt ado par a a com preensão desses diplom as.

Qu e st õe s de con cu r so

Há inúm eros est udos que discut em as m elhor es t écnicas e m et odologias par a absorção do conhecim ent o. Ent re as diver sas t écnicas, a resolução de quest ões é, cient ificam ent e, um a das m ais eficazes.

Som ada à escr it a de form a facilit ada e à esquem at ização dos cont eúdos, priorizarem os, sobrem aneir a, quest ões ant eriores de concurso público. A cada concurso, nosso port fólio de quest ões aum ent a! Desde o segundo sem est re de 2016, os concursos de t ribunais t êm colocado quest ões r elat ivas a esse assunt o.

Ev ident em ent e que, se at é a sua prova, novas quest ões forem cobradas nos m ais recent es concursos, adicionarem os aulas ext ras para com ent á- las.

Não cust a regist rar, t oda s a s qu e st õe s do m a t e r ia l se r ã o com e n t a da s de for m a a n a lít ica . Sem pre explicar em os o porquê da assert iva/ alt ernat iva est ar corret a ou incorret a. I sso é relevant e, pois o aluno poderá analisar cada um a delas, per ceber event uais err os de com preensão e r ev isar os assunt os t rat ados.

V ide oa u la s

O foco no Est rat égia Concursos são os m at eriais em .pdf. É por est e inst rum ent o que você irá absorv er a m aior part e do cont eúdo ou que você irá t r einar a m aior gam a de quest ões.

Cont udo, há algum t em po as v ideoaulas t êm sido disponibilizadas com o um inst rum ent o adicional. Não é recom endado est udar apenas pelos v ídeos, pois é im possível t r at ar dos assunt os com necessár ia profundidade em um núm ero lim it ado de aulas. Adem ais, cursos em v ídeo com t oda a m at éria ser iam dem asiadam ent e ext ensos e pouco pr odut ivos.

Assim , as v ideoaulas const it uem um inst rum ent o para quando você est iv er cansado da leit ura dos .pdfs ou para det erm inados assunt os que você est ej a com dificuldade.

Essa é a nossa propost a do Cu r so de D ir e it os da s Pe ssoa s com D e ficiê n cia .

(5)

Apr e se n t a çã o Pe ssoa l

Por fim , r est a um a breve apr esent ação pessoal. Meu nom e é Ricardo St rapasson Torques! Sou graduado em Direit o pela Universidade Federal do Paraná ( UFPR) e pós- graduado em Direit o Processual.

Est ou env olvido com concurso público há 08 anos, aprox im adam ent e, quando ainda est ava na faculdade. Trabalhei no Minist ério da Fazenda, no cargo de ATA.

Fui aprov ado para o cargo de Fiscal de Tr ibut os na Prefeit ura de São José dos Pinhais/ PR e para os cargos de Técnico Adm inist r at iv o e de Analist a Judiciário nos TRT 4ª , 1º e 9º Regiões. At ualm ent e, resido em Cascavel/ PR e sou professor exclusivo do Est rat égia Concursos.

Já t rabalhei em out ros cursinhos, presenciais e on- line e, at ualm ent e, e m pa r ce r ia com o Est r a t é gia Con cu r sos, la n ça m os div e r sos cu r sos, n ot a da m e n t e n a s á r e a s de D ir e it o Ele it or a l, de D ir e it o Pr oce ssu a l Civ il e de D ir e it os H u m a n os.

Deix arei abaixo m eus cont at os para quaisquer dúvidas ou sugest ões. Será um prazer or ient á- los da m elhor form a possív el nest a cam inhada que se inicia hoj e.

rst .est rat egia@gm ail.com

ht t ps: / / w w w .facebook.com / dpcparaconcursos/

Cr on ogr a m a de Au la s

A fim de at ender ao propost o acim a, apresent am os o cronogram a de aulas:

AULA CON TEÚD O D ATA

Au la 0 0 I nt rodução

Regras Const it ucionais 19.12

Au la 0 1 Art igos 1º ao 13 da Lei nº 13.146/ 2015 – Est at ut o da Pessoa

com Deficiência 26.12

Au la 0 2 Art igos 34 ao 38 da Lei nº 13.146/ 2015 – Est at ut o da Pessoa

com Deficiência 02.01

Au la 0 3 Resolução nº 230/ 2016 do CNJ 09.01

Au la 0 4 Sim ulado I nédit o e Com pilado de Resum os 16.01

Com o vocês podem perceber, as aulas são dist r ibuídas para que possam os t r at ar de cada um dos assunt os com t ranquilidade, t ransm it indo segurança a vocês par a um excelent e desem penho em prova.

Event uais aj ust es de cr onogr am a poderão ser realizados por quest ões didát icas

e serão sem pre inform ados com ant ecedência.

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D I REI TO DAS P ESSOAS COM D EFI CI ÊNCI A NA CF

1 - Con side r a çõe s I n icia is

Nesse pr im eiro encont ro vam os t razer um a aula singela, cont udo, com m uit a relevância. Em bora não est ej a expresso no edit al, o pont o que será analisado por nós poderá ser cobrado em um a quest ão int erdisciplinar com o Dir eit o Const it ucional. Além disso, a part e const it ucional da m at éria é fundam ent al para const it uir a base de com preensão da nossa m at éria. Logo, dê at enção ao t em a que irem os abordar !

O est udo, nest e encont ro, passará pelos aspect os const it ucionais de form a am pla, para abranger n ã o a pe n a s o Te x t o d a CF, m as t am bém t r e ch os im por t a n t e s da Con v e n çã o sobre o Direit o das Pessoas com Deficiência, que int egra o bloco const it ucional. Com o v ocê sabe dos est udos de Direit o Const it ucional, os t rat ados int ernacionais de Direit os Hum anos que for am aprovados em dois t urnos, passando pelas duas Casas do Congresso Nacional, com 3/ 5 dos vot os, ingressam em nosso ordenam ent o com carát er de em enda const it ucional. Assim , devem os afirm ar ( e, por consequência, est udar! ) a Convenção sobre o Direit o das Pessoas com Deficiência com o part e int egrant e do est udo const it ucional da m at éria.

Além disso, com o dit o, vam os pont uar a análise de disposit ivos da Const it uição Federal, quais sej am :

Ant es de iniciar, algum as observações:

 A Convenção sobre os Direit os das Pessoas com Deficiência e seu Prot ocolo Facult at iv o foram int ernalizados em nosso ordenam ent o j urídico, observando o r it o específico descrit o no art . 5º , §3º , da CF. Em razão disso, essas norm as, que são volt adas para a pr ot eção das pessoas com deficiência, possuem st a t u s de e m e n da con st it u cion a l p e r a n t e o n osso or de n a m e n t o j u r ídico. Vam os t rat ar obj et ivam ent e desses aspect os.

• art . 7º , XXXI

• art . 23, I I

• art . 24, XI V

• art . 37, VI I I

• art . 40, §4º , com binado com o art . 201, §1º

• art . 100, §2º

• art . 203, I V

• art . 208, I I I

• art . 227, I I

• art . 227, §2, com binados com o art . 244

D I REI TO D AS PESSOAS COM D EFI CI ÊN CI A N A CON STI TUI ÇÃO

(7)

 Out ra observação é t erm inológica, a CF por diver sas vezes em prega, incor ret am ent e, a expressão “ port ador de deficiência” . Quando visualizar m os essa expressão de v e m os, por cor r e çã o t é cn ica , fa la r e m

“pe ssoa com de ficiê n cia ”.

Vam os lá?!

2 - Pr ot e çã o I n t e r n a cion a l: Con v e n çã o sobr e D ir e it o da s Pe ssoa s com D e ficiê n cia

Em relação à prot eção das pessoas deficient es, segundo a dout r ina de Flávia Piovesan

1

, a ev olução é m arcada por 4 fases.

1 ª fa se : m arcada pela in t ole r â n cia à s pe ssoa s de ficie n t e s. Em t al época, a discrim inação era t ot al, os deficient es er am considerados im puros, m arcados pelo pecado e pelo cast igo div ino.

Nesse período, as pessoas com deficiência eram segregadas da com unidade, m uit as delas int ernadas em inst it uições m ant idas sob condições precár ias.

2 ª fa se : m arcada pela in v isibilida de da s pe ssoa s de ficie n t e s. Há um t ot al desprezo pela condição de t ais pessoas.

3 ª fa se : m arcada pelo a ssist e n cia lism o. As pessoas deficient es são vist as com o doent es, essa fase é paut ada, port ant o, pela perspect iv a m édica.

4 ª fa se : m arcada pela v isão de direit os hum anos das pessoas com deficiência, com o su j e it os de dir e it o. Há ênfase na relação da pessoa deficient e com a sociedade e com o m eio no qual est á inser ida. Há um a m udança m et odológica, na qual o pr oblem a passa a ser do m eio e das dem ais pessoas e não da pessoa deficient e.

Nosso or denam ent o t ransit a da t er ceira para a quart a fase, ao passo que, na seara int ernacional, prepondera a quart a fase de prot eção.

A prot eção às pessoas com deficiência no âm bit o int er nacional é recent e e m arcada pela inex ist ência de um a prot eção efet iva at é a Convenção de 2007.

Ex ist em alguns diplom as esparsos, ou sej a, são resoluções, convenções e declarações, porém , nenhum a delas inst it uída com o poder de conferir adequado t rat am ent o à t em át ica.

Som ent e com a Convenção sobre as Pessoas com Deficiência de 2007 é que a com unidade int ernacional consolida o at endim ent o real e adequado às pessoas com deficiência.

1 PI OVESAN, Fláv ia. D ir e it os H u m a n os e D ir e it o Con st it u cion a l I n t e r n a cion a l. 13º edição, rev . e at ual., São Paulo: Edit ora Saraiv a: 2013, p. 289/ 290.

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No âm bit o int erno, para além das consequências da int ernalização da Convenção – que será analisada no t ópico seguint e –, dest aca- se a Const it uição de 1988 com o um m arco de t ransição para o regim e dem ocrát ico, que m ant eve os direit os previst os nas const it uições ant erior es e que conferiu t rat am ent o m ais am plo e det alhado às pessoas com deficiência, em grande m edida dev ido à part icipação das associações represent at iv as desses grupos v ulneráveis.

Segundo ensinam ent os de Flávia Piovesan

2

:

A Cart a brasileira de 1988, ao revelar um perfil em inent em ent e social, im põe ao poder público o dev er de execut ar polít icas que m inim izem as desigualdades sociais e é nest e cont ex t o que se inserem os set e art igos const it ucionais at inent es às pessoas com deficiência. Esses disposit iv os dev em ser aplicados de m odo a consagrar os princípios da dignidade da pessoa hum ana, da igualdade, da cidadania e da dem ocracia. Vale dizer, a elaboração legislat iv a, a int erpret ação j urídica e o desenv olvim ent o das at iv idades adm inist rat iv as dev em se paut ar por esses princípios, a fim de alcançar o ideal de um a sociedade m ais j ust a, dem ocrát ica e igualit ária.

Verem os adiant e esses disposit iv os. Cont udo, pondera- se que os direit os previst os no Text o Const it ucional não t êm sido im plem ent ados de m odo sat isfat ór io. A v iolação aos direit os das pessoas deficient es subsist e especialm ent e pela falt a de concret ização dos dir eit os const it ucionais prev ist os.

2 .1 - N or m a Con st it u cion a l e Clá u su la Pé t r e a

Ant es de avançarm os, é im port ant e regist rar a discussão em t orno do st at us da Convenção sobr e as Pessoas Com Deficiência em nosso ordenam ent o j urídico e as consequências que a int er nalização t raz.

O art . 5º , §3º , da CF, det erm ina o st at us const it ucional dos t r at ados e das convenções int ernacionais de direit os hum anos, aprovados com quórum especial das em endas const it ucionais.

Desse m odo, se apr ovado por 3/ 5 dos v ot os, em dois t urnos, em am bas as Casas do Congresso Nacional, o t rat ado ou a convenção ingressam em nosso ordenam ent o j urídico com for m a de norm a const it ucional.

Considerando que os t rat ados int ernacionais podem ser int ernalizados com o quórum de em enda const it ucional ou com o quórum de lei ordinár ia, confor m e at ual posicionam ent o do STF:

• t rat ados int ernacionais de D ir e it os H u m a n os aprovados com quórum de e m e n da con st it u cion a l: possuem st at us de em enda const it ucional;

2 PI OVESAN, Fláv ia. Te m a s de D ir e it os H u m a n os. 6º edição, São Paulo: Edit ora Saraiv a, 2013, p. 429.

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• t rat ados int ernacionais de D ir e it os H u m a n os aprovados com quórum de n or m a s in fr a con st it u cion a is: possuem st at us de norm a supralegal, em pont o int erm ediár io, acim a das leis, abaix o da Const it uição Federal.

• de m a is t r a t a dos int ernacionais, in d e pe n de n t e m e n t e do qu ór u m de a pr ov a çã o: possuem st at us de norm a infraconst it ucional.

Esse ent endim ent o a respeit o dos t rat ados de dir eit os hum anos conduziu a um a sensível a lt e r a çã o n a pir â m ide h ie r á r qu ica do or de n a m e n t o j u r ídico br a sile ir o.

A Convenção sobre as Pessoas com Deficiência e o Prot ocolo Facult at ivo for am aprovados pelo Congresso Nacional com o quór um específico. Vej am os o int roit o do Decret o nº 186/ 2008:

Faço saber que o Congresso Nacional aprov ou, e eu, Garibaldi Alv es Filho, President e do Senado Federal, con for m e o dispost o n o a r t . 5 º , § 3 º , da Con st it u içã o Fe de r a l e nos t erm os do art . 48, inciso XXVI I I , do Regim ent o I nt erno, prom ulgo o seguint e

D ECRETO LEGI SLATI V O N º 1 8 6 , de 2 0 0 8

Aprov a o t ex t o da Conv enção sobre os Direit os das Pessoas com Deficiência e de seu Prot ocolo Facult at iv o, assinados em Nov a I orque, em 30 de m arço de 2007.

Desse m odo, a Con v e n çã o t e m for ça de e m e n da con st it u cion a l e m n osso or de n a m e n t o j u r ídico. Essa inform ação é cent ral para a nossa prova, sej a em razão da im port ância, sej a porque é um dos únicos docum ent os int ernacionais

Const it uição Feder al e t r at ados int er nacionais de Dir eit os Hum anos apr ov ados com o quór um de em enda

• com pr eende o t ex t o or iginár io e as em endas const it ucionais

Tr at ados I nt er nacionais de Dir eit os Hum anos apr ov ados com quór um de nor m as infr aconst it ucionais

• car át er supr alegal

At os nor m at iv os pr im ár ios

• buscam v alidade dir et am ent e no t ex t o const it ucional

• ex . leis or dinár ias, leis com plem ent ar es, decr et os legislat iv os et c.

• est ão com pr eendidos, dent r o do conj unt o de leis infr aconst it ucionais, os t r at ados int er nacionais, à ex ceção dos t r at ados de Dir eit os Hum anos

At os nor m at iv os secundár ios

• buscam v alidade nos at os nor m at iv os pr im ár ios

• ex . decr et os ex ecut iv os, por t ar ias, inst r uções nor m at iv as

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que int egra o bloco de const it ucionalidade

3

. Com o v erem os, as quest ões exploram m uit o essa t em át ica. Port ant o, at enção!

Diant e disso, quest iona- se: a s n or m a s pr e v ist a s t a n t o n a Con v e n çã o sobr e a s Pe ssoa s com D e ficiê n cia com o n o r e spe ct iv o Pr ot ocolo Fa cu lt a t iv o sã o clá u su la s pé t r e a s?

Sim , são cláusulas pét reas. Assim dispõe o art . 60, §4º , I V, da CRFB:

§ 4º - Não será obj et o de deliberação a propost a de em enda t endent e a abolir: ( ...) I V - os direit os e garant ias indiv iduais.

Ao Poder Const it uint e Der ivado foi assegurada a possibilidade de alt eração do Text o Const it ucional. Cont udo, algum as m at érias não podem ser obj et iv o de e m e n da t e n de n t e à r e du çã o ou à a boliçã o de de t e r m in a dos dir e it os, considerados essenciais ao nosso Est ado Dem ocrát ico de Direit o. Nesse cont ext o, dest acam - se os direit os e as garant ias individuais – direit os hum anos int ernam ent e posit ivados –, que se revest em sobe o m ant o de cláusulas pét reas.

Esse disposit iv o const it ucional confer iu um a pr ot e çã o in a r r e dá v e l a os dir e it os con side r a dos m ín im os pa r a a dign ida de da pe ssoa h u m a n a e represent ou um a evolução gigant esca na prot eção dos direit os hum anos no âm bit o int erno, de form a a t ornar im possível a dim inuição ou a abolição dos direit os fundam ent ais.

Desse m odo, considerando que foram int ernalizados com o norm as const it ucionais, são, t am bém , cláusulas pét reas de nosso ordenam ent o j urídico.

Vej am os um a quest ão sobre o assunt o:

( V UN ESP/ M PSP/ 2 0 1 5 ) A Convenção I nt ernacional sobre os Direit os das Pessoas com Deficiência, com seu Prot ocolo Facult at iv o, assinada em Nov a York , em 2007, é o único docum ent o int ernacional de direit os hum anos considerado com st at us de em enda const it ucional no ordenam ent o j urídico nacional, pois

a) é o único caso em que o Suprem o Tribunal Federal j á se pronunciou acerca do st at us das conv enções de direit os hum anos, encam pando a t ese de que t erão st at us de em enda const it ucional se v ersarem sobre direit os ex pressam ent e prev ist os na Const it uição Federal.

b) foi aprov ada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois t urnos, por dois t erços dos vot os dos respect iv os m em bros, conform e procedim ent o previst o no art . 5º , § 3o da Const it uição Federal, int roduzido pela Em enda Const it ucional no 45/ 04.

3 A at ualm ent e, além da Conv enção I nt ernacional sobre os Direit os das Pessoas com Deficiência e seu Prot ocolo Facult at iv o, assinados em m arço de 2007, o Trat ado I nt ernacional de Maraqueche, que t rat a do acesso a obras audiov isuais para cegos, const it uem os t rat ados com st at us de em enda const it ucional.

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c) há prev isão ex pressa, const ant e de disposição da Em enda Const it ucional no 45/ 04, que os t rat ados e conv enções de direit os hum anos, m esm o que aprov ados por quórum de m aioria sim ples, possuirão st at us de em enda const it ucional, face ao carát er m at erialm ent e const it ucional de seus cont eúdos.

d) é o único caso em que o Suprem o Tribunal Federal j á se pronunciou fav orav elm ent e à t ese de que o art . 5o, § 2o, ao prev er que direit os e garant ias ex pressos na Const it uição não ex cluem out ros decorrent es do regim e e dos princípios por ela adot ados, bast a para que um a conv enção int ernacional sobre dir eit os hum anos sej a considerada equiv alent e à em enda const it ucional.

e) foi aprovada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois t urnos, por t rês quint os dos v ot os dos respect iv os m em bros, conform e procedim ent o previst o no art . 5o, § 3o da Const it uição Federal, int roduzido pela Em enda Const it ucional no 45/ 04.

Com e n t á r ios

Com fundam ent o no art . 5º , §3º , da CF, a Conv enção sobre as Pessoas com Deficiência e o Prot ocolo Facult at iv o foram aprov ados pelo Congresso Nacional com o quórum específico. Logo, a a lt e r n a t iv a E é a corret a e gabarit o da quest ão.

2 .2 - Te r m in ologia

Com um ent e adot a- se a t erm inologia “ pessoa port adora de deficiência” par a se refer ir àqueles que possuem algum a lim it ação física ou psíquica. É a t erm inologia adot ada pela CF. Vej am os alguns exem plos:

 art . 7º , XXXI :

Art . 7º São direit os dos t rabalhadores urbanos e rurais, além de out ros que v isem à m elhoria de sua condição social: ( ...)

XXXI - proibição de qualquer discrim inação no t ocant e a salário e crit érios de adm issão do t rabalhador por t a dor de de ficiê n cia ; ( ...) .

 art . 208, I I I :

Art . 208. O dev er do Est ado com a educação será efet iv ado m ediant e a garant ia de:

( ...)

I I I - at endim ent o educacional especializado aos port adores de deficiência, preferencialm ent e na rede regular de ensino; ( ...) .

Cont udo, a e x pr e ssã o “por t a dor de de ficiê n cia ” n ã o é a a de qu a da .

Tal acepção relaciona- se com o m odelo adot ado. Pelo m odelo m édico da deficiência ent ende- se a deficiência com o um a m azela, que exige t rat am ent o ou cura. Em razão disso é necessár io cr iar m eios para adapt ar as pessoas à vida social.

Desse m odo, a at enção da com unidade volt a- se para o reconhecim ent o e o desenvolv im ent o de est rat égias para reduzir os efeit os da deficiência. Os deficient es foram encarados com o obj et o de dir eit o. Cont udo, em razão da falt a de int eresse social ou econôm ico em t orno dos deficient es, a m arginalização, a pobreza e a discr im inação em relação a t ais gr upos aflor ou.

O m odelo m édico da deficiência não se m ost r ou adequado e suficient e. Pelo

cont rár io, a sociedade passou a não dar a devida at enção às pessoas com

deficiência.

(12)

Vej am os o que nos ensina André de Carvalho Ram os

4

:

A adoção dest e m odelo gerou falt a de at enção às prát icas sociais que j ust am ent e agrav av am as condições de vida das pessoas com deficiência, gerando pobreza, invisibilidade e perpet uação dos est ereót ipos das pessoas com deficiência com o dest inat árias da caridade pública ( e piedade com pungida) , negando- lhes a t it ularidade de direit os com o seres hum anos. Além disso, com o a deficiência era v ist a com o “ defeit o pessoal” , a adoção de um a polít ica pública de inclusão não era necessária.

Pelo m odelo social ( ou de direit os hum anos) , a deficiência é encarada com o a exist ência de barr eiras no am bient e e nas at it udes das pessoas. Há um a m udança de abordagem , com esforço para propiciar aos deficient es o gozo de direit os sem discr im inação.

Segundo o refer ido aut or

5

:

Est e princípio de ant idiscrim inação acarret a a reflex ão sobre a necessidade de polít icas públicas para que sej a assegurada a igualdade m at erial, consolidando a responsabilidade do Est ado e da sociedade na elim inação das barreiras à efet iv a fruição dos direit os do ser hum ano. Assim , não se t rat a m ais de ex igir da pessoa com deficiência que est a se adapt e, m as sim de ex igir, com base na dignidade hum ana, que a sociedade t rat e seus diferent es de m odo a assegurar a igualdade m at erial, elim inando as barreiras à sua plena inclusão.

É j ust am ent e essa a abordagem const ant e da Convenção, que será obj et o de est udos adiant e.

Nesse cont ext o, desenvolveu- se o conceit o de deficiência at r elado às bar r eiras sociais e am bient ais que im pedem o exercício de direit o pelas pessoas, das m ais var iadas condições físicas e psicológicas.

Desse m odo, o t erm o “ pessoa com deficiência” é, t er m inologicam ent e, m ais adequado, em que pese o conceit o ant eriorm ent e m encionado sej a o predom inant e, inclusive nos docum ent os legislados.

4 RAMOS, André de Carv alho. Cu r so de D ir e it os H u m a n os, 1º edição, São Paulo: Edit ora Saraiv a, v ersão elet rônica.

5 RAMOS, André de Carvalho. Cu r so de D ir e it os H u m a n os, v ersão elet rônica.

M OD ELO M ÉD I CO D A D EFI CI ÊN CI A

O deficient e é v ist o com o um doent e, obj et o de direit o, que requer cuidados especiais da sociedade

M OD ELO SOCI AL D A D EFI CI ÊN CI A

A deficiência, v ist a com o um problem a da sociedade, represent a um conj unt o de barreiras no am bient e e na

at it ude das pessoas.

(13)

2 .3 - Con ve n çã o sobr e os D ir e it os da s Pe ssoa s com D e ficiê n cia A Convenção I nt er nacional sobre os Direit os das Pessoas com Deficiência e o Prot ocolo Facult at iv o, am bos assinados em Nova I orque, foram prom ulgados pelo Decret o n° 6.949/ 2009, após aprovação pelo Decret o Legislat iv o n

o

186/ 2008.

Devem os dest acar, inicialm ent e, que na m esm a oport unidade, em Nova I orque, foram assinados dois docum ent os int er nacionais: a Convenção sobr e as Pessoas com Deficiência e o Prot ocolo Facult at ivo. A est e coube, especificam ent e, possibilit ar a adoção, pelos int eressados do m ecanism o, das com unicações indiv iduais.

Sem pre houve um incôm odo na com unidade int ernacional em relação à prot eção das pessoas com deficiência, post o que não havia, at é 2006, um diplom a específico no âm bit o da ONU sobre o t em a, em bora aproxim adam ent e 10% da população m undial possua algum a deficiência.

De acordo com a dout rina, essa realidade é conduzida pela inv isibilidade e pela falt a de foco dos Est ados e da com unidade int ernacional em relação às pessoas com deficiência. Vej am os os ensinam ent os de André de Carvalho Ram os

6

:

Cabe salient ar que a inv isibilidade no que t ange aos direit os das pessoas com deficiência é part icularm ent e agrav ada pela separação ex ist ent e ent re elas e o grupo social m aj orit ário, causada por barreiras físicas e sociais. Mesm o quando há not ícia pública da m arginalização, há ainda o senso com um de que t al m arginalização é frut o da condição individual ( m odelo m édico da deficiência) e não do cont ex t o social.

Ou sej a, o deficient e é v ist o com o um doent e. O enfrent am ent o da quest ão se dá pela condição da pessoa. Com a Convenção, o enfrent am ent o da pessoa se dá por int erm édio da sociedade. Desse m odo, passa- se do m odelo m édico da deficiência para o m odelo social de deficiência. O pr oble m a da de ficiê n cia n ã o e st á n os de ficie n t e s, m a s n o t r a t a m e n t o discr im in a t ór io e de sigu a l qu e a socie da de con fe r e a t a is pe ssoa s.

A fim de ilust rar t al pensam ent o, vej am os o ex em plo

7

t razido pelo aut or:

Por ex em plo, no caso brasileiro, a inacessibilidade de alguns locais de v ot ação no Brasil t ev e com o respost a a edição de resolução do Tribunal Superior Eleit oral desonerando os eleit ores com deficiência de v ot ar ( o que, aliás, cont raria o dev er de v ot ar, prev ist o na CF/ 88) , ao inv és de ex igir a m odificação e acessibilidade t ot al dest es locais.

A Convenção com port a um ext enso r ol de direit os, ent re eles os civis, polít icos, sociais, econôm icos e cult ur ais, t odos volt ados para preservar a dignidade das pessoas, o pleno gozo dos direit os, a não discr im inação e um padrão m ínim o de vida.

6 RAMOS, André de Carvalho. Cu r so de D ir e it os H u m a n os, v ersão elet rônica.

7 RAMOS, André de Carvalho. Cu r so de D ir e it os H u m a n os, v ersão elet rônica.

Pe ssoa por t a dor a de de ficiê n cia Pe ssoa de ficie n t e

(14)

A cada dir eit o prev ist o na Convenção, há o esfor ço em at r ibuir responsabilidades aos Est ados signat ários da Convenção. Essas obrigações devem ser adot adas, segundo explicit a a Convenção, na m edida do possív el ( progr essivam ent e) , segundo as possibilidades do Est ado.

Vej am os cada t ópico da conv enção.

Convenção art igo por art igo

CON V EN ÇÃO SOBRE OS D I REI TOS D AS PESSOAS COM D EFI CI ÊN CI A Preâm bulo

Os Est ados Part es da present e Conv enção,

a) Relem brando os princípios consagrados na Cart a das Nações Unidas, que reconhecem a dign ida de e o v alor inerent es e os dir e it os igu a is e in a lie n á ve is de t odos os m em bros da fam ília hum ana com o o fundam ent o da liberdade, da j ust iça e da paz no m undo,

prot eção especial às m ulheres com

deficiência

prot eção especial às crianças com

deficiência

dissem inação da conscient ização

criação de inst rum ent os de

acessibilidade

direit o à v ida

prot eção específica em sit uações de

risco e de em ergências hum anit árias

reconhecim ent o

igual perant e a lei acesso à j ust iça

liberdade e segurança da

pessoa

prev enção cont ra t ort ura ou t rat am ent os ou

penas cruéis, desum anos ou

degradant es

prev enção cont ra a ex ploração, a v iolência e o abuso

prot eção da int egridade da

pessoa

liberdade de m ov im ent ação e

nacionalidade

prom oção de v ida independent e e

inclusão na com unidade

criação de inst rum ent os de m obilidade pessoal

liberdade de ex pressão e de opinião e acesso à

inform ação

respeit o à priv acidade

respeit o pelo lar e

pela fam ília direit o à saúde

program as de habilit ação e de

reabilit ação

direit o ao t rabalho

direit os a padrão de v ida e prot eção

social adequados

part icipação na v ida polít ica e

pública

part icipação na v ida cult ural e em recreação, lazer e

esport e

(15)

b) Reconhecendo que as Nações Unidas, na Declaração Univ ersal dos Direit os Hum anos e nos Pact os I nt ernacionais sobre Direit os Hum anos, proclam aram e concordaram que t oda pessoa faz j us a t odos os direit os e liberdades ali est abelecidos, sem dist inção de qualquer espécie,

c) Reafirm ando a univ ersalidade, a indiv isibilidade, a int erdependência e a int er- relação de t odos os direit os hum anos e liberdades fundam ent ais, bem com o a necessidade de garant ir que t odas as pessoas com deficiência os ex erçam plenam ent e, se m discr im in a çã o, d) Relem brando o Pact o I nt ernacional dos Direit os Econôm icos, Sociais e Cult urais, o Pact o I nt ernacional dos Direit os Civ is e Polít icos, a Conv enção I nt ernacional sobre a Elim inação de Todas as Form as de Discrim inação Racial, a Conv enção sobre a Elim inação de t odas as Form as de Discrim inação cont ra a Mulher, a Conv enção cont ra a Tort ura e Out ros Trat am ent os ou Penas Cruéis, Desum anos ou Degradant es, a Conv enção sobre os Direit os da Criança e a Convenção I nt ernacional sobre a Prot eção dos Direit os de Todos os Trabalhadores Migrant es e Mem bros de suas Fam ílias,

e) Reconhecendo que a de ficiê n cia é um con ce it o e m e volu çã o e que a de ficiê n cia r e su lt a da in t e r a çã o e n t r e pe ssoa s com de ficiê n cia e a s ba r r e ir a s de vida s à s a t it u de s e a o a m bie n t e qu e im pe de m a ple n a e e fe t iva pa r t icipa çã o de ssa s pe ssoa s n a socie da de e m igu a lda de de opor t u n ida de s com a s de m a is pe ssoa s,

f) Reconhecendo a im port ância dos princípios e das diret rizes de polít ica, cont idos no Program a de Ação Mundial para as Pessoas Deficient es e nas Norm as sobre a Equiparação de Oport unidades para Pessoas com Deficiência, para influenciar a prom oção, a form ulação e a av aliação de polít icas, planos, program as e ações em nív eis nacional, regional e int ernacional para possibilit ar m aior igualdade de oport unidades para pessoas com deficiência,

g) Ressalt ando a im port ância de t razer quest ões relat iv as à deficiência ao cent ro das preocupações da sociedade com o part e int egrant e das est rat égias relevant es de desenv olvim ent o sust ent áv el,

h) Reconhecendo t am bém que a discr im in a çã o cont ra qualquer pessoa, por m ot ivo de de ficiê n cia , configura viola çã o da dign ida de e do va lor in e r e n t e s a o se r h u m a n o,

i) Reconhecendo ainda a div ersidade das pessoas com deficiência,

j ) Reconhecendo a necessidade de prom ov er e prot eger os direit os hum anos de t odas as pessoas com deficiência, inclusiv e daquelas que requerem m aior apoio,

k) Preocupados com o fat o de que, não obst ant e esses div ersos inst rum ent os e com prom issos, as pessoas com deficiência con t in u a m a e n fr e n t a r ba r r e ir a s cont ra sua part icipação com o m em bros iguais da sociedade e v iolações de seus direit os hum anos em t odas as part es do m undo,

l) Reconhecendo a im port ância da coope r a çã o in t e r n a cion a l para m elhorar as condições de v ida das pessoas com deficiência em t odos os países, part icularm ent e naqueles em desenv olvim ent o,

m ) Reconhecendo as v aliosas cont ribuições ex ist ent es e pot enciais das pessoas com deficiência ao bem - est ar com um e à div ersidade de suas com unidades, e que a prom oção do pleno exercício, pelas pessoas com deficiência, de seus direit os hum anos e liberdades fundam ent ais e de sua plena part icipação na sociedade result ará no fort alecim ent o de seu senso de pert encim ent o à sociedade e no significat iv o av anço do desenv olv im ent o hum ano, social e econôm ico da sociedade, bem com o na erradicação da pobreza,

n) Reconhecendo a im port ância, para as pessoas com deficiência, de sua a u t on om ia e in de pe n dê n cia in dividu a is, inclusiv e da liberdade para fazer as próprias escolhas,

(16)

o) Considerando que as pessoas com deficiência dev em t er a opor t u n ida de de pa r t icipa r a t iva m e n t e da s de cisõe s r e la t iva s a pr ogr a m a s e polít ica s, inclusiv e aos que lhes dizem respeit o diret am ent e,

p) Preocupados com as difíceis sit uações enfrent adas por pessoas com deficiência que est ão suj eit as a form as m últ iplas ou agrav adas de discrim inação por causa de raça, cor, sex o, idiom a, religião, opiniões polít icas ou de out ra nat ureza, origem nacional, ét nica, nat iv a ou social, propriedade, nascim ent o, idade ou out ra condição,

q) Reconhecendo que m u lh e r e s e m e n in a s com de ficiê n cia est ão freqüent em ent e ex post as a m a ior e s r iscos, t ant o no lar com o fora dele, de sofrer v iolência, lesões ou abuso, descaso ou t rat am ent o negligent e, m aus- t rat os ou ex ploração,

r) Reconhecendo que as cr ia n ça s com deficiência dev em gozar plenam ent e de t odos os direit os hum anos e liberdades fundam ent ais em igualdade de oport unidades com as out ras crianças e relem brando as obrigações assum idas com esse fim pelos Est ados Part es na Conv enção sobre os Direit os da Criança,

s) Ressalt ando a necessidade de incorporar a perspect iv a de gênero aos esforços para prom ov er o pleno ex ercício dos direit os hum anos e liberdades fundam ent ais por part e das pessoas com deficiência,

t ) Salient ando o fat o de que a m a ior ia da s pe ssoa s com de ficiê n cia vive e m con diçõe s de pobr e z a e, nesse sent ido, reconhecendo a necessidade crít ica de lidar com o im pact o negat iv o da pobreza sobre pessoas com deficiência,

u) Tendo em m ent e que as condições de paz e segurança baseadas no pleno respeit o aos propósit os e princípios consagrados na Cart a das Nações Unidas e a observ ância dos inst rum ent os de direit os hum anos são indispensáv eis para a t ot al prot eção das pessoas com deficiência, part icularm ent e durant e conflit os arm ados e ocupação est rangeira,

v ) Reconhecendo a im port ância da acessibilidade aos m eios físico, social, econôm ico e cult ural, à saúde, à educação e à inform ação e com unicação, para possibilit ar às pessoas com deficiência o pleno gozo de t odos os direit os hum anos e liberdades fundam ent ais, w ) Conscient es de que a pessoa t em dev eres para com out ras pessoas e para com a com unidade a que pert ence e que, port ant o, t em a responsabilidade de esforçar- se para a prom oção e a observ ância dos direit os reconhecidos na Cart a I nt ernacional dos Direit os Hum anos,

x ) Conv encidos de que a fam ília é o núcleo nat ural e fundam ent al da sociedade e t em o direit o de receber a prot eção da sociedade e do Est ado e de que as pessoas com deficiência e seus fam iliares dev em receber a prot eção e a assist ência necessárias para t ornar as fam ílias capazes de cont ribuir para o ex ercício pleno e eqüit at iv o dos direit os das pessoas com deficiência,

y ) Conv encidos de que um a conv enção int ernacional geral e int egral para prom ov er e prot eger os direit os e a dignidade das pessoas com deficiência prest ará significat iv a cont ribuição para corrigir as profundas desv ant agens sociais das pessoas com deficiência e para prom ov er sua part icipação na v ida econôm ica, social e cult ural, em igualdade de oport unidades, t ant o nos países em desenv olv im ent o com o nos desenv olv idos,

Acordaram o seguint e:

 A Convenção adot a a t erm inologia “ pessoa deficient e” , m ais adequada t erm inologicam ent e.

 O cent ro da Convenção é o com prom isso com a dignidade e com os dir eit os

das pessoas com deficiência, especialm ent e com a igualdade em sent ido m at erial

e a não discr im inação.

(17)

Vej am os o art . 1º :

Art igo 1 Propósit o

O pr opósit o da present e Conv enção é pr om ove r , pr ot e ge r e a sse gu r a r o e x e r cício ple n o e e qü it a t ivo de t odos os dir e it os h u m a n os e libe r da de s fu n da m e n t a is por t oda s a s pe ssoa s com de ficiê n cia e pr om ove r o r e spe it o pe la su a dign ida de in e r e n t e .

PESSOAS COM D EFI CI ÊN CI A são aquelas que t êm im pe dim e n t os de lon go pr a z o de n a t u r e z a física , m e n t a l, in t e le ct u a l ou se n sor ia l, os qu a is, e m in t e r a çã o com dive r sa s ba r r e ir a s, pode m obst r u ir su a pa r t icipa çã o ple n a e e fe t iva n a socie da de e m igu a lda de s de con diçõe s com a s de m a is pe ssoa s.

O art . 2º , por sua v ez, t raz alguns conceit os, cuj a leit ura é suficient e, vej am os:

Art igo 2 Definições

Para os propósit os da present e Conv enção:

“ Com u n ica çã o” abrange as línguas, a visualização de t ex t os, o braille, a com unicação t át il, os caract eres am pliados, os disposit iv os de m ult im ídia acessív el, assim com o a linguagem sim ples, escrit a e oral, os sist em as audit iv os e os m eios de v oz digit alizada e os m odos, m eios e form at os aum ent at iv os e alt ernat iv os de com unicação, inclusiv e a t ecnologia da inform ação e com unicação acessíveis;

“ Lín gu a ” abrange as línguas faladas e de sinais e out ras form as de com unicação não- falada;

“ D iscr im in a çã o por m ot ivo de de ficiê n cia ” significa qualquer diferenciação, ex clusão ou rest rição baseada em deficiência, com o propósit o ou efeit o de im pedir ou im possibilit ar o reconhecim ent o, o desfrut e ou o ex ercício, em igualdade de oport unidades com as dem ais pessoas, de t odos os direit os hum anos e liberdades fundam ent ais nos âm bit os polít ico, econôm ico, social, cult ural, civ il ou qualquer out ro. Abrange t odas as form as de discrim inação, inclusive a recusa de adapt ação razoáv el;

“ Ada pt a çã o r a z oá ve l” significa as m odificações e os aj ust es necessários e adequados que não acarret em ônus desproporcional ou indev ido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que as pessoas com deficiência possam gozar ou ex ercer, em igualdade de oport unidades com as dem ais pessoas, t odos os direit os hum anos e liberdades fundam ent ais;

PESSOA COM D EFI CI ÊN CI A

I m pedim ent os de longo prazo de nat ureza física, m ent al, int elect ual ou sensorial que, em int eração com div ersas barreiras, podem obst ruir a part icipação plena e efet iv a na sociedade em igualdade de condições com as

dem ais pessoas.

(18)

“ D e se n h o u n ive r sa l” significa a concepção de produt os, am bient es, program as e serv iços a serem usados, na m aior m edida possív el, por t odas as pessoas, sem necessidade de adapt ação ou proj et o específico. O “ desenho univ ersal” não ex cluirá as aj udas t écnicas para grupos específicos de pessoas com deficiência, quando necessárias.

 Princípios Gerais

Leia, na sequência, o art . 3º : Art igo 3

Princípios gerais

Os pr in cípios da present e Conv enção são:

a) O respeit o pela dign ida de inerent e, a aut onom ia indiv idual, inclusiv e a liberdade de fazer as próprias escolhas, e a independência das pessoas;

b) A n ã o- discr im in a çã o;

c) A plena e efet iv a pa r t icipa çã o e in clu sã o na sociedade;

d) O r e spe it o pe la dife r e n ça e pe la a ce it a çã o das pessoas com deficiência com o part e da div ersidade hum ana e da hum anidade;

e) A igu a lda de de oport unidades;

f) A a ce ssibilida de ;

g) A igu a lda de e n t r e o h om e m e a m u lh e r ;

h) O respeit o pelo de se n volvim e n t o da s ca pa cida de s da s cr ia n ça s com de ficiê n cia e pelo direit o das crianças com deficiência de preserv ar sua ide n t ida de .

Vej am os, em seguida, a ínt egra do art . 4º :

Art igo 4

Obrigações gerais

1.Os Est a dos Part es se com prom et em a a sse gu r a r e pr om ove r o pleno ex ercício de t odos os dir e it os h u m a n os e liberdades fundam ent ais por t odas as pessoas com deficiência, sem qualquer t ipo de discrim inação por causa de sua deficiência. Pa r a t a n t o, os Est a dos Pa r t e s se com pr om e t e m a:

a) Adot ar t odas as m e dida s le gisla t iva s, a dm in ist r a t iva s e de qualquer out ra nat ureza, necessárias para a realização dos direit os reconhecidos na present e Conv enção;

b) Adot ar t odas as m edidas necessárias, inclusiv e legislat iv as, para m odificar ou r e voga r le is, r e gu la m e n t os, cost u m e s e pr á t ica s vige n t e s, qu e con st it u ír e m discr im in a çã o cont ra pessoas com deficiência;

c) Lev ar em cont a, em t odos os pr ogr a m a s e polít ica s, a pr ot e çã o e a pr om oçã o dos direit os hum anos das pessoas com deficiência;

• respeit o pela dignidade

• não discrim inação

• part icipação e inclusão na sociedade

• respeit o pela diferença e aceit ação das pessoas com deficiência

• igualdade de oport unidades

• acessibilidade

• igualdade ent re o hom em e a m ulher

• desenv olv im ent o das capacidades das crianças com deficiência PRI N CÍ PI OS GERAI S D A CON V EN ÇÃO

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d) Abst e r - se de part icipar em qualquer a t o ou pr á t ica in com pa t íve l com a present e Conv enção e assegurar que as aut oridades públicas e inst it uições at uem em conform idade com a present e Conv enção;

e) Tom a r t oda s a s m e dida s apropriadas para e lim in a r a discr im in a çã o baseada em deficiência, por part e de qualquer pessoa, organização ou em presa priv ada;

f) Realizar ou pr om ove r a pe squ isa e o de se n volvim e n t o de produt os, serviços, equipam ent os e inst alações com de se n h o u n ive r sa l, conform e definidos no Art igo 2 da present e Conv enção, que ex ij am o m ínim o possív el de adapt ação e cuj o cust o sej a o m ínim o possív el, dest inados a at ender às necessidades específicas de pessoas com deficiência, a prom ov er sua disponibilidade e seu uso e a prom ov er o desenho univ ersal quando da elaboração de norm as e diret rizes;

g) Realizar ou prom ov er a pe squ isa e o de se n volvim e n t o, bem com o a disponibilidade e o em prego de nov as t ecnologias, inclusiv e as t ecnologias da inform ação e com unicação, aj udas t écnicas para locom oção, disposit iv os e t ecnologias assist iv as, adequados a pessoas com deficiência, dando prioridade a t ecnologias de cust o acessív el;

h) Propiciar in for m a çã o a ce ssíve l pa r a a s pe ssoa s com deficiência a respeit o de aj udas t écnicas para locom oção, disposit ivos e t ecnologias assist iv as, incluindo nov as t ecnologias bem com o out ras form as de assist ência, serv iços de apoio e inst alações;

i) Prom ov er a capacit ação em relação aos direit os reconhecidos pela present e Conv enção dos profissionais e equipes que t rabalham com pessoas com deficiência, de form a a m elhorar a prest ação de assist ência e serv iços garant idos por esses direit os.

2.Em relação aos dir e it os e con ôm icos, socia is e cu lt u r a is, cada Est ado Part e se com prom et e a t om ar m edidas, t a n t o qu a n t o pe r m it ir e m os recursos disponív eis e, quando necessário, no âm bit o da cooperação int ernacional, a fim de assegurar pr ogr e ssiva m e n t e o pleno ex ercício desses direit os, sem prej uízo das obrigações cont idas na present e Conv enção que forem im ediat am ent e aplicáv eis de acordo com o direit o int ernacional.

3.Na elaboração e im plem ent ação de legislação e polít icas para aplicar a present e Conv enção e em out ros processos de t om ada de decisão relat iv os às pessoas com deficiência, os Est ados Part es realizarão con su lt a s est reit as e e n volve r ã o a t iva m e n t e pe ssoa s com de ficiê n cia , inclusiv e crianças com deficiência, por int erm édio de suas or ga n iz a çõe s r e pr e se n t a t iva s.

4.N e n h u m disposit iv o da present e Conv enção a fe t a r á qu a isqu e r disposiçõe s m a is pr opícia s à realização dos direit os das pessoas com deficiência, as quais possam est ar cont idas na legislação do Est ado Part e ou no direit o int ernacional em v igor para esse Est ado.

Não hav erá nenhum a rest rição ou derrogação de qualquer dos direit os hum anos e liberdades fundam ent ais reconhecidos ou v igent es em qualquer Est ado Part e da present e Conv enção, em conform idade com leis, conv enções, regulam ent os ou cost um es, sob a alegação de que a present e Conv enção não reconhece t ais direit os e liberdades ou que os reconhece em m enor grau.

5.As disposições da present e Convenção se aplicam , sem lim it ação ou ex ceção, a t odas as unidades const it ut iv as dos Est ados federat iv os.

Dois são os fundam ent os da Convenção das Pessoas Port adoras de Deficiência.

O pr im eir o deles é a igualdade subst ancial, de form a que é necessário conferir

um t rat am ent o desigual, m ais favorável às pessoas com deficiências, a fim que

(20)

de t enham as m esm as condições em r elação ao rest ant e das pessoas. O segundo fundam ent o reside na não- discr im inação. De nada adiant ar ia alcançarm os a igualdade em sent ido m at erial, caso a discr im inação sej a perpet rada pela sociedade.

Esses fundam ent os const am do art . 5º :

Art igo 5

I gualdade e não- discrim inação

1.Os Est ados Part es reconhecem que t odas as pessoas são iguais perant e e sob a lei e que fazem j us, sem qualquer discrim inação, a igual prot eção e igual benefício da lei.

2.Os Est ados Part es proibirão qualquer discrim inação baseada na deficiência e garant irão às pessoas com deficiência igual e efet iv a prot eção legal cont ra a discrim inação por qualquer m ot iv o.

3.A fim de prom ov er a igualdade e elim inar a discrim inação, os Est ados Part es adot arão t odas as m edidas apropriadas para garant ir que a adapt ação razoáv el sej a oferecida.

4.Nos t erm os da present e Conv enção, as m edidas específicas que forem necessárias para acelerar ou alcançar a efet iv a igualdade das pessoas com deficiência não serão consideradas discrim inat órias.

Logo, par a a sua pr ova lem br e- se:

Vim os no art . 3º que ent re os pr incípios gerais da Convenção est á o especial t rat am ent o confer ido às m ulheres e às crianças, dado o especial grau de vulnerabilidade em que se encont ram . Os art s. 6º e 7º da Convenção report am - se às m ulheres e cr ianças com deficiência, conferindo especial t rat am ent o a esses grupos de deficient es.

Vej am os os disposit ivos:

Art igo 6

Mulheres com deficiência

1.Os Est ados Part es reconhecem que as m ulheres e m eninas com deficiência est ão su j e it a s a m ú lt ipla s for m a s de discr im in a çã o e, port ant o, t om arão m e dida s para assegurar às m ulheres e m eninas com deficiência o pleno e igual ex ercício de t odos os direit os hum anos e liberdades fundam ent ais.

2.Os Est ados Part es t om arão t odas as m edidas apropriadas para assegurar o ple n o de se n volvim e n t o, o a va n ço e o e m pode r a m e n t o da s m u lh e r e s, a fim de garant ir- lhes

FUN D AM EN TOS D A D ECLARARAÇÃO

igualdade m at erial

não- discrim inação

0

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o ex ercício e o gozo dos direit os hum anos e liberdades fundam ent ais est abelecidos na present e Conv enção.

Art igo 7

Crianças com deficiência

1.Os Est ados Part es t om arão t odas as m edidas necessárias para assegurar às crianças com deficiência o pleno ex ercício de t odos os direit os hum anos e liberdades fundam ent ais, em igualdade de oport unidades com as dem ais crianças.

2.Em t odas as ações relat iv as às crianças com deficiência, o su pe r ior in t e r e sse da cr ia n ça r e ce be r á con side r a çã o pr im or dia l.

3.Os Est ados Part es assegurarão que as crianças com deficiência t enham o direit o de ex pressar liv rem ent e sua opinião sobre t odos os assunt os que lhes disserem respeit o, t enham a sua opinião dev idam ent e v alorizada de acordo com sua idade e m at uridade, em igualdade de oport unidades com as dem ais crianças, e recebam at endim ent o adequado à sua deficiência e idade, para que possam ex ercer t al direit o.

Tendo em v ist a que a não- discr im inação é um dos fundam ent os da Convenção das Pessoas Port adoras de Deficiência, o art . 9º , arrola diversos inst rum ent os que podem ser ut ilizados para a conscient ização da com unidade a respeit o do t em a. Vej am os o disposit iv o:

Art igo 8

Conscient ização

1.Os Est ados Part es se com prom et em a adot ar m edidas im ediat as, efet iv as e apropriadas para:

a) Con scie n t iz a r t oda a socie da de , inclusive as fam ílias, sobre as condições das pessoas com deficiência e fom ent ar o respeit o pelos direit os e pela dignidade das pessoas com deficiência;

b) Com ba t e r e st e r e ót ipos, pr e con ce it os e pr á t ica s nociv as em relação a pessoas com deficiência, inclusiv e aqueles relacionados a sex o e idade, em t odas as áreas da vida;

c) Prom ov er a con scie n t iz a çã o sobr e a s ca pa cida de s e con t r ibu içõe s da s pe ssoa s com de ficiê n cia .

2.As m edidas para esse fim incluem : M ULH ERES

adoção de m edidas v isando o pleno desenv olv im ent o, av anço e em poderam ent o das m ulheres

CRI AN ÇAS adoção de m edidas t om ando com o

prem issa o superior int eresse das crianças.

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a) Lançar e dar cont inuidade a efet iv as ca m pa n h a s de con scie n t iz a çã o pú blica s, dest inadas a:

i) Fav orecer at it ude recept iv a em relação aos direit os das pessoas com deficiência;

ii) Prom ov er percepção posit iv a e m aior consciência social em relação às pessoas com deficiência;

iii) Prom ov er o reconhecim ent o das habilidades, dos m érit os e das capacidades das pessoas com deficiência e de sua cont ribuição ao local de t rabalho e ao m ercado laboral;

b) Fom e n t a r e m t odos os n íve is do sist e m a e du ca cion a l, incluindo neles t odas as crianças desde t enra idade, um a at it ude de respeit o para com os direit os das pessoas com deficiência;

c) I n ce n t iva r t odos os ór gã os da m ídia a ret rat ar as pessoas com deficiência de m aneira com pat ív el com o propósit o da present e Convenção;

d) Pr om ove r pr ogr a m a s de for m a çã o sobr e se n sibiliz a çã o a respeit o das pessoas com deficiência e sobre os direit os das pessoas com deficiência.

Com o int uit o de alcançar a igualdade subst ancial, especialm ent e no que diz respeit o ao gozo das liberdades, a Convenção disciplina regras de acessibilidade.

Art igo 9

Acessibilidade

1.A fim de possibilit ar às pessoas com deficiência v iv er de form a independent e e part icipar plenam ent e de t odos os aspect os da v ida, os Est ados Part es t om arão as m edidas apropriadas para assegurar às pessoas com deficiência o a ce sso, em igualdade de oport unidades com as dem ais pessoas, a o m e io físico, a o t r a n spor t e , à in for m a çã o e com u n ica çã o, in clu sive a os sist e m a s e t e cn ologia s da in for m a çã o e com u n ica çã o, be m com o a ou t r os se r viços e in st a la çõe s a be r t os a o pú blico ou de u so pú blico, t ant o na zona urbana com o na rural. Essas m edidas, que incluirão a ident ificação e a elim inação de obst áculos e barreiras à acessibilidade, serão aplicadas, ent re out ros, a:

a) Edifícios, rodov ias, m eios de t ransport e e out ras inst alações int ernas e ex t ernas, inclusiv e escolas, residências, inst alações m édicas e local de t rabalho;

b) I nform ações, com unicações e out ros serv iços, inclusive serv iços elet rônicos e serv iços de em ergência.

2.Os Est ados Part es t am bém t om arão m edidas apropriadas para:

a) Desenv olv er, prom ulgar e m onit orar a im plem ent ação de n or m a s e dir e t r iz e s m ín im a s pa r a a a ce ssibilida de da s in st a la çõe s e dos se r viços abert os ao público ou de uso público;

b) Assegurar que as ent idades priv adas que oferecem inst alações e serv iços abert os ao público ou de uso público levem em consideração t odos os aspect os relat iv os à acessibilidade para pessoas com deficiência;

c) Proporcionar, a t odos os at ores env olv idos, for m a çã o e m r e la çã o à s qu e st õe s de a ce ssibilida de com as quais as pessoas com deficiência se confront am ;

d) Dot ar os edifícios e out ras inst alações abert as ao público ou de uso público de sin a liz a çã o e m br a ille e e m for m a t os de fá cil le it u r a e com preensão;

e) Oferecer form as de a ssist ê n cia h u m a n a ou a n im a l e se r viços de m e dia dor e s, incluindo guias, ledores e int érpret es profissionais da língua de sinais, pa r a fa cilit a r o a ce sso a os e difícios e ou t r a s in st a la çõe s abert as ao público ou de uso público;

f) Pr om ove r ou t r a s for m a s a pr opr ia da s de a ssist ê n cia e a poio a pe ssoa s com deficiência, a fim de assegurar a essas pessoas o acesso a inform ações;

(23)

g) Prom ov er o a ce sso de pe ssoa s com de ficiê n cia a n ovos sist e m a s e t e cn ologia s da inform ação e com unicação, inclusiv e à I nt ernet ;

h) Pr om ove r , de sde a fa se in icia l, a con ce pçã o, o de se n volvim e n t o, a pr odu çã o e a disse m in a çã o de sist e m a s e t e cn ologia s de in for m a çã o e com u n ica çã o, a fim de qu e e sse s sist e m a s e t e cn ologia s se t or n e m a ce ssíve is a cu st o m ín im o.

O art . 10 ressalt a o dir eit o à v ida das pessoas com deficiência, nos seguint es t erm os:

Art igo 10 Direit o à v ida

Os Est ados Part es reafirm am que t odo ser hum ano t em o inerent e dir e it o à vida e t om arão t odas as m edidas necessárias para assegurar o efet iv o ex ercício desse direit o pelas pessoas com deficiência, em igualdade de oport unidades com as dem ais pessoas.

Vej am os o art . 11:

Art igo 11

Sit uações de risco e em ergências hum anit árias

Em conform idade com suas obrigações decorrent es do direit o int ernacional, inclusiv e do direit o hum anit ário int ernacional e do direit o int ernacional dos direit os hum anos, os Est ados Part es t om a r ã o t oda s a s m e dida s n e ce ssá r ia s pa r a a sse gu r a r a pr ot e çã o e a se gu r a n ça da s pe ssoa s com de ficiê n cia qu e se e n con t r a r e m e m sit u a çõe s de r isco, in clu sive sit u a çõe s de con flit o a r m a do, e m e r gê n cia s h u m a n it á r ia s e ocor r ê n cia de de sa st r e s n a t u r a is.

• Adoção de norm as e diret rizes m ínim as para acessibilidade às inst alações e serv iços.

• Form ação das pessoas para quest ões afet as à acessibilidade.

• Prom ov er a sinalização de edifício e inst alações públicas com braille e dem ais form at os de fácil leit ura e com preensão.

• Criar m ecanism os de assist ência às pessoas com deficiência.

• Prom ov er o desenv olv im ent o e acesso a t ecnologias que v iabilizem o ex ercício dos direit os pelas pessoas port adoras de deficiência.

M ED I D AS D E CON SCI EN TI ZAÇÃO

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Art igo 12

Reconhecim ent o igual perant e a lei

1.Os Est ados Part es reafirm am que as pessoas com deficiência t êm o direit o de ser r e con h e cida s e m qu a lqu e r lu ga r com o pe ssoa s pe r a n t e a le i.

2.Os Est ados Part es reconhecerão que as pessoas com deficiência gozam de ca pa cida de le ga l e m igu a lda de de con diçõe s com as dem ais pessoas em t odos os aspect os da v ida.

3.Os Est ados Part es t om arão m edidas apropriadas para prov er o acesso de pessoas com deficiência ao apoio que necessit arem no ex ercício de sua capacidade legal.

4.Os Est ados Part es assegurarão que t odas as m edidas relat iv as ao exercício da capacidade legal incluam salv aguardas apropriadas e efet iv as para prev enir abusos, em conform idade com o direit o int ernacional dos direit os hum anos. Essas salv aguardas assegurarão que as m edidas relat iv as ao ex ercício da capacidade legal respeit em os direit os, a v ont ade e as preferências da pessoa, sej am isent as de conflit o de int eresses e de influência indev ida, sej am proporcionais e apropriadas às circunst âncias da pessoa, se apliquem pelo período m ais curt o possív el e sej am subm et idas à rev isão regular por um a aut oridade ou órgão j udiciário com pet ent e, independent e e im parcial. As salv aguardas serão proporcionais ao grau em que t ais m edidas afet arem os direit os e int eresses da pessoa.

5.Os Est ados Part es, suj eit os ao dispost o nest e Art igo, t om arão t odas as m edidas apropriadas e efet iv as para assegurar às pessoas com deficiência o igu a l dir e it o de possu ir ou h e r da r be n s, de con t r ola r a s pr ópr ia s fin a n ça s e de t er igual acesso a em prést im os bancários, hipot ecas e out ras form as de crédit o financeiro, e assegurarão que as pessoas com deficiência não sej am arbit rariam ent e dest it uídas de seus bens.

O art . 13 dest aca a realização da igualdade m at erial em relação ao acesso à Just iça:

Art igo 13

Acesso à j ust iça

1.Os Est ados Part es assegurarão o efet iv o acesso das pessoas com deficiência à j ust iça, em igualdade de condições com as dem ais pessoas, inclusiv e m ediant e a prov isão de adapt ações processuais adequadas à idade, a fim de facilit ar o efet ivo papel das pessoas com deficiência com o part icipant es diret os ou indiret os, inclusiv e com o t est em unhas, em t odos os procedim ent os j urídicos, t ais com o inv est igações e out ras et apas prelim inares.

2.A fim de assegurar às pessoas com deficiência o efet iv o acesso à j ust iça, os Est ados Part es prom ov erão a capacit ação apropriada daqueles que t rabalham na área de adm inist ração da j ust iça, inclusiv e a polícia e os funcionários do sist em a penit enciário.

Mesm a garant ia est á prev ist a em relação à liber dade e segurança:

Art igo 14

Liberdade e segurança da pessoa

OS ESTAD OS D EV EM

ASSEGURAR ESPECI AL ATEN ÇÃO ÀS PESSOAS COM D EFI CI ÊN CI A

EM CASO D E

Conflit o arm ado

Em ergências hum anit árias

Desast res nat urais

Referências

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