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NALISE DA RELAÇÃO ENTRE DÉFICITS DE DESENVOLVIMENTO MOTOR E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM EM ESCOLARES NAS SÉRIES INICIAIS

Ingrid Poubel Bastos – ingridpoubel1@hotmail.com - Acadêmica do curso de Educação Física do Centro Universitário São Camilo - ES

Rhayane dos Espirito Santo Lopes – rhayane.lopes@hotmail.com - Acadêmica do curso de Educação Física do Centro Universitário São Camilo - ES

Hélio Gustavo Santos. – heliosantos@saocamilo-es.br – Fisioterapeuta;

Educador Físico; Mestre em Ciências da Saúde; Professor e Orientadordo Centro Universitário São Camilo – ES.

Trabalho de Conclusão de Curso - Graduação em Educação Física - Licenciatura

Cachoeiro de Itapemirim – ES – 2015

Resumo: Este estudo tem como objetivo fazer uma análise da relação existente entre crianças que possuem déficits de desenvolvimento motor e apresentam dificuldades de aprendizagem escolar nas séries iniciais, e como os profissionais de educação física podem atuar em suas aulas na identificação precoce desses déficits motores, para que sejam realizadas as intervenções necessárias para a solução desses problemas, pois muitas pesquisas realizadas apontam a existência de uma relação significativa de crianças com déficits de

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desenvolvimento motor que apresentam algum tipo de dificuldade de aprendizagem escolar, como na escrita, na leitura e em muito dos casos apresentam distúrbios de atenção.

Palavras Chaves: Déficits de Desenvolvimento Motor; Escolares; Dificuldade de Aprendizagem; Educação Física.

1 INTRODUÇÃO

A relação entre escolares com algum comprometido no seu desenvolvimento motor e dificuldades de aprendizagem é tema de crescentes estudos e pesquisas, revelando o profundo interesse por parte dos profissionais da área da educação, em conhecer as necessidades das crianças cujos comportamentos são incompatíveis com uma aprendizagem típica para uma determinada idade.

As dificuldades na aprendizagem são consideradas como fatores de vulnerabilidade do desenvolvimento, e são intensificadas quando presentes outras condições adversas (CORREIA, 2007).

Rosa Neto et al.,(2007) Defende que , Dentre as razões que têm levado ao interesse crescente pelos conhecimentos acerca do desenvolvimento motor, destacam-se os paralelos existentes entre o desenvolvimento motor e o desenvolvimento cognitivo. Há uma estreita relação entre o que a criança é capaz de aprender (cognitivo) com o que é capaz de realizar (motor).

Segundo Papst e Marques, (2010), Conforme essas pesquisas foram sendo realizadas, foi identificada uma preocupante situação que tem atingido grande parte de escolares das séries iniciais do ensino básico, a incidência de crianças com dificuldades de aprendizagem escolar, onde preocupações importantes são manifestadas por pais e professores referentes ao insucesso escolar e às dificuldades de aprendizagem das crianças que, muitas vezes, se refletem em frustrações e problemas de maior proporção.

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Estudos como Willrich et al. (2009) e Okuda e Pinheiro (2012), indicam que em estudantes com dificuldades de aprendizagem, as alterações motoras podem ocorrer devido a uma série de fatores ambientais que contribuem para o atraso no desenvolvimento do sistema nervoso central e as suas funções corticais superiores, aumentando a probabilidade de déficits no desenvolvimento motor.

Para Gallahue e Ozmun, (2005), O desenvolvimento motor refere-se à mudança progressiva na capacidade motora de um indivíduo, desencadeada pela interação desse indivíduo com seu ambiente e com a tarefa em que esteja engajado, é um processo seqüencial, relacionado à idade cronológica, trazido pela interação entre os requisitos das tarefas, a biologia do indivíduo e as condições ambientais, sendo inerente às mudanças sociais, intelectuais e emocionais.

É durante a primeira infância a fase crucial para o desenvolvimento de um repertório motor que favorecerá o aprimoramento de outras habilidades no decorrer da vida adulta. Assim, “[...] a aquisição de um bom controle motor permite à criança construir as noções básicas para seu desenvolvimento intelectual.” (ROSA NETO et al., 2007). Nesta fase da vida, o desempenho motor encontra-se em constante evolução, partindo de movimentos mais simples e realizados de maneira individualizada, para uma série de combinações, que virão a ser utilizadas em atividades de lazer, esportivas e principalmente cotidianas, concomitante aos processos da aprendizagem escolar e do amadurecimento das principais habilidades motoras (GALLAHUE e OZMUN, 2005).

Assim a Educação Física surge como importante aliada para o diagnóstico de problemas motores que possam influenciar na atividade escolar. É função, também, da Educação Física agir na intervenção, com atividades que aprimorem as habilidades psicomotoras da criança (BARRETO e FIN , 2010).

Nessa perspectiva Ferreira, (2006), argumenta que, os profissionais de educação física estão voltando a se aproximar das outras disciplinas curriculares, buscando subsídios teóricos que forneçam suporte para instituir

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uma nova forma de trabalho que venha contribuir, não só para formação corporal pura e simplesmente, mas para uma formação psicofísica-social do educando, preocupando-se com a aprendizagem e com o rendimento escolar, oportunizando uma Educação Psicomotora de base, prevenindo assim os desvios e defasagem no processo evolutivo da criança.

Desse modo essa nova imagem da Educação Física a partir da regulamentação da profissão, possibilitou uma nova abordagem do corpo e uma nova imagem do sujeito. O sujeito que aprende através do movimento, da ação, da interação e acima de tudo de acordo com suas condições biopsicossocial. O movimento do corpo marca uma nova época, tornando-se necessário relacionar a aprendizagem escolar com o processo de desenvolvimento motor-cognitivo da criança (FERREIRA, 2006, p.35).

Já se tratando de experiências motoras, Caetano et al., (2005) Explana que, essas experiências propiciam o amplo desenvolvimento dos diferentes componentes da motricidade, tais como a coordenação, o equilíbrio e o esquema corporal. Esse desenvolvimento é fundamental, particularmente, na infância, para o desenvolvimento das diversas habilidades motoras básicas como andar, correr, saltar, galopar, arremessar e rebater.

No entanto, embora o desenvolvimento motor infantil não ocorra de forma linear, é fundamental que se ofereça à criança um ambiente diversificado, de situações novas e que propicie meios diversos de resolução de problemas, uma vez que o movimento se apresenta e se aprimora por meio dessa interação, das mudanças individuais com o ambiente e a tarefa motora. O autor Ressalta a importância do desenvolvimento das habilidades motoras e dos aspectos referentes à sua aplicação nas tarefas escolares, visto que deficiências em determinados campos do desenvolvimento podem gerar atrasos e influenciar no avanço em tarefas de outras áreas relacionadas à aprendizagem em geral.

Portanto De acordo com Capovilla et al.(2006), É Durante os primeiros anos do ensino fundamental que entre 5% e 10% das crianças encontram problemas

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severos na aquisição da leitura e escrita e outras 25% possuem distúrbios considerados leves.

Quando se identifica a presença de dificuldades de aprendizagem, há maior probabilidade de funções motoras e gnosis sendo alterada e comprometer a destreza, a velocidade de manipulação de objetos, a precisão de movimento, espacial e temporal organização, esquema corporal, postura da mão, entre outros, assim, comprometer a capacidade de aprendizagem da leitura e habilidades de escrita e também tarefas funcionais, como abotoar, com uma tesoura, o tratamento de moedas, lápis e cola (GABBARD e CAÇOLA, 2010, MARTIN et al. 2010, OKUDA, 2013).

A respeito disso a literatura especializada indica que pelo menos 50% dos alunos com problemas de aprendizagem são identificados concomitantemente com um transtorno do desenvolvimento da coordenação motora, e essas alterações motoras são encontrados entre 5% e 7% das crianças em idade escolar na população em geral (ROSENBLUM et al. 2010).

Medina et al. (2006), sugere que os problemas de aprendizagem, na maioria das crianças, não são associados a algum tipo de deficiência mental. A avaliação das capacidades desenvolvidas é essencial para diagnosticar problemas motores e suas conseqüências, fornecendo dados que viabilizem sugestões de intervenções que favoreçam o desenvolvimento global da criança em todos os seus aspectos.

Porém, algumas crianças ao atingirem a idade escolar não possuem o esperado domínio de suas habilidades motoras básicas e passam a ter um desempenho aquém do esperado, sendo que em alguns casos estes problemas são significativamente graves (FERREIRA et al. 2006). Há que se considerar ainda que os escolares nessa condição se encontram em posição de risco psicossocial, o que os coloca em desvantagem educacional e social (SANTOS e GRAMINHA, 2005).

Portanto o estudo tem como objetivo analisar a relação entre déficit de desenvolvimento motor e dificuldades de aprendizagem em escolares,

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mostrando a importância das aulas de educação física para identificação e solução dessas dificuldades.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Este estudo é uma pesquisa bibliográfica de caráter descritivo. Foi realizada entre os meses de agosto a dezembro de 2015. Os sites de buscas utilizados foram: Scielo, Pubmed, Lilacs e Google Acadêmico. Os critérios de inclusão para a realização da pesquisa foram: artigos que atendessem aos objetivos do estudo e que fossem publicados após o ano de 2005, os descritores utilizados foram:

Educação física, déficit de desenvolvimento motor e dificuldades de aprendizagem.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O presente estudo pretende analisar a relação existente entre crianças que possuem déficit de desenvolvimento motor e que apresentam dificuldades de aprendizagem escolar. Onde se sabe que componentes da aprendizagem motora exercem influências significativas na aquisição de habilidades de aprendizagem cognitiva, pois estas capacidades serão solicitadas posteriormente no processo de aprendizagem da leitura e escrita (FREITAS, 2008, MEDINA PAPST e MARQUES, 2010).

Contudo é essencial considerar diversos fatores quando se trata de estudar as dificuldades de aprendizagem, porque podem envolver aspectos neurológicos, ambientais e sociais, entre outros. Todas as interações, papéis sociais e imagem, constituídos na família, comunidade, escola e demais con- textos sociais interferem na aquisição de crenças, valores e conteúdos escolares (AMARO, 2010; PACHECO, 2005).

Segundo Silveira, (2005), A não linearidade no desenvolvimento das crianças sugere que a aquisição de habilidades motoras dar-se de forma

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particular para cada faixa etária e que as restrições para a emergência de padrões complexos de comportamento estão relacionadas com restrições do organismo, do ambiente e da tarefa.

Corroborando com a afirmação do autor, Sabagg, (2008), explana que vale ressaltar que, o ser humano se desenvolve em diversos ritmos, que dependem de suas próprias características e das experiências vivenciadas, o que possibilita que diferentes padrões de movimento sejam detectados. Todavia, sabe-se que o desenvolvimento dos componentes da motricidade esta relacionado à interação de diversos fatores, dentre eles, aspectos biológicos ou ambientais (ROSA NETO et, al ,2007).

Caetano, (2005), defende que restrições desses fatores influenciam o desenvolvimento motor e mais especificamente, que fatores de crescimento físico podem explicar as mudanças desenvolvimentistas ocorridas no período de avaliações motoras. Essas mudanças parecem ser influenciadas pelas diferenças na estimulação e no encorajamento para explorar seu próprio corpo e o ambiente, podendo privilegiar mais acentuadamente um componente da motricidade em detrimento de outro.

Em seus estudos Rosa Neto et, al (2007) afirma que um numero significativo de educandos com dificuldades na aprendizagem escolar apresentaram importante atraso no desenvolvimento motor, bem como condições biopsicossociais adversas. As dificuldades de aprendizagem retratam uma grande diversidade de problemas educacionais e que podem atingir enormes repercussões socioculturais.

Assim é de suma importância para tentar minimizar o atraso no desenvolvimento motor das crianças com esses fatores de risco, torna-se necessária uma avaliação precoce para a detecção do atraso e, a partir desta, propor um plano de tratamento. Pois um estudo com crianças de 4 a 12 anos diagnosticadas com dificuldades de aprendizagem (ROSA NETO; COSTA, 2001, POETA, 2005 apud ROSA NETO et al., 2007) apresenta perfil motor classificado como Inferior, com maior comprometimento no equilíbrio, esquema corporal, organização espacial e temporal.

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Outros estudos de Nascimento, (2008), destacam mudanças no comportamento afetivo e tendência a desenvolvimento de uma autopercepção de competência negativa, enquanto outros demonstram a implicação deste quadro sobre o desenvolvimento de aspectos cognitivos e da motricidade.

Em testes motores realizados pelos autores os alunos com dificuldades de aprendizagem têm um maior número de subtestes motores com menor desempenho, quando comparado com os alunos sem dificuldades de aprendizagem, (BRUININKS e BRUININKS, 2005; POLATAJKO et al. 2006;

CHEN et al. 2009; CAPELLINI et al. 2010; ROSA NETO et al. 2010; OKUDA e PINHEIRO, 2012).

A idade equivalente, inferior ao esperado para a idade cronológica, indica que os alunos com dificuldades de aprendizagem, podem apresentar em sua falta de jeito comportamento motor e inconsistência no desempenho da tarefa, pobre do motor Coordenação, problemas de ritmo e de aprendizagem transferência, o desempenho declínio com a repetição, a tensão do corpo e atividade muscular excessiva em tarefas motoras (ROSENBLUM et al. 2010;

GABBARD e CAÇOLA, 2010).

Em um de suas pesquisas Kourtessis et al. (2008), identificou que 64.8%

dos participantes com dificuldades de aprendizagem apresentaram problemas motores definidos, contra 15.1% das crianças sem problemas de aprendizagem.

Tais achados convergem para a idéia de que as dificuldades motoras podem estar ligadas a dificuldades em outros segmentos da vida da criança, destacando a importância dos profissionais da educação, especialmente os professores de Educação Física, estarem atentos a possíveis atrasos no desenvolvimento motor das crianças.

A respeito da precoce identificação das perturbações do desenvolvimento, quer seja acadêmico, motor, social ou afetivo, Amaro et al. (2009), confirma a sua importância pois parece que a previsão depende da idade da intervenção.

Alguns estudos apresentados por Ferreira, (2006), destacam o senso comum de se identificar e prevenir o mais precocemente possível as dificuldades na aprendizagem, de preferência, ainda na pré-escola. Faz apontamento ainda para

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as relações das dificuldades na aprendizagem com as alterações motoras, considerando que a motricidade também depende da maturação do SNC, sendo assim é compreensível que os problemas motores sejam evidenciados em crianças com dificuldade de aprendizagem.

No Brasil são poucos os estudos que tem sido realizados para identificar as dificuldades motoras de crianças. Um destes estudos teve como objetivo identificar crianças com DCD (Desordem Coordenativa Desenvolvimental).

Onde, segundo Pellegrini et al. (2008), é nos primeiros anos de escolarização algumas crianças começam a demonstrar certa dificuldade motora que as impede de realizar uma série de tarefas do dia-a-dia, seja na escola ou em casa e, por isso, são freqüentemente chamadas de “descoordenadas” ou

“desajeitadas” por seus professores, pais e amigos. De modo geral, a não realização dessas tarefas muitas vezes leva à identificação da criança como portadora do Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC) também conhecido como Desordem Coordenativa Desenvolvimental do termo inglês Developmental Coordination Disorder (DCD).

Esse estudo foi realizado em uma escola pública de São Paulo 11,3% das crianças apresentaram dificuldades motoras indicando risco de DCD. Quando utilizado o percentil 5 como ponto de corte, foi encontrada uma prevalência de 8,5% de crianças com DCD em uma amostra de 555 crianças de 5 a 10 anos (PELLEGRINI et al., 2006).

Pellegrini et al., (2006) encontrou uma prevalência de 7,1% de crianças com DCD utilizando a avaliação motora do M-ABC e 7,6% utilizando a lista de checagem, em uma amostra de 96 meninos e 102 meninas de 7 e 8 anos de idade.

Em Manaus, em uma amostra constituída por 240 crianças de 7 e 8 anos de idade da zona urbana e rural, 11,8% das crianças da zona urbana foram classificadas com dificuldades de movimento e 10,3% como grupo de risco. Na zona rural, 4,4% das crianças foram classificadas com dificuldades de movimento e 11,1% como grupo de risco (SOUZA et. al., 2007).

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As dificuldades com a escrita afeta entre 10% e 30% de crianças em idade escolar, sendo geralmente o primeiro sinal de identificação de problemas em relação ao desenvolvimento de habilidades motoras finas e o problema motor mais apresentado por crianças com DCD (FRANÇA, 2008).

As dificuldades motoras apresentadas pelas crianças com DCD tem sido ligadas a déficits no domínio sensorial, motor e na integração sensório-motora Enfatizando que, estes problemas motores relativos a atividades funcionais, recreativas e esportivas, podem vir interferir no desenvolvimento da criança, vindo a extrapolar o âmbito motor e influenciar também o desempenho acadêmico, o desenvolvimento social e o psicológico, como problemas cognitivos e de comportamento, baixa auto-estima e isolamento social, estas dificuldades podem fazer com que estas crianças fiquem mais sensíveis às pressões de contextos de aprendizagem, levando ao abandono e/ou à não participação em atividades física (FRANÇA, 2008)

Uma pesquisa do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) realizada no ano de 2009, identificou a respeito do desempenho escolar de estudantes brasileiros, onde se tem um melhor desempenho das meninas nas avaliações de língua portuguesa e dos meninos nas avaliações de matemática. Porém, o que chama a atenção é a evolução no desempenho acadêmico das meninas, que estão cada vez mais se sobressaindo nos testes de língua portuguesa e reduzindo a diferença para os meninos em relação à matemática.

Já segundo Junaid et al (2006), Ao contrário dos meninos, meninas com e sem dificuldades de aprendizagem não apresentaram diferenças significativas na execução das habilidades motoras. Embora não haja na literatura algo a respeito dessa diferença entre os sexos, é possível fazer algumas considerações a esse respeito. As dificuldades motoras apresentadas pelas meninas muitas vezes estão relacionadas à falta de estímulos, o que acontece com menor freqüência entre os meninos.

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Há ainda pesquisas que apontam o contrário, um maior número de meninas com indicativo de problemas motores (FRANÇA, 2008). Assim, acredita-se na impossibilidade de associá-los a um sexo específico, considerando as divergências existentes na literatura. Divergências estas, que podem ocorrer devido à escolha de diferentes instrumentos e parâmetros de normalidade, tipos de estudos, populações investigadas, entre outros fatores.

Com tudo pode-se perceber que ha uma preocupação interdisciplinar quanto a detecção precoce das dificuldades escolares, avaliação do nível de desenvolvimento da criança e a necessidade de proposta de intervenção com atividades adequadas, almejando resultados benéficos ao aprendiz e que tendem a reduzir problemas e maiores transtornos futuros nos anos escolares.

Além disso, ha a necessidade de conhecimento do profissional ligado ao ensino de crianças sobre o processo de desenvolvimento e aprendizagem motora para que este se fundamente na seleção de atividades no processo de intervenção (MEDINA e PAPST, 2010)

Assim, Segundo Medina e Papst , (2010), Há de se considerar que na Educação Física Escolar, o nível de desenvolvimento motor e os componentes da motricidade das crianças são fatores preponderantes para investigação.

Associado a esses temas, os problemas de dificuldades de aprendizagem também se estabelecem como aspectos importantes, uma vez que ha estudos que destacam o atraso no desenvolvimento motor e mudanças no controle do movimento, decorrentes desses problemas.

Onde Rosa Neto et al. (2007) explana que, a educação física adquire, assim, um papel importante na medida em que pode estruturar o ambiente adequado para a criança refletir sobre suas ações e experiências praticas, funcionando como uma grande auxiliar e promotora do desenvolvimento humano e, em especial, do desenvolvimento motor. Assim, para que um programa de atividades atinja os objetivos esperados em relação aos componentes motores das crianças, ha a necessidade de investigação sobre o nível de desenvolvimento motor das mesmas.

Diante do exposto Figueiredo (2012) afirma que a Educação Física, no âmbito escolar, torna-se uma disciplina facilitadora do processo ensino-

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aprendizagem, sua prática amplia a participação pedagógica e proporciona uma relação mais estreita com a sala de aula. Os estímulos dados ao corpo e ao intelecto são fatores que dinamizam a aquisição e o desempenho de habilidades fundamentais.

Assim Medina, (2006), a respeito de habilidades motoras explana que elas estão vinculada ao desenvolvimento da percepção do corpo, espaço e tempo, e essas habilidades constituem componentes de domínio básico tanto para a aprendizagem motora quanto para as atividades de formação escolar.

Ferreira, (2006), Explica que não tem como ensinar um jogo ou desporto sem perpassar pelas medidas da quadra, que é pura matemática. Fora a “soma”

dos pontos, as “divisões” de equipes, a “diminuição” de obstáculos para chegar ao objetivo do jogo (...). Compete aos professores lançarem mão desse recurso para enriquecer suas aulas e com certeza facilitar a aprendizagem de ambos:

Assim é imprescindível que o planejamento das atividades pedagógicas seja realizado de maneira interdisciplinar, pois permite a evolução na aprendizagem do aluno.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

É de suma importância a identificação precoce de distúrbios no desenvolvimento motor através de avaliações nas series iniciais, pois esses déficits motores podem trazer prejuízos para toda a vida da criança. Desse modo após a análise feita foi possível perceber que o perfil motor dos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem é alterado e aquém se comparadas aos alunos que com bom desempenho escolar.

Portanto se faz necessário que as aulas de educação física se tornem mais efetivas, de maneira que o profissional de educação atue como principal responsável em fornecer aos alunos diversas situações que desenvolva suas habilidades motoras.

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Que esta pesquisa também possa contribuir para futuras tomadas de decisões, tanto para novas pesquisas, quanto para a prática de profissionais da área de licenciatura em Educação Física.

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Referências

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