A CONTEMPORANEIDADE E O MEIO AMBIENTE: A TRANSDISCIPLINARIDADE COMO ÂNCORA PARA O ESTUDO DAS TRANSFORMAÇÕES ATUAIS DO MEIO URBANO E DA SAÚDE DO CORPO.
Erica Pipas Morgado e-mail ericapipasmorg@yahoo.com.br
Resumo
O objetivo deste trabalho é fazer uma reflexão com relação a temática do mundo contemporâneo, que é a globalização, meio ambiente, transdisciplinaridade e a saúde do corpo. As transformações que influenciam a saúde pública terão abordagem transdisciplinar alertando sobre os paradigmas de um sistema que ainda não está preparado para as questões naturais que o mundo e o corpo exigem.
Palavras chaves: saúde do corpo, saúde pública, meio ambiente, globalização e transdisciplinaridade.
Abstract
The objective of this work is to make a thematic reflection with regard to of the world contemporary, who is the globalization, environment, transdisciplinarity and the health of the body. The transformations that influence the public health will have boarding to transdisciplinar alerting on the paradigms of a system that not yet is prepared for the natural questions that the world and the body it demands.
Key – words: health of the body, public health, environment, globalization and transdisciplinarity.
Introdução
Atualmente estamos vivenciando mudanças significativas na sociedade. O ritmo acelerado do processo de urbanização em países em desenvolvimento, tem levado a um crescente interesse no estudo de aspectos da saúde coletiva relacionados com o meio
ambiente nas áreas urbanas desses países. A rapidez das transformações dos usos e costumes coletivos característicos da sociedade humana, pode ser considerada como uma verdadeira revolução contemporânea. Existe hoje, um caos que transforma a saúde coletiva em um componente cercado de paradigmas limitantes. São necessárias novas buscas e posturas para modificar o rumo dessa história e transformar as cidades em locais mais agradáveis para que o nosso corpo não sofra os malefícios das interferências ambientais alteradas.
Presenciamos as ciências se reorganizando em torno de novos paradigmas e, consequentemente a subjetividade humana está sendo constantemente repensada. Ao mesmo tempo, o corpo apresenta-se influenciado por estas transformações ambientais e se adaptando de forma a comprometer seu estado bio-psico-social.
A transdisciplinaridade vem buscar a quebra destes paradigmas que limitam a saúde coletiva preservando o modelo ecológico e minimizando o contraste do ambiente urbano, na tentativa de resgatar, a qualidade de vida do corpo que vive neste ambiente de constante transição, fazendo uma analise da globalização. Focaliza-se no presente estudo alguns aspectos do problema urbano pertinente na Globalização, seguindo-se da reflexão de trabalhos que abordam a questão deste pensamento contemporâneo e a abordagem transdisciplinar para a melhor organização da saúde do corpo.
A saúde do corpo no mundo contemporâneo
Para GIDDENS (1993), as doenças que seguem juntamente com estas transformações, comprometem todo componente corporal fazendo emergir as doenças infecciosas, crônicas, psicossociais e psicossomáticas, que são inerentes as variáveis socioeconômicas e ambientais.
Estas doenças certamente se apresentam em maior gravidade, ressaltando sobre a questão da saúde publica, em países em desenvolvimento, onde há uma crescente frente de urbanização sem regularização, onde não existe saneamento adequado às condições de vida e não permitindo assim a tomada de medidas legais referentes a esta globalização tão conturbada.
Portanto, mantém-se o ciclo do caos urbano, fazendo com que o corpo sofra influencias do meio externo, tais como, moradia inadequada, pobreza, má higiene e doenças já citadas. A saúde do corpo está sendo afetada diretamente pelo ambiente
urbano no que diz respeito às mudanças sociais geradas pela urbanização, que gera novos agentes tóxicos e infecciosos pelo grande impacto no ecossistema como um todo, fazendo com que um desequilíbrio ecológico no mundo, venha a ocorrer em grande escala. Esse novo mundo pressionado por uma nova temporalidade, pelo acúmulo de informações dispersas, de mutações no ambiente natural, e de exigências em seu cotidiano, vem reagindo das mais variadas e surpreendentes formas, seja produzindo novas patologias, seja criando uma nova forma de viver.
A partir da busca de uma compreensão aberta aos crescentes desafios emanados de problemas essenciais da humanidade, pensamos em articular o pensamento contemporâneo com a transdisciplinaridade, nos aspectos relacionados ao meio ambiente alterado e sua implicação para a saúde do corpo. E é sobre o impacto dos problemas do meio ambiente em relação ao corpo e a saúde dos sujeitos, que repensaremos o quanto a transdiscipinaridade se insere neste contexto.
Globalização, Meio ambiente e Transdisciplinaridade
Partindo de uma reflexão sobre a globalização e meio ambiente, acreditamos que as transformações ocorridas na subjetividade humana, assim como na saúde advinda desses elementos fundamentalmente ambientais, vêm possibilitando uma nova visão de mundo, uma nova forma de pensar, construindo novos conhecimentos, mudando os rumos da saúde coletiva.
Num primeiro momento buscamos algumas considerações sobre a globalização, num segundo momento mostramos a idéia de reorganização e reestruturação do meio ambiente com a transdisciplinaridade como fatores de mudanças nos conceitos, nas relações, nos comportamentos, na saúde e na ampliação da realidade.
Segundo BAUMAN (1999), com a globalização, as questões ambientais vêm sendo estudadas de forma a reestruturar toda a questão da qualidade de vida da sociedade. O corpo vem sendo refugio de todas as desordens ambientais, e assim, absorve todas as alterações que decorrem do meio em que vivemos. Tudo que ocorre, predominantemente o corpo, irá sofrer com esses transtornos emanados do caos urbano.
Seguindo uma trilha aberta por este raciocínio, chegamos a transdisciplinaridade no pensamento de Nicolescu (2001), como uma tentativa de resgate para evitar a fragmentação das crises dos paradigmas totalizantes.
Algumas propostas e idéias de soluções para todos esses problemas expostos acima seriam: aumentar o grau de educação e treinamento das populações; transferência internacional de tecnologia; aumento do papel do estado como uma instituição moderna, honesta e eficiente; alívio das dívidas de países pobres e um compromisso sério de consumo de reservas naturais em todo o planeta.
A transdisciplinaridade rompe as barreiras e compreende que com a reestruturação do pensamento globalizado poderemos então seguir com uma melhor compreensão e adaptação dos modelos atuais de governança e da sociedade perante o meio ambiente e uma urbanização mais cautelosa e limitada as questões da saúde do corpo e do bem estar da população no mundo todo. Assim as cidades poderão passar de zonas focais de grandes distúrbios sociais, políticos, econômicos e ecológicos, para serem locais de crescimento cultural e de compartilhamento de ideais tanto ecológicas quanto tecnológicas, parecendo então ser a única forma de nossa sobrevivência futura.
Certamente percebemos pontos positivos tais como sistemas de reciclagem naturais que mantêm o ecossistema em equilíbrio através dos ciclos biológicos, limpeza das águas e ar, e reciclagem de nutrientes, mas, ainda são poucos para proporcionar uma qualidade para o corpo mais efetiva. A busca por um sistema público de saúde com qualidade e assistência integral ainda é muito complexa. O corpo continua sendo alvo dessas atrocidades que estão sendo alertadas, mas ainda não muito compreendidas pelas autoridades do mundo. Está havendo mudanças de tal ordem, que a população mundial corre o risco de vários problemas relacionados à saúde.
Considerações finais
Finalizando, podemos vislumbrar a transdisciplinaridade como um cenário crítico da cultura global, trabalhando pela manutenção e conservação de novas possibilidades estéticas dentro dos elementos da transformação e metamorfose que também aparecem na globalização, assim como na multicidade ambiental urbana crescente na era contemporânea relacionada à saúde do corpo e da população desse novo mundo.
Referências Bibliográficas
BAUMAN, Zygmunt (1999). Globalização: as conseqüências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
GIDDENS, Anthony (1993), As conseqüências da modernidade. São Paulo: UNESP.
