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Rev. Assoc. Med. Bras. vol.56 número2

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Academic year: 2018

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Rev Assoc Med Bras 2010; 56(2): 127-43

p

restação

de

saúde

e

inClusão

de

minorias

na

mediCina

Atualmente, os valores constitucionais são a mais completa tradução dos ins que a comunidade pretende ver realizado no plano concreto. Com o advento da Constituição Federal de 1988, a saúde passou a ser, de maneira explícita, direito fundamental social, icando consignado que este direito à saúde é de todos, indistintamente, constituindo-se em dever do Estado assegurar o acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde.

Nos últimos anos se tornaram comuns decisões judiciais que, com motivações inquestionáveis, obrigaram o governo a atuar ou que de alguma forma quebraram o princípio da isonomia, respeitando a inegável desigualdade fática e a necessidade da inclusão social das pessoas com deiciência, já que em respeito

ao princípio da proporcionalidade deve-se proteger esse grupo de

pessoas que têm diiculdade de integração social por conta de alguma particularidade intelectual, física, orgânica ou sensorial.

No entanto, muito deve ser feito uma vez que a pessoa com deiciência ainda é abundantemente discriminada no Brasil e muitas vezes relacionada à idéia de incapacidade, sendo que essa minoria não necessita de privilégios, mas sim de políticas

públicas que possam originar sua adaptação e o atendimento às suas necessidades especiais.

No que tange à saúde, a falta de atenção às pessoas com algum tipo de deiciência é consequência de atitudes antigas da humanidade em rejeitar problemas que considera incapaz de

enfrentar.

Esta relutância para a realização do atendimento de pacientes com necessidades especiais entre os proissionais da área de

C

orrespondência

saúde pode ser atribuída à falta de conhecimentos e treinamentos

adequados, falta de sensibilidade e de coniança e à crença de que sempre são necessários equipamentos especiais e facilidades para que o tratamento seja realizado.

Os avanços nos textos jurídicos foram indispensáveis para que direitos fossem assegurados, mas não são suicientes para que a efetivação desses direitos se veriique e tampouco que ocorra

a inclusão dos excluídos.

O direito não pode positivar ilusões e deve situar-se coibindo o preconceito e auxiliando minorias que estão em busca do viver

digno. Entraves que impõe às pessoas com deiciência viver

em condições de desvantagens em relação às demais devem ser repudiadas pelo sistema Constitucional Brasileiro. O Estado deve revestir-se do papel de garantidor positivo de uma política

sanitária ampla, que garanta, inclusive, a saúde e o tratamento

adequado a todos.

A existência, a validade, a eicácia e a efetividade da demo

-cracia deve ser veriicada na prática dos atos administrativos do

Estado voltados para o homem para que se garanta não apenas

a vida de todo cidadão, mas sim a existência de vida digna.

gustavo nader marta1

taís nader marta2

1-Médico residente do Centro de Oncologia do Hospital

Sírio-Libanês, São Paulo, SP

2-Mestranda em Direito Constitucional do Programa Stricto Sensu

em Direito do Centro de Pós-Graduação da Instituição Toledo de Ensino (ITE); Advogada; Professora do Curso de Direito da Facul -dade Anhanguera de Bauru e Especialista em Direito Processual e em Direito Constitucional pela Universidade do Sul de Santa

Referências

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