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O equilíbrio do Sistema Tônico Postural em atletas do time de futsal da Unisul

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Academic year: 2021

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ARTIGO

O equilíbrio do Sistema Tônico Postural

em atletas do time de futsal da Unisul

* Vanessa Martarello, ** Rita de Cassia Clark Teodoroski

Resumo

As atividades esportivas, por mais que sejam naturais, apresentam ao mesmo tempo vantagens inegáveis e inconvenientes desconfortáveis. A maneira do jogador se posicionar em quadra e a falta de conscientização corporal podem desencadear todo o processo do desequilíbrio muscular e também postural, levando a disfunção do sistema músculo-esquelético.O presente estudo teve como objetivo principal avaliar os desajustes posturais e o mecanismo proprioceptivo em um grupo de atletas de futsal relacionando com os desequilíbrios musculares. A escolha da avaliação postural em um esporte torna-se importante por que os atletas normalmente compensam os desequilíbrios musculares com posturas inadequadas e estas podem condicionar a disfunções do sistema músculo-esquelético. Com uma ênfase no Sistema Tônico Postural esta pesquisa tem como instrumento um protocolo de avaliação postural adaptado. A amostragem foi realizada utilizando-se seis atletas que executam a função de ala na equipe da categoria adulto de futsal da Unisul. Verificou-se que todos os sujeitos da amostra apresentaram alterações no alinhamento postural, ficando clara a relação entre os desajustes posturais com os desequilíbrios musculares. Palabras-chave: desequilíbrio postural, avaliação postural, atletas.

Abstract

This stuy had as mean objetive evaluate postural unstability, proprioception mecanism and relate with muscular unbalance. Postural avaliate in sports is important because athlets have muscular unbalance to compensate postural unstability them. A postural-board was used to visuality and classify the subjectj. The results this investigation help us to prevent lesions and project personal training for athlets.

Key words: postural unstability, postural avaliate, athlets.

* Acadêmica do curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul ** Professora Msc. do curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul

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INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, houve crescimento exponencial do Futsal, com inegável progresso em termos qualitativos e quantitativos. Ocorreu uma atualização das regras, o que deu ao praticante maior velocidade, força e destreza, tornando o jogo mais dinâmico. Não menos relevante, foi o progresso da fisioterapia desportiva, notadamente no setor da prevenção e no tratamento de lesões ocorridas durante a prática das diversas modalidades existentes.

O corpo humano, principalmente o

sistema músculo-esquelético, é o

instrumento privilegiado dos esportes físicos, onde, se a atividade escolhida for

criadora de dores, deformações ou

impotências de todos os gêneros, ela perde não somente seu objetivo principal, mas igualmente altera o instrumento podendo prejudicar o desempenho. O aumento constante da demanda da prática de exercícios físicos traz consigo um crescimento simultâneo no risco de lesões. O enorme desgaste do treinamento e da competição, especialmente no futsal, resulta com uma freqüência cada vez maior em sérias lesões traumáticas e danos ao sistema músculo-esquelético.

As atividades esportivas, por mais que sejam naturais, apresentam ao mesmo tempo vantagens inegáveis e inconvenientes desconfortáveis. A maneira do jogador se posicionar em quadra e a falta de conscientização corporal podem desencadear todo o processo do desequilíbrio muscular e também postural, levando a disfunção do

sistema músculo-esquelético. Um

desequilíbrio dessa natureza jamais se apresenta de forma isolada, ou seja, acaba estabelecendo critérios de adaptação

morfológica e funcional, que são

compensatórios, fazendo com que o

indivíduo continue a realizar suas atividades diárias e desportivas naturalmente sem dar a devida atenção ao equilíbrio postural, tão necessário para a harmonia dos gestos tanto cotidianos quanto desportivos.

O equilíbrio postural refere-se ao alinhamento dos segmentos articulares necessitados para manter o centro de gravidade dentro dos limites máximos da estabilidade. A manutenção do equilíbrio postural é um complexo mecanismo de controle, alimentados por um fluxo de impulsos neurológicos provenientes dos sistemas proprioceptivo, vestibular e óculo-motor (ROSA et al, 2003). Para COHEN (1999, p. 111), nossa capacidade de saber onde nossos membros se encontram no espaço quando são movimentados e de conhecer as forças geradas pelos músculos vem de receptores localizados nos músculos, na pele e nas articulações. A partir do momento em que um ou vários destes receptores estiverem desregulados, aparecerá em desequilíbrio tônico postural e com ele seu cortejo de forças contrárias anormais (BRICOT, 2001).

MATERIAIS E MÉTODOS

A população estudada constituiu-se de 06 atletas de futsal masculino da Unisul da categoria adulto, que ocupam a posição de ala. Com idade entre 20 e 25 anos, voluntários. O tempo de prática desportiva desses atletas variou entre 07 a 14 anos, o tempo de treino desportivo profissional de 02 a 06 anos, o período de treinos diários era de 02 vezes ao dia, a duração de cada treino era de 02 horas e a freqüência de treinos semanais era de 06 dias na semana.

Primeiramente foram esclarecidos aos atletas os objetivos da pesquisa, evitando possíveis dúvidas. Posteriormente foi aplicada a entrevista para, em seguida, realizar fotografias e filmagem dos atletas, na posição ortostática em vistas anterior, posterior, lateral esquerdo e lateral direito, para identificar possíveis alterações posturais nos mesmos através dos pontos anatômicos.

O ambiente foi previamente preparado para as fotografias com três anteparos de fundo preto, cuja finalidade foi melhorar a visualização das imagens para análise dos dados.

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Para as fotografias os atletas permaneceram sem calçado e sem camisa, trajando uma bermuda a uma distancia de 4 metros e 50 centímetros entre a máquina digital e uma linha traçada no solo delimitando o posicionamento do sujeito de pesquisa à frente da mesma.

Foi solicitado que o atleta

permanecesse na posição ortostática nas vistas citadas acima enquanto eram realizadas as fotografias e a filmagem. Cada filme teve a duração de 30 segundos nas referidas posições.

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Com base na avaliação através dos pontos anatômicos, foi visto que todos os sujeitos da amostra apresentaram alterações visíveis tanto na avaliação postural quanto na análise das oscilações, caracterizando os desequilíbrios musculares.

As estruturas ósseas do corpo humano são destinadas a suportar e transmitir o peso superposto. Segundo Kendall, McMreary e Provance (1995) quando os músculos e ligamentos deixam de oferecer suporte adequado, as articulações excedem sua amplitude normal e a postura se torna incorreta, tornando-se um vício postural.

A fim de manter uma posição em um bom alinhamento, deve haver adequado equilíbrio muscular entre conjuntos oponentes de músculos. Willian, Bandy, Sander (2003, p. 229), afirmam que o equilíbrio é o processo de controle do centro de gravidade do corpo sobre a base de sustentação ou, mais genericamente, dentro

dos limites da estabilidade, quer

estacionária, quer em movimento. . O equilíbrio segundo os mesmos autores pode ser dividido em equilíbrio estático, que designa a capacidade de um indivíduo em manter uma posição antigravitacional estável enquanto em repouso, mantendo o centro de gravidade sobre a base de sustentação disponível; e equilíbrio dinâmico, que envolve respostas posturais automáticas ao desequilíbrio do centro de gravidade.

Para manter o equilíbrio ao ficar de pé, o centro de gravidade deve ser mantido fixo dentro dos limites da estabilidade, para que isso ocorra, muitos músculos estão envolvidos na coordenação do ajustamento postural.

A estabilidade postural depende basicamente de ações coordenadas entre o tronco e as extremidades inferiores. Segundo Willian, Bandy, Sander (2003, p. 232), os movimentos em torno do quadril, joelho e

tornozelo incluem ações musculares

específicas nestas articulações e forças indiretas, de inércia, de articulações vizinhas.

Para a manutenção do equilíbrio, o corpo tem de fazer ajustes contínuos. Grande parte do que se sabe atualmente sobre o controle postural se baseia em estratégias posturais estereotipadas ativadas em resposta a uma perturbação ou deslocamento.

Horak e Nashner (apud WILLIAN;

BANDY; SANDER, 2003, p. 229),

descreveram três estratégias usadas para o controle da oscilação: a) estratégia do tornozelo: reposiciona o centro de massa após deslocamentos pequenos; b) estratégia do quadril: usa uma flexão ou extensão compensatória rápida do quadril para redistribuir o peso corporal na base de sustentação; c) estratégia da passada: quando forças súbitas e de grande amplitude deslocam o centro de massa além dos limites de controle.

Foi observado que 03 (três) atletas apresentaram a estratégia de tornozelo e os outros 03 (três) apresentaram estratégia de quadril. E nenhum atleta apresentou estratégia da passada.

Com relação às estratégias de desequilíbrio, podem ser consideradas como uma classe de respostas funcionalmente organizada, que ativa os músculos para levar o centro de massa corporal a um estado de equilíbrio Tais desequilíbrios levam ao indivíduo sadio a responder com ações musculares apropriadas para impedir o

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(WILLIAN; BANDY; SANDER, 2003, p. 235).

Essas estratégias ajustam o centro de gravidade corporal, de modo que o corpo é mantido dentro da base de sustentação, impedindo a perda de equilíbrio ou a queda. Quando os músculos são alterados, como em uma amplitude de movimento inadequada ou uma fraqueza nas extremidades inferiores, o sistema de controle postural recebe informações distorcidas; essas informações imprecisas podem ocasionar um desvio do alinhamento do centro de gravidade dentro dos limites de estabilidade, o que ocasiona movimentos alterados e aumenta o risco de queda (WILLIAN; BANDY; SANDER, 2003). Um centro de gravidade fora do

alinhamento diminui os limites de

estabilidade do indivíduo, comprometendo os padrões normais de movimento.

Contudo, algumas das evidências da função muscular, provêm da observação dos efeitos da perda da capacidade de contrair-se, onde a fraqueza de um músculo permite a separação das partes nas qual o músculo está inserido, porque está faltando a força para manter um bom alinhamento (KENDALL; McCREARY; PROVANCE, 1995). Os autores descrevem que a fraqueza muscular pode causar um alinhamento defeituoso, que pode dar origem à fraqueza de estiramento, podendo ser definida como o efeito sobre os músculos de permanecer em uma condição alongada, além da posição neutra (repouso fisiológico).

O desvio postural pode parecer ligeiro, as alterações correspondentes nas posições posturais das articulações podem parecer pequenas, porém os músculos mostram importantes diferenças relacionadas com a posição postural habitual. A persistência do

alinhamento defeituoso resulta em

compressão indevida sobre as partes das superfícies articulares que sofrem sobrecarga constante ou repetida. Kendall, McCreary e Provance (1995, p. 313), afirmam que a capacidade de tolerar esforços ordinários diminui à medida que o grau ou duração do defeito aumenta. À medida que um defeito

no alinhamento progride no sentido do extremo, há, acrescentado ao fator da compressão indevida da estrutura óssea, o fator da tensão indevida nos ligamentos, ou pelos ligamentos no osso. Se um desvio postural exceder o limite de movimentação permitido pelas superfícies articulares, constitui de imediato um defeito, quer seja

momentâneo quer seja persistente.

(KENDALL; McCREARY; PROVANCE, 1995, p. 314). Os mesmos continuam relatando que a falta de mobilidade está estreitamente associada com alinhamento defeituoso persistente como fator causador

de compressão indevida; quando a

mobilidade é perdida, há rigidez e um certo alinhamento permanece constante. Se a limitação da amplitude ou rigidez ocorrer com a parte em que está alinhado para a sustentação de peso, pode haver um mínimo de dor ou incapacidade em pé ou sentado, mas a sobrecarga muscular pode ocorrer com a movimentação. Se a parte que é restringida for protegida contra qualquer movimento que possa causar sobrecarga, outras partes que necessitem compensar essa restrição podem sofrer a sobrecarga em seu lugar. De acordo com Willian, Bandy e Sander (2003, p. 238), um centro de gravidade fora do alinhamento diminui os limites de estabilidade do indivíduo, comprometendo os padrões normais de movimento.

CONCLUSÕES

A Fisioterapia Desportiva é uma área que vem crescendo cada vez mais e o profissional qualificado deve não só atuar no tratamento das lesões ocorridas, mas também contribuir na prevenção destas. Para que este objetivo seja alcançado é necessário

um grande número de estudos,

principalmente no esporte.

Este estudo apresentou uma proposta alternativa de caráter preventivo esportivo através de análise e avaliação das alterações posturais em atletas. Sendo o futsal um esporte de alta intensidade que utiliza muita velocidade de deslocamentos, sendo os

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desequilíbrios musculares compensados com novas posturas adaptativas. Verificou-se que todos os sujeitos da amostra apresentaram alterações no alinhamento postural, ficando clara a relação entre os desajustes posturais com os desequilíbrios musculares. Apesar da população pesquisada ser reduzida, não se têm motivos para pensar que esses desequilíbrios musculares não ocorram em equipes diferentes.

Acredita-se que a correção dos desequilíbrios musculares terá como conseqüência direta uma melhora da performance dos atletas e uma relação direta com a manutenção da saúde.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 BRICOT, B. Posturologia. 2. ed. São Paulo: Ícone, 2001.

2 COHEN, H. Neurociência para

fisioterapeutas. 2. ed. São Paulo: Manole, 2001.

3 KENDALL, F. P.; McCREARY, E. K.; PROVANCE, P. G. Músculos: provas de funções. 4. ed. São Paulo: Manole, 1995.

4 ROSA, G. M. M. V., et al. Análise da influência do estresse no equilíbrio postural. Fisioterapia Brasil: Rio de Janeiro, v. 05, n. 01., jan/fev, 33-37, 2003.

5 WILLIAN, D. BANDY, A. SANDER, B.

Exercícios terapêuticos:técnicas para inetrvenção. Rio de Janeiro: Guanabara, 2003.

Referências

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