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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE CEILÂNDIA CURSO DE ENFERMAGEM MARIANA CRISTINA DA SILVA SOUZA

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE CEILÂNDIA

CURSO DE ENFERMAGEM

MARIANA CRISTINA DA SILVA SOUZA

PERFIL DE ATITUDE FRENTE À MORTE EM GRADUANDOS DA ÁREA DE SAÚDE

Brasília 2014

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MARIANA CRISTINA DA SILVA SOUZA

PERFIL DE ATITUDE FRENTE À MORTE EM GRADUANDOS DA ÁREA DE SAÚDE

Trabalho apresentado à Comissão de Graduação para Trabalho de Conclusão de Curso da Faculdade de Ceilândia/Universidade de Brasília, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.

Orientadora: Profª. Ms. Janaína Meirelles Sousa

Brasília 2014

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Souza, Mariana Cristina da Silva

Perfil de atitude frente à morte em graduandos da área de saúde. / Mariana Cristina da Silva Souza. Brasília: [s.n], 2014.

31 p.:il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Universidade de Brasília, Faculdade de Ceilândia.

Curso de Enfermagem, 2014.

Orientadora: Professora Ms. Janaína Meirelles Sousa

1. Atitude Frente à Morte 2. Pesar 3. Estudantes de Ciências da Saúde 2. Souza, Mariana Cristina da Silva

I. Souza, Mariana Cristina da Silva II. Universidade de Brasília, Curso de Enfermagem III. Perfil de atitude frente à morte em graduandos da área de saúde

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SOUZA, Mariana Cristina da Silva

Perfil de atitude frente à morte em graduandos da área de saúde

Aprovado em: _________/_________/__________

Comissão Julgadora

_________________________________________ Prof.ª Ms. Janaína Meirelles Sousa

Universidade de Brasília/ Faculdade de Ceilândia

_________________________________________ Prof.ª Ms. Diane Maria Scherer Kuhn Lago Universidade de Brasília/ Faculdade de Ceilândia

_________________________________________ Prof.ª Drª Ana Claudia Afonso Valladares Torres Universidade de Brasília/ Faculdade de Ceilândia

Monografia apresentada à Faculdade de Ceilândia da Universidade de Brasília como requisito de obtenção do título de enfermeira.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me abençoar, guardar, proteger, capacitar e usar para ajudar outras pessoas por meio de meus estudos e por proporcionar momentos inesquecíveis durante estes cinco anos de graduação.

A meus pais, Mario e Ana, por sempre se esforçarem para me oferecer uma educação de qualidade e por acreditarem em mim. Espero que esta seja uma das muitas vitórias que conquistemos juntos. Obrigada pelo apoio, paciência e cuidado!

A minha irmã, Anna Mary, pela compreensão, preocupação e disponibilidade em ser minha cobaia!

Ao meu namorado e amigo, Jason, pela disposição e interesse em me ajudar, pela paciência e carinho.

A meus parentes, pela compreensão e interesse constante em meus estudos.

Aos amigos que cultivei durante esses anos de faculdade: Priscila, Tayana, Rayanne, Fernanda, Stanlei, Gabriela, Leonardo , entre outros. Foram momentos incríveis, entre janelas de grade horária e provas práticas aterrorizantes! Obrigada por terem feito esses cinco anos tão agradáveis! Com vocês, pude aprender um pouco mais sobre companheirismo e o verdadeiro sentido de equipe. Desejo o melhor para cada um e espero manter contato com todos!

A meus colegas de orientação, Hudson e Tainah, pela paciência e ajuda constante! À professora Janaína, minha orientadora, pela confiança, paciência e atenção prestada durante esse período de projeto.

À Professora Anna Carolina, por todo o apoio e companheirismo!

Aos alunos da Universidade de Brasília, Faculdade de Ceilândia, que me ajudaram a construir essa pesquisa.

A todos os professores do curso de Enfermagem da Faculdade de Ceilândia, por se disporem a ensinar e por acreditarem nessa profissão.

A todos os amigos, colegas e conhecidos que torceram por mim. A todos vocês, muito obrigada!

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“Pois o Senhor é quem dá sabedoria; de sua boca procedem o conhecimento e o discernimento.”

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SOUZA, M. C. S. Perfil de atitude frente à morte em graduandos da área de saúde. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade de Brasília – Faculdade de Ceilândia. Distrito Federal, 2014, p. 31.

RESUMO

A falta de reflexão por parte do estudante sobre o tema da morte no decorrer da graduação pode causar dificuldade na prestação de cuidados a pessoas que se encontram no fim da vida ou em situação de luto. Este trabalho visa identificar as atitudes frente à morte em graduandos da área de saúde, e constitui-se num estudo descritivo e exploratório. A pesquisa foi realizada em uma instituição pública federal localizada no Distrito Federal, por meio da aplicação da escala de Avaliação do Perfil de Atitudes Acerca da Morte (EAPAM) e de um questionário sociodemográfico, numa amostra de 1.005 graduandos da área de saúde. A maior parte dessa amostra é formada por indivíduos solteiros, do sexo feminino, na faixa etária de até 20 anos, sem experiência de perda de pessoas significativas e de pacientes em atividades da graduação. A análise revelou que a dimensão neutra apresentou maior média entre os graduandos, e que médias mais elevadas na dimensão medo da morte e evitamento da morte apresentam-se em graduandos de menor idade. Quanto ao sexo, observou-se que médias mais elevadas nas dimensões aceitação de escape e aceitação religiosa estão entre graduandos do sexo masculino. Os resultados sugerem que a experiência de perda de pessoas significativas e de pacientes em atividades da graduação, exercem pouca ou quase nenhuma influência nas atitudes frente a morte em graduandos da área de saúde. Constata-se que a percepção da morte de forma negativa expressa nas dimensões medo da morte e evitamento da morte, se faz presente entre os graduandos mais jovens, que provavelmente encontram-se em anos iniciais da graduação, expondo a necessidade de discussões sobre a temática morte e morrer desde os primeiros semestres, com o intuito de abrandar o impacto que a experiência de morte possa causar na vida pessoal e acadêmica desses jovens.

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SOUZA, M.C.S. Profile of undergraduate health sciences about attitudes to death. Final

course work. University of Brasilia - Faculty of Ceilândia. Federal District, 2014, p. 31.

ABSTRACT

The gap of reflections about death along the graduation process can lead the undergraduate to don’t think about the subject, becoming difficult to take care of people facing experiences of life endings and in its grief process. It’s a descriptive and exploratory study that aims to identify attitutes of ungraduate students of health sciences’s in face of death. The study was made in a public federal institution in Brasilia – DF, the Capital of Brazil, through the use of two instruments: the Death Attitudes Profile Revised (DAP-R) scale and a sociodemographic questionnaire, within a sample of 1005 students. The results showed that (the) most part of them were single, female, aged until 20 years old, with no previously death experience of someone closes’ and even of patients during the graduation. This analysis revealed that the neutral dimension showed high media among the ungraduate, and the highest media of fear of death and avoidance of death is more common in younger students. In relation to sex cathegory, the highests medias of attitudes of escape acceptance and religious acceptance were observed in male. The results sugests that the experience of losing someone close and even patients, during graduation, doesn’t have a lot of (or doesn’t have) any inflluence on ungraduates attitudes in face of death, It was proved that the perception of death in a negative way, expressed by the dimensions of fear and avoidance of death, is found in younger’s ungraduates, that probably are in the beginning of the graduation, what express the need of discussions about death and dying, since the student’s ingression to the course, with the goal to decrease the impact that the experience of death can cause in the personal and academic life of the students.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição dos graduandos segundo as variáveis sociodemográficas e

experiências de

perda...20

Tabela 2 - Escores das dimensões da Escala de Avaliação do Perfil de Atitudes Acerca da Morte (EAPAM) segundo curso de graduação em saúde...21

Tabela 3 – Teste de significância entre as dimensões Escala de Avaliação do Perfil de Atitudes Acerca da Morte (EAPAM) e as variáveis sociodemográficas e de experiência de perdas...22

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LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS

DAP – R – Death Atittude Profile Revised

EAPAM – Escala de Avaliação do Perfil de Atitudes Acerca da Morte TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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11 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...12 1.1 Referencial Teórico...13 2. OBJETIVO...16 3. METODOLOGIA...17 3.1. Tipo de Estudo...17 3.2. População e Amostra...17

3.3. Instrumentos de Coleta de Dados...17

3.3.1. Questionário Sociodemográfico...17

3.3.2. Escala de Avaliação do Perfil de Atitudes Acerca da Morte (EAPAM)...17

3.4. Procedimento de Coleta de Dados...18

3.5. Análise dos Dados...19

3.6. Aspectos Éticos da Pesquisa...19

4. RESULTADOS...20

5. DISCUSSÂO...23

6. CONCLUSÃO...26

REFERÊNCIAS ...27

Apêndice A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)...31

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1. INTRODUÇÃO

A morte, assim como o nascimento, faz parte da vida e do desenvolvimento do ser humano, consistindo num episódio natural de sua existência, apresentando diferentes facetas dependendo do contexto cultural em questão. Para o ser humano, muitas vezes o fato de morrer é visto como um fracasso e impotência, sendo que comumente é escondida quando notada. (BARROS-OLIVEIRA & FÉLIX NETO, 2004; COMBINADO & QUEIROZ, 2006).

Vistos por diferentes perspectivas, os cerimoniais fúnebres e as diferentes formas de edificações, inscrições funerárias e toda a ideologia presente nas representações pictóricas e esculturais da morte assumem a mesma função social de partes integrantes de rituais de passagem, ainda que variando de acordo com o enquadramento cultural distinto em que se inscreveram na história dos povos (GIACOIA, 2005).

Atualmente, a sociedade atinge uma fase da história em que o homem pensa ter poder sobre a vida e a morte. A morte é negada com intensidade e entendida como um fracasso da ciência e dos homens em curar. Essa concepção, chamada de “morte interdita” é o contrário de “morte domada”, que geralmente ocorria nas casas, compartilhada e vivida pela família e pela comunidade. A morte passa a ser institucionalizada nos hospitais, à procura dos adventos da medicina moderna, rechaçando qualquer possibilidade do fim da existência. O hospital passa, então, a ser o local onde o morrer fica escondido dos olhos de quem continua vivo, pois presenciar a morte torna-se um evento insuportável (ARIÈS, 2003).

O tema morte pertence a todas as idades e condições humanas, assim como, muitos dos medos e obsessões da atualidade são medos da morte (BARROS-OLIVEIRA & FÉLIX NETO, 2004).

A atitude de negação da morte pode ser percebida em comportamentos como a preferência de familiares para que seus entes morram num hospital ao invés de suas moradias, assim como, pelo distanciamento do profissional de saúde das pessoas que estão em estágio de terminalidade de vida. Outras atitudes que podemos citar são as ligadas a sentimentos, como ansiedade, medo, culpa, apego e indiferença. Essas atitudes não são inatas. Na verdade, são frutos da cultura e das relações sociais entre as pessoas (LEINA JUNIOR & ELTINK, 2011).

De acordo com Vargas (2010), a ausência ou pouca abordagem do tema morte no decorrer do curso pode levar o graduando a não refletir sobre o assunto, o que dificultará a prestação de cuidados a pessoas que se encontram no fim da vida. Devido a falta de reflexão sobre o tema, ele se sente desmotivado e frustrado quando se depara com uma situação de

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morte, podendo se sentir culpado, pensando que não assistiu o paciente como deveria. A frustração, a culpa e a desmotivação podem ser caracterizados por impotência, indiferença, medo, tristeza, raiva e ansiedade, que refletem a falta de preparo do acadêmico.

Nesta realidade, pode ocorrer o contato dos futuros profissionais da saúde com a morte, e então sentimentos e pensamentos sobre a própria finitude podem levar à negação do fenômeno, transformando a experiência em fonte de grande sofrimento. O processo de trabalho tem como foco as ações procedimentais, deixando o desejo e o aspecto humano do paciente e sua família num plano secundário de atenção (KOVÁCS, 2008).

Os cursos de graduação na área de saúde estão voltados para a cura, sucesso e melhora do paciente, deixando de trabalhar a importância de aprender a conviver com momentos de terminalidade e de luto para o futuro profissional. Após a graduação, em seu local de trabalho, o profissional terá que aprender a atuar neste contexto, o que pode trazer um grande desapontamento e tristeza, levando-o ao desânimo e a dúvida quanto à importância de seu papel na assistência ao paciente.

Kovács (1992) afirmou que no curso de enfermagem, se dá mais importância para a prática e técnicas, do que para questões que envolvem a emoção e o preparo para lidar com a temática da morte. Por isso, é importante o estudo sobre as atitudes dos graduandos frente à morte, e como se dá o processo de luto, para um melhor preparo desses futuros profissionais (KOVACS, 1992; SANTOS & HORMANEZ, 2013).

1.1 Atitude frente à morte e processo de perda

As distintas formas de se encarar a morte e o morrer são encontradas nos diversos períodos da História, traduzindo a diversidade de culturas que existiram no mundo, as variedades de pensamentos e as muitas individualidades (REZENDE, 2008). Antigamente, na Alta Idade Média (século V ao XII), a morte era vista como natural, como um fato cotidiano, e era vivida intensamente pelo moribundo, sua família e seus conhecidos. Na Baixa Idade Média (século XII ao XV), ocorreram mudanças significativas a respeito da morte. Não é mais socialmente correto chorar pela perda, e o período do funeral era cada vez mais curto, o que bania a família de um contato maior (CAPUTO, 2008).

No século XXI, camufla-se a morte a ponto de torná-la estranha, malvista e vergonhosa para a sociedade, originando tabus e impedindo qualquer diálogo sobre o assunto. Perdeu-se a tradição de um funeral com a presença de várias pessoas, e foi inserida a morte solitária, muitas vezes num leito de hospital (KOVÁCS, 2010).

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A origem da palavra “luto” vem do latim lucto, que retrata o sentimento de pesar pela morte de alguém, e pode ser definido como os sentimentos expressos por pessoas diante de uma perda. O luto não é simplesmente um “conjunto de sintomas”, que tem inicio logo após a perda e com o tempo desaparecem, pelo contrário, cada pessoa passa por essa experiência de uma forma única (DEBASTIANI et al., 2013).

Elizabeth Kübler- Ross (1996) em seu livro “Sobre a morte e o morrer” relata que o luto/perda é constituído por cinco estágios, sendo eles: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação, sendo que não existe uma ordem para a ocorrência das fases e os indivíduos não necessariamente passam por todas elas. A negação se caracteriza pela dificuldade do paciente/profissional em aceitar a notícia; a raiva, momento em que a pessoa demonstra seu sentimento pela notícia recebida; barganha, que é conhecida como a negociação do paciente com uma figura superior, podendo ser Deus ou até o profissional de saúde; depressão, que é dividida em reativa (quando o individuo começa a perder coisas devido a sua condição atual, como emprego ou amigos) e preparatória (quando a pessoa faz um resgate histórico sobre sua vida); e aceitação, caracterizada pela serenidade e pela aceitação frente à morte (BASSO & WAINER, 2011; KUBLER-ROSS, 1996).

Bowlby (1990) observou que os indivíduos passam por quatro fases no processo de luto, sendo elas o entorpecimento, o anseio, a desorganização/desespero e a reorganização. O entorpecimento caracteriza o primeiro momento, quando a pessoa recebe a notícia da perda e fica desnorteada, sem reação, podendo durar de horas a semanas. O anseio é o desejo da pessoa de recuperar o ente querido, mantendo algum tipo de contato. Desespero/desorganização é a fase em que a pessoa pensa que não consegue realizar suas tarefas sem a pessoa que faleceu. A última fase é de reorganização e acontece quando a pessoa se acostuma e aceita o fato da morte (BASSO & WAINER, 2011).

O luto é um processo inevitável, que é vivenciado por todos os indivíduos, de maneiras distintas. Caso não seja vivenciado de forma positiva, pode acarretar várias repercussões no cotidiano do indivíduo. Os estágios do luto apresentados acima por Kubler-Ross e Bowlby podem não ser apresentados somente por pacientes e seus entes queridos, mas pelo profissional de saúde e acadêmicos, que lidam com essa temática diariamente. A discussão sobre os sentimentos que advêm do luto, como o medo e a insegurança, é difícil de ser realizada no ambiente acadêmico pela dificuldade de abordar sentimentos como estes, o que pode acarretar prejuízos para o preparo do profissional, pois ele com certeza vivenciará episódios de morte em sua profissão. No contexto hospitalar, o profissional que não está devidamente preparado, deixa de conversar com a família e o paciente, perdendo a

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oportunidade de fornecer auxílio e sanar qualquer tipo de duvidas (BASSO & WAINER, 2011; BENEDETTI et al. 2013).

As atitudes frente à morte podem ser vistas e definidas por diferentes aspectos, sendo eles positivos ou negativos. Os positivos são classificados como aceitação da morte, enquanto os negativos são o medo e o evitamento da morte. Podemos definir a aceitação da morte como estar preparado para o fim da vida e aceitá-la como parte natural de nossa existência. É possível identificarmos três tipos distintos de aceitação da morte: neutra, religiosa escape. A aceitação neutra é caracterizada como o entendimento de que a morte é uma parte integral e natural da vida. Estar vivo é conviver com a morte ao nosso redor, e aceita-la. A aceitação religiosa é caracterizada pela a crença de uma vida feliz após a morte. Por fim, a aceitação de escape pode ser entendida como a morte sendo uma maneira agradável de escapar das tristezas da vida. Negativamente, existem as atitudes de medo da morte e evitamento da morte. O medo da morte é caracterizado pelo pavor acerca da morte, e o evitamento pela atitude de fazer o possível para não pensar ou falar sobre a morte. Essas cinco atitudes fazem parte da Escala de Atitude Perante a Morte, idealizada por Wong (1994) (KNIGHT; ELFENBEIN & CAPOZZI, 2000; NEIMEYER; WITTKOWSKI & MOSER, 2004).

Os profissionais da área de saúde não se permitem vivenciar o luto de um paciente, provavelmente para se distanciarem da dor da perda e de seus próprios temores. Desde a graduação foram ensinados a demonstrar uma atitude neutra em sua relação com pacientes e seus familiares. Para o graduando, é importante que esse processo de luto seja abordado e vivenciado de forma positiva, para que possa fazer diferença em sua conduta profissional futuramente (CANTÍDIO; VIEIRA & SENA, 2011; TAKAHASHI et al., 2008).

Na busca por compreender o perfil de atitudes acerca da morte em graduandos da área de saúde, este estudo se justifica, partindo do pressuposto que as atitudes perante a morte fazem a ponte entre o que tem significado na vida do ser humano e a percepção da morte como finitude do que se conhece e do que se tem como adquirido até então. A questão primordial prendeu-se ao fato de que, a forma como os graduandos lidam com a morte pode afetar a qualidade da relação que estabelecem com os pacientes e seus familiares, bem como afetar a sua saúde global enquanto pessoas, e a sua vida acadêmica.

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

- Identificar o Perfil de atitudes frente à morte em graduandos da área de saúde.

2.2 Objetivos específicos

- Caracterizar as atitudes frente à morte em graduandos da área de saúde;

- Verificar a existência de correlação entre essas atitudes e as experiências de perda vivenciadas por graduandos da área da saúde.

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3. METODOLOGIA 3.1 Tipo de estudo

Este trabalho fez parte do projeto “Realidades sobre Morte e o Morrer na trajetória dos acadêmicos da área de saúde”, que tem como objetivo subsidiar reflexões e discussões sobre a temática Morte e o Morrer. Este estudo caracteriza-se como analítico, por pretender descrever as variáveis em estudo e estabelecer relações entre elas, e quantitativo.

3.2 População e Amostra

A população do estudo foi composta pelos graduandos de seis cursos da área de saúde da Faculdade de Ceilândia, sendo estes: Enfermagem, Fisioterapia, Saúde Coletiva, Farmácia, Terapia Ocupacional e Fonoaudiologia. A amostra foi constituída de 1.005 discente que aceitaram participar do estudo e atenderam aos critérios de inclusão, que foram: graduandos dos cursos da área de saúde, matriculados na UnB-Faculdade de Ceilândia, que aceitarem colaborar com a pesquisa mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE. Como critérios de exclusão, foram utilizados não ser graduando dos cursos da área de saúde, não ser matriculado na UnB-Faculdade de Ceilândia, e que não aceitaram colaborar com a pesquisa mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE.

3.3 Instrumentos de coleta de dados

Para proceder a coleta de dados elegeu-se os seguintes instrumentos de avaliação:

3.3.1 Questionário Sociodemográfico

O questionário sociodemográfico utilizado com os graduandos foi composto de 12 questões e compreende variáveis como: idade, gênero, estado civil, se é trabalhador/estudante ou não, religiosidade, região de procedência ao ingressar na universidade, curso e ano que frequenta, experiência de morte de pessoas significativas, experiência de morte de pacientes durante as atividades de graduação e participação em discussões sobre a morte e o morrer em disciplina da graduação.

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3.3.2 Escala de Avaliação do Perfil de Atitudes Acerca da Morte - (EAPAM)

A escala de Avaliação do Perfil de Atitudes Acerca da Morte (EAPAM) é constituída por 32 itens, sob a forma de autorrelato escrito numa estrutura Likert de 1 (discordo completamente) a 7 (concordo completamente) pontos, que cobrem cinco dimensões: medo (7 itens), evitamento (5 itens), aceitação neutral/neutralidade (5 itens), aceitação como aproximação/religiosa (10 itens) e aceitação como escape (5 itens) (LOUREIRO, 2010).

O instrumento EAPAM, é uma medida multidimensional que parte da análise conceitual da “aceitação da morte”, tal como referida por Kubler-Ross que a considera como o último estágio do processo de morrer (Wong, Reker & Gesser, 1994 apud PINTO, 2011). A inspiração e orientação existencialista deste modelo de aceitação concebe que tanto o medo como a aceitação da morte são fatores indissociáveis que permitem ao indivíduo atribuir significado, quer à vida, quer à própria morte, na busca por sentido pessoal (PINTO, 2011).

Nesta escala, o fator do medo da morte é calculado através da soma dos 7 itens (1, 2, 7, 18, 20, 21 e 32), o fator do evitamento da morte através da soma dos 5 itens (3, 10, 12, 19 e 26), o fator da aceitação neutral através da soma dos 5 itens (6, 14, 17, 24 e 30), o fator da aceitação como aproximação / religiosa é a soma de 10 itens (4, 8, 13, 15, 16, 22, 25, 27, 28 e 31) e finalmente o fator aceitação de escape obtém-se pela soma 5 itens (5, 9, 11, 23 e 29). Após as somas totais de cada fator, efetua-se a média, dividindo o valor obtido na soma pelo número de itens que constituem o fator referido (PINTO, 2011).

3.4 Procedimento de Coleta de Dados

Os dias de coleta foram agendados com o coordenador do curso de graduação e com os professores das disciplinas específicas do curso. A opção pela coleta em disciplinas específicas do curso foi devido à necessidade de controle do número de graduandos de cada curso.

Os graduandos que estiveram presentes em sala de aula no dia de coleta de dados foram convidados a participar do estudo e receberam os esclarecimentos necessários. Após os esclarecimentos sobre os objetivos da pesquisa aos graduandos, os que aceitaram participar receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para assinatura e, em seguida, os questionários para preenchimento. O pesquisador ficou no ambiente de coleta enquanto os participantes do estudo responderam ao questionário, com o propósito de responder as dúvidas que porventura surgissem.

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3.5 Análise dos Dados

Os dados coletados foram armazenados em um banco de dados para análise estatística. Para o tratamento dos dados foi utilizado o programa Epi-Info 3.5.1, para construção de um banco de dados, análise e testes de associação.

Na análise, para caracterizar a amostra, foi utilizada a estatística descritiva, tendo sido efetuado o cálculo de frequências e porcentagens, assim como a determinação de médias e desvios-padrão considerando-se as variáveis envolvidas.Para verificar o efeito que teriam idade, estado civil, sexo, experiência de morte de pessoas significativas, participação em discussões sobre morte e morrer, experiência de morte de pacientes nas atividades de graduação nas dimensões de atitude perante a morte, recorreu-se aos testes ANOVA e Mann-Whithney. O teste de correlação de Pearson, com vista a clarificação das diferenças encontradas na amostra, foi aplicado às variáveis que apresentaram relação estatisticamente significante.

3.6 Aspectos éticos da pesquisa

O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília, sob n° 493.459, de 02/12/2013, com aquisição de parecer favorável autorizando a coleta de dados.

Os dados foram coletados no período de setembro a outubro de 2014, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde, da Universidade de Brasília, por meio de um questionário e após assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (Apêndice A) pelos graduandos da Faculdade de Ceilândia.

Os participantes foram esclarecidos sobre a garantia do sigilo e de seu anonimato, assim como, o destino dos resultados, que é a divulgação na comunidade acadêmica da Universidade de Brasília com posterior publicação científica.

Informações adicionais foram fornecidas antes, durante e após a realização da pesquisa estando o participante livre para desistir no momento em que desejasse, sem que isto acarretasse danos pessoais ou acadêmicos para ele ou para a instituição em que estuda.

Foi solicitado aos participantes o consentimento de participação da pesquisa mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram arquivados pelo pesquisador responsável e após um período de cinco anos serão destruídos ou mantidos na instituição.

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4. RESULTADOS

Na amostra de 1005 graduandos verifica-se média de idade de 20,76 anos com desvio padrão de 4,15, e idades entre 16 a 55 anos. A maior parte dos graduandos é composta por serem solteiros, do sexo feminino, na faixa etária de até 20 anos, sem experiência de perda de pessoas significativas e de pacientes em atividades da graduação, assim como a maioria negou participação em discussões sobre a morte e o morrer nas disciplinas cursadas durante a graduação (tabela 1).

Tabela1. Distribuição dos graduandos segundo as variáveis sociodemográficas e experiências de perda. Variáveis N % Idade 10 – 20 611 60,8 21 – 30 364 36,2 31 – 40 18 1,8 41 – 50 8 0,8 51 – 60 4 0,4 Estado Civil Solteiro 946 94,1 Casado 41 4,1 Divorciado 4 0,4 Viúvo 1 0,1 Ignorado 13 1,3 Sexo Feminino 811 81 Masculino 194 19

Experiência de morte de pessoa significativas

Sim 376 37,4

Não 602 59,9

Ignorado 27 2,7

Participação de discussões sobre morte e morrer

Sim 228 22,7

Não 758 75,4

Ignorado 19 1,89

Experiência de morte de pacientes nas atividades de graduação

Sim 111 11

Não 875 87,1

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A análise dos escores da escala de atitude frente à morte revelou que a dimensão neutra apresentou a maior média entre os graduandos da área de saúde, seguida das dimensões aceitação religiosa, aceitação de escape, medo da morte e evitamento da morte (Tabela 2).

As dimensões medo da morte e evitamento da morte obtiveram maiores médias entre os graduandos de Saúde Coletiva. Nas dimensões aceitação religiosa e aceitação de escape, médias elevadas foram observadas nos graduandos de Fonoaudiologia. A maior média na dimensão aceitação neutra foi obtida pelos graduandos de Enfermagem (Tabela 2).

Tabela 2. Escores das dimensões da Escala de Avaliação do Perfil de Atitudes Acerca da Morte (EAPAM) segundo curso de graduação em saúde.

CURSO ATITUDES (n=1005) Medo da morte Evitamento da morte Aceitação religiosa Aceitação de escape Aceitação Neutra x S x S x S x S x S Enfermagem 3,97 1,30 3,57 1,39 4,69 1,18 3,96 1,40 5,40 0,73 Farmácia 3,74 1,27 3,80 1,39 4,54 1,30 3,81 1,43 5,34 0,91 Fisioterapia 3,85 1,23 3,77 1,48 4,66 1,15 3,94 1,33 5,38 0,67 Fonoaudiologia 3,82 1,21 3,64 1,59 4,83 1,13 4,46 1,42 5,31 0,96 Saúde Coletiva 4,02 1,30 3,84 1,33 4,67 1,23 3,86 1,44 5,19 0,92 Terapia Ocupacional 3,79 1,27 3,59 1,42 4,66 1,12 3,73 1,36 5,33 0,79 Todos os cursos 3,87 1,28 3,71 1,42 4,66 1,20 3,90 1,40 5,34 0,81

Observa-se na Tabela 3 que as dimensões medo da morte e evitamento da morte apresentaram relação estatisticamente significante com a idade. Ao aplicarmos o teste de correlação de Pearson observamos uma correlação linear negativa fraca entre medo da morte (r= - 0,10) e idade, assim como, entre evitamento da morte (r= - 0,11) e a idade, inferindo que médias mais elevadas na dimensão medo da morte apresentam-se em graduandos de menor idade, e que médias mais baixas na dimensão evitamento da morte encontram-se em graduandos com maior idade.

As dimensões aceitação de escape e aceitação religiosa apresentaram relação estatisticamente significante com a variável sexo, observando-se médias mais elevadas nessas dimensões em graduandos do sexo masculino (Tabela 3).

A dimensão aceitação neutra não apresentou relação estatisticamente significante com as variáveis em estudo, sugerindo que esta dimensão se comporta de forma semelhante entre

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os graduandos, independente da estratificação sociodemográfica a qual faça parte, ou da experiência de perdas que tenha vivenciado.

Tabela 3. Teste de significância entre as dimensões da Escala de Avaliação do Perfil de Atitudes Acerca da Morte (EAPAM) e as variáveis sociodemográficas e de experiência de perdas. Variáveis ATITUDES Medo da morte Evitamento da morte Aceitação religiosa Aceitação de escape Aceitação neutra Idade 0,03* 0,00* 0,08 0,40 0,21 Estado Civil 0,72 0,54 0,34 0,73 0,17 Sexo 0,17 0,06 0,02* 0,03* 0,73 Experiência de morte de pessoa significativa 0,53 0,76 0,93 0,94 0,93 Participação em discussões sobre Morte e Morrer

0,82 0,82 0,93 0,06 0,77

Experiência de morte de pacientes nas atividades de graduação

0,51 0,57 0,47 0,99 0,59

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5. DISCUSSÃO

Ao analisarmos a atitudes frente à morte de um modo geral, percebemos que aceitação neutra foi prevalente, seguida pela aceitação religiosa. Iranmanesh, Savenstedt & Abbas Abbaszadeh (2008) encontraram o mesmo perfil de atitudes em graduandos iranianos, onde a morte foi relatada como um evento natural, que faz parte da vida, assim como, representa a porta de entrada para a vida após a morte.

Observou-se que o curso de Saúde Coletiva obteve maiores médias nas dimensões medo da morte, que caracteriza-se como temor à morte ou ao seu processo, e evitamento da morte, que relaciona-se com o distanciamento, seja pela fala ou contato com a morte (KNIGHT; ELFENBEIN & CAPOZZI,2000; NEIMEYER; WITTKOWSKI & MOSER, 2004).

O curso de Fonoaudiologia destacou-se quanto às dimensões aceitação religiosa, vista como a certeza de uma vida feliz após a morte, e aceitação de escape, onde a morte é visualizada como uma maneira de escapar de uma experiência desagradável (KNIGHT; ELFENBEIN & CAPOZZI,2000; NEIMEYER; WITTKOWSKI & MOSER, 2004).

Quanto ao curso de Enfermagem, sobressaiu-se a dimensão aceitação neutra, caracterizada como a morte sendo uma parte natural da vida. Gama, Barbosa e Vieira (2012) observaram em seu estudo que enfermeiras de diferentes áreas de atuação: médica, oncológica, hematológica e paliativa, que tinham um maior contato com o paciente, apresentaram significância positiva com a dimensão aceitação neutra e significância negativa com aceitação de escape (KNIGHT; ELFENBEIN; CAPOZZI.2000; NEIMEYER; WITTKOWSKI; MOSER, 2004).

Os resultados sugerem que a experiência de perda de pessoas significativas e de pacientes em atividades da graduação exerce pouca ou quase nenhuma influência nas atitudes frente à morte no conjunto de graduandos da área de saúde. Diferentemente destes resultados, Florian & Mikulincer (1997) encontraram que aqueles que passaram por experiência de perdas importantes tinham mais medo da morte.

Em relação ao medo da morte, percebemos que quanto menor a idade, maior é o medo, apresentando relação inversamente proporcional. Os estudos de Espinoza Venegas & Sanhueza Alvarado (2012), Álvarez – Ramirez (2009) e Black (2007) encontraram maiores escores na dimensão medo da morte em adultos jovens, a qual foi relacionada ao fato dos jovens perceberem a morte como uma interferência catastrófica em sua vida, impedindo-os de alcançar metas importantes na esfera profissional e emocional. Ao analisarmos a faixa etária

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da maioria dos graduandos em estudo (16 a 20 anos) os níveis elevados de medo da morte poderiam estar relacionados ao fato de que nesta fase o jovem precisa fazer várias escolhas, cujas consequências perpetuarão por muitos anos, e a eventual morte precoce o impediria de realizá-las.

A dimensão evitamento da morte apresentou escores elevados em graduandos mais jovens. Em seu trabalho, Feifel & Nagy (1980) apud Neimeyer, Wittkowski & Moser (2004) sugerem que a idade mais avançada não é necessariamente um período de preocupação com a morte, e que essas pessoas podem reportar menores níveis de medo da morte do que pessoas mais novas.

Um achado interessante da pesquisa foi os escores elevados de aceitação religiosa e aceitação de escape em graduandos do sexo masculino. Resultados opostos foram evidenciados nos estudos de Gama, Barbosa e Vieira (2012) onde expõem que mulheres tem uma aceitação religiosa maior. Espinoza Venegas e Sanhueza Alvarado (2012) e Knight, Elfenbein e Capozzi (2000) relatam que mulheres em geral tem a atitude de medo da morte em alta escala. Knight, Elfenbein e Capozzi (2000) justificam estes dados pelo fato dos meninos serem mais confrontados com a morte por meio de videogames e filmes, podendo acarretar uma fácil aceitação quando comparado com meninas.

Observamos que 758 alunos (75,4%) declararam não ter participado de discussões acerca da morte durante a graduação. Cabrerra, Gutiérrez & Escobar (2009) constatou atitude negativa perante a morte, relacionada à falta de preparação ao decorrer da graduação. Frommelt (1991) encontrou que, após um grupo de enfermeiras receberem treinamento sobre a temática da morte, as atitudes frente à morte destas enfermeiras tornaram-se positivas, enquanto o outro grupo, que não teve o mesmo treinamento, não obteve alterações significativas. De acordo com Iranmanesh, Dargahi & Abbas Abbaszadeh (2008), quem é educado sobre a morte é o morrer é mais habilitado a cuidar de pessoas que estão morrendo. As atitudes frente à morte, de acordo com Beckstrand & Kirchhoff (2005) e Neimeyer, Wittkowski & Moser (2004), podem influenciar na forma de cuidado e comportamento do profissional com o paciente. Caso o profissional tenha uma atitude de medo e evitamento, o relacionamento entre os dois não será eficaz, o que prejudicará a qualidade do cuidado em saúde.

Black (2007) expõe que as interações dos profissionais com os pacientes podem ser influenciadas por suas próprias atitudes e experiências sobre morte e morrer. Portanto, verifica-se a importância de uma educação na temática morte e morrer em disciplinas ao

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longo da graduação como forma de preparar os futuros de saúde para vivenciar a morte de forma positiva.

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6. CONCLUSÃO

A realização do presente estudo expôs a necessidade de se criar espaços de debate sobre a temática da morte e do morrer nos cursos de graduação da área da saúde, visando formação abrangente do graduando, capacitando-o a lidar, no exercer de sua profissão, não somente com a cura, mas também com a morte e a perda.

A análise revelou que a dimensão neutra apresentou maiores médias entre os graduandos, e que médias mais elevadas na dimensão medo da morte e evitamento da morte apresentam-se em graduandos de menor idade. Médias mais elevadas nas dimensões aceitação de escape e aceitação religiosa estão entre graduandos do sexo masculino, e experiência de perda de pessoas significativas e de pacientes em atividades da graduação exercem pouca ou quase nenhuma influência nas atitudes frente a morte em graduandos da área de saúde.

Constata-se que a percepção da morte de forma negativa expressa nas dimensões medo da morte e evitamento da morte, se faz presente entre os graduandos mais jovens, que provavelmente encontram-se em anos iniciais da graduação, expondo a necessidade de discussões sobre a temática morte e morrer desde os primeiros semestres, com o intuito de abrandar o impacto que a experiência de morte possa causar na vida pessoal e acadêmica desses jovens.

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Apêndice A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE

Prezado aluno de graduação,

O (a) Senhor (a) está sendo convidado (a) a participar do projeto “Realidades sobre Morte e o Morrer na trajetória dos acadêmicos da área de saúde”.

O objetivo desta pesquisa é compreender a relação existente entre a Ansiedade Face a Morte, Atitudes Perante a Morte, e as variáveis sociodemográficas em graduandos universitários da área de saúde.

O (a) senhor (a) receberá todos os esclarecimentos necessários antes e no decorrer da pesquisa e lhe asseguramos que seu nome não aparecerá sendo mantido o mais rigoroso sigilo através da omissão total de quaisquer informações que permitam identificá-lo (a)

A sua participação será por meio de um questionário que o (a) senhor (a) deverá responder na sala de aula da Faculdade de Ceilândia, com um tempo estimado para sua realização: 20 minutos. Informamos que o (a) Senhor (a) pode se recusar a responder qualquer questão que lhe traga constrangimento, podendo desistir de participar da pesquisa em qualquer momento sem nenhum prejuízo para o (a) senhor (a). Sua participação é voluntária, isto é, não há pagamento por sua colaboração.

Os resultados da pesquisa serão divulgados na Instituição Universidade de Brasília – Campus Ceilândia podendo ser publicados posteriormente. Os dados e materiais utilizados na pesquisa ficarão sob a guarda do pesquisador por um período de no mínimo cinco anos, após isso serão destruídos ou mantidos na instituição.

Se o (a) Senhor (a) tiver qualquer dúvida em relação à pesquisa, por favor, telefone para: Dr(a). Janaina Meirelles Sousa, na instituição Universidade de Brasília – Campus Ceilândia, telefone: (61) 3107-8419/3107-8415, no horário: 8:00 às 16:00hs.

Este projeto foi Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília. As dúvidas com relação à assinatura do TCLE ou os direitos do sujeito da pesquisa podem ser obtidos através do telefone: (61) 3107-1947 ou do e-mail cepfs@unb.br.

Este documento foi elaborado em duas vias, uma ficará com o pesquisador responsável e a outra com o sujeito da pesquisa.

______________________________________________ Nome / assinatura

__________________________________________________________ JANAINA MEIRELLES SOUSA - Pesquisador Responsável

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