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Fim da inspeção veicular em São Paulo traz prejuízos a donos de oficina

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Boletim 693/2014 – Ano VII – 02/02/2015

Fim da inspeção veicular em São Paulo traz prejuízos a donos de oficina

Vista como uma chateação por grande parte dos donos de carros, a inspeção veicular obrigatória é lembrada com saudade por donos de oficinas da cidade de São Paulo. O volume médio de carros revisados caiu 8,8% desde a suspensão dessa obrigação, em janeiro de 2014, segundo dados da Central de Inteligência

Automotiva, que compila dados sobre o setor.

De acordo com dados do SINDIREPA (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios de São Paulo), motoristas levavam os carros para as oficinas como forma de garantir que passariam pela inspeção realizada pela empresa Controlar.

Quem não passava ia às oficinas para ajustes antes de um novo teste. "Os clientes aproveitavam para fazer outros serviços, como trocar a pastilha do freio", afirma Antonio Fiola, presidente do Sindirepa.

Com o início da atuação da Controlar, em 2010, o número médio de revisões por oficina em São Paulo subiu para 1.133 ao ano, aumento de 56% em relação a 2009.

"Aumentou mais no começo, porque havia um volume muito grande de reparos represados", diz o estatístico Alexandre Carneiro, um dos responsáveis pelo estudo.

"Foi assustador. Meu faturamento subiu de R$ 40 mil a R$ 125 mil por mês", lembra José Natal da Silva, 48, dono de uma oficina no bairro do Campo Limpo, na zona sul.

O convênio entre a prefeitura e a Controlar foi dissolvido pelo prefeito Fernando Haddad no fim de 2013. Na campanha, em 2012, ele criticava o monopólio da companhia sobre a inspeção, que chamou de "papa-níquel".

A empresa chegou a ser acusada pelo Ministério Público de ter sido beneficiada pela gestão de Gilberto Kassab (PSD). Em 2014, ambos foram absolvidos pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

Na época em que a revisão vigorou, os maiores lucros foram de quem se preparou para a demanda. Silva diz que investiu R$ 28 mil em dois detectores de emissão de poluentes e aproveitou o espaço da oficina. "Meu estacionamento tem lugar para 30 carros e estava sempre cheio. Toda a equipe trabalhava horas extras e eu tinha até 30 dias de demanda. Dá saudade."

Adriano dos Santos, coordenador da Tecnomotor, que fabrica ferramentas para oficinas, diz que a empresa chegou a vender 200 medidores de emissões por mês. Com o fim da inspeção, o volume recuou para 60 em média. Os preços do produto variam de R$ 15 mil a R$ 20 mil.

SÓ QUANDO QUEBRA

A oficina de Rogerio Youssef, 46, prestava o serviço completo, desde pagar o boleto da inspeção até levar o carro à inspeção e trazê-lo de volta. O custo era de R$ 150 a R$ 200, fora a revisão. "Agora o cliente só vem quando o carro realmente quebra."

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Ele diz que o investimento, malsucedido, em equipamentos e treinamento para a equipe chegou a R$ 40 mil. "O fim da inspeção nos pegou de surpresa", afirma.

PROCESSO

Fiola, do Sindirepas, diz que o sindicato pretende entrar com uma ação contra a prefeitura neste mês por supostos prejuízos em investimentos e contratações.

Novas regras para a inspeção veicular foram sancionadas pela prefeitura e aprovadas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo em 2014. A licitação para a contratação de empresas que substituiriam a Controlar foi, no entanto, barrada pelo Tribunal de Contas do Município por suspeita de irregularidades.

Procurada, a prefeitura informou que espera o fim do imbróglio e que aguarda a votação de um projeto de lei estadual que institui a medida em todo o território paulista. Ela não comentou a intenção do sindicato de processá-la.

Empresários cortam funcionários após queda na demanda

O proprietário de oficina José Natal da Silva afirma que, no "auge da inspeção veicular", em 2011, contava com 11 mecânicos em sua equipe. Hoje, sobraram 5.

Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), São Paulo cortou 439 vagas de mecânicos de carros e motos em 2014, ano em que houve o fim do convênio entre a prefeitura e a Controlar.

Hoje, a cidade tem 47.058 mecânicos ocupados. Essa é a primeira queda detectada pelo Caged desde 2009, quando havia 39.149.

Os dados levam em consideração apenas trabalhadores registrados, por isso não detectam grande parte da atividade das oficinas --muitas trabalham na informalidade. O número de demissões pode ser maior.

Sócio de um desses negócios, Rogerio Youssef conta que demitiu dois mecânicos por causa da queda do movimento. Hoje, emprega cinco.

Um estudo da Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) toma como base entrevistas por domicílio, que vão além do que se registra formalmente. Ele aponta queda de 5,7% na ocupação nos setores de comércio --de todas as áreas-- e reparação de veículos automotores e motocicletas.

"Esse recorte ficou sistematicamente abaixo do ano anterior a partir de março, e a Controlar acabou em janeiro de 2014. Foi uma despencada cavalar e é plausível associá-la com o fim da inspeção", afirma Alexandre Loloian, técnico do Seade. (ACF)

Força Sindical vai ao STF contra corte em benefícios trabalhistas

A Força Sindical, por meio da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), ingressou com ações no Supremo Tribunal Federal, na sexta-feira (30), contra as restrições à concessão de benefícios trabalhistas e previdenciários.

A entidade pretende discutir a constitucionalidade das medidas provisórias 664 e 665, que tornam mais rígidas as regras para o pagamento do abono salarial, do seguro-desemprego, da pensão por morte e do auxílio-doença.

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Lançado no fim de 2014, o pacote de mudanças nos benefícios trabalhistas e previdenciários visa economizar R$ 18 bilhões neste ano para reequilibrar as contas públicas.

As Adins (Ações Diretas de Inconstitucionalidade) sinalizam que as centrais não pretendem ceder na próxima reunião com um grupo de ministros para discutir o tema, nesta terça (3), em São Paulo.

"Mantemos a mesma posição. As centrais não querem aceitar paliativos. Queremos que o governo retire as medidas ou vamos discuti-las no Congresso", afirma Miguel Torres, presidente da Força.

Um dos pontos abordados nas Adins é a ausência de urgência que respalde a edição das MPs, segundo o advogado Tiago Cedraz, que representa as entidades.

PROJETO DE LEI

"Existe urgência do governo em cortar gastos, mas não na alteração do seguro-desemprego, do abono salarial ou das pensões pecuniárias", diz Cedraz. Portanto, acrescenta, o correto seria discutir essas mudanças por meio de um projeto de lei com tramitação na Câmara e Senado.

As ações também questionam a constitucionalidade da alteração do artigo 201 da emenda constitucional 20, de 1998, que trata de benefícios previdenciários. Isso porque o artigo 246 da Constituição proíbe adoção de MP para regulamentar artigo que tenha sido alterado entre 1995 e 2001 –caso da emenda constitucional em questão.

O ministro do STF Luiz Fux será o relator do pedido cautelar para que a tramitação das MPs seja suspensa. Caso ele opte por deferir o pedido, deve apresentar o seu relatório ao plenário do STF, responsável pela decisão final.

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Indenização à grávida

A 8ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho condenou o Mercado Horticaxixe Ltda, de Aracruz (ES), a pagar indenização referente ao período de estabilidade gestacional provisória de uma operadora de caixa,demitida no início da gestação. A decisão segue o entendimento do TST de que a recusa de retorno ao trabalho não implica a renúncia à estabilidade nem a suspensão do contrato de trabalho. O mercado admitiu a

trabalhadora em 1º de outubro de 2013, em contrato de experiência. No dia 22 do mesmo mês, ela constatou, por meio de exame de sangue, que estava grávida de dez semanas e cinco dias. Mesmo o empregador estando ciente da gravidez, a operadora foi demitida antes de completar o primeiro mês no trabalho. Quatro meses depois, o estabelecimento propôs a reintegração, que foi recusada. Em reclamação trabalhista, ela requereu o recebimento de indenização referente ao período da estabilidade provisória garantida pelo artigo 10, inciso II, alínea b, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), que vai desde a

confirmação da gestação até o quinto mês pós-parto. O juízo da Vara do Trabalho de Aracruz, porém, julgou o pedido improcedente, com o entendimento de que a recusa à reintegração resultou na suspensão do contrato de trabalho. O Tribunal Regional da 17 ª Região (ES) modificou a sentença e condenou o

estabelecimento ao pagamento de indenização, porém relativa apenas ao período entre a data da dispensa e a proposta de retorno às atividades. No exame de novo recurso no TST, o relator, desembargador convocado João Pedro Silvestrin, assinalou que o pagamento dos salários e demais direitos deve abranger todo o período legal, de cinco meses após o parto. "O estado gravídico e a dispensa imotivada impõem o pagamento da indenização substitutiva da estabilidade provisória, a despeito de a empregada não intencionar a

reintegração", afirmou

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(Fonte: Diário de São Paulo 02-02-2015).

Caso não haja interesse em continuar recebendo esse boletim, favor enviar e-mail para

cassind@fiesp.org.br, solicitando exclusão.

Referências

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