O Sector Marítimo Português
Modernização e Inovação na Construção e Reparação Naval
IST, 25 de Novembro de 2008
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A Associação das Indústrias Marítimas (AIM) representa diferentes
sectores das Indústrias Marítimas, constituindo, contudo, a construção e
reparação naval o seu núcleo principal.
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Este sector é muito diversificado em termos de dimensão e tecnologias
utilizadas, tais como:
¾ Manutenção dos navios mercantes de grande porte;
¾ construção de navios sofisticados;
¾ manutenção dos navios da Marinha;
¾ construção de ferry-boats, lanchas de fiscalização, embarcações de
pesca;
¾ recreio e desporto;
E.N.P.
ARSENAL DO ALFEITE NAVALROCHA RÉPLICA FIEL CECÍLIO & SANFINS
LISNAVE MENAVAL ENVC VIANAPESCA E.N.M. NAVALRIA NAUTIBER CONAFI SAMUEL & FILHOS
UNIÃO CONSTRUTORA NAVAL
PORTINAVE SOPROMAR E.N.P. ARSENAL DO ALFEITE NAVALROCHA RÉPLICA FIEL CECÍLIO & SANFINS JOPERINOX LISNAVE MENAVAL E.N.M. NAVALRIA NAUTIBER CONAFI UNIÃO CONSTRUTORA NAVAL
PORTINAVE SOPROMAR
SAMUEL & FILHOS
Caracterização do sector - Internacional
Pelo segundo ano consecutivo a o volume mundial de encomendas de novas construções aumentou mais de 40 %.
As encomendas recebidas pelos estaleiros europeus não tiveram idêntico crescimento, ainda assim, a sua carteira de encomendas aumentou significativamente.
Caracterização do sector - Internacional
Caracterização do sector - Internacional
Deu frutos a estratégia dos estaleiros europeus em apostar em nichos de mercado de elevado valor acrescentado. Nos dois últimos anos, o volume de negócios cresceu a uma taxa anual de 30,3 %.
9.041 12.968 15.213 0 5.000 10.000 15.000 20.000 2005 2006 2007
Volume de negócio de construção naval (milhões de Euros)
Fonte: GEE e 1, 2, 3, 4 e 5 INE 2000 a 2003; Sistema de Contas Integradas das Empresas 2004 a 2006); 6 -INE (Estatísticas do Comércio Internacional); 7 - -INE (Estatísticas do Emprego); 8 - Relatório e Contas AIM.
13,8 13,2 15,2 -36,1 62,7 10,6 Taxa de Variação (%) 273 240 212 184 288 177 160 8 - Vendas associados AIM
(milhões euros) 2,2 4,5 -4,3 10,7 3,7 -9,0 -4,3 Taxa de Variação (%) 9,5 9,3 8,9 9,3 8,4 8,1 8,9 9,3
7 - Emprego total (milhares)
12,7 -22,8 24,3 108,4 -39,9 -12,7 -26,9 Taxa de Variação (%) 1,87 1,66 2,15 1,73 0,83 1,38 1,58 2,16 6 - Exportações / Importações 2,9 21,4 31,3 -33,3 -4,0 17,6 Taxa de Variação (%) 105 102 84 64 96 100 85 4 - VAB (milhões de euros)
10,3 11,1 -23,3 35,5 0,7 -1,4 Taxa de Variação (%) 352 319 287 374 276 274 278 3 - Volume de Negócios (milhões
de euros) -2,9 2,5 -3,7 -13,9 10,2 3,8 Taxa de Variação (%) 4.613 4.750 4.632 4.810 5.587 5.068 4.884 2 - Pessoal ao Serviço (nº) -15,2 21,3 159,8 -8,6 1,1 14,3 Taxa de Variação (%) 652 769 634 244 267 264 231 1 - Empresas (nº) 2007 2006* 2005* 2004* 2003 2002 2001 2000 Totais Nacionais CAE 351- CONSTRUÇÃO E REPARAÇÃO NAVAL
Caracterização do sector - Nacional 13,8 13,2 15,2 -36,1 62,7 10,6 Taxa de Variação (%) 273 240 212 184 288 177 160 4 - Vendas associados AIM
(milhões euros) 10,3 11,1 -23,3 35,5 0,7 -1,4 Taxa de Variação (%) 352 319 287 374 276 274 278 3 - Volume de Negócios (milhões
de euros) -2,9 2,5 -3,7 -13,9 10,2 3,8 Taxa de Variação (%) 4.613 4.750 4.632 4.810 5.587 5.068 4.884 2 - Pessoal ao Serviço (nº) -15,2 21,3 159,8 -8,6 1,1 14,3 Taxa de Variação (%) 652 769 634 244 267 264 231 1 - Empresas (nº) 2007 2006* 2005* 2004* 2003 2002 2001 2000 Totais Nacionais CAE 351- CONSTRUÇÃO E REPARAÇÃO NAVAL
Fonte: GEE e 1, 2, 3, - INE - 2000 a 2003; Sistema de Contas Integradas das Empresas - 2004 a 2006); 4 - Relatório e Contas AIM.
O volume de negócios de construção e reparação naval cresceu acima da indústria transformadora e os associados da AIM cresceram acima do respectivo CAE.
13,8 13,2 15,8 Taxa de Variação (%) 14,3% 14,5% 273 240 212 183 Associados AIM 4,9 8,6 Taxa de Variação (%) 0,46% 0,44% 0,40% CAE 351/ Ind.Transf. 10,3 11,1 Taxa de Variação (%) 10,7% 352 319 287 CAE 351 - Construção Naval 5,2 2,4 Taxa de Variação (%) 3,8% 76908 73103 71398 Indústria Transformadora 2007/200 4 - anual 2006/2004 - anual 2007 2006* 2005* 2004*
Volume de Negócios (milhões de euros)
(*) A partir de 2004, o Sistema de Contas Integradas das Empresas (SCIE) alterou a sua metodologia, não sendo directamente comparáveis com os anos anteriores.
A produtividade, segundo o CAE 351 cresceu a uma taxa anual de 11,0 %, inferior à taxa de crescimento dos associados da AIM. Nestes distingue-se o crescimento das PME em 2006 e 2007.
Fonte: 1- INE Sistema de Contas Integradas das Empresas 2 - Relatório e Contas AIM.
35,5 47,6 -19,2 Taxa de Crescimento (%) 17,3% 9,2% 42 31 21 26 PME 10,5 9,4 21,7 Taxa de Crescimento (%) 13,7% 15,4% 231 209 191 157 GE 18,3 18,6 29,5 Taxa de Crescimento (%) 22,0% 23,9% 161,25 136 115 89
2 - Vendas AIM / trabalhador (milhar de euros) 13,6 8,4 Taxa de Variação (%) 11,0% 76 67 62
1 - Vendas por trabalhador (milhar de euros) 2007/20 04 -anual 2006/20 04 -anual 2007 2006* 2005* 2004*
O crescimento de vendas é muito superior no subsector da construção e reparação de embarcações de recreio e desporto, que atingiram o valor extraordinário de 13,8 % do total, em 2006.
Vendas totais de produtos e serviços de construção e reparação 0 50 100 150 200 250 300 350 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 M il hõe s de e u ro s 35.110 35.120 351 AIM
Crescimento das vendas de construção e reparação
-50% 0% 50% 100% 150% 200% 250% 2001 2002 2003 2004 2005 2006 35.110 35.120
Este sector tem uma componente exportadora muito superior à Indústria
Transformadora, verificando-se em 2006 um crescimento da dependência das importações da União Europeia.
Repartição das vendas de construção de reparação naval
0 50 100 150 200 2001 2002 2003 2004 2005 2006 M il hõe s de e u ro s Mercado nacional União Europeia Países terceiros
Repartição das vendas de construção e reparação naval em 2006 26,1% 17,4% 56,6% Mercado nacional União Europeia Países terceiros
A reparação naval é a actividade predominante, representando em 2006, 65 % das vendas totais e um crescimento de 12,2 % relativamente a 2005. As vendas de
construção para o recreio e desporto representaram 13,4 % do total e as embarcações de pesca 6,7 %, a coincidir com o fim da PCP da União Europeia.
Vendas de construção e reparação naval (milhões de euros)
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Reparação de embarcações excepto recreio e desporto Construção navios comércio Construção embarcações recreio comp. > 7,5 metros Construção embarcações recreio comp. <= 7,5 metros Construção embarcações recreio comp. Peso <= 100 Kg Embarcações pesca Reparação de embarcações de recreio e desporto
2001 2002 2003 2004 2005 2006
O maior peso da reparação naval no sector é um contributo para um maior
crescimento do Rendimento Nacional Bruto relativamente ao PIB, que está a cair desde 2005, prevendo-se que este ano represente apenas 95 % do PIB.
Entre 2001 e 2007, o sector da construção e reparação naval, cresceu a uma taxa anual de 15,7 %, e a fabricação de veículos automóveis e seus componentes e acessórios, cresceram -2,7 % e 12,9 %, respectivamente,
Fonte: INE – Estatísticas do Comércio Internacional
Exportações Fabrificação Material de Transporte excepto veículos e componentes automóveis 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 M il hõe s E u ro s 354 Fabric. de motociclos e bicicletas
351 Construção e reparação naval
353 Fabric. de aeronaves e de veículos espaciais
342 Fabric. de carroçarias, reboques e semi-reboques
352 Fabric. e reparação de material circulante para caminhos-de-ferro 355 Fabric. de outro material de transporte, n.e.
2007 52,8% 36,1% 3,9% 3,1% 2,0% 0,6% 1,6%
341 Fabric. de veículos automóveis
343 Fabric. Comp.acessórios veículos automóveis
354 Fabric. de motociclos e bicicletas
351 Construção e rep. naval
353 Fabric.aeronaves e veículos espaciais 342 Fabric. de carroçarias, reboques e semi-reboques 352 F b i t i l 2001 69,9% 19,5% 0,4% 0,5% 6,5% 1,7% 1,4%
Fonte: INE – Estatísticas do Comércio Internacional
…. e o contributo do sector para a subsecção da CAE “Fabricação Material de Transporte”, subiu de 1,4 % para 3,1 %, em milhões de Euros, no mesmo período.
Em 2007, as exportações do sector da construção e reparação naval, em milhões de Euros, registaram o segundo maior crescimento, de 115,7 % relativamente ao ano anterior. 14,1 -8,2 5,3 19,1 10,7 40,7 -24,7 115,7 -70,5 31,6 25,530,5 100,0 121,4 -80,0 -60,0 -40,0 -20,0 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0
341 Fabric. de veículos automóveis 343 Fabric. Comp.acessórios veículos automóveis 354 Fabric. de motociclos e bicicletas 351 Construção e rep. naval 353 Fabric.aeronaves e veículos espaciais 342 Fabric. de carroçarias, reboques e semi-reboques 352 Fabric. e rep. material circulante caminhos-de-ferro
Taxa de Variação em Valor
2006/2005 2007/2006
Sistemas de Incentivos à Modernização e Inovação do Sector
Consciente da importância do QREN no apoio à gestão e melhoria da competitividade das empresas, a AIM vai candidatar-se ao SI à Qualificação e Internacionalização PME, na tipologia Projecto Conjunto, tendo identificado como interesse dos associados investimentos nos factores dinâmicos da competitividade, Qualidade, Ambiente, Economia Digital e Eficiência Energética e na Internacionalização.
A AIM está a apoiar os associados que não participam nos projectos conjuntos, a concorrerem individualmente ao SI à Inovação e ao SI I&DT.
A AIM participou nas duas candidaturas de EEC, aos dois Clusters Regionais nas Regiões Norte e Centro. O êxito desta candidatura, irá permitir ao sector beneficiar de uma majoração dos incentivos aos projectos inseridos naqueles Clusters, bem como poder concorrer a incentivos em investimentos produtivos, de criação, modernização, reestruturação e requalificação.
A AIM ainda pretende apoiar os associados com actividade na reparação de
embarcações de pesca a concorrer no âmbito do PROMAR (Programa Operacional Pesca 2007-2013), que contempla concessão de apoios à construção, recuperação e ampliação de rampas de varagem, bem como, aquisição e montagem de equipamentos ou instalações de manutenção ou reparação de embarcações de pesca.
Vantagens competitivas
A situação geográfica de Portugal, o clima e a qualificação da mão-de-obra são pontos fortes para o desenvolvimento do sector e em particular da actividade de reparação naval.
Constrangimentos
As PME do sector estão sujeitas a constrangimentos condicionadores de um
ambiente favorável ao seu desenvolvimento. Estes constrangimentos constam de um Memorando enviado em Janeiro de 2006 a Sua Exa. o Senhor Secretário de Estado Adjunto, da Indústria e Inovação (SEAII), considerando-se que o Estado deve proporcionar ao sector condições equitativas de concorrência no mercado internacional, em particular:
• Promover a utilização de fontes alternativas de financiamento.
• Promulgar o Regulamento de Apoio à Inovação na Construção Naval (em vigor nos
estaleiros da UE);
A AIM defende uma política para o sector, baseada numa abordagem que vise reforçar a competitividade, em particular:
• Disponibilizar apoios e incentivos financeiros dirigidos à inovação, nomeadamente
de tecnologia e design, para ganhar nichos de mercado marcados pela alta tecnologia, incorporação de conhecimento e inovação, e não pelo factor preço;
• Criar condições para a captação do investimento estrangeiro e a formação de
alianças estratégicas entre empresas do sector, com vista à junção de esforços e recursos de I&D e à especialização dos produtos;
• Incentivar o reforço da colaboração entre empresas e universidades, para o
desenvolvimento de um centro tecnológico e de ciência para a indústria naval.
• Maior eficácia no funcionamento dos mercados laborais, incluindo a formação
profissional.
Para que os objectivos expressos sejam atingidos é determinante a adequação de políticas públicas de apoio ao sector.