• Nenhum resultado encontrado

Economia compartilhada e consumo colaborativo: o que estamos pesquisando?

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Economia compartilhada e consumo colaborativo: o que estamos pesquisando?"

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

Disponívelnawww.sciencedirect.com

REGE

-

Revista

de

Gestão

http://www.regeusp.com.br/ REGE-RevistadeGestão23(2016)298–305

Gestão

e

Sustentabilidade

Economia

compartilhada

e

consumo

colaborativo:

o

que

estamos

pesquisando?

Sharing

economy

and

collaborative

consumption:

what

are

we

researching?

Lisilene

Mello

da

Silveira

,

Maira

Petrini

e

Ana

Clarissa

Matte

Zanardo

dos

Santos

PontifíciaUniversidadeCatólicadoRioGrandedoSul,PortoAlegre,RS,Brasil

Disponívelnainternetem 20desetembrode2016 EditorCientífico:MariadoCarmoRomeiro

Resumo

Apesardeaeconomiacompartilhadaserumfenômenorecente,asuadifusãotemsidocadavezmaior.Muitasempresasdaeconomia com-partilhadajásetornarammodelosdenegóciobem-sucedidosesustentáveis,oqueevidenciaograndepotencialdedesenvolvimentoeconômico dessefenômeno.Comoobjetivodeexpandiroconhecimentosobreessefenômenoeconômico,busca-serespondercomooestudosobreeconomia compartilhadaeconsumocolaborativotemevoluídoequaisastendênciasapontadaspelaproduc¸ãocientíficainternacional.Estapesquisaanalisou aspublicac¸õescientíficasinternacionaisrelacionadasàstemáticaseconomiacompartilhadaeconsumocolaborativo,oquepossibilitouaconstruc¸ão deummapadosestudospublicados.Apartirdaanálisebibliométricadeartigosindexadosnascolec¸õesScopus,WebofScience,SpringerLink,Wiley

OnlineLibrary,SciverseScienceDirecteSage,entre1978efevereirode2016,foramlocalizados44artigos,escritospor77autoresepublicados

em35periódicos.Pormeiodaanálisesistemáticadeliteratura,foramanalisadasasprincipaiscontribuic¸õesdessaspublicac¸õeseidentificaram-se quatroproblemáticasprincipais:ontologia;umaopc¸ãoparaconsumoeseusdirecionadores;tecnologia;egestãodosnegócioscolaborativos.Por fim,esteartigoofereceumpanoramadaspesquisasemconsumocolaborativoeeconomiacompartilhadaapartirdasproblemáticasidentificadas, alémdeidentificaraoportunidadeparafuturaspesquisasquepossamanalisaressefenômeno,refinaretestarasabordagensteóricas.

©2016DepartamentodeAdministrac¸˜ao,FaculdadedeEconomia,Administrac¸˜aoeContabilidadedaUniversidadedeS˜aoPaulo–FEA/USP. PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Palavras-chave: Economiacompartilhada;Consumocolaborativo;Bibliometria

Abstract

Althoughsharingeconomyisarecentphenomenon,ithasbeenincreasinglyspread.Manysharingeconomycompanieshavebecomesuccessful andsustainablebusinessmodels,whichevincesthegreatpotentialofthisphenomenonforeconomicdevelopment.Aimingtoexpandtheknowledge ofthiseconomicphenomenon,itwassoughttorespondtohowthestudyofSharingEconomyandCollaborativeConsumptionhasevolvedand whatthetrendspresentedintheinternationalscientificproductionare.Thisresearchanalyzedtheinternationalscientificpublicationsrelatedto theSharingEconomyandCollaborativeConsumptionthemes,whichmakestheconstructionofamapofthepublishedstudiespossible.Fromthe bibliometricanalysisofarticlesindexedintheScopus,WebofScience,SpringerLink,WileyOnlineLibrary,SciVerseScienceDirectandSAGE

collections,between1978andFebruary2016,44articles,writtenby77authorsandpublishedin35journals,werefound.Moreover,through systematicanalysisoftheliterature,themaincontributionsofthesepublicationswereanalyzedbyidentifyingfourmajorissues:Ontology,An alternativetoconsumptionanditsdrivers,Technology,andCollaborativeBusinessManagement.Finally,thisarticleprovidesanoverviewofthe

Autorparacorrespondência.

E-mail:lisilene.silveira@hotmail.com(L.M.Silveira).

ArevisãoporparesédaresponsabilidadedoDepartamentodeAdministrac¸ão,FaculdadedeEconomia,Administrac¸ãoeContabilidadedaUniversidade deSãoPaulo–FEA/USP.

http://dx.doi.org/10.1016/j.rege.2016.09.005

1809-2276/©2016DepartamentodeAdministrac¸˜ao,FaculdadedeEconomia,Administrac¸˜aoeContabilidadedaUniversidadedeS˜aoPaulo–FEA/USP.Publicado porElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

(2)

researchinCollaborativeConsumptionandSharingEconomyfromtheissuesidentified,anditalsoidentifiesopportunityforfutureresearchthat mightanalyzethisphenomenonbyrefiningandtestingthetheoreticalapproaches.

©2016DepartamentodeAdministrac¸˜ao,FaculdadedeEconomia,Administrac¸˜aoeContabilidadedaUniversidadedeS˜aoPaulo–FEA/USP. PublishedbyElsevierEditoraLtda.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Keywords:Sharingeconomy;Collaborativeconsumption;Bibliometrics

Introduc¸ão

Apreocupac¸ãocrescenteacercadaresponsabilidade ambien-talesocialqueasociedadecontemporâneatemcultivadogera questionamentos sobre os contextos de evoluc¸ão da humani-dade,entreelesoconsumoexagerado.Atualmenteasrelac¸ões de consumo são desenvolvidas de forma desequilibrada e desigual,consequênciadosistemaeconômicocontemporâneo, queproporciona amá distribuic¸ãoderenda,descartabilidade, manipulac¸ãoeofertadesenfreada.Sabe-sequeoconsumo sem-prefezpartedoscostumesehábitosdossereshumanos.Porém, pesquisasapontamquemanteroaltoníveldeconsumodosdias atuaisseráinsustentáveldevidoàbaixaquantidadederecursos naturais aindadisponíveis (Bradshaw&Brook, 2014;WWF,

2012;Dauvergne,2010).

Essemovimentodehiperconsumotemcomorespostaa emer-gênciadaeconomiacompartilhada,quepareceserumpróximo estágio para reestruturar como a economia opera (Cohen &

Kietzmann,2014).Desde então, diferentesmodelosde

negó-ciobaseadosnaideiadecompartilhamento,trocaouempréstimo surgiram.Adifusãocontinuadadessesmodeloséfavorecidapor umanecessidadecrescentedeproduc¸ãoeconsumosustentáveis nosnegóciosenasociedade.Aeconomiacompartilhadaparece responderaessanecessidade pormeiodaproduc¸ãode mode-losde negócioquecombinamo crescimento econômicocom sustentabilidade ambiental e social, dimensões-base do con-ceitodedesenvolvimentosustentável.Tomadosemconjunto,a economiacompartilhadaeodesenvolvimentosustentável apa-rentamteropotencialdeproduzirnovasformasdeorganizac¸ão e concorrência, bem como alterar ou refinar os modelos já existentes.

Nessecontexto, emerge o conceito de consumo colabora-tivo como uma forma recente de negócios que aproveita as mudanc¸astecnológicas,particularmenteainternet.Aocontrário doconsumotradicional,oconsumonaeconomiacompartilhada baseia-senaspessoasquetrabalhamdeformacolaborativa, com-partilham ideias e práticas e geram interac¸ões, promoc¸ões e vendadeprodutos deformacooperativa(Botsman &Rogers, 2009).Váriassãoasiniciativasepráticasquepodemser enqua-dradasnaperspectivadoconsumocolaborativo,taiscomo:eBay, ZipCar, Uber,Airbnb, Freecycle, CouchSurfing edemais ini-ciativas de coworking em todoo mundo. Enfim, o consumo colaborativo,nassuasmais variadas formas,éuma realidade repletadedesafiosrelativosàsformasemodelosdeorganizac¸ão. Aodebruc¸ar-sesobre o tema,pesquisadores eacadêmicos buscamcompreenderosbenefíciosdatemáticacontemporâneae identificaraslacunasquepodemserexploradas.Nessecontexto surgeaquestãodepesquisadesteartigo:comooestudosobre

economiacompartilhadaeconsumocolaborativotemevoluído equaisastendênciasapontadaspelaproduc¸ãocientífica inter-nacional?Assim,oobjetivodoestudoéanalisaraspublicac¸ões científicas internacionais relacionadas às temáticas economia compartilhadaeconsumocolaborativoeproporcionarummapa dasproblemáticasdosestudospublicadosnessasáreas.

A escolha das palavras economia compartilhada ou con-sumo colaborativo buscou ampliar apluralidade de termose contemplar ambos. Aopc¸ão pelaanálise da produc¸ão cientí-ficainternacionalembasou-senodestaquedadoàspublicac¸ões internacionaisnasreferênciasdosprópriospesquisadores brasi-leiros(Munck&Galleli,2016;Souza&Ribeiro,2013;Gomes,

Lavarda & Torrens, 2012; Graeml & Macadar, 2010). Além

disso, os periódicos internacionais têm maior amplitude de circulac¸ão por ser publicados em língua inglesa (Goulart &

Carvalho, 2008). Dessa forma, foi feita uma análise

biblio-métrica,seguida deumaanálise sistemática deliteratura,dos artigospublicadosnabasededadosdascolec¸õesScopus,Web ofScience,SpringerLink,WileyOnlineLibrary,Sciverse Scien-ceDirecteSage,de1978afevereirode2016.

Osresultadosmostraramqueaspesquisasqueenvolvemessa temáticasãorelativamenterecentes,umavezquesomentea par-tirde2012foiidentificadoumcontínuoecrescentenúmerode publicac¸õessobreconsumocolaborativoeeconomia comparti-lhada.Foipossívelidentificarosperiódicos commaisartigos publicados,osperiódicoscommaiscitac¸õeseosautoresmais citados.Aanálisefinalidentificaquatroproblemáticasemqueas publicac¸õesanalisadasforamclassificadaseapontaasprincipais contribuic¸õesdecadaumadelas.Porfim,esteartigoofereceum panoramadaspesquisasemconsumocolaborativoeeconomia compartilhada eapresenta uma taxonomia das problemáticas presentesnaliteraturacorrenteeinsightsparafuturaspesquisas. Oartigoseestrutura,alémdestaintroduc¸ão,emquatro par-tes.Nasec¸ão2sãoapresentadosalgunsaspectosquedescrevem ocampodeconsumocolaborativoeeconomiacompartilhada. Nasec¸ão3sãodescritososprocedimentosmetodológicos ado-tadosparaafeituradestetrabalho.Nasec¸ão4sãoapresentados os principais resultados, que propõem uma discussão acerca das problemáticas identificadas. Na sec¸ão 5 são expostas as considerac¸ões finais, seguidas da lista de referências usadas nestetrabalho.

Economiacompartilhadaeconsumocolaborativo

O consumo sempre fez parte dos costumes e hábitos dos seres humanos. O ato de consumir esteve mais voltado para a sobrevivência alimentar, as necessidades de moradia e a protec¸ãodoshumanos,entreoutros,noiníciodascivilizac¸ões.

(3)

PrincipalmenteapartirdoséculoXX,oníveldeconsumomédio

percapita aumentoudeformasubstancial,deixoude atender somenteàs necessidadesbásicasdosindivíduosparaabranger tambémdesejos,vontadeseoutrasformasdesatisfac¸ãotrazidas pelo consumo de bens e/ou servic¸os. No entanto, pesquisas apontamqueempoucosanosseráinsustentáveloaltonívelde consumo,seconsiderarmos aquantidadederecursosnaturais ainda disponíveis (Bradshaw & Brook, 2014; WWF, 2012;

Dauvergne,2010).

Aeconomiacompartilhadateveorigemnadécadade1990, nosEstadosUnidos,impulsionadapelosavanc¸ostecnológicos quepropiciaram a reduc¸ão doscustos dastransac¸ões on-line peer-to-peer(Shirky,2012)eviabilizaramacriac¸ãodenovos modelosdenegóciobaseadosnatrocaenocompartilhamento debenseservic¸osentrepessoasdesconhecidas(Schor,2014). Aeconomiacompartilhadaéconstituídaporpráticas comerci-aisquepossibilitamoacessoabenseservic¸os,semquehaja, necessariamente, a aquisic¸ão de um produto ou troca mone-tária (Botsman & Rogers, 2009). Dessa forma, a criac¸ão de umnúmerocadavezmaiordenovosmodelosdenegócio tam-bémfoipromovidaeassimexpandiuaeconomiacompartilhada

(Gansky,2010).

A economia compartilhada, também denominada de eco-nomiamesh(Gansky, 2010),consumocolaborativo(Botsman

& Rogers, 2009) ou consumo conectado (Dubois, Schor &

Carfagna, 2014), é uma nova tendência que se expande por

meiodenovasorganizac¸õesenovosmodelosdenegócio,com foconocompartilhamento(Gansky,2010).Éconsideradoum sistemasocioeconômicoconstruídoem tornodo compartilha-mentode recursoshumanosefísicos,o qualincluiacriac¸ão, produc¸ão, distribuic¸ão,o comércio econsumocompartilhado debenseservic¸osporpessoaseorganizac¸ões(Gansky,2010). Essasiniciativascomerciaisenglobamtransac¸õescomoo com-partilhamento, empréstimo, aluguel, a doac¸ão, as trocas e o escambo (Botsman & Rogers, 2009). No entanto, a econo-miacompartilhadatambémécompreendidacomoumconjunto deiniciativasdeconsumo conectado,queenfatizao reusode produtoseasconexõespeer-to-peer,eliminaintermediáriose possibilitainterac¸õesfaceaface,alémdeproporcionarumanova configurac¸ãodosmodelosdenegóciodaeconomiatradicional

(Duboisetal.,2014).Oconsumocolaborativoéumaformade

acomodarnecessidades edesejos deumaforma mais susten-tável,atraente e compoucoônus para o indivíduo(Botsman

&Rogers,2009).Asiniciativasdessesistematêmmotivac¸ões

sociaisepsicológicasquenãosãocontínuasequepoderiamaté serdestruídaspelapresenc¸adodinheiro(Benkler,2006).

Hátrêsformasousistemasdeconsumocolaborativo:a) sis-temadeservic¸osdeprodutos,b)mercadosderedistribuic¸ãoec) estilosdevidacolaborativos.Ossistemasdeservic¸osde produ-tos,ouProduct-ServiceSystem(PSS),sãodefinidoscomoum conjuntocomercialdeprodutoseservic¸oscapazes deatender conjuntamenteàsnecessidadesdousuário,noqualsepagapelo usodeumprodutosemanecessidadedeadquirirsua proprie-dade.Osmercadosderedistribuic¸ãosãoassociadosàstrocase doac¸ões,estãorelacionadosàtransferênciadepropriedade,ou seja,fazemalusãoàcopropriedade.Exemplosdessetipode sis-temasãoadoac¸ãodemóveis,atrocaouempréstimodelivrosea

trocaoudoac¸ãoderoupas.Aterceiraformaédenominadaestilos devidacolaborativos,naqualseverificaadisposic¸ãoà parti-lhaeàtrocadeativosintangíveis,como,porexemplo,tempo, espac¸o,habilidadesedinheiro(Botsman&Rogers,2009).

Osautoresaquiresgatadospodemservistoscomoumpanode fundoparaacompreensãodosconceitosdeeconomia comparti-lhadaeconsumocolaborativo.Aobuscarnaproduc¸ãocientífica nacionaleinternacionalpesquisasqueapresentemmapasdos conhecimentos desenvolvidos nessa temática, nenhum artigo foi localizado. Essa lacunafoi ao encontro doobjetivo deste artigo, que é compreender quais as problemáticas que estão em evidência naproduc¸ãocientífica internacional.Buscou-se apresentarumpanoramaquantitativo,expor,porexemplo,quais osperiódicoscommaisartigospublicados,osperiódicoscom mais citac¸ões eosautores commaiorpublicac¸ão. Da mesma forma,apartirdaanálisequalitativa,analisou-secadapublicac¸ão nabuscapelaidentificac¸ãodasproblemáticasedasprincipais contribuic¸ões.Napróximasec¸ãodesteartigosãodetalhadosos procedimentosmetodológicosempregados.

Procedimentosmetodológicos

Esta pesquisa caracteriza-se comodescritiva, com aborda-gens qualitativa e quantitativa (Machado, 2007; Lazzarotti,

Samir Dalfovo &Emil Hoffmann, 2011).Tendo porbase os

trabalhosde CrossaneApaydin(2010) eTranfield,Denyere

Smart(2003),oestudofoifeitoemduasetapas:(1)busca

siste-máticae(2)análisesistemáticadaliteratura,descritasaseguir. Atécnicabibliométricafoiempregadacomoobjetivode identi-ficartendênciasdaproduc¸ãocientífica,bemcomofazeranálises dosartigosrelevantes(Machado,2007;Lazzarottietal.,2011). Na buscasistemática(1)definiu-seabasededados,assim como as palavras-chave, os camposde buscaseos filtros de refinamento. A definic¸ão das palavras-chave é fundamental, pois defineo escopo da pesquisa e impacta na sua validade

(Singleton &Straits, 1993). A escolha da base das colec¸ões

Scopus, WebofScience, SpringerLink,WileyOnlineLibrary, Sciverse ScienceDirect e Sage considerou o fato de serem colec¸ões abrangentesde periódicos revisados porpares reco-nhecidospelacomunidadecientíficainternacional,comfocona produc¸ãoacadêmico-científicadasáreasassociadasàsciências sociaisaplicadas.Foiconsideradaatotalidadedosartigos loca-lizados,de1978atéfevereirode2016.Comocritériosdebusca, ostermosusadosforamsharingeconomyORcollaborative con-sumption,buscados aolongodotextonosartigos.Comesses procedimentosforamencontradas71publicac¸ões.Emseguida, pararefinamentodabusca,foiaplicadoofiltrodaáreade pes-quisa,consideraram-seosdocumentosdotipoarticlesereview,

queresultaem55artigos.Finalmente,selecionou-seoidioma noqualoartigofoipublicado,consideraram-sesomenteaqueles escritoseminglêseexcluíram-seartigosemespanhol,húngaroe alemão.Apósofiltrodeidioma,foramselecionados44artigos. Naanálisesistemática(2),os44artigosselecionadosforam lidosnaíntegraeanalisadosconformeasseguintescategorias:a) aabordagemmetodológica,b)aproblemáticaec)asprincipais contribuic¸õesdoestudo.

(4)

Resultados

Nolevantamentobibliométricoforamlocalizados44artigos queabordavamastemáticaseconomiacompartilhadaeconsumo colaborativo.Essesartigosforampublicadosem35periódicose tiveramautoriade77autores.Adistribuic¸ãodaspublicac¸õesno tempodestacaocrescentenúmerodepublicac¸õesanuais(fig.1). OartigoCommunitystructureand collaborative consump-tion–Routineactivityapproach(Felson&Spaeth,1978)analisa pelaprimeiravezotermoconsumocolaborativo,apresentauma visãomaisvoltadaparaoconsumoemconjunto,noqual pes-soascomlac¸osfamiliarese/oucomperfilsemelhantetendema seenvolvernessetipodeatividade.Esseartigonãoserefereà temáticacomo mesmoenfoquedadonasdiscussõesque dis-correm atualmente sobre o consumo colaborativo como uma opc¸ãoqueinfluenciaumnovomodelodenegócio.Osegundo artigoidentificadonapesquisa,intituladoSharing(Belk,2010), sustenta-seemraízesepistemológicasdoconsumocolaborativo, discutetantoocompartilhamentodedentrocomoodefora.O compartilhamentodedentrotratadeumcompartilhamentoque nãocria expectativade reciprocidade,como amãe que com-partilhao corpo delacom o feto.Normalmente, essetipo de compartilhamentotem característicafamiliar,poistendeaser umatoqueinterligaaspessoas,principalmenteporsentimentos desolidariedadeeunião,maiscomumnessetipodeconvívio. Jáo compartilhamentodeforaenvolve aparticipac¸ãode pes-soasquedesfrutamdosbenefícios do recursocompartilhado, comumlimitedeseparac¸ãoentreoeueooutro,envolveoato dedar aosoutros, como,por exemplo,darpresentesetrocar mercadorias.

Oselementosdiscutidosnessesdoisartigosseminais estão relacionados a comportamentos e maneiras de compartilha-mento,amboscomumenfoqueemindivíduos.Apenasapartir de2012ocorreram,anualmente,publicac¸õesnaáreade econo-miacompartilhadaouconsumocolaborativo.Percebe-sequeo crescimentona quantidadede publicac¸õessobre as temáticas ocorreuem2015,quandohouve24publicac¸ões,que represen-taram55%daspublicac¸õesnastemáticas.Enfatiza-se,também, quemesmocorridosapenasdoismesesde2016atéapresente pesquisaaquantidadedepublicac¸õesjáidentificadaaumentou emrelac¸ãoaoanoanterior,manteveo crescimentojádescrito e ressaltou como as temáticas analisadas nesta pesquisa são contemporâneaserelevantes.

Atabela1listaosperiódicoscommaiorquantidadede

arti-gospublicados,percebe-seaamplitudedeperiódicosenãose

Quantidade de ar tigos pub licados 1 1978 2010 2012 2013 2014 Años 2015 2016 (Fevereiro) 1 3 3 6 6 24

Figura1.Distribuic¸ãoporanodaspublicac¸õessobreeconomiacompartilhada econsumocolaborativo

Fonte:Dadosdapesquisa(2016).

Tabela1

Periódicoscommaisartigospublicadossobreconsumocolaborativoeeconomia compartilhada

Periódicos Quantidadedeartigos

InformationCommunication&Society 3

JournalofConsumerBehaviour 2

Organization&Environment 2

JournalofCleanerProduction 2

EcologicalEconomics 2

LawandContemporaryProblems 2

Business&InformationSystemsEngineering 2

JournalofConsumerResearch 2

Fonte:Dadosdapesquisa(2016).

Tabela2

Periódicoscommaiorimpactonatemáticasobreconsumocolaborativoe eco-nomiacompartilhada

Periódicos Quantidade

decitac¸ões

JournalofConsumerResearch 464

JournalofBusinessResearch 144

AmericanBehavioralScientist 82

JournalofConsumerBehaviour 80

Organization&Environment 35

Anthropologist 34

Gaia-EcologicalPerspectivesforScienceandSociety 31

EcologicalEconomics 32

AnnalsofTourismResearch 22

CorporateGovernance 15

JournalofCleanerProduction 15

JournalofManagementInformationSystems 10 Fonte:DadosdaPesquisa(2016).

identificatendênciadepublicac¸ãoparaumperiódicoespecífico. Ocritériodeselec¸ãoparaalistademaispublicadosfoitermais doqueumapublicac¸ão,apenasseteperiódicosatenderamaele. Nessesperiódicosconcentram-se39%dosartigospublicados. Destaca-se que o periódico Information Communication & Society apresentou o maior número de artigos publicados sobre economia compartilhada e consumo colaborativo, com três publicac¸ões. Além disso, os dois periódicos com mais publicac¸õestambémsãoosdoiscommaiscitac¸ões.

Foramanalisadososperiódicoscommaiscitac¸ões.Teve-se comocritériodeselec¸ãoosperiódicoscommaisdedezcitac¸ões.

Na tabela2 estáapresentadaalistadosperiódicosporordem

decrescentedecitac¸õesrecebidas.Asduasprimeirasposic¸ões sãoocupadaspelosperiódicosJournalofConsumerResearch

(citado464vezes)eoJournalofBusinessResearch,citado144 vezes.Asomadas citac¸õesdesses doisperiódicosrepresenta 63%dototaldascitac¸õesdosoitoperiódicosdalista.Essesdois periódicos têm em seuescopo linhasexpressivas datemática economiacompartilhadaeconsumocolaborativo.OJournalof ConsumerResearchtemfocoempublicac¸õesquedescrevamo comportamentodoconsumidor,envolveáreascomopsicologia, marketing,economiaeantropologia,essasrelacionadasà temá-ticaempesquisa.Nesseperiódicoconcentram-seaspesquisas quetratamavisãocomportamentalrelacionadaao desenvolvi-mentodoconsumocolaborativoetêmcomofocooindivíduo.

(5)

Tabela3

Trabalhosmaiscitadossobreconsumocolaborativoeeconomiacompartilhada

Autor/es(Ano) Títulosdostrabalhos Publicac¸ão(Journal) Citac¸ões

Belk(2010) Sharing JournalofConsumerResearch 459

Belk(2014a) Youarewhatyoucanaccess:sharingandcollaborative consumptiononline

JournalofBusinessResearch 144

FelsoneSpaeth(1978) Communitystructureandcollaborativeconsumption–Routine activityapproach

AmericanBehavioralScientist 82

AlbinssoneYasanthi(2012) Alternativemarketplacesinthe21stcentury:building communitythroughsharingevents

JournalofConsumerBehaviour 70

CoheneKietzmann(2014) Rideon!Mobilitybusinessmodelsforthesharingeconomy Organization&Environment 34

Belk(2014b) Sharingversuspseudo-sharinginweb2.0 Anthropologist 34

Heinrichs(2013) Sharingeconomy:apotentialnewpathwaytosustainability Gaia-EcologicalPerspectivesfor ScienceandSociety

31

Martin(2016) Thesharingeconomy:apathwaytosustainabilityora nightmarishformofneoliberalcapitalism?

EcologicalEconomics 31

Molz(2013) Socialnetworkingtechnologiesandthemoraleconomyof alternativetourism:thecaseofcouchsurfing.org

AnnalsofTourismResearch 22

SzekelyeStrebel(2013) Incremental,radical,andgame-changing:strategicinnovation forsustainability

CorporateGovernance 15

Piscicelli,Cooper&Fisher,2015 Theroleofvaluesincollaborativeconsumption:insightsfroma product-servicesystemforlendingandborrowingintheUK

JournalofCleanerProduction 11

Weber(2014) Intermediationinasharingeconomy:insurance,moralhazard, andrentextraction

JournalOfManagement InformationSystems

10

Möhlmann(2015) Collaborativeconsumption:determinantsofsatisfactionand thelikelihoodofusingasharingeconomyoptionagain

JournalofConsumerBehaviour 10

Fonte:Dadosdapesquisa(2016).

JáoJournalofBusinessResearchtemumescopomaisvoltado paraaspesquisasquetrazemumolhardegestão,comênfase emprocessos,atividadesetomadadedecisão.

Nafigura2identifica-seapredominância,temporalmente,de

publicac¸õesindividuais,excetonoúltimoanocompletoda pes-quisa(2015),noqualsepercebe omovimentodepublicac¸ões comtrêsautorias.Se considerarmosque43% depublicac¸ões são individuais, esse resultado pode apontar para a pouca consolidac¸ãodegruposdepesquisaquetratamatemática.Por outrolado,percebe-sequerecentementeocorreuummovimento demaisautorespublicarememconjunto.

10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 1978 2010 2012 2013 2014 2015 2016 (até Fevereiro)

Autoria individual Dois autores Três autores Quarto autores

Figura2.Característicasdeautoriaporano. Fonte:Dadosdapesquisa(2016).

Atabela3apresentaosartigoscommaiorimpactona

temá-tica, os quaisforam selecionados pelo critério de terem dez oumais citac¸ões.Osdoisartigosmais citadosforamSharing

(2010),com459citac¸ões,eYouarewhatyoucanaccess: sha-ring and collaborative consumption online (2014), com 144 citac¸ões,esãodeautoria deRussellBelk,queéo autorcom maispublicac¸ãonaárea.Oterceiroartigomaiscitado, Commu-nitystructureandcollaborativeconsumption–Routineactivity approach (1978), se refere ao primeiro artigo que exploraa temáticadapesquisa,deautoriadeMarcusFelsoneJoeL. Spa-eth.Destaca-setambémqueoartigoThesharingeconomy:a pathwaytosustainabilityora nightmarishformofneoliberal capitalism? obteve a colocac¸ãode oitavo artigo mais citado, com31citac¸ões,mesmopublicadoem2016.Esseartigoéde autoriadeChrisJ.Martin,umdosquatroautoresdaáreacom maispublicac¸ões.

Referenteaosautoresquemaispublicaramtrabalhossobre economia compartilhada e consumo colaborativo destaca-se Russell Belk,vinculadoàYorkUniversity noCanadá,oqual publicou três artigos sobre essa temática, em 2010 (um) e 2014 (dois). Os outros três autores apresentados na tabela 4

publicaram dois artigos cada. É possível perceber que des-ses quatro autores três são vinculados a universidades da Inglaterra: University of York (Russell Belk), University of Manchester (Chris J. Martin) e University of Leeds (Paul Upham).

A análise de autoria evidencia queprevalecem os artigos publicados em coautoria, ou seja, de dois ou mais autores, 57% publicam sobre a temática de forma coletiva. Esse resultadoécorroboradoporSouzaeRibeiro(2013)eGallon,

(6)

Tabela4

Autorescommaiornúmerodepublicac¸õesnastemáticasconsumocolaborativo eeconomiacompartilhada Autores Quantidadede artigos Afiliac¸ão(instituic¸ãode vínculo) País

Belk,R. 3 UniversityofYork Inglaterra

Martin,C.J. 2 UniversityofManchester Inglaterra

Upham,P. 2 UniversityofLeeds Inglaterra

Mastelic,J. 2 UniversityofApplied

ScienceWestern Switzerland

Suíc¸a

Fonte:Dadosdapesquisa(2016).

apredominânciadepublicac¸õescomdoisoumaisautoresno temasustentabilidade.

Apartirdaleiturados44artigosselecionadosnesteestudo, buscou-seidentificaraspectosreferentesaométododepesquisa usado.Nota-seque86%(38artigos)dototaldetrabalhos ana-lisadosusaramumaabordagemdepesquisaqualitativa,oqueé coerentecompesquisasemtemáticasmenosmaduras.

Aanálisesistemáticadaliteraturapossibilitouaidentificac¸ão dequatroproblemáticas:(1)ontologia,(2)tecnologia,(3)uma opc¸ãodeconsumoeseusdirecionadorese(4)gestãodenegócios colaborativos.

Aproblemática(1)ontologiacontemplaoitoartigos,oque representa18%dosartigosanalisadosnestapesquisa.Osartigos classificadosnessaproblemáticavisamadefinireconceituaro queé economia compartilhada e consumo colaborativo, des-tacam a necessidade de novas abordagens estratégicas e a economia compartilhada como uma oportunidade em poten-cial.Nessanovaformadeeconomia,oconsumocolaborativo manifesta-secomoaqueleemqueasprópriaspessoas envolvi-dascoordenamaaquisic¸ãoedistribuic¸ãodorecurso poruma taxaououtra compensac¸ão(Belk, 2014a).Essa problemática caracteriza-sepelaidentificac¸ãodoselementosquedefinem con-sumocolaborativoeeconomiacompartilhadaeapresentaalguns pontosconvergentes,taiscomo: a)apreocupac¸ãocom escas-sezdosrecursosecológicos,b)anecessidade depolíticasque busquem sanar carências sociais e ambientais e c) a impor-tânciadedelimitaros tiposecontextosnosquaisaeconomia compartilhadaocorre.Ainda,percebem-sedefinic¸õesamplase semclaroestabelecimentodasfronteirasentreconsumo cola-borativo e economia compartilhada, abre-se um espac¸o para trabalhosqueprocuremdelimitarmelhorasinterdependências entre as temáticas e uma taxonomia para o campo, além de melhorespecificarquaisasformasdeestruturac¸ãoeatuac¸ãona sociedade.

Aproblemática(2)tecnologiacontemplaosartigosquetêm comotemacentraladiscussãosobreastecnologiascomoveículo paraque aeconomia compartilhada ou o consumo colabora-tivoacontec¸am. Essa problemática contempla quatro artigos, o que corresponde a 9% dos estudos analisados. Dentre os artigosqueabordam essatemática, ficouevidentequeos sis-temas de informac¸ão podem facilitar a integrac¸ão referente à economia compartilhada, a qual tem diferentes perspecti-vasqueprecisamser integradas (Martin,2016).Atecnologia podetambémcontribuirparao desenvolvimentodeconfianc¸a

entre os envolvidos em um consumo colaborativo, por meio de mecanismos de redes sociais, focado principalmente no intercâmbio econômico esocial (Molz, 2013).Nessa proble-mática, ficou nítido o papel da tecnologia no nascimento da economiacompartilhadaedoconsumocolaborativo.Nesse sen-tido, pesquisas futuras poderiam explorar melhor os tipos de tecnologias que apoiamo compartilhamento, buscar relac¸ões comosdiferentesmodelosdenegóciosnoconsumo colabora-tivo.

(3) Uma alternativa de consumo e seus direcionadores é outra temática que contempla os artigos que investigaram a economiacompartilhadacomoumarespostaaomovimentodo hiperconsumo,apontaasmotivac¸õesparaaadoc¸ãodessesnovos modelos de negócio. Nessaproblemática foramclassificados 21 artigos, querepresentaram48% dosanalisados.Uma par-ticularidade dessa problemática é que difere na abordagem, tem visões distintas. A primeira abordagem foca em aspec-tos mais comportamentais, adota como unidade de análise o indivíduo eapontando direcionadores relacionadosavalores, sentimentos ecrenc¸as humanas como vetores para abrac¸ar a economia compartilhada eo consumo colaborativo.Algumas publicac¸õesaprofundamacompreensãodacomunidadecomo condutora de participac¸ão das pessoas na economia compar-tilhada (Albinsson &Yasanthi Perera, 2012) ou das práticas culturais de reciprocidade de trabalho e ajuda não remune-rada como estímulos para o consumo colaborativo (Pisano,

Pironti& Rieple,2015).Nessaabordagem há 11artigosque

representam 52% dessa problemática. A segundaabordagem nessaproblemáticaédenominadasociotécnicaetemcom uni-dade de análise a organizac¸ãovista sob algumalente teórica sociotécnica.Essa abordagem écomposta por 10artigosque representam48%datemática.Sãodiscutidasquestõesrelativas aosmodelosdeeconomiacompartilhadanosquaisaspessoas sãoagentesativos,indiferentementedeapropostaserumnovo modelodenegócios(Huang,2012),umaatualizac¸ãono

tradici-onal(Balnaves,2012)ou,ainda,aunificac¸ãodosdoismodelos

(Corciolani&Dalli,2014).Essastrêsabordagenscontribuem

com direcionadores empresariais, apontam para uma econo-miasustentadapormeiodecompromissosentreconsumidores e produtores no consumo colaborativo, no qual sua monta-gem ereconfigurac¸ão geram modelos decâmbio (Scaraboto,

2015).

(4) Gestãodenegócioscolaborativoséaúltima problemá-ticaidentificadanestapesquisa,aqualabrange11artigos,que correspondema25%dosestudosanalisados.Essaproblemática agrupaartigosquediscutem estratégiasparaaadoc¸ão de um modelo de negócios pautado como economia compartilhada. Busca discutirquestões relacionadasà operac¸ão de negócios deconsumo colaborativo,comoaspectoslegais,moraise éti-cos,sugereumaintermediac¸ãoentrecredoresedevedoresafim deeliminarouminimizaraomáximoosriscos(Weber,2014). Também explora barreiras e oportunidades na gestão desses modelosdenegócioscombasenoconsumocolaborativo, ofe-receperspectivasinteressantesparamercadoseincentivaqueas pessoasexperimentemestilosnovosdenegociar,osquaissão viáveis esustentáveis (Pedersen &Netter, 2015).Nesse sen-tido, a proposic¸ãode modelos de maturidade para gestão de

(7)

Conceituação elementos definidores

Futuras Pesquisas Futuras pesquisas

Comportamental Futuras pesquisas Sociotécnica Futuras pesquisas Uma alter nativ a de consumo com direcionadores Gestão de negócios colabor ativ os

Investigar de forma mais Explorar os tipos de tecnologias que possam suportar a economia compartilhada, compreendendo as vantagens e desvantagens de cada uma delas. Unidade de análise: o indivíduo, buscando identificar direciona-dores relacionados a valores, sentimentos e crenças humanas Unidade de análise: a organização, tendo como base a lente teórica sociotécnica

Compreender o papel e as motivações dos diferentes atores no fenômeno de consumo colaborativo.

Uma resposta ao movimento do hiperconsumo, apontando as motivações para a adoção destes novos modelos de negócio Estratégias para a adoção de um modelo de negócios pautado como economia compartilhada Compreender o processo de adoção de modelos de economia compartilhada, identificando fatores que o facilitam e dificultam. aprofundada el temática. Delimitar a interdependência entre economia compartilhada e consumo colaborativo. O papel fundamental e alavancador Ontologia Te cnologia

Figura3.Problemáticaseinsightsparafuturaspesquisas Dadosdapesquisa(2016).

negócioscolaborativos,quedefinecaracterísticasbásicaspara diversossegmentosdenegócios,ficacomoumasugestãopara ospesquisadoresdaárea.

Considerac¸õesfinais

A presente pesquisa colabora para o entendimento das pesquisasquetêmsidodesenvolvidasnaáreadeeconomia com-partilhadaeconsumocolaborativo,pormeiodaapresentac¸ãodo cenáriodaspesquisasfeitassobreessastemáticas,econsidera suascaracterísticas,contribuic¸õeseproblemáticas.

Pormeiodabuscaeanálisebibliométricaviabasededados das colec¸ões Scopus, Web of Science, Springer Link, Wiley OnlineLibrary, SciverseScienceDirecteSage, selecionaram--se44artigosqueforamescritospor77autoresepublicadosem 35periódicos.Observou-sequeatemáticaestudadaérecente, dado que a sua primeira publicac¸ão ocorreu em 1978, mas queo contínuoestudosedáapartirde2012.Omaior cresci-mentodepublicac¸õessobreeconomiacompartilhadaeconsumo colaborativo ocorreu de 2015 a fevereiro de 2016, 68% das publicac¸ões.

Operiódico maisrepresentativoemquantidadedecitac¸ões éoJournalofConsumerResearch,quetem48%dototalentre osperiódicoscomdezoumaiscitac¸ões,seguidodoJournalof BusinessResearch,quetem15%dascitac¸ões.

Emrelac¸ãoàquantidadedepublicac¸ões,oInformation Com-munication & Society é o único que tem mais do que duas publicac¸õesnatemática,representa7%daspublicac¸õessobre economiacompartilhadaeconsumocolaborativo.

Em relac¸ão à análise descritiva dos artigos selecionados, verificou-sequenessatemáticaháinteressenodesenvolvimento depesquisasespecialmentequalitativas,jáqueessas represen-taram 86%, possivelmente devido à contemporaneidade das temáticas. Percebe-se, ainda, a necessidade de criar aborda-gensteóricaserefinaraquelasquebuscamexplicarofenômeno. Dessaforma,aspesquisasqualitativasaindasãofundamentais numcamporecenteequeprecisagerarasuabaseteóricamais robusta.

Quantoàautoria,percebe-sequeapenasquatroautorestêm maisdoqueumapublicac¸ãosobreeconomiacompartilhadaou consumo colaborativo: Russell Belk, Chris J. Martin e Paul

Upham,cada umdelescomtrêspublicac¸õesnastemáticas,e Joeelle Mastelic, comduas publicac¸ões. Dos quatro autores, destaca-sequetrêspertencemainstituic¸õesdaInglaterra,aponta uminteressemaiordasuniversidadeseuropeiasnessatemática, emdetrimentodasamericanasoulatino-americanas.

Aanálisedos44artigosselecionadosnestapesquisaoferece umpanoramadaspesquisasemeconomiacompartilhadae con-sumocolaborativo,apresentaumataxonomiadasproblemáticas presentesnaliteraturacorrenteeidentificainsightsparafuturas pesquisas(fig.3).

Chama a atenc¸ãoaquantidadede artigosna problemática (3) umaalternativa deconsumoeseusdirecionadores.Quase a metade das publicac¸ões foca na visão da economia com-partilhada e do consumo colaborativo como uma opc¸ão às inquietac¸õesdasociedademoderna,buscacompreenderoque levaasuaadoc¸ão,sejanoníveldoindivíduooudaorganizac¸ão. Esse movimento econômico oferece modelos opcionais aos convencionais impulsionados pelo aumento da consciência ambiental. Na transic¸ão para uma sociedade mais sustentá-vel,experimentam-senovasformasdesatisfazerasexigências dos consumidores e buscar menos prejuízos ao meio ambi-ente.Nessesentido, asorganizac¸õesbuscam estarpreparadas para lidar comesse novo modelo,reformular ou ainda unifi-carseumodelotradicionalcomoinovador.Entretanto,algumas publicac¸ões játrazemum contraponto aessa leitura (Martin, 2016).Atéondeaeconomiacompartilhadaeoconsumo cola-borativosão,defato,umcaminhoparaasustentabilidade?Não seriaumaformadissimuladadaeconomiatradicionalcomoutro discurso? Para Martin (2016), a economia compartilhada foi redesenhadapelosatores, masépuramenteumaoportunidade econômica. Por fim, a análise dos artigos permitiu o surgi-mento de um questionamento:como(ou se) essemovimento econômicooferecemodelosopcionaisaosconvencionais impul-sionados pelo aumento da consciência ambiental, direciona, verdadeiramente,umcaminhoparaodesenvolvimento susten-tável? Existe, portanto,bastante espac¸o parapesquisas nessa temática,afimderefinarateoriaetestá-la.

Conflitosdeinteresse

(8)

Agradecimentos

Aprimeiraeaterceiraautoraagradecemoapoiorecebidoda Coordenac¸ãodeAperfeic¸oamentodePessoaldeNívelSuperior (Capes).

Referências

Albinsson,P.A.,&YasanthiPerera,B.(2012).Alternativemarketplacesin the21stcentury:buildingcommunitythroughsharingevents.Journalof ConsumerBehaviour,11(4),303–315.

Balnaves,M.(2012).TheAustralianfinancesectorandsocialmedia:towardsa historyofthenewbanking.MediaInternationalAustralia,143(1),132–145. Belk,R.(2010).Sharing.JournalofConsumerResearch,36(5),715–734. Belk,R.(2014a).Youarewhatyoucanaccess:sharingandcollaborative

con-sumptiononline.JournalofBusinessResearch,67(8),1595–1600. Belk,R.(2014b).Sharingversuspseudo-sharinginWeb2.0.TheAnthropologist,

18(1),7–23.

Benkler,Y.(2006).Thewealthofnetworks:howsocialproductiontransforms marketsandfreedom.YaleUniversityPress.

Botsman,R.,&Rogers,R.(2009).Oqueémeuéseu:comooconsumo cola-borativovaimudaronossomundo.PortoAlegre:Bookman.

Bradshaw,C.J.,&Brook,B.W.(2014).Humanpopulationreductionisnota quickfixforenvironmentalproblems.ProceedingsoftheNationalAcademy ofSciences,111(46),16610–16615.

Cohen,B.,&Kietzmann,J.(2014).Rideon!Mobilitybusinessmodelsforthe sharingeconomy.Organization&Environment,27(3),279–296. Corciolani, M., & Dalli, D. (2014). Gift-giving, sharing, and commodity

exchangeatbookcrossing.com:newinsightsfromaqualitativeanalysis.

ManagementDecision,52(4),755–776.

Crossan,M.M.,&Apaydin,M.(2010).Amulti-dimensionalframeworkof organizationalinnovation:asystematicreviewoftheliterature.Journalof ManagementStudies,47(6),1154–1191.

Dauvergne,P. (2010).Theproblem ofconsumption.GlobalEnvironmental Politics,10(2),1–10.

Dubois,E.,Schor,J.,&Carfagna,L.(2014).Connectedconsumption:asharing economytakeshold.RotmanManagement,50–55.

Felson,M.,&Spaeth,J.L.(1978).Communitystructureandcollaborative con-sumption:aroutineactivityapproach’.TheAmericanBehavioralScientist, 21(4),614.

Gallon,A.V.,deSouza,F.C.,Rover,S.,&vanBellen,H.M.(2008).Umestudo longitudinaldaproduc¸ãocientíficaemadministrac¸ãodirecionadaàtemática ambiental.RevistaAlcance,15(1),81–102.

Gansky,L.(2010).Themesh:whythefutureofbusinessissharing.NewYork: Penguin.

Gomes,G.,Lavarda,C.E.F.,&Torrens,E.W.(2012).Revisãodaliteratura sobreorc¸amentoemcincoperiódicosinternacionaisnosanosde2000até 2009.RevistadeGestão,19(1).

Goulart,S.,&Carvalho,C.A.(2008).Ocaráterdainternacionalizac¸ãoda produc¸ãocientíficaesuaacessibilidaderestrita.RevistadeAdministra¸cão Contemporânea,12(3),835–854.

Graeml,A.R.,&Macadar,M.A.(2010).Análisedecitac¸õesutilizadasemADI: 10anosdeanaisdigitaisdoEnanpad(1997-2006)/InformationManagement

Papers’CitationAnalysis:10YearsofEnanpadDigitalProceedings (1997-2006).RevistadeAdministra¸cãoContemporânea,14(1),122.

Heinrichs,H.(2013).Sharingeconomy:apotentialnewpathwayto sustainabi-lity.EcologicalPerspectivesforScienceandSociety,22(4),228–231. Huang,X.(2012).Lifestylesinvirtualcommunities:collaborativeconsumption

andinteraction.ChineseJournalofCommunication,5(1),109–127. Lazzarotti, F.,SamirDalfovo,M.,&Emil Hoffmann,V.(2011).A

biblio-metricstudyofinnovationbasedonSchumpeter.JournalofTechnology Management&Innovation,6(4),121–135.

Machado, R.D.N. (2007). Análise cientométrica dos estudos bibliométri-cos publicadosemperiódicos daárea de biblioteconomiae ciênciada informac¸ão.(1990-2005).

Martin,C.J.(2016).Thesharing economy:a pathwayto sustainabilityor anightmarishformofneoliberalcapitalism?EcologicalEconomics,121,

149–159.

Möhlmann,M.(2015).Collaborativeconsumption:determinantsofsatisfaction andthelikelihoodofusingasharingeconomyoptionagain.Journalof ConsumerBehaviour,14(3),193–207.

Molz,J.G.(2013).Socialnetworkingtechnologiesandthemoraleconomy ofalternativetourism:yhe caseof couchsurfing.org.Annals ofTourism Research,43,210–230.

Munck, L., & Galleli, B. (2016). Avanc¸os e desafios da conceituac¸ão e operacionalizac¸ão das competências organizacionais em 15 anos de produc¸ãocientíficainternacional.RevistadeGestão,22(4),525–544. Pedersen,E.R.G.,&Netter,S.(2015).Collaborativeconsumption:business

modelopportunitiesandbarriersforfashionlibraries.JournalofFashion MarketingandManagement,19(3),258–273.

Pisano,P.,Pironti,M.,&Rieple,A.(2015).Identifyinnovativebusinessmodels: caninnovativebusinessmodelsenableplayerstoreacttoongoingor unpre-dictabletrends?EntrepreneurshipResearchJournal,5(3),181–199. Piscicelli,L.,Cooper,T.,&Fisher,T.(2015).Theroleofvaluesin

collabora-tiveconsumption:insightsfromaproduct-servicesystemforlendingand borrowingintheUK.JournalofCleanerProduction,97,21–29. Scaraboto,D.(2015).Selling,sharing,andeverythinginbetween:thehybrid

economiesofcollaborativenetworks.JournalofConsumerResearch,42(1),

152–176.

Shirky,C.L.A.Y.(2012).Lávemtodomundo:opoderdeorganizarsem organiza¸cões.RiodeJaneiro:Zahar.

Schor,J.(2014).Debatingthesharingeconomy.Greattransitioninitiative. Souza,M.D.,&Ribeiro,H.C.M.(2013).Sustentabilidadeambiental:uma

metanálisedaproduc¸ãobrasileiraemperiódicosdeadministrac¸ão.Revista deAdministra¸cãoContemporânea,17(3),368–396.

Singleton,R.A.,Jr.,Straits,B.C.,&Straits,M.M.(1993).Approachestosocial research.OxfordUniversityPress.

Szekely,F.,&Strebel,H.(2013).Incremental,radical,andgame-changing: stra-tegicinnovationforsustainability.CorporateGovernance,13(5),467–481. Tranfield,D.,Denyer,D.,&Smart,P.(2003).Towardsamethodologyfor deve-lopingevidence-informedmanagementknowledgebymeansofsystematic review.BritishJournalofManagement,14(3),207–222.

Weber,T.A.(2014).Intermediationinasharingeconomy:insurance,moral hazard,andrentextraction.JournalofManagementInformationSystems, 31(3),35–71.

WWF.2012.LivingPlanetReport2012–SpecialEdition:Ontheroadto Rio+20.

Referências

Documentos relacionados

A prova do ENADE/2011, aplicada aos estudantes da Área de Tecnologia em Redes de Computadores, com duração total de 4 horas, apresentou questões discursivas e de múltipla

17 CORTE IDH. Caso Castañeda Gutman vs.. restrição ao lançamento de uma candidatura a cargo político pode demandar o enfrentamento de temas de ordem histórica, social e política

Nem sempre as tabelas de avaliação, espelhos, empregados pelo Cespe são iguais, assim como também não são iguais os pontos máximos atribuídos a provas

Equipamentos de emergência imediatamente acessíveis, com instruções de utilização. Assegurar-se que os lava- olhos e os chuveiros de segurança estejam próximos ao local de

Tal será possível através do fornecimento de evidências de que a relação entre educação inclusiva e inclusão social é pertinente para a qualidade dos recursos de

Nomear JOAB PACHECO DE OLIVEIRA, para exercer o Cargo de Provimento em Comissão de Diretor Econômico- Financeiro, Símbolo GP1, do Instituto de Previdência Social

4.5 A Distribui¸c˜ ao Amostral no Modelo Linear Hier´ arquico Generalizado Nos trabalhos citados nas Se¸c˜oes 4.3 e 4.4 apresentam-se resultados te´oricos e pr´aticos sobre

sciureus collinsi, este estudo acrescentou novas informações acerca dos frutos consumidos por estes animais, principalmente para o arqui- pélago do Marajó, Amazônia