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Como se comportam os investimentos socioambientais das empresas em tempos de crise

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

MÁRCIA APARECIDA BATISTA CAMPOS

COMO SE COMPORTAM OS INVESTIMENTOS SOCIOAMBIENTAIS

DAS EMPRESAS EM TEMPOS DE CRISE

Volta Redonda/RJ ANO 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

COMO SE COMPORTAM OS INVESTIMENTOS SOCIOAMBIENTAIS

DAS EMPRESAS EM TEMPOS DE CRISE

Trabalho de Conclusão do Curso apresentada ao Curso de Graduação em Ciências Contábeis do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador: Prof. Dr. IVAN CARLIN PASSOS

Volta Redonda/RJ 2017

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Universidade Federal Fluminense Pólo Universitário de Volta Redonda

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Universidade Federal Fluminense Pólo Universitário de Volta Redonda

Instituto de Ciências Humanas e Sociais de Volta Redonda

Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará.

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universidade federal Fluminense Pólo Universitário de Volta Redonda

Instituto de Ciências Humanas e Sociais de Volta Redonda

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus na pessoa do meu Senhor Jesus Cristo que me trouxe até aqui e me fez prosperar nessa jornada. Agradeço aos meus familiares, meu esposo José Campos que sempre me incentivou a prosseguir na realização desse sonho; aos meus filhos Igor, Larissa, Gabrielle e Isabelle, pela compreensão nas muitas ausências; aos meus pais pelo amor e confiança; aos meus professores, em especial meu orientador: Dr. Ivan Carlin Passos pela imensa contribuição e dedicação a mim reservada.

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Universidade federal Fluminense Pólo Universitário de Volta Redonda

Instituto de Ciências Humanas e Sociais de Volta Redonda

COMO SE COMPORTAM OS INVESTIMENTOS SOCIOAMBIENTAIS

DAS EMPRESAS EM TEMPOS DE CRISE

RESUMO

Este artigo tem como objetivo apurar como se comportam os investimentos socioambientais das empresas em tempos de crise, se estes sofrem oscilações significativas em comparação com o período sem crise econômica. Para isso analisamos os Relatórios de Sustentabilidade e as Demonstrações Financeiras de uma amostra de oito empresas do setor de consumo cíclico que compreendem uma população total de 83 empresas que divulgam seus relatórios na BM&F Bovespa. A escolha deste setor específico (setor de consumo cíclico) deveu-se à fragilidade deste frente aos rumos da economia, pois é o que mais é afetado pelos períodos de retração ou expansão econômica. O estudo revelou que algumas variáveis socioambientais acompanharam positivamente o resultado da empresa nos períodos sem crise e tiveram pequena redução nos anos de crise, mas esse recuo não foi significativo para a maioria das variáveis estudadas.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ………...……….………..…...…...……..05 2 REVISÃO DE LITERATURA..………...……….………...……...06 2.1 A crise Econômica………...……...…….……….….…....……...…...07 3 METODOLOGIA………...……….……....………...08 3.1 As Hipóteses………...………..………...….…...10 3.2 As Variáveis………....………..………...………...10

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS………….…...……..…….……...11

4.1 Testes de Normalidade para as Variáveis………..……...…………...11

4.2 Correlação dos Resultados da Empresa e os Indicadores Sociais Internos...12

4.3 Correlação dos Resultados da Empresa e os Indicadores Sociais Externos...…13

4.4 Correlação dos Resultados da Empresa e os Indicadores Ambientais...14

4.5 Correlação dos Resultados da Empresa e Imagem Corporativa………...…...15

5 Conclusão..………...………...17

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1 INTRODUÇÃO

Muitas Empresas têm se posicionado como investidoras em projetos socioambientais. Esses investimentos se tratam de um contexto bem abrangente que não reside somente nas questões sociais e na atenção com o meio ambiente, mas representa um pensamento global que busca resultados ambientais, sociais e econômicos e possibilita a melhoria da qualidade de vida. Essa visão tem alcance direto nos públicos interno e externo e tem motivado organizações de vários segmentos de negócios. Algumas se preocupam realmente com os impactos ambientais e sociais de suas atividades e buscam promover ações que beneficiem a sociedade. (ASHLEY, 2003).

A aplicação de recursos em investimentos socioambientais, sejam eles destinados aos colaboradores internos ou à comunidade na qual a empresa se encontra, causam transformação no ambiente e trazem benefícios aos seus colaboradores (os funcionários da empresa).

Esses investimentos socioambientais podem fazer parte de uma estratégia de marketing da empresa, no sentido de que ela possua o desejo de ser conhecida como de responsabilidade social, ou ainda, que esteja colocando em prática um posicionamento existente na visão de seus gestores, de atuar na contribuição pela melhoria das condições dos envolvidos, direta ou indiretamente, nas atividades da companhia.

Independentemente de qual seja a intenção desses investimentos, no período de crise, os esforços dos administradores estarão concentrados na sobrevivência da empresa e a possibilidade de redução ou interrupção de alguns projetos pode fazer-se necessária.

Nesse sentido, buscou-se analisar algumas empresas do setor industrial e comercial de bens de consumo que divulgaram seus balanços sociais e que possuíam um histórico de investir em projetos socioambientais; quantificou-se possíveis variações destes investimentos nos últimos anos em que houve retração econômica e analisou-se a relação com o percentual aplicado no período anterior à crise. Esses valores decresceram na mesma proporção da queda nos lucros, ou a Companhia não apresentou queda de faturamento, porém, reduziu os investimentos socioambientais. Nesse caso poderia apontar para várias possibilidades, como o resguardo de capital diante do quadro político e econômico instável.

Analisou-se se essas variações foram significativas ou limitaram-se ao andamento natural dos mercados, ou ainda, se essas oscilações poderiam ser atribuídas à necessidade de sobrevivência da companhia ou ainda outras variações.

Através do estudo dos balanços sociais e Financeiros, buscou-se responder a essa questão: Como se comportam os investimentos socioambientais das empresas em tempos de crise?

O período a ser comparado foi: 2013 e 2014 (anterior à crise), com 2015 e 2016, (período de crise).

Esse estudo é válido por se tratar de ampla discussão e oferecer possibilidade de posteriores estudos, devido às constantes mudanças que tem sofrido a economia e às exigências cada vez maiores da sociedade e governos por uma participação da iniciativa privada nas questões sociais e ambientais.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Os investimentos socioambientais não só melhoram a qualidade de vida do público ligado a empresa, mas também, agregam valor à imagem dela. Na crise de 2008 e 2009 nos Estados Unidos e que se ramificou de uma forma global, as empresas que possuíam alto índice de responsabilidade social, tiveram ganhos por empregado maior do que aquelas com baixo investimento social. Estudos como o Artigo: Social capital, trust and business performance: the value of the company Social responsibility During the financial crisis; dos autores KARL V. LINS, HENRI SERVAES, e ANE TAMAYO, demonstrou que essas empresas tiveram mais potencial para enfrentar a crise do que aquelas que possuíam baixos índices de comprometimento com o social. Os autores registram que tal situação deveu-se à confiança dos investidores e consumidores e à imagem da companhia frente à população. Os investidores nos Estados Unidos tendem a ter maior confiança em empresas que possuem um histórico de atitudes sociais positivas e, na maioria das crises, o fator confiança é decisivo para alavancar ou paralisar os investimentos. Pode-se dizer que esses investimentos funcionam como uma estratégia de marketing a fim de fortalecer a imagem da empresa.

A responsabilidade socioambiental deve fundamentar-se em comportamentos e ações que promovam o bem-estar das pessoas ligadas à organização (funcionários e comunidade), e devem partir de vontade própria e não de leis e imposições. O conceito deste termo envolve o amparo da coletividade, evidenciando o compromisso das empresas com as pessoas e com os valores humanos, tal como as preocupações com o meio ambiente. (ASHLEY, 2003)

O termo responsabilidade social pode ser entendido como toda e qualquer prática que contribua efetivamente para a melhoria da qualidade de vida da sociedade, desde que seja conduzida de maneira consciente e sustentável. A Responsabilidade Social Corporativa (RSC), por outro lado, refere-se à iniciativa das próprias organizações em superar seus deveres legais, adotando posturas e comportamentos que promovam o bem-estar dos seus públicos interno e externo através do desenvolvimento sustentável. (ASHLEY, 2003)

A Responsabilidade Social Corporativa deve ir além dos compromissos legais e incentivos fiscais, ela deve se firmar em uma atuação ativa que beneficie a sociedade e o meio ambiente. A responsabilidade social envolve uma gestão empresarial mais transparente e ética, onde as preocupações sociais e ambientais passam a integrar as decisões e resultados da empresa. Com isso, a RSC pode ser entendida como uma estratégia de diferenciação, utilizada para alavancar o crescimento da empresa e torná-la mais competitiva. (OLIVEIRA, 2005)

As empresas vêm se posicionando cada vez mais no sentido de não só absorverem os recursos do meio ambiente e da sociedade, mas algumas, também tomam para si, a responsabilidade de retornar parte dos lucros obtidos em suas atividades para o bem estar da comunidade. Essa visão participativa na preservação de recursos naturais pode ser potencializada pelas exigências legais de manutenção dos recursos naturais e desenvolvimento sustentável. (Fonte: Relatórios de sustentabilidade).

Os benefícios sociais, que ajudam a compor a qualidade de vida dos funcionários, possuem características distintas. Alguns partem de princípios legais e devem configurar em todas as organizações, outros existem como forma de atrair os melhores profissionais, que observam esses valores no momento da busca por melhor colocação no mercado de trabalho. A remuneração principal, ainda que atrativa, nem sempre terá maior peso no momento da decisão. Somados à entrada das pessoas nas empresas está também a permanência delas na organização que transita por boas condições de trabalho, remuneração adequada e benefícios

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atrativos. Alguns benefícios são comuns a todos os empregados, enquanto outros variam de acordo com as posições na hierarquia da entidade, por exemplo: carros de luxo, viagens, custeamento de bons restaurantes. (ARAUJO, apud GARCIA, 2010)

Benefícios amparados por Leis Trabalhistas, tais como 13° salário, Férias remuneradas e adicional de ⅓, horas extras e Fundo de Garantia por tempo de serviço, representam a parcela dos benefícios sociais que não dependem da política da empresa, mas, são imposições legais brasileiras. (Constituição Federal de 1988, art 7°; Lei 5.107/1966, Lei 8.036/1990 e alterações posteriores).

De acordo com as atividades exercidas pelos funcionários, a empresa pode oferecer benefícios que motive o desempenho no sentido de premiar o alcance de metas ou quantificar proporcionalmente aos resultados alcançados. São alguns exemplos: Gratificações e Participações nos Lucros e Resultados (PLR). (art 7°, inciso XI, CFB de 1988, regulamentado pela Lei n° 10.101, de 19 de dezembro de 2000).

Existem também os benefícios não monetários e os assistenciais que, quando aplicados de forma ética, segundo Bispo (2004), geram resultados positivos à imagem da organização.

São exemplos de benefícios não monetários: responsabilidades que as empresas assumem e desenvolvem para o bem estar de pessoas, grupos e comunidades específicas como: recreação, esportes e atividades sociais. (ARAUJO, apud GARCIA, 2010).

Entre as definições que vão ao encontro dos aspectos de agregação de valor ao produto em decorrência da valorização de uma marca está o Marketing: processo de descoberta e interpretação das necessidades e desejos do consumidor para as especificações de produto e serviço, a fim de criar a demanda para tais produtos e serviços e expandi-la. (COBRA, 1997). O Marketing agrega valor ao produto trazendo ao consumidor a visão que ele precisa ou deseja, do produto e da empresa ligada a este produto.

Vários conceitos são atribuídos ao Marketing, alguns autores buscam uma abordagem gerencial, outros a societária e outros ainda, consideram a qualidade de vida como aspecto mercadológico. (SCHEWE, 2000).

Marketing é a área de conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem, estar da sociedade. (LAS CASAS, 2002).

2.1 A Crise Econômica

O Brasil experimentou anos de crescimento econômico que foi impulsionado pelo aumento do preço das commodities no mercado mundial, que deveu-se, principalmente, pela aceleração da economia chinesa. Esse avanço atingiu seu ápice entre 2007 e 2010, quando os produtos agrícolas e minerais passaram de 41% para 51% do total de produtos vendidos. (IPEA)

O Brasil sempre foi dependente das exportações de materiais agrícolas e minerais, e até o ano de 2010 pode contar com superávit na Balança Comercial. Com os altos preços das commodities o governo estimulou outras exportações e pode aumentar o valor do salário

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mínimo em cerca de 108% em 11 anos (de 2003 a 2014), com isso a população teve condições de consumir produtos que antes não tinham acesso, e dessa, forma fazendo girar a economia de uma forma geral. (DIEESE/Anos 2003 a 2014).

Esse quadro de prosperidade foi afetado, mas não de imediato, pela crise que assolou a economia dos Estados Unidos no ano de 2008. O Brasil pode se sustentar por algum tempo com políticas anticíclicas do governo que investiu pesado em infraestrutura a fim de sustentar os empregos e continuar em crescimento. Para isso fortaleceu a indústria com corte de impostos para alguns setores, reduziu a taxa básica de juros e aumentou os gastos públicos estimulando, assim, o consumo das famílias.

Mas o quadro econômico internacional só piorava: O preço das commodities em vertiginosa queda frustrava os planos do governo de resistir à tempestade externa através de estímulos à produção interna.

Somados às condições econômicas mundiais totalmente desfavoráveis, o governo foi bombardeado com denúncias de corrupção sistêmicas, com ramificações jamais vistas em todo o mundo, o que contribuiu para o agravamento da crise financeira devido à dificuldade em se promover ações contundentes na área econômica. Com o agravamento da crise política e econômica, impulsionado também pela opinião pública, o governo perdeu as condições de governabilidade e a então presidente Dilma Roussef sofreu impeachment no ano de 2016, um ano após sua posse ao segundo mandato.

Na cadeira presidencial assume o então vice-presidente Michel Temer que logo prepara medidas de austeridade na economia, com implantação do teto de gastos públicos que deverá perdurar por vinte anos. Trás também redução de alguns direitos trabalhistas e se empenha por fazer severas mudanças na previdência social a fim de aumentar a confiança dos investidores e reduzir os níveis de desemprego que batem recordes a cada trimestre.

3 METODOLOGIA

Este trabalho baseou-se em uma pesquisa quantitativa, pois se propõe a analisar uma amostra de 8 empresas de uma população de 83, a fim de mensurar estatisticamente o comportamento dos investimentos socioambientais em tempos de crise. (GEARHARDT apud FONSECA 2002, p. 20)

O instrumento para coleta de dados foram os Balanços Sociais e Demonstrações Financeiras das empresas industriais e comerciais do setor de Consumo Cíclico que são disponibilizados na página da BM&FBovespa e que apresentaram seus relatórios socioambientais, o que trouxe restrição significativa nas amostras pelo número reduzido de empresas que, atualmente, publicam esses relatórios, sendo esse nossa principal limitação de pesquisa.

Através de análise estatística apresentou-se uma visão geral dos investimentos socioambientais das empresas, se esses sofreram oscilações significativas nos anos de crise econômica em relação ao período anterior à crise. Para isso delimitamos o espaço de tempo aos anos de 2013 e 2014 (que representa o período sem crise) e 2015 e 2016 (que representa o período de crise). A pesquisa partiu de uma realidade, que são os balanços Financeiros e Sociais das empresas e a situação ou não de crise, a fim de trazer um panorama evidenciado nas análises destes resultados que poderá ser: queda, estagnação ou aumento dos investimentos socioambientais.

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Utilizou-se a metodologia Explicativa, pois aprofundou-se os conhecimentos da realidade documental evidenciada nas Demonstrações Contábeis. Os dados passaram por procedimentos estatísticos e análise dos resultados. Essa metodologia é mais abrangente e complexa, além de registrar, analisar, classificar e interpretar os fenômenos estudados procura identificar seus fatores determinantes. (ANDRADE, 2002).

O processo de amostragem é não probabilístico, pois as amostras utilizadas são as empresas de um setor específico da economia, mas, dentro deste setor algumas empresas foram descartadas por não disponibilizarem os relatórios anuais de sustentabilidade mas que podem ter, também, contribuído para projetos socioambientais, desta forma, utilizamos amostras de forma restrita.

Esse tipo de pesquisa parte de amostras não aleatórias, pois o critério de escolha é exclusivamente do pesquisador. (BEUREM, et al., 2010).

As técnicas utilizadas na pesquisa foram de documentação indireta, com pesquisa documental (fontes primárias), e pesquisa bibliográfica (fontes secundárias), onde os balanços Financeiros e Balanços sociais das empresas representam as fontes primárias e as literaturas: Livros, artigos e periódicos que orientaram as pesquisas e estatísticas representam as fontes secundárias. Representam dados secundários aqueles já coletados e organizados em arquivos, bancos de dados, anuários estatísticos e publicações; Os dados primários são aqueles colhidos diretamente na fonte das informações, dados e evidências (MARTINS, THEÓPHILO, 2009).

Através de avaliação estatística dos dados, aplicamos as análises de correlação entre variáveis que é a medida do relacionamento linear entre elas, onde esses relacionamentos podem ser positivos (quando uma variável cresce ou decresce à mesma proporção que a outra); ou negativos (quando uma variável cresce ou decresce em direção oposta à outra), e ainda, serem essas variações significativas (>0,5), moderadas (0,3 até 0,5), ou fracas (0 até 0,3). Se as variações forem fracas, atribui-se uma ausência de correlação; moderadas entender-se-á que existe correlação, mas elas são modestas; significativas representará que existe correlação entre as variáveis. A covariância entre variáveis é uma medida da variabilidade conjunta destas variáveis aleatórias. Se as variáveis têm covariância positiva tendem a mostrar um comportamento semelhante. Se a covariância entre elas é negativa então as variáveis tendem a um comportamento oposto. (FIELD 2009)

O setor de consumo cíclico é aquele que se comporta de acordo com o ciclo da economia: quando há crise econômica as pessoas reduzem, por exemplo, os gastos com viagens, adiam a compra, construção ou reforma da casa, podem migram de escolas particulares para escolas públicas e reduzem os gastos com roupas e calçados. Dessa forma o setor estudado é um dos mais afetados pelas crises econômicas, o que nos fornece base para análise comportamental dos investimentos socioambientais dessas empresas a fim de mensurar estes fatores como um todo na economia.

Em anos de crise a instabilidade financeira atinge diversos setores da economia, e o setor industrial merece atenção especial, pois para o atendimento das necessidades básicas da população, como alimentação, vestuário, moradia e saúde, faz-se necessário que a atividade industrial ocorra de forma equilibrada entre os três setores: primário (agricultura, pecuária, vegetal e animal), o secundário (indústria de transformação) e o terciário (comércio, transporte, educação, lazer e serviços). No setor secundário os produtos da natureza são transformados de forma a facilitar o consumo, e chegam ao público através do transporte, na maioria, rodoviário, o que requer conservação e cuidados específicos.

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Nesse sentido, a indústria é o termômetro das oscilações da economia, pois onde não se consome também não se fabrica e a produção está diretamente ligada a percentuais de empregabilidade que sinalizam o avanço ou recuo da crise, no sentido de que a retração econômica gera desemprego. Esse quadro é resultante da deficiência no consumo das pessoas, principalmente as que se encontram desempregadas.

A análise horizontal (temporal) é útil ao estudo, pois, apresenta a relação entre os dados dos períodos evidenciados nos balanços. É através dela que observamos as variações do desempenho da empresa no tempo, se estão de acordo com o histórico da organização, ou ainda, se sofreram modificações relacionadas a fatores econômicos externos.

As Empresas objeto da pesquisa são: Magazine Luiza S.A; Whirpool S.A, B2W Companhia Digital S.A, Lojas Renner S.A, EVEN Construtora e Incorporadora S.A, MRV Engenharia e Participações S.A, Hering S.A e Mundial SA.

3.1 As Hipóteses

As hipóteses a serem testadas nesta pesquisa envolvem a resposta do problema proposto: Como se comportam os investimentos socioambientais das empresas em tempos de crise?

Primeira hipótese: Houve redução nos investimentos socioambientais de forma significativa no período de crise em relação ao período sem crise que possa caracterizar oscilação não proporcional à variação nos lucros da companhia.

Segunda Hipótese: Não Houve redução nos investimentos socioambientais de forma significativa no período de crise em relação ao período sem crise que possa caracterizar oscilação não proporcional à variação nos lucros da companhia.

3.2 As Variáveis

As variáveis são todos os dados quantitativos que possam assumir valores diferentes ou qualitativos que possam ser qualificados em duas ou mais categorias (RICHARDSON, 1999).

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Fonte: Balanço Social Ibase.

As variáveis: Indicadores Sociais Internos (ISI), Indicadores Sociais Externos (ISE), Investimentos em Meio Ambiente (IMA) e Resultado Operacional (RO), Imagem Corporativa (IC), são comparadas à situação econômica atual da empresa nas análises horizontais, evidenciando assim, as possibilidades de desvios significativos em período de crise ou sem crise.

Procedeu-se o cálculo das variâncias de cada um dos investimentos socioambientais e comparou-se com as variâncias nos períodos sem crise. As mesmas comparações foram feitas para os períodos com crise econômica. Em seguida aplicou-se testes estatísticos de correlação no ambiente SPSS a fim de positivar ou negativar as hipóteses para as populações independentes a fim de observar se houve desvios significativos dos valores nos períodos.

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 Testes de Normalidade

O teste de normalidade aplicado às variáveis mostrou que Indicadore sociais Externos e Investimentos em Meio Ambiente não possuem a distribuição normal o que nos levou a realizar a correlação de Pearson apenas nas variáveis Indicadores sociais Internos e Imagem corporativa. O teste de Tau_b Kendall’s foi aplicado para as outras variáveis: Investimentos sociais Externos e Investimento em Meio Ambiente, pois este teste é mais apropriado a essas amostras de tamanho pequeno (< 30).

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4.2 Correlação dos Resultados da Empresa e os Indicadores Sociais Internos

Os Indicadores sociais Internos, em relação ao Resultado Operacional e Lucro Líquido das empresas mostrou uma correlação positivamente significativa nos anos anteriores à crise e correlação moderada nos anos de crise, o que indica que nos anos anteriores à crise os investimentos nessa área acompanhavam a situação econômica da cia e que com o agravamento da crise esses investimentos desaceleraram mas não de forma muito intensa. As empresas passaram a aplicar percentuais mais tímidos para esses investimentos.

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4.3 Correlação dos Resultados da Empresa e os Indicadores Sociais Externos

Os indicadores sociais externos tinham uma correlação positivamente fraca com o Resultado Operacional e o Lucro Líquido das empresas no ano de 2013 e passou a positivamente significativa em 2014, e moderada nos anos subsequentes (2015 e 2016). O que indica que esses investimentos acompanharam a situação da empresa no ano de 2014 quando ainda a crise não se apresentava forte, mas se enfraqueceram de forma tímida no período de crise (tiveram menor relação).

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4.4 Correlação dos Resultados da Empresa e os Investimentos com Meio Ambiente

Os investimentos em projetos com meio ambiente saíram de uma correlação positivamente moderada em 2013 para positivamente fraca nos anos subsequentes (2014, 2015 e 2016) em relação ao Resultado Operacional ou Lucro Líquido, o que indica que o estado da economia e a condição econômica da Cia não modificaram significativamente esses investimentos.

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4.5 Correlação dos Resultados da Empresa e Imagem Corporativa

As variáveis Imagem corporativa apresentaram oscilações entre fraca e moderada nos anos anteriores à crise (2013 e 2014) e de crise (2015) respectivamente, sendo que em 2016 retorna à correlação fraca o que indica que essa variável pode receber influência de outros aspectos que não foram mensurados neste estudo.

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O estudo revelou que os investimentos socioambientais seguem a mesma linha dos resultados da empresa com pequenas oscilações não significativas ao longo dos anos, o que pode estar atrelado às dificuldades em face da crise financeira.

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5 Conclusão

Este estudo teve o objetivo de analisar os investimentos socioambientais das empresas em períodos de crise financeira e observar se sofreram modificações significativas em relação ao período sem crise. Os resultados das correlações entre as variáveis indicadores sociais internos, Resultado Operacional e Lucro Liquido, revelou, que nos anos anteriores à crise, esses investimentos eram maiores e apresentavam correlação positivamente significativa, enquanto que no período de crise houve redução desses valores e essa redução não esteve diretamente correlacionada com os resultados da empresa, o que pode demonstrar resguardo de capital da companhia.

Os Indicadores Sociais Externos também apresentaram desaceleração no período de crise em relação com a sua correlação apresentada no período sem crise, mas essas variações não foram significativas. O que também aconteceu com a variável Investimentos em Meio Ambiente, mas esses investimentos podem não ter apresentado alteração significativa devido a possibilidade de multas ambientais em caso de não cumprimento de alguns requisitos pela Companhia.

As dificuldades encontradas foram, principalmente, o pequeno número de empresas que divulgam seus relatórios socioambientais no setor de consumo cíclico, o que inviabilizou uma melhor percepção e análises dos comportamentos das variáveis. Algumas dessas empresas relatam a intenção de futuramente estarem divulgando essas informações o que poderá favorecer estudos posteriores com maior número de amostras.

A Imagem corporativa apresentou oscilações tanto nos períodos sem crise como também nos anos de crise financeira, o que pode representar influência de outros fatores que poderão ser objeto de futuras pesquisas.

Os benefícios sociais são um fortalecimento a mais nos ganhos das pessoas, mas eles também poderão sofrer com cortes no período de crise, dado a necessidade de sobrevivência das empresas.

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Referências

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Referências

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