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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE / SOEBRÁS. Leonardo Bueno Orsi SISTEMA AUTOLIGÁVEL

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FUNORTE / SOEBRÁS

Leonardo Bueno Orsi

SISTEMA AUTOLIGÁVEL

Alfenas – MG

2010

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Leonardo Bueno Orsi

SISTEMA AUTOLIGÁVEL

Monografia apresentada ao Programa

de Especialização em Ortodontia do

ICS-FUNORTE/SOEBRÁS

(Núcleo

Alfenas) como parte dos requisitos

para

obtenção

do

título

de

Especialista em Ortodontia.

Orientadora: Dra. Marina Pedreira

Alfenas – MG

2010

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FUNORTE / SOEBRÁS

Leonardo Bueno Orsi

SISTEMA AUTOLIGÁVEL

Monografia aprovada por banca examinadora em __/__/2010

conferindo ao autor o título de Especialista em Ortodontia.

Banca Examinadora:

Profa. Dra. Marina Pedreira (Orientadora)

Prof. Dr. Marcelo Pedreira

Profa. Dra. Ana Carla Junqueira Pereira

Alfenas – MG

2010

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha amada esposa,

Fabiana, por quem tenho um amor incondicional.

Você é a razão da minha vida e minha maior

incentivadora.

Desculpe-me pelas horas roubadas de nosso

convívio e pelo tempo dedicado aos estudos.

Obrigado pela paciência.

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A Deus e Nossa Senhora Aparecida, por todas as graças recebidas.

Aos meus pais, Túlio e Valderez, pelo apoio, incentivo e amor dedicado aos filhos. O esforço e o exemplo de sempre lutarem frente a todas as dificuldades da vida, a fim de oferecer o que há de melhor aos seus filhos é, e sempre, será invejável por todos. Sem o amor de vocês eu não chegaria a nenhum lugar.

Ao meu irmão Rodolfo, pelo apoio, dedicação e incentivo constante, sempre mostrando-me que à busca a excelência é importante em todas as atividades por mim exercidas.

Sem a sua ajuda e o seu amor esse sonho não teria sido realizado!

Ao meu irmão Rafael, amigo, parceiro e confidente. Que nossa irmandade se fortaleça cada dia mais. Conte sempre comigo, como sei que sempre poderei contar com você. Obrigado por tudo.

E a minha segunda mãe “Piça”, pelo amor. Por tudo que fez e fará por mim, sempre juntos nessa caminhada, em busca da felicidade suprema.

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PENSAMENTO

“Se monto um touro na sexta-feira à noite e caio

de outro no sábado, é no sucesso de sexta à

noite que vou me concentrar. Temos que voltar a

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nossa mente e o nosso coração para aquilo que

soubermos fazer bem e corretamente”.

(12)

Figura 01 - The treatment of maloclusion of the teeth ... 17

Figura 02 - Modelo de Sistemas autoligaveis ... 18

Figura 03 - Russell Look ... 19

Figura 04 - Ormco Edgelok ... 19

Figura 05 - Móbil-lock – Forestadent ... 20

Figura 06 - Speed ... 20

Figura 07 - Activa ... 21

Figura 08 - Time (Adenta) ... 21

Figura 09 - Damon SL 1 ... 22 Figura 10 - Twin-Lock ... 22 Figura 11 - In-Ovation-R ... 23 Figura 12 - Damom SL 2 ... 23 Figura 13 - Oyster ... 26 Figura 14 - Evolution ... 26 Figura 15 - Opal ... 27 Figura 16 - Damon 3 ... 28 Figura 17 - Smart-Clip ... 28 Figura 18 - Damon Mx ... 29 Figura 19 - In-Ovation C ... 29

Figura 20 - Modelos de Braquetes Autoligáveis ... 30

Figura 21 - In-Ovation L ... 31

Figura 22 - Clarity SL ... 31

Figura 23 - Easy Clip ... 32

Figura 24 - Time 2, Vision LP e Time 3 ... 32

Figura 25 - Damon Q ... 33

Figura 26 - Big Foot ... 34

Figura 27 - Braquete Easy Clip ... 40

Figura 28 - Sistema de Abertura ... 41

Figura 29 - Sistema de Fechamento ... 42

(13)

Figura 31 - Especificações dos Braquetes ... 46 Figura 32 - Stop ... 47

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Gráfico 01 - Força máxima necessária para iniciar o movimento ... 37 Gráfico 02 - Resistência a Fricção ... 38 Gráfico 03 - Avaliação do atrito durante mecânica de deslizamento com elástico 39 Gráfico 04 - Teste de Flexão ... 44

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RESUMO

O interesse em corrigir uma má posição dentária sempre esteve presente, mesmo antes da era de Angle. Sempre se procuraram maneiras de diminuir os níveis de atrito durante um tratamento ortodôntico. Visando, assim, um tratamento mais rápido e com o menor número de visitas ao dentista. Com o surgimento dos braquetes autoligavéis, observou-se que uma das características principais destes dispositivos seria uma redução nos níveis de atrito entre os braquetes e fios. E com isso poderia se obter um movimento de deslizamento eficiente com a aplicação de forças menores, quando comparado com o uso de braquetes que tenham sistemas de amarração convencionais. A combinação desses fatores confere ao Sistema de Braquetes Autoligados eficiência e resultados mais previsíveis de tratamento.

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The interest in correcting a bad position tooth was present even before the era Angle. Has always sought ways to reduce the levels of friction during orthodontic treatment to a more rapid way and with the least number of the dentist visits. With the introduction of self-lighted brackets, it was observed that one of these devises main characteristics would be a reduction levels reduction of friction between brackets and wires, and because this the movement could be more efficient, with the application of low forces when compared the using of brackets with conventional ligation systems. The combination of these factors confers to the System of Braquetes Autoligados, efficiency and more previsible results of treatment.

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SUMÁRIO

1 Introdução ... 14

2 Proposição ... 16

3 Revisão de Literatura ... 17

3.1 Evolução dos Braquetes Autoligáveis ... 17

3.2 A Ciência do Sistema Autoligável ... 35

3.2.1 A filosofia autoligável assenta em três pilares fundamentais ... 35

3.2.2 Tipos de resposta por pressão durante um tratamento ortodôntico ... 36

3.3 Estudos comparativos entre os sistemas autoligáveis ... 37

3.4 Prescrição ... 40

3.4.1 Arcos do sistema autoligável “EASY CLIP” ... 43

3.4.2 Diferença entre CONTOUR NITI e COOPER NITI ... 44

3.4.3 Sequência do sistema de arcos EASY CLIP ... 45

3.4.4 Especificações dos braquetes ... 46

3.5 Acessório ... 47

3.5.1 STOP ... 47

3.6 Sistema autoligável ativo e passivo ... 50

3.6.1 Braquetes com clip ativo ... 50

3.6.2 Braquetes com clip passivo ... 51

3.7 Fricção ... 52

3.8 Atrito ... 54

3.8.1 Emprego de fios de níquel-titânio termo-ativados ... 56

3.8.2 Emprego de fios de baixo calibre nas fases iniciais do nivelamento .... 57

3.8.3 Aumento nos intervalos de consulta e troca dos fios ... 58

3.8.4 Mecânica de deslize com molas de níquel-titânio ... 59

3.8.5 Diagnóstico baseado na análise facial ... 59

3.9 Dicas clínicas ... 60

4 Discussão ... 61

5 Conclusão ... 63

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1 Introdução

A Ortodontia é a ciência que estuda a etiologia, o desenvolvimento e o tratamento das más oclusões e trabalha com a movimentação dentária através do osso alveolar em direção a posicionamentos considerados mais estéticos, funcionais e estáveis. Os dispositivos utilizados para esse fim são inúmeros e é a Ortodontia Fixa que proporciona o melhor controle e possibilita a movimentação em todas as direções. Com o desenvolvimento de braquetes totalmente programados na década de 70, houve uma grande revolução e evolução, pois se criou a simplificação da mecânica, possibilitando a utilização de arcos com menos dobras, tornando a mecânica mais simples e prática, compatível com a dinâmica moderna de atendimento a pacientes, diminuindo o tempo de tratamento e de atendimento clínico (VANARSDALL, 1985).

Entretanto, para a utilização do sistema de arco contínuo, foram necessárias modificações clínicas para adaptação aos recursos que os braquetes totalmente programados disponibilizavam. Assim, fios de alta tecnologia, de níquel-titânio, foram desenvolvidos e popularizados, para que permitissem grandes deflexões, sem aumento significativo na tensão/carga acumulada. Dessa forma, poderiam ser empregados no início do tratamento, para que os fios de aço inoxidável de baixo calibre, com alças de nivelamento, pudessem ser substituídos e o sistema de arco reto pudessem então ser literalmente utilizado.

Atualmente, a tendência na Europa e Estados Unidos é de se fazer o tratamento ortodôntico com um menor número de manutenções. Isto é, ter períodos entre manutenções mais longos, em média, manutenções a cada 45 ou 60 dias. Enquanto, no Brasil, notamos manutenções normalmente a cada 15 ou 21 dias. Porém, agora contamos com os braquetes autoligados que foram idealizados de diversos tipos, com variações de forma, tamanho e materiais (FIORET, 2005).

Por dispensar qualquer tipo de amarração, inúmeras vantagens foram atribuídas a este sistema, como a redução da fricção superficial na interface braquete/fio ortodôntico. Com esta redução, são necessárias forças de menor

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intensidade para o estabelecimento da movimentação dentária realizada, assim, de uma forma mais rápida e eficiente (ARAÚJO, 2008).

Com todas essas qualidades, estes artefatos nunca se difundiram de maneira permanente no cotidiano ortodôntico. Depois do ano de 2000, com o surgimento de braquetes autoligáveis de menores dimensões, melhor qualidade e melhor praticidade de manipulação estes artefatos tornaram-se interessantes ao uso diário do ortodontista (ARAÚJO, 2008).

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2 Proposição

Realizar uma revisão de literatura sobre o Sistema Autoligável, mostrando suas vantagens, desvantagens, prescrições, eficiência e os modelos de braquetes existentes no mercado.

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3 Revisão de Literatura

3.1 Evolução dos Braquetes Autoligáveis

Os primeiros trabalhos em ortodontia datam de 1728, quando Pierre Fauchard fez a primeira tentativa científica de movimentar dentes, utilizando uma tira de metal perfurada (Fig. 1).

Figura 01 - The treatment of maloclusion of the teeth. 7th Ed. Philadelphia: SS White. Fonte: ANGLE, E. H., 1901

Tempos depois, em 1841, foi inventada a primeira banda de grampo ajustável com a introdução do parafuso lingual e, a partir daí, diversos aparelhos removíveis foram desenvolvidos. Somente em 1887 a ortodontia conheceu grande avanço, quando o Dr. Edward Hartley Angle criou um sistema mais confiável, com melhor controle da movimentação dentária, o que resultou na introdução do Aparelho Edgewise de múltiplas bandas. Tweed continuou o trabalho de Angle, tendo publicado seu primeiro artigo em 1932. Após a morte de Tweed, Merrifield, um dos seus mais brilhantes alunos, assumiu a instituição que pertencia a seu mestre, em Tucson, no Arizona, tendo devotado 40 anos de sua vida ao estudo da ortodontia (VANARSDALL, 1985).

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O conceito de braquetes autoligaveis surgiu em 1935 (Fig. 2) e descreve o dispositivo de Russell Look, como sendo o primeiro sistema de braquetes nos quais era dispensado o uso de amarrilhos para fixação de arco (BERGER, 2000).

Figura 02 – Modelo de Sistemas autoligáveis Fonte: Harradine, 2008

O dispositivo de Russel Look (Fig. 3) dispunha de uma retenção do arco no interior da ranhura do braquete. Esta ranhura era obtida através de um sistema mecânico ajustado na superfície vestibular do artefato, funcionando como uma quarta parede da ranhura e com um sistema de parafuso horizontal com rosca que fixava no arco, permitindo grudar sua pressão sobre o mesmo (BERGER, 2000).

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Figura 03 - Russell Look. Fonte: Harradine, 2008.

Outra tentativa de inovação no sistema de fixação do arco na canaleta ocorreu somente em 1971, com o lançamento do braquete Edgelok, (Fig. 4) idealizado por Wildman e patenteado pela ORMCO.

Figura 04 – Ormco Edgelok Fonte: Harradine, 2008.

Estes braquetes eram moldados em liga de cromo, que possui dureza superior ao aço inoxidável. Sua diferença em relação ao tradicional braquete Edgewise, é que apresentava uma tampa vestibular a qual deslizava para fechar a canaleta do braquete em um tubo de quatro paredes. Sendo considerado como um sistema passivo, visto que se baseava na relação do arco com a canaleta para controle do dente e não era armazenada energia no próprio braquete (WILDMAN, 1972).

Seguindo os princípios de Edgelok, dois anos depois, surgiu na Alemanha em 1972, o Mobil-lock da Forestadent (Fig.5) que tinha inúmeras desvantagens, como o controle de rotação muito pobre e o difícil acesso para abertura e fechamento da tampa. Este braquete utilizava um instrumental para fechar e abrir uma canaleta, por meio da rotação de uma tampa semicircular do braquete dos dentes anteriores (BERGER, 2000).

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Figura 05 - Móbil-lock – Forestadent Fonte: Harradine, 2008

Em 1980, idealizado por Hanson, foi o lançamento do sistema de braquetes, diferente dos anteriores, chamado de Speed (Fig. 6). O Speed, além de ter dimensões mais reduzidas que as dos anteriores possuía uma tampa que deslizava no sentido vertical para fechamento da canaleta (BERGER, 2000).

Figura 06 – Speed Fonte: Harradine, 2008

Ao longo dos anos, algumas características desses braquetes foram se modificando no intuito de melhorar a eficiência dos sistemas. A principal característica dessa tampa é ter sido confeccionada originalmente em aço inoxidável e uma liga de níquel titânio resiliente, o que a torna extremamente flexível. Desta forma, o fio inserido na canaleta está sob ativação constante, resultando em movimentos dentários preciosos e controlados. Essa tampa superelástica é capaz de orientar o fio até que ele esteja completamente ajustado dentro da canaleta, para evitar movimentações indesejadas subsequentes de rotação, inclinação e torque durante a movimentação dentária. Foi demonstrado, por meio de experimentos científicos, que existe grande facilidade no fechamento das tampas dos braquetes, ocasionando redução do tempo de trabalho na clínica ortodôntica, em até quatro

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vezes, com relação aos sistemas convencionais que utilizam elásticos (HARRADINE, 1996).

Foi lançado, em 1986, o braquete Activa. Este foi originalmente desenhado por Irwin Pletcher, com o principal objetivo de acelerar o processo de fricção do arco nos braquetes (Fig. 7). Esse braquete apresentava-se de forma cilíndrica, com uma tampa curva rígida que, por meio do giro ocluso-gengival, abria e fechava a canaleta (HARRADINE E BIRNEI, 1996).

Figura 07 – Activa Fonte: Harradine, 2008

Em 1995, foi lançado o braquete Time (Adenta) idealizado pelo Dr. Wolfisang H. de Innsbruck e que se assemelhava ao tradicional Speed na aparência e na maneira ativa de atuação (Fig. 8). Seu tamanho era semelhante ao dos braquetes convencionais, e a tampa que abre na canaleta no sentido ocluso-gengival era curva e menos rígida do que as do primeiro sistemas, mesmo sendo de aço inoxidável (HARRADINE E BIRNEI, 1996).

Figura 08 - Time (Adenta) Fonte. : Harradine, 2008

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Em 1996, a American lançou o braquete com tampa ativa chamado Sigma e a Ormco lançou os sistemas passivos Damon SL 1 (Fig. 9) (DAMON,1998).

Figura 09 - Damon SL 1 Fonte. : Harradine, 2008

Em 1999, foi lançado no mercado o braquete Damon SL 2, que são braquetes Edgewise geminados com uma tampa lisa e retangular deslizante entre as aletas. Nos braquetes do arco dentário superior, a tampa desliza no sentido incisal e, nos do arco inferior, no sentido gengival. Seu desenho permitia um rápido nivelamento e alinhamento, em virtude da reduzida fricção entre o braquete e a canaleta, desta forma os dentes deslizavam mais facilmente. Também em 1999, foi lançado pela A-Company mais um braquete passivo chamado Twin-Lock, semelhante ao Damon SL 2 (Fig. 10) (DAMON, 1998).

Figura 10 - Twin-Lock Fonte: Harradine, 2008

Um dos últimos lançamentos desse tipo foi proposto pela GAC com o In-Ovation-R (Fig. 11), que combina com o controle dos sistemas geminados tamanho mini, porém com formato rombóide e com as demais características dos sistemas autoligados (Catálogo - GAC, 2003).

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Figura 11 - In-Ovation-R Fonte: Harradine, 2008

Durante o alinhamento e nivelamento, utilizando-se fios redondos e de menor calibre, os braquetes são considerados passivos, pois a tampa está distante do fio dentro da canaleta. À medida que aumenta o calibre do arco e se passa a usar fios retangulares, o contato justo do fio com a tampa torna o ativo. O movimento dentário implica no contato de partes do aparelho, gerando atrito (embricamento das superfícies de contato). Com a evolução da Ortodontia, novas técnicas, designs e sistemas de aparelhos ortodônticos tinham sido desenvolvidos para aperfeiçoar os resultados dos tratamentos ortodônticos. Os braquetes autoligaveis (In-Ovation®) chegaram ao mercado com uma proposta inovadora e prática, pois conseguia reunir profissionais interessados em dar maior qualidade a seus tratamentos e pacientes em busca de conforto e rapidez de resultados (Catálogo - GAC, 2003).

Em 1999, quando foi lançado o Damon SL 2 (Fig. 12),

Figura 12 – Damom SL 2 Fonte: Harradine, 2008.

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Damon (1998) e Bagden (2006) sugeriram uma sequência de arcos para ser usado neste sistema:

Fase de Alinhamento e Nivelamento

:

- .014 Niti

Arco inicial - Inicia com movimento de alinhamento e nivelamento.

- .016 Niti

Utilizado, ocasionalmente, como segundo arco em casos de adultos com apinhamento severo, quando não se está totalmente alinhado para passar a segunda fase.

Fase de Arco de Canto de Alta Tecnologia: - .016 X .025 Niti

Utiliza-se em arcos superiores e inferiores bem preparados. Quando este arco está difícil de ser inserido, utiliza-se o .014 X .025 Niti .

- .014 X .025 Niti

Excelente arco de transição. Amplamente utilizado em arcos inferiores com distância inter braquete diminuída.

- .017 X .025 Niti

Utilizado com 20° de torque anterior e curva reversa. Excelente como segundo arco para o tratamento de maloclusão de classe II subdivisão 2. Quando só requer intrusão deve-se usar o mesmo arco, sem torque no segmento anterior.

- .018 X .025 Niti

Próximo arco a utilizar quando previamente se utilizou o .014 X .025 Niti SE. Excelente para a preparação prévia e a inserção do arco transição de aço.

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Fase Mecânica Principal: - .019 X .025 Aço

Excelente arco para manter a integridade do arco dental durante a correção ântero-posterior.

- .016 X .025 Aço

Utiliza este arco inferior quando se requer um maior atrito entre o arco e a ranhura do braquete. Este arco é empregado para finalizar o caso e quando todos os torques são aceitos

Fase Inicial:

- .019 X .025 ou .017 X .025 TMA

Na maioria dos casos, os arcos de trabalho também são mantidos na fase final. Quando se necessita de mais torque para detalhar esses casos, os arcos de TMA são uma ótima opção.

O Sistema Damon aumenta a eficiência, efetividade e conforto na terapia ortodôntica. O tempo de tratamento diminui consideravelmente e o alinhamento inicial ocorre com excepcional velocidade e conforto. Estas eficiências, combinados com o intervalo de 10 semanas entre visitas, além da redução da necessidade de extrações, facilita aos pacientes viajar longas distâncias para serem tratados com os benefícios do Sistema Damon. Outra evidência adicional da aceitação do sistema pelos pacientes é o aumento substancial na quantidade de indicações de pacientes (DAMON, 1998).

Em 2001, foi lançado o único sistema autoligável estético, ou seja, feito não de aço inoxidável, mas de fibra de vidro reforçado por um polímero, dando transparência ao braquete, é o Oyster fabricado pela Gestenco International AB (Fig.13). A tampa fecha sobre a canaleta, no sentido cérvico-oclusal, funcionando de forma ativa. No entanto, pode-se removê-la para que o braquete funcione como um sistema convencional, sendo necessária a utilização de amarrilhos metálicos ou elásticos para manter o fio dentro da canaleta (GESTENCO, 2003).

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Figura 13 – Oyster Fonte: GESTENCO, 2003.

Em 2002, a GAC, lançou o sistema In-Ovation R, com pequenas melhorias. Este sistema ofereceu braquetes menores nos anteriores, o que tornou a distância interbraquetes maior e é considerado um sistema ativo, à medida que se aumenta o calibre do fio (Catálogo - GAC, 2003).

A Adenta, neste mesmo ano, para a utilização da técnica lingual, foi quem desenvolveu um sistema autoligado chamado Evolution (Fig. 14), cuja proposta foi facilitar a fixação dos arcos, com a tampa de fechamento exercendo pressão ativa sobre o fio e funcionando como plano de mordida para os incisivos inferiores. Este sistema tem a prescrição Roth (BERGER, 1994).

Figura 14 – Evolution Fonte: Harradine, 2008

O sistema autoligado se diferencia pela maneira com que a tampa do braquete fecha a canaleta, podendo ter uma ação passiva ou ativa. Os sistemas atualmente encontrados no mercado, são considerados ativos, uma vez que o arco é

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constantemente pressionado contra a canaleta do braquete, permitindo um maior controle de rotações e de torque já na fase de alinhamento e nivelamento. Em algumas tampa o controle se torna mais intenso à medida que o calibre do arco é aumentado. No entanto, a fricção se intensifica uma vez que a superfície toda da canaleta do braquete está em contato com o arco retangular. Existem sistemas passivos os quais possuem tapas que fecham a canaleta sem, no entanto, ficar constantemente pressionando o arco. Nestes casos não existe um controle imediato das rotações como nos ativos. Porém, ocorre menos fricção em mecânicas de deslizamento. A intenção dos passivos é de não ajustar o arco completamente na canaleta permitindo assim um maior deslizamento dos dentes com toque apenas nos cantos do arco retangular (CLOSS, 2005).

Em 2004, foi introduzido um sistema autoligável estético chamado Opal, produzido pela Ultradent. É considerado um sistema passivo e tem prescrição Roth (Fig. 15).

Figura 15 – Opal Fonte: Harradine, 2008

Houve também, neste ano, o lançamento do sistema Damon 3, sendo este confeccionado com a base estética, a canaleta e a tampa de metal (Fig. 16). O surgimento dos braquetes autoligados passivos se diferenciam dos anteriores por diminuírem a fricção entre o fio e o braquete para quase zero (DAMON, 1998).

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Figura 16 – Damon 3 Fonte: Harradine, 2008.

Em 2004 também, a 3M UNITEK lançou um sistema de braquete autoligável chamado Smart Clip, possuindo um avanço no design dos braquetes, revolucionando os métodos de encaixe e desencaixe dos fios. Desenvolveu-se um clip de nitinol com memória, que permitia fácil inserção dos fios na canaleta e a remoção dos mesmos. O clip deixava o fio livre dentro do slot, eliminando fricção nas fases iniciais do tratamento e proporcionando um movimento mais rápido do dente. Este braquete poderia receber ligaduras, tornando-se assim ativo quando necessário. Forças leves proporcionavam maior conforto ao paciente e sem comportas para abrir ou fechar, a inserção e remoção do arco eram muito mais rápidas e fáceis. O clip mantinha o arco dentro do slot até que a força recomendada para uma movimentação segura fosse excedida, contando assim também com uma maior eficiência na colagem (TREVISI, 2007) (Fig. 17). E esse processo ocorre ainda nos dias de hoje.

Figura 17 – Smart-Clip Fonte: Catálogo Unitek – 3M

(33)

No ano de 2005, o sistema Damon introduziu no mercado um novo sistema de braquetes definido como Damon Mx (Fig. 18), um modelo mais avançado.

Figura 18 – Damon Mx Fonte: Harradine, 2008.

Esse sistema possui um slot chanfrado para reduzir a fricção em casos muito apinhados (DAMON, 1998).

Em 2006, a GAC introduziu no mercado o único modelo de braquete autoligável translúcido, o In-Ovation C. Somente o clipe deste braquete é metálico (Fig. 19) (KOCHENBORGER, 2009).

Figura 19 - In-Ovation C Fonte: KOCHENBORGER, 2009.

Neste mesmo ano foram lançados (Fig. 20) os sistemas Quick 2.0, com uma tecnologia aprimorada e um design inovador, da Forestadent, sistema Praxis da

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Lancer Ortodontics, o sistema Opal Metálico da Ultradent e o sistema Carriére, este da A. Class One Ortodontics (MALTAGLIATI, 2008).

Quick Carriere LX

Praxis Opal Metálico

Carriere SLB

Figura 20 – Modelos de Braquetes Autoligáveis Fonte: Harradine, 2008

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Em 2007, a GAC lançou o sistema In-Ovation L, com braquetes bem pequenos usados para a técnica lingual. Podendo ser de colagem indireta ou direta. Para esses braquetes as indicações são apinhamentos de 6 mm ou menos, diastemas de 3 mm ou menos e rotação de canino de 25° ou menos (Catálogo - GAC, 2007) – (Fig. 21).

Figura 21 - In-Ovation L Fonte: CATÀLAGO GAC, 2007

Também em 2007, foi lançado pela 3M Unitek, um braquete cerâmico, chamado de Clarity SL com slot metálico (Fig. 22). É um sistema totalmente passivo e tem uma mecânica de deslize similar ao braquete metálico com prescrições no sistema MBT e Roth (UNITEK, 2007).

Figura 22 - Clarity SL Fonte: Harradine, 2008.

Em 2008, foi introduzido no mercado o primeiro braquete 100% brasileiro, o sistema Easy Clip, da Aditek, (Fig. 23). Este possui o desenho de um braquete

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convencional, possibilita qualquer acessório ou auxiliar e usam-se fios de alta tecnologia, com os quais possuem uma deflexão maior e são chamados de Contour Niti. Na fabricação do protótipo diferentes materiais foram testados. A escolha do clipe de Niti foi devido à sua performace ideal na liberação de forças biocompatíveis programadas, mantendo a memória de forma. Com seu desempenho comprovado dentro dos princípios de precisão e durabilidade. Após a montagem, cada braquete é submetido a uma intervenção final onde seus cantos são arredondados (ADITEK, 2009).

Figura 23 – Easy Clip Fonte: Aditek, 2009.

Também em 2008, foi introduzido o sistema Vision LP, pela American Ortodontics, sendo considerado um sistema passivo. Ela também lançou o sistema de braquetes autoligados chamado de Time 2 com prescrições Roth, MBT e Andrews, possuindo clip de aço. E, na terceira geração da categoria de autoligados, a American Orthodontics lançou o T3 (Fig. 24) (AMERICAN ORTHODONTICS, 2008).

Figura 24: Time 2, Vision LP e Time 3.

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Em 2009, foi lançado pela Ormco um dos braquetes autoligáveis mais modernos do mercado. Ele veio abrir novas portas para a prática de eficiência, flexibilidade clínica, estética e conforto do paciente, todo em metal, o Damon Q (Fig. 25) - um passo importante no sentido de baixo atrito, e uma tecnologia de ligadura passiva que oferece muito mais do que os dentes retos. Perfil de suporte e de tamanho pequeno, com suaves cantos arredondados, ajudam a prevenir interferência oclusal nos pacientes, oferecendo maior conforto e estética. Slots verticais e horizontais (podendo ser colocados até dois fios no mesmo braquete) proporcionam maior versatilidade para o tratamento (ORMCO, 2009).

Figura 25 – Damon Q

Fonte: Ormco Corporation, 2009.

Em 2009, a Forestadent lança um tubo autoligável o “BIG FOOT”. Este tubo proporciona um ajuste perfeito e garante a resistência ao máximo devido aos contornos gengivais, principalmente mesial, distal e oclusal. Eles são feitos de material extrafino o que torna o espaço entre o dente e o tubo extra e fácil para adaptá-lo (Fig. 26). Suas principais características são as almofadas (Base), entalhes especiais em cada lado dessa almofada, fácil adaptação e remoção. Esses

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tubos autoligáveis são encontrados na prescrição Roth e MTB (www.forestadent.com).

Figura 26 – Big Foot Fonte: www.forestadent.com

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3.2 A ciência do Sistema Autoligável

A filosofia autoligável em conjunto com o novo sistema de alta tecnologia desenvolvida pela NASA, proporciona tratamentos ortodônticos mais rápidos e biologicamente mais seguros (BAGDEN, 2006).

Essa filosofia fundamentada em dados científicos com comprovado sucesso no tratamento corretivo de casos complexos, também permite melhores condições de planejamento e execução dos tratamentos ortodônticos (BAGDEN, 2006).

O sistema autoligável é um conceito completamente novo, que proporciona um posicionamento dentário ideal e uma melhoria na simetria da face, sem necessidade de extrações dentárias, expansão palatina e reduzindo em 70% o número de cirurgias dos maxilares (BAGDEN, 2006).

3.2.1 A filosofia autoligável assenta em três pilares fundamentais

- Braquetes Autoligáveis passivos ou ativos que oferecem baixa fricção, maior

conforto e melhor higiene.

- Nova tecnologia em arcos que usam forças mais leves e necessitam de menos ajustes.

- Menor necessidade de mecânicas invasivas como extrações de dentes, expansão palatina rápida e eliminação do arco extra-oral.

Isso tudo acontece quando ocorre uma importante e surpeendente ação da musculatura orbicular sobre os dentes, quando houver espaços interdentais, sejam estes diastemas ou espaços de extrações. Esse efeito denominado de autocinése, caracterizada por uma movimentação sempre no sentido posterior. Dessa forma, qualquer espaço tende a ser fechado, sempre de anterior para posterior, minimizando em muito a já tradicional vestibularização dos incisivos nos casos de apinhamento, ou a perda de ancoragem nos casos de exodontias de pré-molares (PROFFIT, 1993).

A maioria dos casos com extração são feitos para criar espaço de modo a eliminar o apinhamento. Com a filosofia autoligável usa-se forças leves para converter o apinhamento em desenvolvimento lateral posterior dos maxilares, permitindo um posicionamento ideal dos dentes e uma melhor estética facial.

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Também existe a evidência científica que este tipo de abordagem resulta numa menor reabsorção radicular e melhor resposta dos tecidos moles e da face (BAGDEN, 2006).

O objetivo do sistema autoligável é alcançar o posicionamento dentário ideal e harmonia facial, ao mesmo tempo em que se mantêm a integridade vascular do osso alveolar cortical, mostrando como o uso de forças leves estimula o rápido movimento dentário. Entretanto, os aparelhos convencionais forçam os clínicos a usar forças muito mais pesadas, devido às ligas dos arcos e sua fricção devido à forma como o fio é preso ao braquete no sistema de borrachinhas ou amarrilhos metálicos (BAGDEN, 2006).

Os níveis de força ótima para mover um dente de maneira ortodôntica deveriam ser apenas o suficiente para estimular a atividade sem ocluir por completo os vasos sanguíneos no ligamento periodontal (PROFFIT, 1993).

3.2.2 Tipos de resposta por pressão durante um tratamento

ortodôntico

Reabsorção minante, que ocorre devido às forças pesadas usadas no tratamento ortodôntico convencional e reabsorção frontal que ocorre devido às forças leves usadas no movimento dentário. O oxigênio é o gatilho do mecanismo de remodelação do periodonto. Se a força aplicada sobre os dentes for muito grande, há a interrupção da vascularização do espaço periodontal, o oxigênio deixa de estar disponível e atividade celular diminui ou para (PROFFIT, 1993).

Se a força aplicada é alta o suficiente para fechar por completo os vasos sanguíneos e cortar o suprimento, uma área necrótica avascular é formada. Esta área deve ser revascularizada antes dos dentes começarem a mover. A fricção deve ser eliminada de modo a alcançar forças leves e biologicamente ótimas (PROFFIT, 1993).

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3.3 Estudos comparativos entre os sistemas autoligaveis

Shivapuja et al. (1994) compararam a força máxima necessária para iniciar o movimento do arco e a fricção dinâmica para mecânicas de deslizamento utilizando elásticos em cadeia em três sistemas autoligáveis. Não foram observadas diferenças nos valores iniciais da força necessária para resistir ao movimento de deslizamento entre os três sistemas de braquetes avaliados: Edgelok, Activa e Speed. O Speed apresentou uma média de 87,26 g., seguido do Edgelok com 40,40 g, tendo a menor resistência demonstrada pelo Activa com 35,91 g.

Gráfico 01 - Força máxima necessária para iniciar o movimento Fonte: SHIVAPUJA et al. 1994

Thomas et al. (1998) ao comparar dois sistemas de braquetes convencionais (Tip-Edge TP e Geminado “A” Company) com outros dois autoligados observou que o braquete Damon S1 possui a menor resistência friccional, seguido do time. O braquete convencional da “A”-Company produziu a maior resistência de todos. O braquete Móbil-lock, seguido do Activa exibiu os menores índices de fricção com arcos sem angulação. Contudo, com a inserção de dobras de 2º Ordem, apresentaram valores comparáveis aos de outros braquetes tradicionais.

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Pizzoni et al. (1998) comparando dois tipos de braquetes convencionais, o Speed e Activa, verificaram que ambos apresentavam mínima resistência à fricção em relação aos convencionais, quando se utilizava diferentes calibres e tipos de fios. Estudos que compararam distintos sistemas de fixação em diferentes braquetes, constataram que o Speed apresentava menor atrito do que os demais sistemas de braquetes convencionais, quando utilizados amarrilhos elásticos tradicionais (Gráfico 2).

Gráfico 02 - Resistência a Fricção Fonte: PIZZONI, 1998.

Pizzoni et al. (1998) também avaliaram o atrito durante mecânica de deslizamento com elástico em quatro tipos de braquetes (metálico convencional, cerâmico convencional, autoligado Damon SL e cerâmico com canaleta metálica), não tendo havido diferença entre as forças de atrito do braquete Damon, dos braquetes metálicos convencionais e com canaleta metálica. Os braquetes totalmente cerâmicos, no entanto, apresentaram um atrito significativamente maior (Grafico 3).

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Gráfico 03 - Avaliação do atrito durante mecânica de deslizamento com elástico Fonte: PIZZONI, 1998.

Uma das grandes vantagens apresentadas pela maioria dos trabalhos revisados é a diminuição do atrito com o braquete, quando comparados aos sistemas tradicionais. Esta redução do atrito é ainda mais efetiva nos sistemas de braquetes passivos. Existem algumas divergências na literatura quanto a real diminuição do atrito nos sistemas ativos comparados aos demais sistemas, quando utilizados fios de calibre mais espesso. Em contrapartida, o nivelamento e o alinhamento iniciais são mais efetivos com os braquetes ativos. Outro fator bastante salientado é a redução do tempo total de tratamento, devido a um alinhamento mais rápido do que o normalmente esperado e a uma diminuição no tempo médio das consultas resultantes da facilidade de abertura e fechamento dos braquetes autoligados. No entanto, quanto menor o tamanho do braquete, mais criteriosa deve ser a colagem para seu correto posicionamento (BERGER, 2000; HARRADINE & BIRNEI, 1996; PIZZONI, 1998).

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3.4 Prescrição

A escolha da prescrição objetiva-se em criar ou manter as inclinações e angulações dentárias. Acredita-se que, com a escolha da prescrição adequada, independentemente da mecânica dos dentes obterão, ao final do tratamento, as posições desejadas. A mecânica altera o posicionamento dentário e a escolha da prescrição deve ser tal que não impeça o efeito da mecânica ou a atrapalhe. Todos os sistemas autoligáveis têm suas limitações. Sempre há uma folga entre o fio e a canaleta, mesmo com os fios de maior calibre, devido às tolerâncias de fabricação que permitem uma folga aproximada de 3° em qualquer direção, o que promove uma diferença de 6° entre dois dentes adjacentes (MALTAGIATI, 2008).

Cada sistema autoligável tem a sua prescrição, suas vantagens e desvantagens perante cada caso. De todos os sistemas autoligáveis que existem, descreve-se, logo abaixo a prescrição de um deles, o Sistema Easy Clip, o único nacional disponível no mercado (ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).

Figura 27 – Braquete Easy Clip (ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).

O Sistema Easy Clip foi desenvolvido com propriedades ideais de um sistema autoligável e seu desenvolvimento baseado nas seguintes características:

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- Ligação segura e robusta;

- Assegurar a completa inserção do arco no braquete; - Rápido e fácil de usar;

- Possui baixo atrito entre o braquete e o arco; - Permitir o atrito quando necessário;

- Facilidade na colocação de acessórios; - Facilidade de higienização.

Figura 28 – Sistema de Abertura (ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).

As vantagens desse sistema ocorre por haver uma maior garantia de uma inserção completa do arco, menor atrito na interface braquete-arco e consultas mais rápidas, prazos menores para retornos e troca de arcos mais rápidos. Esse menor atrito permite um rápido alinhamento (um dos principais fatores na diminuição do tempo total de tratamento) e a certeza de fechamento de espaços com controle, permitido pelo engajamento total do arco nos braquetes. Seus arcos tecnologicamente mais avançados, com baixos módulos de força, melhoram muito a capacidade de se alcançar esses benefícios. (ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).

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Figura 29 – Sistema de Fechamento (ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).

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3.4.1 Arcos do Sistema Autoligável “EASY CLIP”

Os arcos utilizados no SISTEMA EASYCLIP foram desenvolvidos baseados em novos materiais, levando-se em consideração a memória de forma que possibilita uma deflexão maior, com desprendimento de forças leves, permitindo uma resposta celular que produz movimentações mais estáveis. A linha de arcos de Nitinol CONTOUR NiTi é uma alternativa ao “copper NiTi”, que se tornou um arco padrão em sistemas autoligáveis. Os arcos CONTOUR NiTi apresentam um efeito de memória, de forma a ser ativado pela temperatura do meio bucal. Quando o arco está frio é extremamente maleável, facilitando a colocação e inserção dentro dos bráquetes. Com forças previsíveis e constantes, os dentes são corrigidos em menor tempo e com menos troca de arcos (ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).

O CONTOUR NiTi possui três temperaturas diferentes de transição:  27°C – para ativação máxima

 35°C – para ativação moderada  40°C – para ativação leve - CONTOUR NiTi 27°C

Esse arco produz a força de ativação inicial mais alta, na movimentação de dentes que estão severamente apinhados. Pode ser trabalhado, para sua completa inserção nos braquetes, com uma temperatura abaixo de 10°C. Recupera o formato digital em aproximadamente duas semanas após a colocação. Pelo fato de sua ativação estar calibrada em uma temperatura abaixo da temperatura corporal, o início de sua ação é imediato. Para seu uso clínico é aconselhável manter o arco no

freezer, por aproximadamente uma hora para facilitar a sua inserção (ADITEK, 2008

– Guia Easy Clip).

- CONTOUR NiTi 35°C

Com uma força de ativação moderada, esse é o arco ideal para nivelar, alinhar e corrigir giroversões. Pode ser utilizado quando a temperatura do fio estiver com uma temperatura abaixo de 20°C. Entretanto, começa a recuperar seu formato original assim que atinge a temperatura corporal. Apesar de uma ativação inicial

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mais lenta, os resultados são notados entre 4-6 semanas após sua colocação (ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).

- CONTOUR NiTi 40°C

É o arco que produz as forças mais leves de movimentação para nivelamento. É ativado pela temperatura do meio bucal. Devemos orientar o paciente para o uso de líquidos e bochechos, ambos quentes, auxiliando a ativação do arco.

Antes do uso clínico, colocar o arco por 1 hora no freezer e certificar-se que o mesmo mantenha-se frio, abaixo da temperatura corporal, durante o seu manuseio (ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).

3.4.2 Diferença entre CONTOUR NiTi X COPPER NiTi

CONTOUR NiTi e COPPER NiTi são muito similares quanto à sua composição química. Ambos contêm Ni e Ti que foram especificamente formulados e tratados termicamente para atingir a fase de transição superelástica em 27°C, 35°C ou 40°C. Ambos possuem a mesma resistência à corrosão. A única diferença química significante é a adição de 5% de cobre ao Copper NiTi. Essa porcentagem de cobre altera muito pouco as propriedades mecânicas da liga. O gráfico das curvas de força ilustra que o desempenho comparativo entre os dois arcos é muito similar (ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).

Gráfico 4 – Teste de Flexâo (ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).

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As vantagens clínicas dos arcos CONTOUR NiTi são:

 A recuperação da memória de forma é mais lenta, o que dá maior conforto ao paciente.

 Não contém cobre, que pode causar alergia em pacientes sensíveis (ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).

3.4.3 Sequência do sistema de arcos EasyClip

Atualmente, nenhuma técnica pode ser considerada completa sem um sistema de arcos de alta tecnologia para otimizar as forças de movimentação, dentro do respeito biológico, às estruturas de sustentação (ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).

Ordem sugerida da sequência básica de arcos:

Figura 30 – Sequencia de Fios (ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).

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3.4.4 Especificações dos Braquetes

Figura 31 - Especificações dos Braquetes (ADITEK, 2008 – Guia Easy Clip).

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3.5 Acessório

3.5.1 STOP

Seu principal objetivo é evitar o deslizamento do fio. Esses fios de menor calibre e muito leves, tendem a deslizar e mudar de posição, ferindo o paciente nas extremidades. Como evitam o deslize dos fios, deve-se ter muito cuidado onde será colocado. (MALTAGLIATI, 2008).

Figura 32 - Stop (ORMCO 2009 – Catálago).

Para se ter sucesso no tratamento, o lugar da colocação do stop é muito importante (MALTAGLIATI, 2008).

Mesial do apinhamento

- Quando se quer a expansão de todo arco; - Quando se quer prevenir protrusão anterior.

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Anterior ao apinhamento

- Casos que requerem pouca ou nenhuma protrusão de incisivos; - Incisivos já vestibularizados;

- No arco superior em caso de Classe II; - No arco inferior no caso de Classe III; - Muito apinhamento anterior.

Esses Stops podem ser colocados da seguinte maneira: - Apenas um na Linha Média;

- Dois, de cada lado de um Incisivo;

- Dois encostados nas mesiais dos Incisivos Centrais; - Dois juntos na distal dos Incisivos Centrais.

Há necessidade de ser ter cuidado com o stop entre os Incisivos Centrais apinhados. Se colocados podem vestibularizar. Se os Incisivos Centrais estiverem com angulação mesial, ao corrigir, pode abrir diastema entre os incisivos, porque mantém, neste segmento, o comprimento do fio (MALTAGLIATI, 2008).

Distal do apinhamento

- Quando se quer expansão na região anterior ao stop; - Quando se quer protrusão anterior;

- Expandir o arco todo.

Todo excesso de fio incorporado irá retificar e, sem possibilidade de deslize posterior, empurra os incisivos para anterior. Esses stops podem vir a ser colocados unilateralmente ou bilateralmente ao apinhamento, ou melhor, entre prés ou entre caninos e prés. A colocação dos stops deve acontecer principalmente, quando o caso requer protrusão anterior, permitindo deslize para posterior sempre no início do nivelamento (MALTAGLIATI, 2008).

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- Unilateral: Entre prés ou entre caninos e prés; Correção da linha média;

Arcos já nivelados, para não correr o fio, região menos estética.

- Bilateral: Efeito “Ômega” – não permite deslize; Manutenção do comprimento do arco; Final de nivelamento;

- Auxiliando na Ancoragem

Mesial dos dentes de ancoragem e encostado na mesial de um dente do lado oposto ou na distal se for do mesmo lado;

Distalização de dentes; Retração inicial de caninos.

Quando o apinhamento é severo, o próprio apinhamento funciona como stop. Nesses casos é bom verificar se há simetria do apinhamento com linha média, a relação ântero-posterior e a proporção da quantidade de apinhamento superior e inferior. Da mesma forma que o stop ajuda a corrigir a linha média, a inobservância da simetria do apinhamento pode desviar a linha média. A linha média desviada para esquerda, não querendo o desvio para esquerda, colocar o stop na distal do canino esquerdo. Da mesma forma que o stop atrás do apinhamento protrui incisivos, o apinhamento também protrui, até que o fio comece a deslizar pelas canaletas. No tratamento com stops é bom ter cuidado com pacientes que tenham biprotrusão, mordida aberta anterior, falta de selamento labial, paciente classe II com apinhamento maior no arco superior e pacientes classe III com apinhamento maior no arco inferior (MALTAGLIATI, 2008).

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3.6 Sistema Autoligável Ativo e Passivo

Entre os sistemas de braquetes autoligáveis comercialmente disponíveis, talvez a característica que mais provoque debate seja qual é o mecanismo de abertura e de fechamento do slot com mais eficiência. Os braquetes autoligáveis se diferenciam pela maneira com que a tampa do braquete fecha a canaleta, podendo ter uma ação ativa ou passiva. Existe ainda um terceiro tipo, com clips posicionados nas laterais de um braquete convencional, mas que se enquadra no grupo dos passivos, pela sua característica de atuação.

O mecanismo conhecido como spring clip ou sistema ativo resiliente, resume-se à existência de uma mola metálica que garante a permanência do fio ortodôntico no interior da ranhura. Todavia, quando objetiva-se o controle do atrito, a indicação deste sistema restringe-se aos estágios iniciais de alinhamento e nivelamento, onde fios ortodônticos de menores dimensões são empregados. “Esta limitação está relacionada à distensão da mola metálica, observada quando em interação com fios de secção transversa superior a 0, 017”. Nestes casos, o preenchimento da ranhura atinge o contato com a mola resiliente, tornando-a ativa na compressão do mesmo fio, resultando no aumento da fricção superficial (MALTAGLIATI, 2008).

Os braquetes ativos e passivos têm desempenho parecido no primeiro estágio do tratamento, mas se tornam diferentes com alinhamento e com fios mais calibrosos. Quando o alinhamento é substancial, o braquete autoligavel passivo se comporta melhor em relação àqueles com clipes. Conforme a maloclusão se torna prevalente e o calibre do fio diminui os tipos de braquetes autoligados ativo e passivo perdem a distinção. Esse sistema gera um atrito maior, produzindo assim forçam mais pesadas, dificultando a permanência na zona de força ótima (HARRADINE, 2008).

3.6.1 Braquetes com Clip Ativo

Têm fechamento com travamento, que invade a canaleta do braquete pressionando constantemente os fios mais calibrosos (HARRADINE, 2008). Seguem alguns exemplos:

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In-Ovation Speed Time Adenta Quick

3.6.2 Braquetes com Clip Passivo

Têm fechamento da canaleta por deslize, sem pressionar o fio. O clip transforma todos os braquetes em tubo. A ranhura é maior permitindo assim maior liberdade entre o fio e a canaleta para corrigir as rotações e apinhamentos (HARRADINE, 2008). Seguem alguns exemplos :

Smart-Clip Opal Damon Easy Clip Vision LP

Os clipes ativos permitem um maior controle de rotação e de torque, no entanto, a fricção se intensifica, uma vez que a superfície toda da canaleta do braquete está em contato com o arco retangular (HARRADINE, 2008).

As consequências clínicas de se ter um clipe que ocupa parte do slot são muito difíceis de serem dimensionadas. É provável que, com um clipe ativo, o alinhamento inicial ocorra mais rapidamente com um determinado tipo de arco, em comparação com o clipe passivo. Entretanto, o aumento do espaço entre o arco e um clipe passivo vai gerar forças mais leves. Isso facilita a dissipação das forças de tratamento (binding) e a capacidade de forças recíprocas se anula entre os dentes ao longo do arco, conforme eles vão se alinhando. Uma vez que se chega aos arcos de trabalho de maior calibre, as desvantagens potenciais de um clipe ativo são o aumento do atrito e a redução da capacidade do torque em uma direção. Ainda assim, os valores para o atrito são mais baixos que os dos braquetes convencionais com amarrilhos metálicos ou ligaduras elastoméricas. Quando todos os outros fatores são iguais, o alto atrito é uma desvantagem (HARRADINE, 2008).

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3.7 Fricção

A fricção pode ser definida como a grandeza contrária à movimentação de um corpo em relação tangencial à superfície de outro, atuando em sentido oposto à tendência de deslocamento do mesmo. A grandeza é abordada segundo seu coeficiente de fricção, resultado do quociente entre o módulo da força de fricção tangencial e a carga aplicada pela força normal, perpendicular ao movimento em análise. Sua natureza pode ser decomposta em uma componente vertical, denominada força normal, que responde pela interação entre as superfícies de contato dos corpos envolvidos no movimento. Está também subordinada ao coeficiente de atrito, o qual se demonstra constante para cada tipo de material e é dependente de características físicas, tais como textura, rugosidade e dureza das superfícies envolvidas (HENAO et al., 2004).

A fricção pode ser ainda, dividida em duas outras forças, de acordo com o estado de dinâmica ao qual o sistema se encontra submetido. Ambas as grandezas são conhecidas como fricção estática e cinética, antagonistas ao estado de inércia apresentado, estando o corpo em repouso ou em movimento, respectivamente. A componente estática muitas vezes apresenta-se como superior escalarmente à sua análoga dinâmica.

A fricção superficial é considerada uma grandeza multifatorial, estando à mesma subordinada a interações existentes entre o fio ortodôntico e o braquete, e à forma como estes dispositivos encontram-se ligados. O comportamento dos fios ortodônticos, apesar de também depender de sua interação com a ranhura dos artefatos, é principalmente governado por características intrínsecas próprias. Tais características seriam suas propriedades físicas, abrangendo a rugosidade, dureza e flexibilidade do material.

A rugosidade responde pela modulação do coeficiente de atrito, sendo essas grandezas diretamente proporcionais e responsáveis pela intensidade de fricção superficial produzida. A dureza dos fios também tem participação na intensidade friccional produzida, dependendo, porém, da força normal observada após o contato do material com a ranhura dos braquetes ortodônticos. Este contato, geralmente, apresenta-se mais presente em fios com menor dureza e maior flexibilidade (HENAO et al., 2004).

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A fricção pode ser influenciada por inúmeras variáveis, como o tipo de material, dimensão, forma e angulação da interface fio/ranhura, situações de umidade do meio, forças de ligação e tipo de amarração. Em relação ao tamanho dos braquetes, os de menores dimensões demonstraram valores de fricção superiores aos de maiores dimensões. Tal afirmação justifica-se pelo fato de braquetes menores permitirem uma maior tendência de inclinação dentária. Esta inclinação responde pelo estabelecimento de uma angulação na interface fio/braquete e, assim, o aumento da fricção superficial (CACCIAFESTA, 2003).

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3.8 Atrito

Ao se abordar a dimensão e a forma dos fios ortodônticos, uma influência direta é observada com relação à quantidade gerada de atrito. Um aumento do atrito também é observado quando fios retangulares são empregados. Esta desvantagem, porém, é consideravelmente suprida pelo controle de posições radiculares permitido por este tipo de fio durante a movimentação dentária. O atrito pode ser estático e dinâmico. O atrito estático constitui a força necessária para iniciar o movimento de um corpo e, em Ortodontia, representa a força mínima necessária para que o dente inicie a sua movimentação, suplantando a tendência de permanecer em sua posição inicial, dada pela intercuspidação, contatos com dentes adjacentes, musculatura peribucal e o contato do fio com o braquete e dispositivo de amarração (CACCIAFESTA, 2003).

Alguns estudos confirmam que os principais fatores envolvidos na determinação do nível de fricção são o material de composição dos braquetes e fios, as condições de superfície dos fios e canaletas dos braquetes, calibre do fio, torque na interface fio-braquete, distância interbraquetes, tipo e força de amarração, distância interbraquetes, saliva e influência das funções orais. Além disso, quanto mais mal posicionado estiver o dente, maior a deflexão do fio e, portanto, o contato deste com o braquete, fazendo aumentar o atrito estático e a força necessária à movimentação. Da mesma forma, quanto maior a área de contato e dependendo do material utilizado para amarrar o fio, o atrito pode ser aumentado.

No caso dos amarrilhos metálicos, sabe-se que o atrito estático é significativamente menor quando comparado com as ligaduras elásticas. E o atrito aumenta ainda consideravelmente se as ligaduras elásticas forem utilizadas em “x“. Quanto ao atrito dinâmico, ele ocorre durante a movimentação, principalmente na fase de retração anterior onde o fio precisa deslizar pelas canaletas dos dentes posteriores para que os dentes anteriores sejam movimentados. Nestes casos, é de extrema importância o atrito determinado pelo sistema de amarração e material do braquete e fios, para que o atrito seja o menor possível, evitando forças intensas e perda de ancoragem.

Na mecânica de deslize, a melhor combinação compreende fio de aço inoxidável, braquetes metálicos e ligadura metálica nos dentes posteriores. Ainda assim, os níveis de fricção ficam elevados e a força necessária para realizar o

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movimento ainda é excessiva, comparada a força ótima para movimentação dentária, repercutindo em uma má resposta dos tecidos de suporte e movimentação dentária mais lenta. Diante das limitações do aparelho ortodôntico e da necessidade de se utilizar fios de maior calibre para controlar os efeitos colaterais da mecânica, a única forma de possibilitar a redução na força de movimentação é criando-se mecanismos que possibilitem a redução do atrito.

Com a possibilidade de aplicar a magnitude adequada de força, aumentam-se as chances de obter uma resposta adequada dos tecidos periodontais, causando movimentação dentária mais eficiente e rápida, repercutindo na diminuição nos efeitos colaterais e no tempo de tratamento. O planejamento da movimentação dentária pode envolver diversos tipos de técnicas, estando o uso de mecânicas de deslizamento muito presente no cotidiano da clínica ortodôntica. Contribui ativamente para o estabelecimento de forças de atrito em grau muito superior ao observado pela ativação de alças ou loops (CACCIAFESTA, 2003).

Quando altos níveis de atrito são observados, a força aplicada pode ser reduzida à ordem de até 60% de sua intensidade original, podendo transcorrer, clinicamente, na dificultação da movimentação dentária desejada e na perda de ancoragem. Diversas outras manobras clínicas também respondem pela geração de atrito. Dentre elas pode-se citar a aplicação de torques ativos e o alinhamento e nivelamento de elementos dentários. Devido à capacidade do atrito gerado de influenciar diretamente na velocidade e intensidade de movimentação dentária, seu controle torna-se crucial para o sucesso do tratamento ortodôntico planejado. Observa-se, assim, uma indicação em potencial do emprego de braquetes autoligáveis (HENAO et al., 2004).

Apesar da redução da fricção ser uma característica intrínseca do sistema de braquetes autoligáveis, esta propriedade é auxiliada por características estruturais observadas na aparatologia autoligada estética. O uso do policarbonato como material de escolha contribui para a manutenção da fricção superficial em níveis reduzidos. Apesar de este material ser mais friável que outros análogos estéticos, a maior robustez observada na estrutura dos artefatos autoligáveis não-metálicos permite considerável resistência do mesmo à fratura. Esse aumento estrutural necessário no corpo dos braquetes não prejudica a estética do dispositivo, e o teórico aumento do atrito, que seria esperado, é completamente diluído pelos ganhos conseguidos por um sistema composto por policarbonato, que dispensa

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qualquer tipo de amarração. Esses modos de ligação podem ser resumidos em cinco regras básicas (PICCHIONI, 2007).

3.8.1 Emprego de fios de níquel-titânio termo-ativados

Uma das grandes dificuldades e desafios encontrados na Ortodontia é o emprego de forças suaves. A magnitude de força ótima significa a intensidade mínima necessária para produzir movimento, com compressão do ligamento periodontal que provocará a remodelação óssea frontal, permitindo a movimentação dentária, sem criar áreas de hialinização ou reabsorções ósseas à distância que dificultam e retardem o movimento dentário, além de aumentar o risco de reabsorção radicular, comprometendo a eficiência do tratamento.

Com a redução substancial do atrito provocado pela amarração do fio, os braquetes autoligados criam a possibilidade de utilizar forças menores, pois não há necessidade sobrepor a força do atrito estático para produzir movimento dentário. Assim sendo, utilizar as forças convencionais em Ortodontia com braquetes autoligados significa subutilizar o sistema, o que implica em causar efeitos colaterais indesejáveis ainda maiores, pois há menor resistência à movimentação. Além disso, braquetes autoligados, principalmente os passivos, não permitem inclusão parcial dos fios nas canaletas, pois apresentam uma trava que desliza e fecha totalmente a luz da canaleta. Então o fio precisa ser, sempre, totalmente inserido.

Nas fases iniciais do tratamento, onde há desnivelamento dentário, a única forma de inserir totalmente os fios nas canaletas consiste na utilização de fios de baixo calibre e grande flexibilidade, com baixo módulo de elasticidade. Os fios termo-ativados são os que melhor representam essa condição, pois possibilitam grandes deflexões com a liberação de força suave e constante. Estes fios oferecem a melhor adaptação na ranhura do braquete, possibilitando uma maior simplicidade e rapidez no tratamento, pois facilita o alinhamento e nivelamento. A característica de fornecer forças suaves, mesmo com grandes deflexões, permite inserir estes fios em braquetes localizados em dentes mal posicionados sem perder a capacidade de inserção plena na canaleta, mesmo em fios de maior espessura, o que justifica, então, seu emprego com braquetes autoligados, que não prendem os dentes e fornecem índices de atrito significativamente baixos.

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Entretanto, o calibre do fio, ao início do tratamento deve ser o menor possível, novamente para que as vantagens da utilização de um sistema autoligado possam ser totalmente aproveitadas.

3.8.2 Emprego de fios de baixo calibre nas fases iniciais do

nivelamento

Uma vez que ligas de níquel titânio ativas são empregadas no tratamento e, ao saber-se que estas ligas conferem aos fios a capacidade de fornecer forças suaves, mesmo em fios de maior calibre, pode-se supor que, ao empregar estes fios, tornaríamos possível um alinhamento e nivelamento mais rápidos, com liberação de forças suaves proporcionadas pelo emprego de braquetes autoligados. Entretanto, ao utilizarmos calibres maiores de fio, aumenta-se as áreas de contato entre fio e braquete e, portanto, o atrito entre os materiais também é elevado, principalmente nas áreas de maior desnivelamento, onde estes fios ainda sofrem grandes angulações, interferindo no deslize dos fios. Esta condição é especialmente comum no início do tratamento e, portanto, não é aconselhável utilizar fios de calibre retangular ou de maior secção ao início. Porque, embora vão exercer forças suaves, o atrito, tão diminuído com os braquetes autoligados, aumenta com o aumento das áreas de contato. Ao utilizar fios de baixo calibre em braquetes autoligados passivos, conferimos ao sistema, uma grande liberdade do fio dentro da canaleta, sem pressionamento. Essa é a chave do sistema.

Com a fricção reduzida e o efeito “binding”, os dentes são nivelados e alinhados com mais eficiência e com força muito menor que a necessária para os braquetes convencionais. Esta “folga” do fio faz com que os dentes sofram a pressão do nivelamento porém sem forçar o movimento. Desta forma, o dente tende a caminhar para as áreas de menor resistência, ou seja, onde há mais espaço e onde não há resistência ao movimento dentário. Além disso, como não há atrito e a liberdade do fio é grande, este tende a deslizar em sentido posterior conforme os dentes vão sendo nivelados. Este deslizamento permite que o comprimento do fio seja maior quando inserido, pois precisa realizar deflexões para encaixar nos dentes mal posicionados e não provocar expansão exagerada nos arcos que levam os dentes para posições excessivamente vestibularizadas, pois ele desliza pelos braquetes adjacentes com facilidade e sobra na distal do último dente inserido no

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nivelamento. Isso permite maior controle na movimentação dentária e menor efeito expansivo quando há nivelamento de casos sem extração.

Verifica-se, pois, a importância de se utilizar, em qualquer situação, arcos de baixo calibre, de liga de níquel-titânio ativa, durante o alinhamento e nivelamento quando se emprega um sistema de braquete autoligado, principalmente passivo.

3.8.3 Aumento nos intervalos de consulta e troca dos fios

Uma vez que se aceita a utilização dos fios termo-ativados para as fases de alinhamento e nivelamento com os braquetes autoligados, é imprescindível que se façam modificações nos intervalos entre as consultas e se modifique o protocolo de troca dos fios. Convencionalmente há troca dos fios a cada 28 dias aproximadamente, pois se trata do tempo estabelecido como adequado para ocorrer a movimentação dentária e obter o restabelecimento dos tecidos periodontais, de forma a estarem aptos a receberem nova ativação e reiniciar o processo de remodelação alveolar e movimentação dentária. Este conceito é válido para a utilização de fios de aço inoxidável, bem como molas de aço inoxidável e elástico, pois estes materiais perdem em efetividade de ativação e se deformam facilmente, necessitando ser ativados para imprimir nova intensidade de força e produzir reação periodontal de remodelação.

Os fios de níquel-titânio, entretanto, fabricados sob altas temperaturas, ou seja, com capacidade de transformação térmica, apresentam a propriedade de liberar forças suaves e de forma contínua e, principalmente, apresentam a propriedade de memória de forma, ou seja, podem sofrer grandes deflexões que, com o aumento da temperatura retornam a sua forma original sem deformação ou perda de efetividade de ativação.

Assim sendo, esses fios podem substituir, com vantagem, os fios de aço inoxidável de baixo calibre, as alças, bem como os de níquel-titânio estável, sendo empregado o mesmo fio durante toda a fase principal de posicionamento dentário no alinhamento até que a forma original do fio seja novamente normal, como é de propriedade de sua liga. Preconiza-se que, no início do tratamento, quando fios termo-ativados estão sendo empregados, as consultas devam ter um intervalo de aproximadamente 10 semanas, porém não necessariamente o fio deve ser trocado. Este só deverá ser substituído quando não estiver mais ativo, ou seja, quando os

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