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SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE BELO HORIZONTE PROJETO BOOMERANG DE PELÍCULAS DE RAIO-X

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Academic year: 2021

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SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE BELO HORIZONTE

PROJETO BOOMERANG DE PELÍCULAS DE RAIO-X

Responsáveis pelo projeto: • José Daniel Gonçalves Junior josedaniel@santacasabh.org.br

• Guilherme Kennedy Rodrigues de Assis guilhermeassis@santacasabh.org.br • Elaine Cristina Sarvel de Castro elainesarvel@santacasabh.org.br • Nathalya Borges Moreira

nathalyaborges@santacasabh.org.br Contato: (31) 3238-8725

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INTRODUÇÃO

A Santa Casa de Belo Horizonte é um dos principais complexos hospitalares do país, sendo referência em assistência social, atenção e promoção da saúde para todo o estado de Minas Gerais. Com 119 anos de tradição e realizando 100% de seu atendimento a pacientes do SUS, o hospital foi a primeira instituição de saúde instalada em Belo Hori-zonte no final do século XIX.

Hoje, a Santa Casa BH é a instituição de Saúde que mais atende em Minas Gerais e a que mais realiza internações mensais. Com mais de 1.000 leitos e 19 salas cirúrgicas, o hospital é referência em atendimento de alta e média com-plexidade e em realização de cirurgias. O atual padrão de atendimento do hospital está entre os melhores do país. O gerenciamento de resíduos sólidos é frequentemente abordado em congressos, seminários, reuniões e debates, tanto pelo poder público, profissionais da área de meio ambiente e estudantes, como pela população de modo geral, uma vez que a mudança de hábitos, o desenvolvimento industrial e tecnológico e a melhoria da qualidade de vida das pessoas resultaram no aumento da geração de resíduos ao longo dos anos, principalmente nos grandes centros urba-nos (JUNIOR, 1979).

Os resíduos podem ser classificados como não perigosos ou perigosos (ABNT, 2004), sendo estes últimos àqueles que oferecem maior risco ao meio ambiente e à saúde pública e que são, na maioria das vezes, gerados por empre-endimentos. Para reduzir ou eliminar estes riscos, existem várias resoluções, leis, decretos, normas técnicas, manuais de apoio, dentre outros, que auxiliam e orientam as empresas sobre a forma de gerenciar os resíduos. Para o setor de saúde, por exemplo, temos a Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 222, de 28 de março de 2018 da Agência Na-cional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que regulamenta as boas práticas de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde (BRASIL, 2018).

Alguns resíduos, classificados como perigosos pela RCC 222/2018, são gerados pela população. É o caso de medi-camentos vencidos, lâmpadas queimadas, seringas e agulhas de insulinas e as radiografias inutilizadas, conhecidas como chapas ou películas de raio-x, tema principal deste projeto. Infelizmente, a maioria das pessoas desconhecem os riscos e impactos relacionados ao descarte inadequado destes materiais.

Por entender a necessidade de destinar de forma ambientalmente adequada as películas de raio-x e identificar que não existem pontos de coleta gratuitos deste resíduo em Belo Horizonte e região metropolitana, o Hospital Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte (Santa Casa BH) lançou uma campanha para recebimento deste material, voltada à população e funcionários do Grupo Santa Casa BH (GSCBH).

OBJETIVO

Tornar a Santa Casa BH um ponto de coleta das películas de raio-x, garantir a destinação ambientalmente adequada das películas recebidas e prover apoio financeiro ao hospital.

DESENVOLVIMENTO

Atenta às questões ambientais, a Santa Casa BH conta com a Gerência de Meio Ambiente e Sustentabilidade (GMAS) – responsável pelo gerenciamento funcional de seus resíduos, embasado na RDC 222/2018 e outras leis e normas aplicáveis. A complexidade de uma unidade de grande porte é um desafio diário na otimização de processos e busca pela saúde ambiental da instituição.

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Em 2017, o hospital gerou cerca de 1.135 toneladas de rejeitos que receberam a disposição final ambientalmente ade-quada, 72.772 quilos de resíduos foram encaminhados para a reciclagem. Dentre os resíduos reciclados, encontram-se as películas de raio-x – provenientes de diagnósticos por imagem.

Após identificar a ausência de pontos de coleta gratuitos deste resíduo em Belo Horizonte e região metropolitana, o setor de Meio Ambiente realizou um estudo para verificar a viabilidade do recebimento de películas de raio-x da popu-lação, dos funcionários do Grupo Santa Casa BH, pacientes e visitantes. Seguem os pontos avaliados:

I. Empresa Licenciada: a destinação dos resíduos só poderia ser feita por empresa licenciada para a atividade.

Seria necessário avaliar uma empresa e acompanhar todos os documentos necessários para garantir que o resíduo receberia o destino correto. O hospital firmaria contrato com uma empresa cotada, após verificação de conformidade documental e visita in loco.

II. Destinação Ambientalmente Adequada: as películas passariam por um processo para recuperação da prata e

acetato, presentes em sua composição. Mensalmente, a empresa cotada compraria as películas analógicas por R$ 2,75 / Kg, depositaria o valor correspondente na conta de doação do hospital e emitiria o certificado de destinação am-bientalmente adequada dos resíduos. As películas digitais seriam encaminhadas para a reciclagem sem pagamento pela destinação.

III. Visita In Loco: por meio de visita à empresa terceirizada, o setor de Meio Ambiente deveria acompanhar e dominar

o processo, para garantir que os requisitos internos de qualidade fossem atendidos (foram gerados registros fotográfi-cos e relatório de vistoria).

IV. Armazenamento: as películas deveriam ser armazenadas em local adequado, antes da coleta pela empresa

tercei-rizada. Observado que o hospital apresentava local com características físicas adequadas para a guarda do material.

V. Ponto de Coleta: identificar um ponto de fácil acesso ao público interno e externo, para o recebimento das

radio-grafias. O local deveria ser monitorado por porteiros e câmeras de vigilância e, preferencialmente, sem a necessidade de passar pelas catracas de acesso ao hospital. O local mais adequado para instalação do coletor seria a portaria de funcionários.

VI. Divulgação da Campanha: realizar campanha de divulgação para o público interno e externo. O setor de

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VII. Resultados: a prestação de contas será feita à Provedoria pela Gerência de Meio Ambiente, mensalmente e

anu-almente. Os dados deverão ser compartilhados no site da Santa Casa BH. Os dados ficarão armazenados no setor responsável e ficarão disponíveis para consulta.

Após dois meses de trabalho e estudo, os requisitos foram atendidos e a campanha iniciada no dia 23 de fevereiro de 2018. A mesma foi incorporada ao programa CONSUMO CONSCIENTE, que objetiva conscientizar os funcionários do GSCBH quanto à prática do consumo consciente, a preservação das instalações e uso adequado de materiais e equipamentos.

Em pouco tempo, a mobilização foi noticiada em vários meios de comunicação: televisão, rádio, sites e redes sociais.

O projeto rendeu 15 notícias em veículos de comunicação diversos.

Veículo/meio de

comunicação

Programa/

editoria

Data de publicação

Observação

Site SCBH

SCBH

23 de fevereiro

Twitter SCBH 2 retweets / 2 curtidas

Facebook SCBH

25 de fevereiro

102 reações / 8 comentários / 99 com-partilhamentos / 10.023 pessoas alcan-çadas

Instagram SCBH 60 curtidas / 1 comentário

Facebook SCBH 6 de março 47 reações / 1 comentário / 44 comparti-lhamentos / 3900 pessoas alcançadas

Facebook Mais 60 Saúde @Mais60Saude 23 de março 12 reações / 5 compartilhamentos

Site Dep. Fed. Leonardo

Quintão Notícias -

-9 reportagens de rádio

• Rádio América – 26 de favereiro (manhã América)

• Band News (duas veiculações) - 27 e 28 de fevereiro

• CBN (cinco veiculações) – 27 e 28 de fevereiro, 1 e 2 de março (2X)

• 98 FM – 28 de fevereiro (Central 98)

2 reportagens de jornal impresso

• Diário do Comércio (BH) – Dias 24 e 27 de fevereiro (caderno DC Mais)

1 reportagem web

• Jornal Hoje em Dia – 6 de março

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3 reportagens de TV

• Globo Minas – Dia 27 de fevereiro (MG TV – 1ª Edição)

• Rede Minas – 13 de março (Jornal Minas - 2ª Edição)

• Record Minas – 14 de março (MG Record)

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RESULTADOS OBTIDOS

I. A instituição se tornou referência e o primeiro hospital em Minas Gerais a receber radiografias do público externo,

demonstrando sua idoneidade quanto à destinação ambientalmente adequada deste resíduo e seu compromisso com o desenvolvimento sustentável.

II. Contribuição quanto à redução da contaminação do solo e da água, uma vez que os resíduos coletados não foram

descartados de forma inadequada pela população.

III. Disseminação de informações à população e aos funcionários quanto ao gerenciamento deste resíduo, além de

despertar a consciência do cidadão para as questões ambientais.

IV. Além da destinação adequada do resíduo, a população contribuiu financeiramente com o hospital, uma vez que todo

o valor arrecadado com a venda das películas foi destinado à conta de doação da instituição.

Antes do lançamento da campanha, a Santa Casa BH realizava a coleta de películas inutilizadas que ficavam no hos-pital. Em 2017, foram destinados 101 kg do material ao processo de reciclagem, o que representou uma arrecadação de R$ 277,75.

Em 2018, com o lançamento da campanha, atingiram-se números significativos. Entre janeiro e setembro foram cole-tadas 1,73 toneladas de películas e arrecadados R$ 2.329,25.

Fonte: GMAS, 2018. Fonte: GMAS, 2018.

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Fonte: GMAS, 2018.

Observa-se a diferença na arrecadação a partir do lançamento da campanha.

Comparado a 2017, houve um aumento de 1.716,4% na quantidade coletada e 838,61% no valor arrecadado em 2018. O número deve aumentar, pois ainda não foi apurado os dados de outubro, novembro e dezembro de 2018.

94% da quantidade coletada e 89% do valor pago estão concentrados em 2018 (janeiro a setembro).

Além de cumprir com as legislações e normas voltadas ao gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, a Santa Casa BH estimulou e envolveu a população de Belo Horizonte e região metropolitana, que aderiu fortemente a cam-panha, contribuiu com a preservação do meio ambiente e através da venda das películas, beneficiou financeiramente o hospital.

A campanha permanece ativa e qualquer pessoa pode realizar a doação de películas inutilizadas na portaria de fun-cionários do hospital.

A ideia inicial era que a campanha tivesse duração de dois meses, mas com o excelente resultado e participação da população o ponto de coleta tornou-se permanente. A instituição entende a importância de uma cidade do porte de Belo Horizonte contar com, no mínimo, um ponto de coleta.

Milhares de pessoas foram sensibilizadas com a iniciativa, divulgada pelos principais canais de televisão, rádio e redes sociais – fortalecendo de forma significativa a campanha. Além disso, o ganho ambiental foi extremamente relevante para o meio ambiente. Foram evitados os descartes inadequados de 1,73 toneladas de películas de raio-x.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

AGRADECIMENTOS

A Gerência de Meio Ambiente e Sustentabilidade (GMAS) da Santa Casa BH agradece a todos que estiveram envol-vidos, direta ou indiretamente na campanha de coleta das películas: população em geral, Diretoria e setor de Comuni-cação Institucional pela parceria no projeto. Assim, atuamos na promoção do desenvolvimento sustentável. Pequenas ações fazem uma grande diferença.

Coleta (Kg) 2017 2018 101 1.733,60 Venda (R$) 2017 2018 277,75 2.329,25 Fonte: GMAS, 2018.

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Em uma instituição como a Santa Casa BH, por sua história e tradição, por seus deveres sociais e humanos, por sua inefável missão solidária de servir, tudo é incessante. As portas não se fecham e os corações se abrem.

Em uma instituição como a Santa Casa BH, sempre há planos em execução, em elaboração, sonhos e esperança. Aqui se busca o essencial no homem: a saúde e a vida, para que o mundo seja melhor e mais sustentável.

BIBLIOGRAFIA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: Resíduos Sólidos - Classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

BRASIL. Resolução RDC nº 222, de 28 de Março de 2018. “Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências”. Órgão emissor: ANVISA – Agência Nacional de Vigi-lância Sanitária. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/3427425/RDC_222_2018_.pdf/c5d-3081d-b331-4626-8448-c9aa426ec410. Acesso em: 5 de outubro de 2018.

JUNIOR, A. P.; Sistema de resíduos sólidos: coleta e transporte do meio urbano. São Paulo, 1979. Disponível em: http:// www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6134/tde-01032017-152524/es.php. Acesso em: 5 de outubro de 2018.

Referências

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