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PROCESSO Nº 32/P/2003 e ap.20/p/2006 ANTECEDENTES E FACTOS RELEVANTES:

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PROCESSO Nº 32/P/2003 e ap.20/P/2006

ANTECEDENTES E FACTOS RELEVANTES:

I. INSTAURAÇÃO DO PROCESSO

-Os presentes autos foram instaurados para averiguação da eventual actividade de procuradoria ilícita da Sociedade Comercial “Extracobros- Informação, recuperação e cobranças, Lda.”, com sede na Av. Miguel Bombarda, 36-4º F em 1050-165 Lisboa, que usa como logótipo “Os Senhores da Cobrança”, em virtude do processo de procuradoria ilícita instaurado por participação do Senhor Dr. Amadeu J. Morais em 06 de Junho de 2003 e diversas participações até 13 de Dezembro de 2007, que se discriminam:

- Conselho Distrital de Évora da Ordem dos Advogados (fls.41 a 48 e 99 a 104). - Conselho Distrital de Coimbra da Ordem dos Advogados (fls.49 a 55 e 78 a 97). - Conselho Distrital do Porto da Ordem dos Advogados (fls.56 a 58).

- Eusébio Eduardo Marques Gouveia, Administrador da Insolvência (fls. 61 a 65). - Advogado, Dr. Joaquim A.L. Valadas (fls.68 a 72 e 74 a 77).

- Advogado, Dr. Rui Santana (fls.106 a 110).

- SolMateus-Comércio de Produtos Alimentares, Lda. (fls.103 a 125 do processo nº 20/P/2006 apenso).

- Advogado, Dr. Abílio Venâncio (fls.27 a 31 do processo nº 20/P/2006 apenso).

II. ELEMENTOS DE PROVA

1. As cartas e faxes de interpelação e negociação para pagamento de dívidas de fls. 4, 53, 62, 64, 70, 80, 82, 103, 109 e 28 do processo nº 20/P/2006 apenso.

2. a) Minuta de Contrato de Prestação de Serviços de Cobrança, utilizado pela visada (fls.30, 31, 45, 46 e 6, 7 do processo nº 20/P/2006 apenso).

c) Página da visada na Internet (fls.128 e 48 a 51 do processo nº 20/P/2006 apenso).

d) Certidão da Conservatória do Registo Comercial de Lisboa (fls. 24 a 28 e 19 a 22 do processo nº 20/P/2006 apenso).

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a) Legal representante da visada (fls.21 e 22).

III. FACTOS PROVADOS

Apuraram-se, no essencial, os seguintes factos:

1. Que a visada tem por objecto “a prestação de serviços de cobrança de dívidas em geral e de dividas em mora em especial, recuperação de créditos, bem como prestação de serviços de informação comercial ou mercantil, nas suas diversas vertentes. Estas actividades poderão ser desenvolvidas pela sociedade total ou parcialmente de modo indirecto, mediante a participação noutras sociedades com objecto análogo. Ficam excluídas todas aquelas actividades para cujo exercício a lei exige requisitos especiais que não sejam observados pela sociedade. ” (fls.26).

2. Que a visada anuncia, no seu site da Internet, serviços de cobrança de dívidas, “A Extracobros-“Os Senhores da Cobrança” actualmente líder de mercado e especializada no ramo das Cobranças de dívidas exclusivamente extra-judiciais, recuperação de créditos...”, ou ainda, “Trabalhamos com o objectivo de reaver o pagamento de determinados bens ou serviços que, para os nossos clientes sejam de difícil cobrança....Os nossos serviços de gestão de cobrança baseiam-se num agregado de serviços integrados e adaptados com o objectivo de recuperação de créditos malparados, vencidos, exigíveis e por saldar, independentemente do seu valor, localização geográfica ou antiguidade. Os nossos serviços tratam-se da cobrança efectiva de valores já vencidos: facturas, letras, etc., na sua maioria de cobranças difíceis. Sendo Os Senhores da Cobrança uma empresa legal é necessário que as dívidas sejam devidamente tituladas (com comprovativos, cópias ou originais).”. Existindo ainda no site da visada, um item de “Perguntas Frequentes”, onde se pode encontrar:””””Que garantias tenho de cobrança? Obviamente que é uma garantia relativa sobretudo quando o devedor procede à deportação de todos os seus bens, mas as cobranças efectuadas falam por si, a publicidade entre os nossos clientes bem servidos é a melhor referência dos nossos serviços...”” O que preciso para contratar? Ao pretender recuperar o seu crédito, deverá anexar toda a documentação que possuir que substancializa e justiça a(s) dívida(s) em causa sendo crucial todo e qualquer papel mesmo insignificante mas que possa conter a assinatura do devedor ou seu empregado ou representante como um simples fax, requisição ou uma mera carta. Obviamente

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que todo o papel comercial emitido será indispensável como facturas, guias de transporte, cheques, letras, etc... .Não havendo qualquer documentação, deverá instruir um documento para legitimar a nossa actuação perante o devedor ao

mesmo tempo que procederemos mediatamente à tramitação do pedido, reconstituindo todos os passos da transacção até à sua efectiva cobrança.”” Que despesas tenho com esta prestação de serviços? Sob o valor efectivamente Cobrado é aplicada uma percentagem....”” (fls.128 e 48 a 51 do processo nº 20/P/2006 apenso).

3. Que a visada escreve cartas de interpelação para cobrança, “...Conforme o Contrato de Prestação de Serviços celebrado entre a nossa empresa(Os Senhores da Cobrança-Extracobros, Lda.) e ...foi apurado um crédito de que V. Exmas. São devedoras, no valor de...Devendo a partir desta data dirigir-se ou entrar em contacto connosco...de modo a efectuar o pagamento / liquidação do saldo devedor em epígrafe. Ficando a aguardar um contacto vosso com a maior brevidade possível... ”. (fls. 53, 62, 64, 80, 109 e 28 do processo nº 20/P/2006 apenso).

4. A visada utiliza, para efectuar cobranças, para além das cartas mencionadas em 3., contactos pessoais (fls.21).

5. A visada actualmente exerce a sua actividade num escritório sito na Av. Miguel Bombarda, 36-4º F em 1050-165 Lisboa.

IV. CONCLUSÃO

Assim, entende-se que os actos constantes dos elementos referidos em II., bem como os factos apurados em III., nomeadamente por envolverem consulta jurídica, negociação tendente à cobrança de créditos, e por serem exercidos no interesse de terceiros e no âmbito de actividade profissional, não se integrando em nenhuma profissão ou actividade cujo acesso ou exercício seja regulado por lei, constituindo a cobrança de

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dívidas actividade principal da participada, são actos próprios de advogado, nos termos do artigo 1º, nº 5, al. b), nº 6, al. b), nº 7 e nº 8 da lei 49/2004.

A prática de actos próprios dos advogados, por escritório ou gabinete que preste a terceiros serviços que compreendam a prática de actos próprios dos advogados e solicitadores é proibida. (art.º 6º, nº 1 da lei 49/2004).

V. DECISÃO

1.Reunido em Sessão Plenária, o Conselho Distrital de Lisboa deliberou, em 11 de Fevereiro de 2010, no sentido de : “...aprovar, por unanimidade, o relatório e o projecto de decisão final, bem como o acórdão proferido pela Secção em 22 de Janeiro de 2010 (em anexo a esta acta e que constituem o Anexo VI), que deliberou:

a) Requerer junto das autoridades judiciais competentes o encerramento do respectivo escritório da participada, “Extracobros- Informação, recuperação e cobranças, Lda.”, com sede na Av. Miguel Bombarda, 36-4º F em 1050-165 Lisboa, que usa como logótipo “Os Senhores da Cobrança”.

b) Participar junto da Direcção do Consumidor quanto à publicidade feita pela participada na Internet;

c) Solicitar junto do Ministério Público a apreciação da ilegalidade do objecto social da participada.

Foi, igualmente, aprovado, por unanimidade, proceder-se, previamente, à notificação da participada, nos termos e para os efeitos do previsto nos artigos 100º e 101º do Código do Procedimento Administrativo, para se pronunciar, por escrito, e no prazo de 20 (vinte) dias úteis, sobre o projecto de decisão.”.

VI. DA POSIÇÃO DA PARTICIPADA

Tendo em consideração que a proposta foi notificada à participada, por via postal em 09/03/2010 e por via edital em 21/04/2010; nos termos e para os efeitos do disposto nos artigos 100.º e 101.º do Código de Procedimento Administrativo - verifica-se, em sede de audiência prévia e para o exercício do direito de pronúncia; que a participada não se pronunciou.

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Consequentemente não apresentou qualquer impugnação, quer de facto ou de direito ao projecto de decisão final do presente procedimento administrativo.

VII. ANÁLISE DA POSIÇÃO DA PARTICIPADA

Face à ausência de pronuncia da participada em sede de audiência prévia - conclui-se não existir matéria para se decidir em sentido contrário ao do projecto de decisão final do presente procedimento administrativo. Pelo que, sou de parecer que se deva confirmar a decisão anteriormente tomada, convertendo-se em definitiva.

Referências

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