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Palavras-chave: monitoramento, bicudo do algodoeiro, nível de controle. INTRODUÇÃO

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Academic year: 2021

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BENEFÍCIOS DA EXECUÇÃO DO MONITORAMENTO ESPECÍFICO E ADOÇÃO DE NÍVEL DE CONTROLE NO PLANO ESTRATÉGICO DE CONTROLE DO BICUDO-DO-ALGODOEIRO

(Anthonomus grandis)1

Adriano Severino de Queiroz (Fundação GO / adrianosq@fundacaogo.com.br), Paulo Eduardo Degrande (UFGD), Walter Jorge dos Santos (IAPAR), José Ednilson Miranda (Embrapa Algodão), Washington

Luiz Posse Senhorelo (Fundação GO), Márcio Antônio de Oliveira e Silva (Fundação GO). RESUMO – O Plano Estratégico de Controle do Bicudo-do-Algodoeiro foi implantado no Estado de Goiás há cinco anos, sendo seu principal intuito o controle do bicudo através de estratégias que envolvem a utilização de medidas de controle de forma ordenada, visando contribuir para maior sustentabilidade, reduzir custos, e garantir a produtividade da cultura do algodoeiro, com menores danos ao meio ambiente. Uma das ações preconizadas pelo plano é a de se realizar o monitoramento da praga e de seus danos, adotando o nível de controle de 5% de plantas com presença do adulto ou injúrias, medida esta não adotada em todas as áreas cotonicultoras, uma vez que o Plano é de adesão voluntária pelos produtores. Sendo assim, este trabalho visou comparar duas áreas distintas quanto à execução do Plano Estratégico, inclusive o monitoramento específico do bicudo, avaliando os benefícios auferidos em função da adoção destas práticas. Como resultado, foi observada a redução do número de aplicações para o bicudo, implicando em menor impacto ambiental, bem como em menor custo de controle da praga.

Palavras-chave: monitoramento, bicudo do algodoeiro, nível de controle. INTRODUÇÃO

O bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis) é considerado a praga mais problemática da cotonicultura brasileira. No estado de Goiás, a primeira constatação da presença deste inseto se deu em 1997/1998. Desde então, sua população tem se incrementado a cada ano, tornando-se a principal praga da cultura, principalmente por sua alta capacidade reprodutiva e seu alto potencial destrutivo (DEGRANDE, 1991). Estas características comprometem a produtividade da lavoura de algodão, podendo provocar até 100% de prejuízo (GALLO et al., 2002). Além disso, os agricultores que exportam a fibra acabam sendo prejudicados em virtude das restrições sanitárias impostas por países importadores (ANUÁRIO BRASILEIRO DO ALGODÃO, 2006).

Por este motivo, foi implantado em 2002/2003 o Plano Estratégico de Controle do Bicudo do Algodoeiro no Estado de Goiás, projeto este que tem como principal meta a redução da população do bicudo nas regiões produtoras de algodão do estado (FUNDAÇÃO GOIÁS, 2003). Este plano consiste em uma série de ações de manejo e controle a serem adotados com a finalidade de combater a incidência do bicudo, dentre elas está o monitoramento específico da praga, adotando-se o nível de controle de 5% de plantas com presença do adulto ou injúrias. O que acontece, algumas vezes, é que a expectativa da detecção da praga na lavoura se transforma em medo ou aversão pelos produtores, o

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que leva a sucessivas aplicações de inseticidas, quase sempre sem critério, quando o mesmo é encontrado na cultura.

Sendo assim, este trabalho visa avaliar os benefícios da adoção das práticas supracitadas, comparando duas propriedades com diferentes metodologias de combate ao bicudo do algodoeiro.

MATERIAL E MÉTODOS

Durante a safra 2005/2006 foram avaliadas duas áreas produtoras de algodão situadas no município de Mineiros - GO, das quais uma, denominada “área piloto” (178 ha), seguiu totalmente as recomendações listadas no Plano Estratégico de Controle do Bicudo do Algodoeiro em Goiás, incluindo o monitoramento populacional e de estruturas reprodutivas atacadas pelo bicudo, bem como a adoção do nível de controle de 5% de plantas com presença do adulto ou injúrias como fator norteador das aplicações de inseticidas. Já a segunda (162 ha) aderiu parcialmente ao projeto, não executando as atividades citadas acima.

De um modo geral, as medidas do Plano Estratégico são: a) armadilhamento das zonas/talhões 60 dias antes da semeadura do algodão, utilizando armadilhas com pastilhas de feromônio, com a finalidade de avaliar a infestação do bicudo no período antecedente ao plantio. Assim é possível classificar a área em cores simbólicas (verde, azul, amarela ou vermelha), de acordo com o número médio de bicudos capturados por armadilha por semana de monitoramento, o que definirá a quantidade de aplicações de inseticida para a praga no estádio B1; b) plantio concentrado, não ultrapassando o prazo estipulado pela legislação estadual; c) aplicação de inseticida em bordadura, a partir do estádio V2 da cultura; d) aplicação de inseticida para o controle do bicudo no estádio B1 da cultura, respeitando a classificação da área aferida no armadilhamento; e) monitoramento das áreas, com adoção do nível de controle para o bicudo (5% de estruturas atacadas ou com presença do adulto); f) outras medidas, como aplicação de inseticida em fase cut-out e junto ao desfolhante/maturador, e destruição total dos restos culturais.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através do armadilhamento das áreas, realizado antes do plantio da cultura, levantou-se a população de bicudo existente em cada propriedade, classificando-as em zonas de infestação da praga. Considerando este zoneamento, foram realizadas as aplicações de inseticidas na fase B1 criteriosamente em ambas, sendo o número de aplicações definido em função da classificação de cada área, como mostra a Tabela 1. Outras ações referentes ao Plano, como a aplicação de inseticida junto à desfolha do algodão, e a destruição correta da soqueira, também foram realizadas pelas duas propriedades.

Apesar de a Área 02 ter seguido parcialmente às recomendações do Plano Estratégico de Controle do Bicudo, algumas etapas importantes como a aplicação de inseticidas periodicamente (a cada 5 dias) em bordaduras, e principalmente o monitoramento específico do bicudo, adotando nível de controle de 5%, não foram cumpridas (Tab. 1). Assim, as aplicações visando o combate do bicudo após a sua detecção na lavoura (após 80 DAE) foram realizadas praticamente sem critério, levando-se em consideração quase sempre a identificação do adulto internamente aos talhões, havendo a necessidade até mesmo da realização de aplicações sucessivas. Desta forma, não foi possível avaliar a flutuação populacional da praga na área por meio de percentuais de estruturas atacadas, como aconteceu na Área Piloto (Fig. 1), tampouco quantificar a eficácia das aplicações realizadas.

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Tabela 1. Quadro comparativo entre diferentes manejos adotados para o controle do bicudo na safra

2005/06, na região de Mineiros - GO.

Propriedades Área Piloto Área 02

Área (ha) 178 162

Município Mineiros Mineiros

Altitude (m) 870 920

Armadilhamento pré-safra Sim Sim

Bicudo/armadilha/semana (BAS) (3,59) Zona

Vermelha (0,48) Zona Azul

Data de plantio 10/Dez/2005 24/Dez/2005

N° total de bordaduras 18 10

B1 de acordo com armadilhamento Sim Sim

N° aplicações feitas em B1 3 (previsão 3) 1 (previsão 1)

Monitoramento constante da lavoura Sim Não

Primeiros botões florais atacados 60 DAE (Bordadura) 80 DAE

Aplicações em cut-out Não,N.C.< 5% Sim, pois N.C.= X*

Aplicação inseticida c/ desfolhante Sim Sim

Destruição de soqueira Mecânica Mecânica/Química

Medidas complementares Controle de focos -

Infestação de outras pragas Sob controle Spotoptera eridania

Produtividade (@/ha) 200** 230

Total de aplicações p/ bicudo 7 9

Custo de controle de bicudos (R$/ha) *** 170,00 260,00

Custo de produção (R$/ha) 3.100,00 3.100,00

Controle de bicudo no custo final (%) 5,5 8,4

* Nível de ataque desconhecido, pois não adotou levantamento específico para o bicudo. ** Produtividade afetada por fatores extrínsecos ao Plano Estratégico de Controle do Bicudo. *** Não computados os custos operacionais.

Como conseqüência, o número de aplicações específicas para o bicudo foi maior na Área 2, implicando em maior impacto ambiental. Além disso, o custo de controle da praga foi maior que na Área Piloto, tanto quando comparados os valores absolutos, como quando analisados os valores relativos, tomando-se como referência o custo total de produção da lavoura. Neste comparativo, é válido citar que o custo de controle da praga é representado apenas pelos preços dos inseticidas utilizados, não sendo computados os custos referentes à operação.

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0 1 2 3 4 5 6 80 99 104 106 109 116 118 123 127 132 137 142 146 149 153 156 158 DAE (%)

Figura 1. Monitoramento de botões florais atacados pelo bicudo na Área Piloto.

É relevante salientar que a detecção precoce do bicudo na Área Piloto, em relação à Área 2, já era esperada, uma vez que esta havia sido classificada como área vermelha (alta infestação do bicudo), ao passo que a segunda fora determinada como zona azul (baixa infestação do bicudo).

Por fim, vale ressaltar também que a produtividade da área piloto foi prejudicada por fatores extrínsecos ao Plano Estratégico de Controle do Bicudo, tendo ocorrido em função de problemas com fitotoxicidade em parte da área, causada por aplicação utilizando pulverizador contaminado com herbicida hormonal (grupo químico 2,4 - D), sendo que pelo menos 60 ha tiveram o seu rendimento comprometido, o que interferiu negativamente na média final de produtividade da área. Outro ponto relevante é que, ante ao fato de os custos de produção de cada lavoura terem sido semelhantes, os custos das aplicações para o bicudo foram diferentes, sendo superior na Área 2, onde não foram adotadas as práticas de manejo avaliadas neste trabalho.

CONCLUSÕES

As medidas do Plano Estratégico de Controle do Bicudo, em especial o monitoramento e a adoção de 5% como nível de controle do bicudo, mostram resultados satisfatórios como: quantificação de danos causados pela praga e flutuação populacional da mesma, definições pontuais e criteriosas das aplicações, conseqüente redução do número de aplicações para bicudo, ganho na produção e produtividade em função da manutenção dos capulhos na parte apical das plantas (“ponteiros”), com menor quantidade de inseticidas aplicados na lavoura e conseqüentemente no meio ambiente.

CONTRIBUIÇÃO PRÁTICA E CIENTÍFICA DO TRABALHO

O presente trabalho demonstra que o monitoramento das pragas, em especial do bicudo do algodoeiro, quando realizado de forma eficiente, assim como a adoção de um nível de controle como norte para as definições, contribui para uma significativa redução no número de aplicações de inseticidas, resultando em menores custos de produção do algodão e, mais importante, redução de impactos ambientais.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANUÁRIO BRASILEIRO DO ALGODÃO. A dose certa. Santa Cruz do Sul: Gazeta Santa Cruz, 2004. p. 44-48.

ANUÁRIO BRASILEIRO DO ALGODÃO. Área Livre. Santa Cruz do Sul: Gazeta Santa Cruz, 2006. p. 86-47.

DEGRANDE, P.E. Bicudo do algodoeiro: manejo integrado. Dourados: UFMS. 1991. 141p.

FUNDAÇÃO GO. Medidas de controle do bicudo do algodoeiro em Goiás. Santa Helena de Goiás, 2003. Folder

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