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Qualidade física e fisiológica das sementes de milho após o beneficiamento

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QUALIDADE FÍSICA E FISIOLÓGICA DAS SEMENTES DE MILHO

APÓS O BENEFICIAMENTO

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1Aceito para publicação em 29.12.2001.

2Engo Agro, Dr., Depto. de Fitotecnia, Universidade Federal de Santa Maria, 97105-900, Santa Maria-RS; bolsista do CNPq; autor para correspondência; e-mail: nmenezes@ccr.ufsm.br

3Engo Agro, MSc., Sementes Pioneer Ltda, Cx. Postal 1009, 96810-970, Santa Cruz do Sul-RS.

NILSON LEMOS DE MENEZES2, IVO LERSCH-JUNIOR3 E LINDOLFO STORCK2

RESUMO - O presente trabalho, conduzido na unidade de produção da empresa Sementes Pioneer Ltda. e no Laboratório Didático e de Pesquisas em Sementes da Universidade Federal de Santa Maria, teve como objetivo avaliar o efeito do beneficiamento na qualidade física e fisiológica das sementes de milho. Foram utilizadas sementes do híbrido simples super precoce 32R21. As sementes foram colhidas em espigas e submetidas às operações de secagem, debulha mecânica, pré-limpeza, limpeza, classificação por largura, comprimento e peso. Foram coletadas amostras de sementes em intervalos variáveis no ponto de descarga de cada máquina, totalizando 23 pontos de coleta, que constituíram os tratamentos. A avaliação dos diferentes tratamentos foi realizada pelos testes de pureza física, danos mecânicos, germinação e vigor (teste de frio e condutividade elétrica). Concluiu-se que o beneficiamento afetou a qualidade física e fisiológica das sementes. Os danos mecânicos são produzidos progressivamente, a partir da debulha mecânica e no final do beneficiamento as sementes redondas apresentaram maior porcentagem de danos. A germinação e o vigor das sementes são afetados pelas etapas do beneficiamento, quando estas estão associadas a danos mecânicos severos.

Termos para indexação: Zea mays, beneficiamento de sementes, danos mecânicos, vigor de sementes.

PHYSIC AND PHYSIOLOGICAL SEED QUALITY OF CORN AFTER PROCESSING ABSTRACT - The objective of this study was to evaluate the processing effect over the physic and physiological quality of corn seeds. This research was conducted at the Pioneer Seeds, Santa Cruz do Sul, and at the Federal University of Santa Maria, Brazil. Seeds of the single cross hybrid 32R21 harvested on ears were submitted to dry, mechanical sheller, pre-cleaner and cleaner machines, width, length size and weight classifications. A total of 23 seed samples were collected after each processing step in variable periods. Each sample was considered a treatment. The evaluations were the following tests: purity, mechanical damage, germination and vigor (cold and conductivity). Seed processing of the 32R21 hybrid affects the physic and physiological quality. Mechanical damage is progressive and starts with mechanical sheller. Round seeds have higher percentage of damage than flat seeds. Seed processing affects germination and vigor, when associated with severe mechanical damage.

Index terms: Zea mays, seed processing, seed quality, mechanical damage.

INTRODUÇÃO

Na produção de sementes de milho, a preocupação cons-tante com a qualidade do produto final determina que as prá-ticas adotadas sejam as mais adequadas possíveis, para se al-cançar a qualidade exigida pelo mercado.

Após a colheita, o conjunto de práticas que compõem o beneficiamento, eliminam os materiais indesejáveis que

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acom-panham as sementes e melhora a qualidade do lote. Essa eta-pa do processo produtivo é obrigatória eta-para a obtenção de sementes de alta qualidade.

O beneficiamento de sementes de milho é altamente es-pecializado, se comparado com outras culturas. A semente de milho, normalmente, é colhida em espiga, despalhada e secada com o sabugo, para logo ser debulhada, limpa e classifi-cada. A classificação é necessária, devido a grande variação de tamanho, forma e qualidade das sementes na própria espiga. Nas sementes de milho, a uniformidade de forma e ta-manho é muito importante para facilitar tratamentos com fungicidas e a semeadura. Para a uniformização são usadas máquinas classificadoras, dotadas de peneiras com perfura-ções, que nem sempre estão perfeitamente adaptados a esse trabalho, provocando danos mecânicos. Os danos mecânicos podem atingir diferentes partes da semente, sendo capazes de reduzir o vigor das mesmas, até aqueles por trincamento in-terno, quando as sementes apresentam grau de umidade ele-vado ou muito baixo (Borba et al., 1994 e Borges, 2001).

O dano mecânico é um dos principais fatores capazes de reduzir drasticamente o potencial de armazenamento das se-mentes (Borba et al., 1995; Kikuti et al., 1999 e Alves et al., 2001).

Cada dano mecânico que afeta a semente, por menor que seja, é acumulativo e parte integral do dano da semente (Mason et al., 1982), podendo reduzir seu poder germinativo, vigor inicial e rendimento de produção (Carvalho et al., 1999). A constatação do dano mecânico se dá pela observação de fissuras internas e a presença de sementes quebradas, trincadas, fragmentadas e arranhadas externamente. Mas, não só o aspecto físico da semente é afetado, sementes mecanica-mente danificadas são, também, mais difíceis de limpar, pro-vocam maiores perdas no beneficiamento e apresentam me-nor vigor e germinação, são mais susceptíveis ao ataque de microrganismos no solo (Delouche apud Baudet et al., 1978 e Borges, 2001).

Os fatores que controlam os danos mecânicos, de acor-do com Carvalho & Nakagawa (1988), são a intensidade e número de impactos, local do impacto, grau de umidade das sementes e as características das sementes, tais como tama-nho, forma, espessura do tegumento, tipo de tecido de reser-va, posição do eixo embrionário, entre outros.

A susceptibilidade aos danos mecânicos é uma caracte-rística herdável, sendo que, em geral, as sementes mais com-pactas e duras são as menos susceptíveis aos danos climáti-cos e ao ataque de fungos (Cassini, 1992). A germinação das sementes de milho dos cultivares BR 451 e BR 106 não é

afetada, quando ocorrem danos mecânicos até 10,3 e 23,9%, respectivamente, ou na cultivar BR 201 até 31,4%, porém o vigor é significativamente reduzido (Borba et al., 1994 e 1995). Cerca de 40% dos danos mecânicos ocorrem durante a colheita mecânica, 50% durante o beneficiamento, 4% du-rante o armazenamento, 2% dudu-rante o transporte e 4% na se-meadura (Carvalho & Nakagawa, 1988).

Os danos mecânicos e outros problemas causados e/ou não eliminados, durante o beneficiamento, podem ser identi-ficados através da avaliação da qualidade das sementes. Em sementes de milho, com até 40,0% de danos mecânicos, o teste de germinação não avaliou efetivamente a qualidade das sementes, porém o teste de frio foi o método mais eficiente para predizer o efeito dos danos mecânicos no tempo poten-cial de armazenamento das sementes (Wortman & Rinke, 1951). Os lotes de sementes danificados mecanicamente, tam-bém, reduziram drasticamente o vigor e a viabilidade após armazenamento, segundo Borba et al. (1994).

Estudando danos mecânicos em sementes de milho, ocor-ridos em diferentes estágios do processamento e seus efeitos por meio do teste de frio, Wortman & Rinke (1951) verifica-ram que o avanço nas fases do processamento aumentou a quantidade de danos mecânicos. Quanto maiores foram os danos sobre o embrião e os danos totais, menor foi a germi-nação. Os mesmos autores observaram diferenças entre os híbridos testados, quanto a susceptibilidade aos danos mecâ-nicos. Todos os tipos de danos causaram decréscimo no estande do Híbrido B e danos abertos no lado do embrião ou sobre a coroa causaram maiores reduções do estande, enquanto que os danos fechados tiveram efeitos menores, mas, signifi-cativos. A remoção dos pedicelos das sementes causou signi-ficativas reduções, mas dano sobre o lado contendo somente endosperma pareceu menos prejudicial.

A resposta de cada cultivar ao manuseio pós-colheita é distinta, necessitando ser estudada não só quanto aos seus efeitos, mas, também, em suas causas, sob diferentes enfoques, assim, identificando claramente o tipo, a intensidade e o mo-mento da ação capaz de afetar a qualidade das sementes.

O trabalho teve por objetivo avaliar o efeito do benefi-ciamento na qualidade física e fisiológica de sementes de mi-lho.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado na Unidade de Beneficiamento de Sementes (UBS) e no Laboratório de Sementes da empre-sa Pioneer Sementes Ltda. em Santa Cruz do Sul - RS e no

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Laboratório de Didático e de Pesquisas em Sementes do De-partamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria - RS.

Foram utilizadas sementes de um lote (12t) do híbrido simples 32R21, super precoce, produzido na safra 1997/98 pela Pioneer Sementes Ltda. Foram colhidas as espigas, com colhedoras automotrizes e transportadas para a UBS, onde sofreram os processos de despalha (pré-limpeza) e secagem, em secador de espigas. A seguir, as sementes foram benefici-adas de acordo com o fluxograma da empresa produtora das sementes, no qual se utilizou as etapas de debulha; passagem pelo elevador externo da torre de beneficiamento; classifica-ção em forma (R para redonda e C para achatada) no Carter; classificação em tamanho (1, 2 e 3) no trieur e mesa de gravi-dade, que resultou na seguinte classificação: R1 - sementes com diâmetro entre 8,93 e 9,92mm e maiores que 16mm de comprimento e 5,55mm de largura; R2 - sementes com diâ-metro entre 8,13 e 8,93mm e maiores que 16mm de compri-mento e 5,36mm de largura; R3 - sementes com diâmetro entre 7,34 e 8,13mm e maiores que 16mm de comprimento e 4,76mm de largura; C1 - sementes com diâmetro entre 8,93 e 9,92mm e menores que 16mm de comprimento e 5,55mm de largura; C2 - sementes com diâmetro entre 8,13 e 8,93mm e menores que 16mm de comprimento e 5,36mm de largura;

C3 - sementes com diâmetro entre 7,34 e 8,13mm e menores

que 16mm de comprimento e 4,76mm de largura.

Amostras de sementes foram coletadas após a colheita e em cada etapa do beneficiamento. Após a colheita, pré-lim-peza e secagem foram coletadas 12 espigas aleatoriamente. O método de secagem em espigas foi semelhante, tanto para as amostras úmidas, quanto para o restante do lote. A partir da debulha, foram coletadas seis amostras de sementes, de aproximadamente 500g, na bica de saída de cada máquina. O intervalo de coleta foi variável, visto que até a etapa de pas-sagem pelo elevador da torre de beneficiamento todo lote foi amostrado, porém nas etapas subseqüentes, embora o tama-nho da amostra permanecesse o mesmo, as amostras foram coletadas apenas da porção selecionada.

Antes da etapa de debulha mecânica, adotada na seqüên-cia normal de benefiseqüên-ciamento da empresa produtora das semen-tes, as amostras de espigas foram debulhadas manualmente.

Logo após a coleta na última máquina, as sementes fo-ram encaminhadas para a determinação de sua qualidade. Da amostra composta obtida pela junção das amostras simples, extraiu-se 700g, para a análise de pureza, conforme recomen-dação de Brasil (1992). O restante das sementes foram usa-das para: grau de umidade - foi determinado, após a

colhei-ta e a secagem, pelo método da estufa a 105±3°C, durante 24 horas, com duas subamostras de 5g, de acordo com Brasil (1992); danos mecânicos - foram determinados através do teste verde rápido, com verde de malaquita a 1,0%, durante três minutos. De acordo com a intensidade dos danos mecâ-nicos no endosperma e embrião ele foi separado em dois ti-pos: danos médios, quando o dano afetou mais de 1/3 do endosperma sem afetar o embrião e danos severos, quando o dano afetou o embrião. Neste teste, a presença do dano foi constatada pela formação da coloração verde-escura, resul-tante da reação do verde de malaquita com o amido endospermático e expresso em porcentagem. Foram utilizadas quatro repetições de 50 sementes; teste de germinação -foi realizado com o substrato papel toalha, em rolo, previa-mente umedecido com água na proporção de 2,5 vezes o peso do papel, e colocado em uma câmara de germinação, regula-da a 25ºC. Para caregula-da etapa do beneficiamento foram utiliza-das quatro repetições de 50 sementes. As avaliações foram efetuadas sete dias após a semeadura e os resultados expres-sos em porcentagem de plântulas normais, segundo Brasil (1992); teste de frio - foi realizado com sementes não trata-das semeatrata-das em bandejas, cujo substrato foi uma mistura de 1:4 terra e areia. As bandejas foram colocadas em câmara a 10ºC, por sete dias e a seguir em câmara de germinação a 25ºC, por mais sete dias. Foram utilizadas quatro repetições de 50 sementes e os resultados foram expressos em porcentagem de plântulas normais; teste de condutividade elétrica -foi realizado com quatro repetições de 25 sementes, que fo-ram colocadas em copos plásticos com 75ml de água destila-da, em germinador a 20ºC, durante 24 horas. A leitura da solução água mais exsudato não filtrada (AOSA, 1983) foi realizada em um condutivímetro marca Digimed CD-21 e os resultados foram expressos em S/cm/g de semente.

A análise estatística constou da estimativa dos coefici-entes de correlação linear e análise da variância, para as cin-co variáveis (teste de pureza, danos mecânicin-cos, testes de ger-minação, frio e condutividade elétrica), considerando os 23 pontos de amostragem (tratamentos), com quatro repetições, segundo o delineamento inteiramente casualizado. Para com-paração entre as médias, utilizou-se o teste de Tukey, em ní-vel de 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O grau de umidade das sementes na colheita foi de 32,3% e após a secagem na espiga a umidade foi de 12%. Essa umi-dade final das sementes foi uma das causas dos níveis de

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da-nos mecânicos observados após as etapas do beneficiamento, visto que vários autores (Carvalho & Nakagawa, 1988 e Fancelli & Lima, s.d.), já haviam verificado aumentos de da-nos à medida que decresce a umidade e, por isto, recomenda-ram umidades entre 12 e 14%, para a realização da debulha e outras operações durante o beneficiamento de sementes.

A pureza física após a debulha foi igual a 99,5%, em todas as etapas, não podendo, então, interferir na qualidade das sementes. Esse valor é adotado como padrão para a comercialização pela empresa Pioneer Sementes Ltda.

O dano mecânico (Tabela 1), detectado pelo teste de verde rápido, aumenta com a passagem pelas etapas do beneficiamento, sendo que o dano mecânico mais severo foi

produzido após o elevador externo da torre, diferindo da co-lheita e da pré-limpeza, o que confirma as observações de Wortman & Rinke (1951) e Hall & Johnson (1970). Os dados obtidos sugerem que, os danos mecânicos, além de serem características herdáveis, como ressaltou Cassini (1992), tam-bém, dependem da intensidade e do número de impactos, bem como das características da semente, tais como tamanho, for-ma, tecido de reserva e teor de água na colheita (Carvalho & Nakagawa, 1988 e Alves et al., 2001).

Na fase de classificação por forma e tamanho, quando se comparou semente redonda de tamanhos diferentes, veri-ficou-se que não houve diferenças, com exceção do dano mais severo nas sementes R3, quando comparadas com as semen-tes R1 após trieur, o que confirmam as observações de Sader et al. (1991), que estudaram sementes de amendoim. Esses autores verificaram que sementes maiores apresentaram mai-ores índices de danos mecânicos, durante o beneficiamento. As sementes achatadas, de diferentes tamanhos, não diferi-ram entre si. As sementes redondas não diferidiferi-ram das semen-tes achatadas, para o mesmo tamanho, com exceção das mentes tamanho 3, após o trieur, onde o dano severo em se-mentes redondas foi maior do que em sese-mentes achatadas, provavelmente, o fato se deve a maior velocidade adquirida pelas sementes durante a passagem pelo equipamento. A cada impacto a semente se torna mais sensível ao dano mecânico, produzindo, por fim, um aumento no número de danos nas sementes (Mason et al., 1982). Resultado semelhante já havi-am sido observados por Wortman &havi-amp; Rinke (1951).

As médias de germinação, teste de frio e condutividade elétrica, nas diferentes etapas do beneficiamento, estão na Ta-bela 2. Não houve diferenças nas etapas que antecederam a debulha.

Após o elevador houve variações na germinação, tal qual haviam verificado Baudet et al. (1978), quando constataram que os elevadores aumentam de forma significativa os danos mecânicos nas sementes, durante o beneficiamento. Os da-nos nas sementes de milho tiveram efeitos na germinação, principalmente, quando o dano foi na região do embrião, tal qual observado por Carvalho et al. (1999).

Na fase de classificação por forma e tamanho, após o cilindro, notou-se que as sementes classificadas como R2 apresentaram germinações mais elevadas, embora não dife-rindo das classificadas como R3. As sementes achatadas clas-sificadas como C2 mostraram maiores germinações, sem di-ferirem das classificadas como C3. Após o trieur, as semen-tes classificadas como R1 diferiram das R2 e R3. Porém, as sementes achatadas, classificadas como C2, apresentaram TABELA 1. Danos mecânicos (médio e severo) em

semen-tes de milho híbrido do cultivar 32R21, após as etapas do beneficiamento. Santa Cruz do Sul, 1998.

Sementes com dano mecânico (%) Etapas do

beneficiamento Médio Severo

Colheita 0,25 e 0,00 h

Pré-limpeza 0,50 e 1,00 gh

Secagem 0,00 e 3,00 f g

Debulha 1,25 de 7,00 e f

Elevador externo da torre 2,25 cde 7,50 de f Forma e tamanho ... Após o cilíndro ...

Redonda 1 9,75ab 15,50 bcd

Redonda 2 4,50 bcd 15,00 bcde

Redonda 3 4,00 cde 14,00 bcde

Achatada 1 4,50 bcd 13,50 bcde

Achatada 2 9,00ab 9,00 de f

Achatada 3 6,25abc 12,75 bcde

...Após o trieur ...

Redonda 1 8,75ab 15,25 bcd

Redonda 2 8,75ab 21,25a b

Redonda 3 8,50ab 31,00a

Achatada 1 5,75abc 10,75 cde

Achatada 2 8,50ab 13,00 bcde

Achatada 3 8,00ab 11,50 cde

... Após a mesa de gravidade...

Redonda 1 7,00abc 18,25 bc

Redonda 2 7,25ab 17,00 bc

Redonda 3 10,50ab 21,75a b

Achatada 1 8,50ab 11,25 cde

Achatada 2 9,50ab 12,50 bcde

Achatada 3 12,00a 13,50 bcde

Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem pelo teste de Tukey, a 5%.

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maiores porcentagens de germinação, mas não diferiram das classificadas como C1. Após a mesa de gravidade, a compa-ração entre sementes redondas de mesmo peso, mas de tama-nho diferente mostrou que, as sementes classificadas como R3 diferiram das classificadas como R2, sendo que as se-mentes achatadas não diferiram entre si.

Comparando a germinação das sementes de tamanho 1, a forma achatada foi melhor do que a redonda, após a mesa de gravidade; para sementes de tamanho 2, a forma achatada após o trieur e mesa de gravidade teve melhor germinação do que a forma redonda; para sementes de tamanho 3 a forma achatada foi melhor após o trieur, embora as sementes acha-tadas tenham apresentado 25,5% de danos mecânicos totais e

TABELA 2. Percentagem de germinação e de plântulas normais pelo teste de frio e condutividade elétrica (µS/cm/g) em sementes de milho do cultivar 32R21, após as etapas do beneficia-mento. Santa Cruz do Sul, 1998.

Etapas do

beneficiamento Germinação(%) Teste de frio(%) Condutividadeelétrica

Colheita 98abc 86abc 22,13ab

Pré-limpeza 99ab 93a 21,16abc

Secagem 99ab 88ab 20,16 bcd

Debulha 97abcde 71 e f gh 17,08 def g

Elevador externo da torre 95 cdef 70 e f gh 17,07 def g Forma e tamanho ... Após o cilíndro ...

Redonda 1 93 ef 55 i 17,49 def g

Redonda 2 97abcd 55 i 15,40 f g

Redonda 3 95 bcdef 59 hi 18,50 bcdef

Achatada 1 95 def 73 de f g 16,91 def g

Achatada 2 98abc 80abc de 19,83 bcde

Achatada 3 96abcdef 59 hi 17,82 cdef

...Após o trieur ...

Redonda 1 97abcde 61 ghi 19,20 bcde

Redonda 2 93 f 61 ghi 24,09a

Redonda 3 88 g 73 c de f g 20,94 bcd

Achatada 1 96abcdef 68 f gh 16,84 def g

Achatada 2 99a 77 bc de f 21,33abc

Achatada 3 95 bcdef 82abc d 19,69 bcde

...Após a mesa de gravidade...

Redonda 1 93 f 51 i 14,40 g

Redonda 2 93 f 68 f gh 19,60 bcde

Redonda 3 96abcde 73 c de f g 15,30 f g

Achatada 1 98abc 61 ghi 16,27 ef g

Achatada 2 99ab 73 de f g 21,17abc

Achatada 3 96abcdef 71 e f gh 19,95 bcd

Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem pelo teste de Tukey, a 5%.

as redondas 32,2%. Esses resultados são seme-lhantes aos observados por Borba et al. (1995), que para a cultivar de milho BR 106, na faixa de 5,6 a 23,9% de danos não verificaram efei-tos na germinação.

Quanto ao vigor das sementes, avaliado pelo teste de frio, observou-se os efeitos das etapas do beneficiamento sobre a qualidade fi-siológica. O melhor resultado foi obtido nas se-mentes após a pré-limpeza (93% de plântulas normais), porém esse resultado não diferiu da-queles obtidos após a colheita e a secagem, com sementes achatadas de tamanho 2 (após cilíndro) e achatadas de tamanho 3 (após trieur). No en-tanto, após a debulha houve redução do vigor das sementes com diferenças entre a forma e o tamanho das sementes, visto que a partir desse ponto houve aumento significativo dos danos mecânicos. Esses resultados concordam com aqueles obtidos por Wortman & Rinke (1951), que constataram eficiência do teste de frio para estratificar lotes de sementes com diferentes níveis de danos mecânicos e Borba et al. (1994), que nas sementes de milho híbrido da cultivar BR 201 fêmea, observaram redução no vigor, de forma imediata e significativa com o aumento dos danos mecânicos.

Quanto ao vigor das sementes, avaliado pelo teste de condutividade elétrica, também se observou efeitos das etapas do beneficiamento, sobre a qualidade fisiológica. Antes da classifi-cação das sementes, o melhor resultado foi ob-tido após a colheita, porém esse resultado não diferiu daqueles obtidos após a pré-limpeza ou a secagem. No entanto, após a debulha houve variação no vigor das sementes em função do tamanho e da forma, visto que a partir desse ponto houve aumento dos danos mecânicos.

Após o trieur, notou-se que as sementes classificadas como R1 mostraram-se mais vigorosas, mas não diferiram das R3. Entre as achatadas, o teste de condutividade elétrica mostrou que as classificadas como C1 foram as mais vigorosas. Ao se comparar as sementes de formas diferentes, mas do mesmo tamanho, observou-se que elas não diferiram entre si.

Após a mesa de gravidade, o resultado da condutividade elétrica das sementes redondas, classificadas como R1, apre-sentou maior vigor, sem diferir da R3. Quando foram compa-radas as sementes achatadas, de tamanhos diferentes,

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obser-CONCLUSÕES

 O beneficiamento das sementes de milho da cultivar 32R21 afetou a qualidade física e fisiológica, por aumentar os da-nos mecânicos;

 os danos mecânicos são produzidos progressivamente a par-tir da debulha mecânica e, no final do beneficiamento, as sementes redondas apresentaram maior percentagem de da-nos do que as sementes achatadas;

 a separação das sementes de milho do híbrido super preco-ce 32R21 por forma e tamanho não afetou a germinação, porém o vigor foi afetado pelas etapas do bene-ficiamento, quando estas estão associadas a danos mecânicos severos;  para o híbrido super precoce 32R21, a mistura de diferen-tes tamanhos nas semendiferen-tes redondas apresentaram vigor semelhante à mistura de diferentes tamanhos nas sementes achatadas.

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(Contri-buition, 32).

vou-se que aquelas classificadas como C1 foram mais vigo-rosas.

Foram significativos os coeficientes de correlação linear entre dano mecânico severo e germinação (r =-0,754), teste de frio (r=-0,535) e dano mecânico médio (r=0,677) e, entre germinação e teste de frio (r=0,416) e entre teste de frio e condutividade elétrica (r=0,512). Assim, o dano mecânico é, em parte (quando severo), responsável pela perda de qualida-de fisiológica das sementes e que a metodologia aplicada no teste de condutividade elétrica não foi adequada para identi-ficar a qualidade fisiológica das sementes. A falta de correla-ções pode justificar os resultados obtidos no teste de condutividade elétrica, que foram discrepantes daqueles ve-rificados no teste de frio. As sementes, no início do beneficiamento, mostraram menor vigor do que após a passa-gem pela debulha ou trieur, onde aumentaram os danos me-cânicos. Este teste não se mostrou eficiente para indicar o vigor de sementes de milho, quando os tratamentos produ-zem variações nos danos mecânicos, pois as sementes com danos visíveis foram eliminadas do teste.

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Referências

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