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Influência do número de implantes no comportamento biomecânico de overdentures mandibulares : análise fotoelástica

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Academic year: 2021

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Júlia Trevizam Campana

Influência do número de implantes no

comportamento biomecânico de overdentures

mandibulares: Análise fotoelástica

Piracicaba, SP 2015

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Universidade Estadual de Campinas

Faculdade de Odontologia de Piracicaba

Júlia Trevizam Campana

Influência do número de implantes no

comportamento biomecânico de overdentures

mandibulares: Análise fotoelástica

Dissertação de mestrado apresentada à Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas, como parte dos requisitos exigidos para obtenção do título de Mestra em Clínica Odontológica, Área Prótese Dental.

Orientador(a): Prof. Dr.Rafael Leonardo Xediek Consani

Este exemplar corresponde à versão final da dissertação defendida por Júlia Trevizam Campana e orientada pelo Prof Dr.Rafael Leonardo Xediek Consani

__________________________ Assinatura do Orientador

Piracicaba, SP 2015

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Resumo

O objetivo neste estudo in vitro foi avaliar por meio da análise fotoelástica o comportamento das tensões induzidas em diferentes overdentures. Os grupos experimentais foram: I- overdenture retida por um implante colocado na linha média da mandíbula; II- overdenture retida por dois implantes distantes 20 mm entre si; III-

overdenture retida por três implantes, com o central colocado na linha média da

mandíbula e os restantes distantes 18 mm de cada lado; e IV- overdenture retida por quatro implantes distantes 12 mm entre si. Para o estudo foi confeccionada uma prótese overdenture mandibular para cada grupo experimental e uma prótese total superior convencional, possibilitando que a análise fotoelástica fosse conduzida com as próteses se relacionando em máxima intercuspidação habitual. Foram feitos carregamentos axiais de 10, 20 e 30 kgf em cada modelo fotoelástico mandibular. Também foi realizado carregamento na oclusal dos primeiros molares direito e esquerdo de cada modelo com mesma intensidade de carga, para simular o efeito da mastigação. Dois tipos de avaliação foram conduzidos: qualitativa, por meio da análise das imagens obtidas com fotografias do modelo em polariscópio, e quantitativa, com as imagens analisadas no programa FRINGES. A análise qualitativa mostrou que a distribuição das tensões no Grupo I foi diferente dos Grupos II, III e IV, com maior quantidade de franjas concentradas na região posterior da mandíbula. O grupo IV apresentou melhor distribuição de tensão quando comparado aos Grupos II e III. Na análise quantitativa, a overdenture retida por um implante (Grupo I) mostrou valores de tensão similares aos Grupos II, III e IV. Com base nesses resultados pode-se concluir que: em todas as overdentures a tensão se concentrou predominantemente ao redor dos implantes; o aumento do carregamento oclusal ou pontual promoveu aumento das tensões induzidas sobre os implantes; maior tensão foi induzida no lado da aplicação da carga pontual, principalmente, quando a overdenture era suportada por um implante, e a concentração da tensão em overdenture suportada por maior quantidade de implante mostrou distribuição mais homogenia das tensões induzidas.

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Abstract

The aim of this in vitro study was to evaluate through photoelastic analysis the behavior of the induced stress in different overdentures. The experimental groups were: I- overdenture retained by one implant placed in the midline of the mandible; II- overdenture retained by two implants 20 mm distant from each other; III- overdenture retained by three implants, with the center placed on the midline of the mandible and the other distant 18 mm on each side; and IV- overdenture retained by four implants 12 mm distant from each other. For the study was made a prosthetic mandibular overdenture for each experimental group and a conventional complete denture, allowing the photoelastic analysis was conducted with the dentures related in maximum intercuspation. Axial loads of 10, 20 and 30 kgf were made in each mandibular photoelastic model. It was also performed on the occlusal loading of the first left and right molars of each model with similar load intensity to simulate the effect of mastication. Two types of evaluation were conducted: qualitative, by analyzing the images from photographs obtained with polariscope, and quantitative, with the images analyzed by the FRINGES program. Qualitative analysis showed that the distribution of tensions in Group I was different from the Groups II, III and IV, showing a higher amount of concentrated fringes on the posterior region of the mandible. Group IV showed better stress distribution when compared to Groups II and III. In the quantitative analysis, the overdenture retained by implant (Group I) showed similar stress values for Groups II, III and IV. Based on these results, it can be concluded that in all overdentures the stresses focused predominantly around the implants; increased single and occlusal loading promoted an increase of induced stresses on the implants; higher stress was induced on the application side, especially when the overdenture was supported by one implant; and stress concentration in overdenture supported by a larger amount of implantation showed more homogeneous stress distribution.

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Sumário

Dedicatória ...xiv Agradecimentos Especiais...xvi Agradecimentos...xviii 1. Introdução...1 2. Revisão da Literatura... 5 3. Proposição... 23 4. Material e Métodos... 25 5. Resultados ... 43 4.1. Análise Qualitativa... 43 4.2. Análise Quantitativa... 91 6. Discussão... 105 7. Conclusão... 113 Referências ... 115

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Dedico este trabalho aos meus pais José e Rosangela, por todo amor e carinho, pela dedicação e confiança, pelo apoio incondicional, pelo exemplo de vida e caráter e, acima de tudo, por serem meu eterno porto-seguro. Tudo que sou hoje devo a vocês! Obrigada!

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Agradecimento especial

Ao meu Orientador Prof. Dr. Rafael Leonardo Xediek Consani, por ser meu guia durante esses anos, por valorizar meu trabalho e esforço, dando o suporte necessário e ensinamentos sobre a Pós Graduação nesta Instituição de Ensino e Pesquisa. Agradeço por toda atenção, compreensão e, principalmente, pela amizade durante todos esses anos; é imensurável a minha admiração e carinho. Professores como você são um exemplo e um espelho para a minha vida e formação profissional.

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Agradecimentos

À Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP, na pessoa do Diretor

Prof. Dr. Guilherme Elias Pessanha Henriques, pela infra-estrutura e pela minha

oportunidade em realizar o Programa de Mestrado.

À Profa. Dra. Cínthia Pereira Machado Tabchoury, Coordenadora dos Programas de Pós-graduação em Clínica Odontológica da FOP-UNICAMP, pela qualidade das atividades no Programa em Clínica Odontológica.

Aos docentes do Departamento de Prótese e Periodontia da FOP-UNICAMP, em especial aos doutores Guilherme Elias Pessanha Henriques, Marcelo Ferraz Mesquita,

Mauro Antonio de Arruda Nóbilo, Rafael Leonardo Xediek Consani e Valentim Adelino Ricardo Barão, por todos os ensinamentos e experiências cotidianas fundamentais para

minha formação, além da amizade demonstrada durante o decorrer do Curso. Pela oportunidade de participar das atividades clínicas e teóricas da Graduação, quando a experiência adquirida com essas atividades foi de grande valia na minha formação.

Ao Prof. Dr. Mauro Antonio de Arruda Nóbilo, pelo inestimável apoio no desenvolvimento do trabalho e no uso do polariscópio.

Ao Engenheiro Mecânico Marcos Antonio Blanco Cangiani, Técnico do

Laboratório de Materiais Dentários da FOP-UNICAMP pelo auxílio no uso do

polariscópio.

À Sra. Eliete Aparecida Ferreira Lima Marin, Secretária do Departamento de

Prótese e Periodontia da FOP-UNICAMP, pela atenção e carinho.

Ao Técnico em Prótese Dental Eduardo Pinez Campos, profissional competente e dedicado, pela paciência, disponibilidade, auxílio e apoio na confecção das próteses, além da amizade durante esses anos.

A todos os demais docentes do Programa de Pós-Graduação em Clínica

Odontológica da FOP-UNICAMP.

Á minha mãe Rosangela de Fátima Trevizam Campana, por todo apoio e carinho não só nesses anos, mas em todos os anos da minha vida. Por ser meu maior exemplo de conquista, garra e determinação além de um exemplo de mulher para todos que te

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conheçam. E ao meu pai José Antonio Campana, por ser meu mentor nessa profissão maravilhosa que é a Odontologia, e pelos ensinamentos diários na profissão e na vida. Devo a vocês tudo o que tenho e sou hoje, vocês são os pilares da minha existência e a razão da minha vida. Obrigado por todo amor que vocês têm por mim. Eu amo vocês.

Ao meu Irmão Tiago Trevizam Campana, por estar sempre presente, sendo amigo, companheiro, conselheiro de todas as horas, e também por me chamar a atenção nos momentos necessários. Todo o seu carinho e atenção fazem parte da pessoa que eu sou hoje.

À minha prima/irmã Giovanna Ribeiro Nardini Campana, por todo o carinho e atenção em todos os anos da minha vida, e por ser essa pessoa tão presente e tão maravilhosa.

À toda minha Família, por toda a admiração e todos os ensinamentos, mostrando-me o real sentido do amor incondicional.

Aos amigos de Graduação e Laboratório Bruno Massucato Zen, Moises da Costa

Ferraz Nogueira, Conrado Reinos Caetano, Ricardo Armini Caldas, por todos os anos

de convivência e amizade.

Aos Profs. Drs. Guilherme Elias Pessanha Henriques, Mário Alexandre Coelho

Sinhoreti, Rafael Pino Vitti e Mauro Antonio de Arruda Nóbilo, por aceitarem compor a

Banca Examinadora da Qualificação.

Aos Profs. Drs. Marcelo Ferraz Mesquita e Jose Mauricio dos Santos Nunes

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1. Introdução

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2012), mantendo-se a tendência de envelhecimento da população brasileira, a faixa etária acima dos 65 anos representará 15% da população, podendo atingir até 18% em 2050. Ainda que a expectativa de vida do brasileiro seja 81 anos, os indicadores de saúde bucal ainda são considerados críticos. De acordo com a avaliação da saúde bucal da população brasileira, mais de três milhões de idosos são desdentados e necessitam de próteses em ambos os arcos e outros quatro milhões requerem algum tipo de reabilitação parcial (Ministério da Saúde, 2011).

Considerando que os danos causados pelas doenças bucais aumentam com a idade, a tendência seria existir maior número de desdentados necessitando de reabilitações protéticas que restabeleçam fonação, mastigação, conforto e estética (Takahashi, 2009). Com a ausência dos dentes naturais, as pessoas sofrem mudanças em relação aos hábitos alimentares, estado geral de saúde, bem-estar físico e psicológico e, geralmente, apresentam prejuízos em relação à qualidade de vida (Koshino et al., 2006).

Durante muitos anos a prótese total convencional foi a única forma de tratamento reabilitador para desdentados. Os fatores mais críticos dessa reabilitação eram justamente a retenção e estabilidade, diretamente relacionadas com a anatomia do rebordo residu al e condições da mucosa, quantidade e qualidade da saliva, presença de distúrbios neuromusculares e nível de tolerância ao uso da prótese (Telles, 2004).

Com a introdução por Branemark do conceito da osseointegração na Odontologia, os tratamentos reabilitadores foram inovados com a possibilidade de que os implantes de titânio suportassem as próteses dentárias (Torres, 2005). Assim, a abrangência do uso de implantes tem motivado os pesquisadores à contribuir com a evolução dos sistemas de implantes, tratamentos clínicos e técnicas laboratoriais (Sahin & Cereli, 2001).

A prótese sobre implantes pode melhorar a função bucal de pacientes com rebordo mandibular mais reabsorvido (Albrektsson et al., 1987; Chen et al., 2002; Awad et al., 2003), proporcionando maior satisfação, eficiência mastigatória, conforto psicológico, adequada estética e, consequentemente, melhora na qualidade de vida dos desdentados (Lekholm et

al., 1994; Van Steenberghe et al., 1990). Além disso, alega-se que a utilização de implantes

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Como a função biomecânica dos implantes é diferente daquela dos dentes naturais devido ao ligamento periodontal (Lindh et al., 1997), existe a possibilidade de a sobrecarga do implante ultrapassar o limite fisiológico do osso e causar falha da ósseo-integração (Kenney & Richards, 1998). O dente pode se movimentar até 100 μm devido ao ligamento periodontal; entretanto, o implante tem mobilidade máxima de 10 μm limitada pela resiliência do osso (Watanabe et al., 2000). Assim, é imprescindível equilibrar mecanicamente a distribuição das forças mastigatórias entre prótese, implantes e osso alveolar de suporte (Skalak, 1983; Rangert et al., 1989; De Boer, 1993).

Existem conceitos básicos para o tratamento da mandíbula desdentada, onde são colocados de dois a quatro implantes na porção anterior do rebordo para retenção de

overdentures. Existem diferentes vantagens e desvantagens em cada tratamento;

entretanto, tem sido sugerido a confecção de overdentures com um implante na região inter-forame da mandíbula com acentuada reabsorção, situação que impossibilitaria a instalação de dois ou mais implantes na região distal (Schneider & Synan, 2011).

Teoricamente, a overdenture mandibular com três ou quatro implantes estabelece relação angular entre os implantes ao invés da relação linear observada na prótese com menor quantidade de implantes. Na overdenture com três implantes, o implante posicionado mais anteriormente proporciona retenção indireta ao impedir a intrusão da porção anterior da prótese no tecido gengival (Ben-Ur et al., 1996). Por isso, tem sido recomendado o uso de três a quatro implantes nas situações que requerem maior retenção (Mericske-Stern, 2000). Por outro lado, nenhuma diferença foi verificada entre resultados clínicos e radiográficos em overdentures retidas por dois implantes (Meijer et al., 2009). No entanto, alega-se que quando a carga for distribuída sobre maior número de implantes, a magnitude das tensões no osso diminui e o maior contato da interface osso-implante torna-se fator determinante para melhor suportar a carga (Skalak,1983; Brunski, 1988).

Relatos sugerem que um implante seria adequado para reter overdentures e pode resultar em sucesso quando comparada às apoiadas por vários implantes (Cordioli et al., 1997; Walton et al., Glick & Macentee, 2008; Wolfart et al., 2008). Por outro lado, autores relataram maior taxa de falha naquelas retidas por um implante (Liddelow & Henry, 2010).

Overdentures com dois implantes têm sido considerado o tratamento de escolha para

reabilitação de mandíbulas desdentadas (Thomason et al., 2009). Entretanto, àquelas com um implante têm sido também indicadas pela redução de custos e em situações com menor quantidade óssea quando comparada às reabilitações com maior número de implantes

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(Liddelow, 2007). Embora estudos recentes tenham mostrado que overdentures com um implante podem alcançar resultados clínicos semelhantes aos com maior número de implantes (Cordioli, 2007; Walton, 2009), maior evidência seria necessária para embasar a indicação generalizada em todas as aplicações clinicas (Alsabeeha, 2009). Além disso, a sobrecarga promove deformações no osso ao redor dos implantes quando as tensões excedem o limite fisiológico, podendo causar microfraturas na interface osso-implante, fraturas do implante, afrouxamento dos componentes do implante e reabsorções ósseas indesejadas (Gotfredsen et al., 2001).

A análise de problemas associados às reabilitações implanto-suportadas pode ser conduzida por meio da fotoelasticidade e por elementos finitos ou extensiometria (Rubo & Souza, 2001). A análise fotoelástica permite observar a distribuição e comportamento de tensões em toda a estrutura do modelo. O método baseia-se no princípio da transformação da tensão mecânica interna produzida em estruturas geométricas complexas, com padrões visíveis de luz que indicam a localização e magnitude das tensões. Devido a essas características, o método tem sido utilizado na Engenharia Civil e Mecânica (Frocht, 1969) e aplicado nas áreas Dentística (Nooman, 1949), Periodontia (Glickman et al., 1970), Prótese Total (Craig et al., 1974) e Prótese Parcial Removível (Kratochvil et al., 1981). Atualmente, o método também é empregado na análise das tensões induzidas em reabilitações implanto-suportadas (Machado, 2011; Dwivedi, 2013; Celik, 2014), permitindo a exibição visual das tensões no modelo com auxílio de polariscópio.

Dois tipos de franjas (tensão) são revelados com o polariscópio plano: padrões coloridos (claros) que são as franjas isocromáticas, representando a intensidade das tensões; e as linhas escuras, chamadas isoclínicas, sobrepostas às franjas coloridas, relacionadas à direção da tensão (localização e intensidade). Nessa técnica, a visualização das tensões internas pode ser medida e fotografada, enquanto que em outros métodos são necessários gráficos e outros esquemas de distribuição das forças a partir de dados e modelos numéricos (Análise Experimental de tensões – Modulo II; Prof. Cleudmar A. Araújo).

Existem poucos relatos sobre pesquisas envolvendo a tensão óssea peri-implantar ocorrida em overdentures mandibulares com um implante. Portanto, seria interessante e oportuno comparar por meio da análise fotoelástica a tensão em overdentures mandibulares retidas por diferentes quantidades de implantes.

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2. Revisão da literatura

Fotoelasticidade

Doyle & Phillips (1978) e Araújo (2006) alegaram que o nome fotoelasticidade reflete a natureza do método, ou seja, foto implica no uso da luz e técnicas ópticas, enquanto elasticidade relaciona-se com o estudo de tensões e deformações ocorridas em corpos elásticos.

French et al. (1989) utilizaram a técnica com vernizes fotoelásticos com o objetivo de ampliar o estudo em corpos inelásticos. A técnica fornece evidências quantitativas de áreas altamente tensionadas e picos de tensões em superfícies ou pontos interiores de estruturas. Quanto maior o número de franjas, maior a intensidade da tensão induzida e quanto mais próximas as franjas umas das outras, maior a concentração dessas tensões.

Alvarez & Strohaecker (1998) citaram várias técnicas experimentais utilizadas para determinar a distribuição de tensões-deformações em sistemas estruturais. Dentre elas estão os métodos numéricos como elementos finitos e os métodos experimentais tais como as extensiometria e fotoelasticidade. A fotoelasticidade permite rápida análise qualitativa do estado de tensão por meio da observação de efeitos ópticos. A fotoelasticidade por transmissão pode ser usada na solução de problemas num estado plano ou tridimensional, necessitanto a confecção de modelos. Existe também a técnica fotoelástica que determina a distribuição de tensões em superfícies, conhecida como fotoelasticidade de reflexão que dispensa a confecção de modelos. No caso da técnica fotoelástica por transmissão, um material plástico transparente submetido a um estado de tensão-deformação exibe uma propriedade denominada dupla refração ou anisotropia óptica. A luz polarizada que o atravessa, obtida por polariscópio, permite a determinação das direções e dos gradientes das tensões principais por meio da interpretação dos parâmetros ópticos observados. Quando a luz branca é utilizada, os efeitos ópticos se manifestam como franjas coloridas e quando a luz monocromática é usada há uma série alternada de franjas pretas e brancas. A ordem das franjas em um ponto está relacionada com o estado de tensão existente no modelo de acordo com a “Lei óptica das tensões".

Histórico

Noonam (1949) empregou uma metodologia que fornecia a análise qualitativa dos esforços no interior da estrutura homogênea, chamada fotoelasticidade. Utilizando polariscópio foi possível visualizar as tensões exercidas no modelo. O polariscópio plano

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possibilita um campo de visão escuro através de polarizadores de eixos cruzados e um campo de visão claro através dos polarizadores de eixos paralelos. Dessa forma, é possível visualizar as franjas de duas maneiras: as isocromáticas que são as franjas coloridas, as quais evidenciam a intensidade das tensões e as isoclínicas, linhas escuras relacionadas com a direção das tensões.

Mahler & Peyton (1955) descreveram a fotoelasticidade como um método experimental para analisar as tensões relacionadas às falhas em estruturas. Devido às irregularidades das formas dentais, enfatizaram que esse método é individualmente aplicável às situações dessas estruturas. Essa metodologia consiste na obtenção de um modelo fotoelástico da estrutura a ser analisada, simulando a intensidade e a direção das forças aplicadas no modelo fotoelástico de forma semelhante às condições da estrutura real. A força aplicada aos modelos produz internamente tensões que se difundem de acordo com a direção dessas forças, a forma e o modo de sustentação. A base de sustentação dos padrões e a fixação desses nas bases são aspectos posteriores à fase de construção que devem ser observados com atenção. Por apresentar a propriedade de refração dupla, o material fotoelástico permite que um raio incidente de luz seja resolvido em dois raios que passam ao longo do plano principal do material.

Glickman et al. (1970) empregaram a fotoelasticidade na análise da distribuição de tensões no periodonto de sustentação. O trabalho desses autores foi uma etapa decisiva na validação da fotoelasticidade como metodologia de pesquisa na área odontológica. Eles estudaram as tensões internas no periodonto de sustentação antes e após a contenção de dentes com um pôntico intercalado. Para comprovar a validade do método, compararam a situação analisada em cortes histológicos de dentes em condições similares, nos quais se visualizava a destruição óssea angular na mesma localização em que se processou a tensão interna compressiva no modelo experimental fotoelástico.

Fernandes (1971) descreveu a fotoelasticidade como uma técnica experimental para análises de tensões e deformações extremamente úteis em peças e estruturas que apresentam formas geométricas e condições de carregamento complexas. Nsses casos, os métodos analíticos e estritamente matemáticos tornam-se muito trabalhosos ou mesmo inviáveis, o que possibilitou a alternativa da análise experimental fotoelástica.

Fisher et al. (1975) estudaram a fotoelasticidade e assinalaram como fator favorável a possibilidade de analisar a distribuição das tensões em corpos com morfologia complexa, nos quais os métodos analíticos puramente matemáticos, tais como elementos finitos, por exemplo, são de difícil aplicação ou mesmo impraticáveis.

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Brodsky et al. (1975) aplicaram a metodologia fotoelástica na movimentação ortodôntica das raízes dentais e correlacionaram com as histopatologias desenvolvi das. Partiram do princípio de que quando uma força é aplicada ao dente, originam-se áreas de tensão e compressão nos ligamentos periodontais. Nas áreas de pressão suave ou leve, o tecido ósseo se reabsorve e, nas áreas de tensão, é neoformado. O movimento ortodôntico ocorre, portanto, como resultado da resposta celular no interior das estruturas do periodonto de sustentação do dente. Nas áreas de pressão intensa, a reabsorção óssea torna-se deletéria. O movimento dental nessa área é acompanhado por reabsorç ão gradativa e contígua ao espaço medular. Concluíram que existe correlação positiva entre o modelo fotoelástico e a condição histológica. Nas áreas de tensão do modelo, o material histológico correspondente demonstrou o ligamento periodontal estirado. Onde o modelo mostrou pressão, a secção histológica evidenciou compressão nas fibras periodontais. Quando maior concentração de franjas estava presente nos modelos, surgiam áreas de hialinização no material histológico. A utilização de um modelo fotoelástico isotrópico e homogêneo, juntamente com a técnica histológica, demonstrou movimentação radicular evidenciado tanto em termo celular como mecânico.

Vahidi (1978) demonstrou que houve diferença no deslocamento do tecido que reveste o rebordo residual mandibular. O tecido imediatamente adjacente ao último dente-suporte é menos resiliente que aqueles da região da papila piriforme ou retromolar. O tecido do rebordo não se desloca de acordo com um esquema geométrico, mas de forma diferente ao longo do rebordo e coincide com o que é imposto pela base da prótese. Entretanto, o resultado foi um desnível elevado de tensão e resiliência e as áreas menos resilientes distribuem melhor as forças. A limitação da área sob a ação de forças pode induzir à ruptura do tecido e ao risco de danos ao osso alveolar subjacente.

Thayer & Caputo (1980) enfatizaram que o método fotoelástico tem sido bastante utilizado na Engenharia e na indústria, proporcionando análise qualitativa dos esforços no interior de uma estrutura homogênea quando submetida às condições de esforços desejados.

Campos Júnior et al. (1986) descreveram a metodologia da fotoelasticidade na pesquisa odontológica. Segundo os autores, a metodologia consiste em construir, com material apropriado, a redução bi ou tridimensional do protótipo em estudo. Obtendo-se esse padrão nas dimensões ou escala do protótipo e submetendo-o a forças externas e atravessando-o com um feixe de luz polarizada, tem-se a apresentação de faixas brilhantes, denominadas franjas ou bandas, que podem ser analisadas quantitativa e qualitativamente. A contagem dessas franjas ou bandas, se multiplicada por um fator de calibração, fornece

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com precisão as tensões internas que correspondem ao protótipo original se submetido às mesmas forças. Como vantagem desse método, citam a possibilidade da visualização conjunta das tensões internas nos corpos, as quais podem ser medidas e fotografadas enquanto em outros métodos analíticos são necessários gráficos e esquemas de distribuição de forças construídos a partir de dados numéricos. Outra vantagem é a possibilidade de analisar a distribuição de forças em corpos de morfologia complexa. Desse modo a fotoelasticidade permite a aplicação direta da teoria matemática da elasticidade; porém, possui algumas limitações por ser técnica indireta, como exigir a reprodução acurada do original, a intensidade da carga não deve ultrapassar o limite de resistência do material e o modelo utilizado deve estar livre de tensões prévias às forças aplicadas e exige cuidados especiais de tratamento térmico, dependendo do material empregado.

Caputo & Standle (1987) desenvolveram uma técnica quase-tridimensional que utiliza modelos com lealdade geométrica. Em relação à técnica tridimensional inédita, diferencia-se na maneira como as tensões são vistas. Pelo fato de a técnica quase-tridimensional não restringir à distribuição de tensões em um plano, pode-se considerar como uma restrição; porém, apresenta boa fidelidade geométrica como benefício, assim como a possibilidade da aplicação de diversos sistemas de forças em diferentes áreas do modelo. Diferente do método bidimensional, não existe restrição para planificar as forças e tensões e diferentemente do método tridimensional, não há a necessidade de destruir o modelo para a aquisição dos dados. Como desvantagem, a técnica quase-tridimensional tem restrição em alcançar a adequada distribuição em três dimensões das tensões no interior do modelo fotoelástico.

Gomide (1990) alegou que a fotoelasticidade pode ser aplicada em qualquer estado de tensão; porém, pode ser mais facilmente utilizada no estudo do estado plano de tensões que requer a confecção de modelos planos feitos de materiais transparentes, homogêneos, isotrópicos, lineares e possuindo certas propriedades ópticas. A propriedade ópt ica fundamental é que os materiais possuam dupla refração temporária ou anisotropia óptica, quando submetidos a estados de tensões-deformações. Modelos similares são construídos e as cargas que melhor simularem as reais são aplicadas no modelo. Utilizando uma fonte de luz branca, os efeitos ópticos se manifestam como bandas coloridas (eucromáticas), cobrindo a faixa do espectro visual. Através da luz monocromática, os efeitos ópticos se manifestam como uma série alternada de bandas pretas e brancas que tem um número de ordem num ponto, dependendo da intensidade de carga. Em geral, pontos críticos em modelos planos ocorrem em contornos livres (furos, entalhes, filetes). A fotoelasticidade plana tornou-se uma ferramenta poderosa na determinação da distribuição de tensões ou

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fator de concentração de tensões, associadas a esses problemas. Em pontos no interior do modelo bidimensional pode-se obter apenas a leitura da tensão cisalhante máxima, e os valores individuais das tensões principais só serão obtidos com a utilização de dados suplementares ou emprego de métodos numéricos.

Laganá (1992) alertou para o fato de que a fotoelasticidade também possui algumas limitações. Principalmente por ser uma técnica indireta exige modelos com reprodução extremamente fiel ao original, sobretudo quando se requer a determinação quantitativa das tensões. Conforme a autora é preciso estar sempre atento à quantidade máxima de esforços externos a serem aplicados, de forma a não ultrapassar o limite de resistência do material fotoelástico.

Gil (1999) ressaltou que a fotoelasticidade é um método indireto que necessita de corpos-de-prova adequados para o estudo. A resistência do material fotoelástico limita a determinação quantitativa das tensões. Assim, os resultados podem se tornar alterados quando as forças aplicadas possuem intensidade muito próxima dos valores de limite da resistência dos materiais.

Cruz (2004) descreveu a utilização de um aparelho de aplicação de carga confeccionado envolvendo a análise de tensões por meio do método fotoelástico. O aparelho é constituído por duas bases paralelas, superior e inferior, ambas quadradas (15 cm x 15 cm) e quatro pilares de apoio. No centro da base inferior, encontra-se um pistão pneumático ligado por mangueiras ao compressor e a uma plataforma de apoio do crânio que, de acordo com a inclinação mandibular, aplica-se força no modelo fotoelástico, incidindo da mandíbula para a maxila cargas da ordem de zero a 10,0 bars, sucessivamente.

Fotoelasticidade de Transmissão Plana

Overdentures

Wyatt (1998) realizou revisão da literatura comparando próteses totais convencionais, parciais fixas e removíveis e implantossuportadas na restauração de rebordos total ou parcialmente desdentados e a habilidade em preservar a reabsorção óssea alveolar. Reabsorção do osso alveolar parece inevitável quando os dentes estão ausentes, influenciados também pela variabilidade existente entre pessoas, entre arcos e ao longo do tempo. O uso de implantes para suportar próteses fixas ou removíveis tem mostrado preservar o osso alveolar adjacente residual. No entanto, tal como com os dentes naturais, os implantes não são imunes à reabsorção do osso devido principalmente à força

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oclusal excessiva. Overdentures podem também preservar o osso adjacente, mas a reabsorção em áreas da extensão distal é semelhante ao observado com as próteses removíveis e podem promover alterações da oclusão e gerar forças excessivas sobre os implantes. Retorno proprioceptivo, a partir do ligamento periodontal para os músculos da mastigação, pode agir evitando a sobrecarga oclusal e, assim, prevenir a reabsorção óssea devido à forças excessivas. A preservação em curto ou longo prazo do osso alveolar tem sido documentada não só nos abutments de overdentures, mas também adjacente aos rebordos desdentados. Uma comparação entre próteses convencionais imediatas e

overdentures imediatas mostrou metade da reabsorção óssea na região anterior da

mandíbula durante o primeiro ano para o grupo overdenture; surpreendentemente, a reabsorção óssea também foi retardada na região posterior da mandíbula. O autor verificou que a prótese dental afeta o tamanho e a forma do rebordo alveolar residual, apesar do processo de reabsorção ainda não estar totalmente esclarecido. Concluiu que após as extrações dentais, o rebordo residual é submetido a um período de acelerada reabsorção, seguido por mínima e progressiva reabsorção óssea. O uso de próteses fixas implantossuportadas para restaurar a ausência dos dentes em rebordos parcial ou totalmente desdentados foi recomendado como tratamento de escolha para preservar o osso alveolar residual.

Menicucci et al. (1998) avaliaram pelo método por elemento finito as tensões na mucosa do rebordo distal e no osso peri-implantar de overdenture retida pelo sistema barra-clipe ou com retenção o’ring, ambos conectados por dois implantes. Com aplicação de carga de 35 N no primeiro molar, os autores concluíram que o sistema o’ring gerou maior concentração de tensão na mucosa do rebordo posterior no lado de balanceio, e que maior tensão peri-implantar foi gerada pelo sistema barra-clipe. Os autores associaram os resultados ao movimento de torção mandibular quando da aplicação da carga oclusal, e pela diferença de conexão dos sistemas de retenção.

el-Sheikh et al. (1999) avaliaram os efeitos dos tipos de supraestrutura na transmissão de força através de próteses mandibulares implanto-suportadas. Foram utilizadas replicas de mandíbula desdentada confeccionada com resina epóxi reforçada com carbono, e submetida à cargas em condições que simulavam as fisiológicas. Foram utilizados três diferentes modelos de retenção; o’ring, barra-clipe e cantilever posterior. Forças exercidas sobre os implantes foram medidas com strain gauges e os o’rings foram associados com as menores forças detectadas nos suportes. Conclui-se que as variações na superestrutura têm influência nas forças transmitidas pelos implantes na estabilidade da mandíbula reabilitada com overdenture.

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Duyck et al. (1999) avaliaram a influência do sistema de fixação em condições de carregamento dos implantes bucais de apoio à overdenture mandibular. Cinco pacientes foram selecionados para colocação de dois implantes na região de canino da mandíbula. Todos os pacientes receberam overdenture que foram instaladas sobre uma barra ovoide com (a) e sem (b) extensões bilaterais e (c) em attachments o’ring. Usando três extensômetros ligados à superfície externa dos pilares, as forças axiais e momentos de flexão em ambos os implantes de apoio foram quantificadas. Registos foram feitos durante a aplicação de 50 N em sete posições pré-determinadas ao longo da superfície oclusal da prótese e durante oclusão máxima. Os resultados não revelaram qualquer diferença na força axial induzida para os diversos dispositivos de ancoragem, ao contrário das diferenças no momento de flexão, em que o grupo com extensões bilaterais da barra geraram os maiores resultados; embora, houvesse tendência para melhor distribuição de carga axial com barras e melhor distribuição de tensão dos momentos flexores com conectores o’ring, essas diferenças não foram significativas.

Realizando revisão de literatura, Burns (2000) avaliou os consensos e controvérsias no tratamento mandibular com overdenture sobre implantes. O relatório incidiu sobre a base de conhecimento para esta modalidade de tratamento, num esforço para distinguir entre as áreas que já estavam bem caracterizadas e desfrutando de maior nível de consenso entre os profissionais, em comparação com aqueles que eram mais controversos e não claramente compreendidos. O autor encontrou como áreas de consenso geral: (1) edentulismo já era um problema de saúde significativo nos Estados Unidos e continuaria a ser motivo de preocupação no futuro. (2) problemas como retenç ão e estabilidade promoviam influência negativa significativa sobre os resultados do tratamento para próteses mandibulares convencionais; (3) o sucesso dos implantes dentários na região anterior da mandíbula geralmente era maior; (4) os implantes dentários, quando usados em conjunto com overdentures mandibulares, demonstravam muitas vantagens em comparação com o tratamento convencional; (5) implantes na região anterior da mandíbula podem retardar o processo de reabsorção óssea fisiológica; (6) a resposta óssea peri-implantar decorrente do tratamento com overdenture mandibular mostrava-se favorável; e (7) complicações do tratamento são preocupações, especialmente durante o primeiro ano de acompanhamento. Por outro lado, como pontos de controvérsias foram encontrados: (1) o número de implantes necessários para fornecer o resultado do tratamento adequado permaneceria aberto ao debate; (2) a necessidade de interligação rígida entre implantes na região anterior da mandíbula não foi definitivamente determinada; (3) na Odontologia poderia estar ocorrendo

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mudança do paradigma em que o tratamento com overdenture se tornaria, no futuro, padrão de tratamento para a mandíbula desdentada.

Raghoebar et al. (2000) avaliaram a eficácia de três modalidades de tratamento para a mandíbula desdentada por meio de um ensaio clínico randomizado de cinco anos. No momento, três opções de tratamento estavam disponíveis para pacientes com queixas de uso da prótese total convencional: novo conjunto de próteses (CD), novo conjunto de próteses após a cirurgia pré-protética (PPS), e a construção de overdenture mandibular (IRO). O objetivo era avaliar a satisfação do paciente e a capacidade de mastigação de desdentados tratados com essas modalidades de reabilitação. Noventa pacientes desdentados foram aleatoriamente designados para receber um desses três grupos. Foram avaliadas a satisfação com a prótese total convencional e a capacidade de mastigação por meio de questionários com foco nas queixas mais comuns relacionadas à prótese e problemas de mastigação com diferentes tipos de alimentos, antes do tratamento, 1 e 5 anos após. Na avaliação de 1 ano, foram observados melhores resultados nos dois grupos cirúrgicos (IRO, PPS) do que no grupo CD. Na avaliação de 5 anos, as queixas com a prótese inferior mostraram resultado significativamente melhor no grupo IRO, quando comparado com o PPS e grupos CD. Não foram observadas diferenças significativas entre o PPS e o grupo CD. A satisfação do paciente em curto e longo prazo pareceu ser mais favorável no grupo IRO, quando comparado com os grupos de PPS e de CD. Os autores concluíram que o tratamento com overdentures implanto-retidas é uma modalidade de tratamento satisfatória para pacientes desdentados com problemas na prótese mandibular. Freeman et al. (2001) avaliaram o resultado em longo prazo de 19 pacientes reabilitados com overdentures implanto-estabilizadas e portadores de prótese total superior convencional. O período médio de acompanhamento foi de 11, 5 anos (variando de 5 a 13 anos). Nesse periodo, apenas um implante falhou; porém, todos os pacientes continuaram a utilizar as próteses com sucesso; embora, a maioria necessitou de reajustes decorrentes do afrouxamento, falha e fratura nos clipes de fixação; complicações nos tecidos moles; e ainda, barras fraturadas. Nove pacientes tiveram, posteriormente, as barras substituídas por sistemas o’ring. Os autores concluíram que as overdentures mandibulares com dois implantes oferecem solução simples e previsível quando comparadas a outras formas de reabilitação com menor retenção e estabilidade.

Wright et al. (2002) avaliaram a resposta biológica do rebordo mandibular posterior com dois tipos de reabilitações: overdenture estabilizada por dois implantes conectados por uma barra e prótese fixa com cantilever sobre 5 ou 6 implantes. Os casos foram acompanhados por sete anos e as mensurações feitas a partir de traçados digitais em

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radiografias panorâmicas que resultaram em 1,1 % de reabsorção média anual para usuários de próteses removíveis. Para os portadores de prótese fixas, aposição óssea de 1,6% por ano foi observada no rebordo posterior dos pacientes.

Tokuhisa et al. (2003) confeccionaram um modelo mandibular em resina com dois implantes e uma overdenture removível. A superfície do modelo foi coberta com uma camada de material para moldagem para simular a mucosa bucal. Foram utilizados attachments o´ring, barra-clipe e magnetos. Foi aplicada força vertical na altura do primeiro molar esquerdo, sendo aumentada gradualmente de 0 a 50 N, com intervalos de 5 N. O anexo o´ring transferiu valor inferior de tensão aos dois implantes quando comparado aos outros sistemas de retentores. Conclui-se que sistema o´ring para ancorar overdentures poderia ser vantajoso quando à optimização da tensão e minimizar o movimento da prótese. Chung et al. (2004) compararam as características de retenção de vários sistemas de fixação de overdentures implantossuportadas comumente usados. Foi confeccionado um modelo mandibular desdentado com dois implantes paralelos com dimensões de 4x13 mm, colocados nas regiões de caninos. Os anexos foram incluídos em uma overdenture experimental de metal reforçado, projetado para ser desalojado do modelo por uma máquina universal de ensaios. Cinco overdentures foram construídas para cada um dos sistemas de fixação. Os anexos avaliados foram: barra Hader e clipe de metal; Locator LR rosa; Locator LR branco; bola Spheroflex; ímã Shiner; ímã Maxi; ímã Magnedisc; ERA branco e ERA cinza. Cinco amostras por sistema de fixação foram ensaiadas. Os resultados mostraram que os sistemas de fixação avaliados podem ser agrupados em alta (cinza ERA), média (Locator LR branco, bola Spheroflex, Hader bar e clipe de metal, ERA branco), baixa (Locator LR -de-rosa) e muito baixa (ímã Shiner, Maxi ímã, ímã Magnedisc) características de retenção.

Visser et al. (2005) avaliaram o resultado do tratamento (taxa de sobrevivência, condição dos tecidos peri-implante, satisfação do paciente, acompanhamento protético e cirúrgico) de overdentures mandibulares apoiados por dois ou quatro implantes. Sessenta pacientes desdentados com altura mandibular de 12 a 18 mm participaram do estudo. Trinta pacientes foram tratados com overdenture suportada por dois implantes (grupo A) e 30 pacientes com quatro implantes (grupo B). Parâmetros clínicos e radiográficos padronizados foram avaliados 6 semanas após a conclusão do tratamento protético e depois de 1, 2, 3, 4 e 5 anos de carregamento funcional. Um implante falhou (grupo A) durante o período de cicatrização. Não houve diferenças significativas no tecido peri-implantar entre os grupos em relação aos parâmetros clínicos ou radiográficos estudados. Nenhum dos pacientes relatou distúrbios sensoriais no lábio ou região do queixo. Não foram

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observadas diferenças de satisfação entre os grupos. No que diz respeito à proservação, houve tendência de maior necessidade de intervenções protéticas no grupo A, enquanto a correção de problemas de tecidos moles foi restrita aos pacientes do grupo B. Os autores concluíram que não há nenhuma diferença no estado clínico e radiográfico dos pacientes tratados com overdenture suportada por dois ou quatro implantes durante o período de avaliação de 5 anos. Os pacientes de ambos os grupos ficaram satisfeitos com o tratamento.

Michelinakis et al. (2006) investigaram a influência da distância entre os implantes e o tipo de anexo sobre a retenção de overdentures mandibulares com dois implantes. Três modelos de gesso pedra foram usados, cada um com dois análogos de implantes incorporados nas distâncias de 19, 23 e 29 mm. Três anexos para overdentures mandibular foram utilizados: barras Hader, o´rings e magnetos. No total, 45 modelos foram utilizados no teste de tensão vertical inicial. Os autores concluíram que a distância entre os implantes pode afetar a retenção inicial de overdentures mandibulares com dois implantes em função do tipo de retentor utilizado e que a distância entre os implantes influencia o desempenho do attachment.

Celik & Uludag (2007) realizaram um estudo fotoelástico para comparar as características de transferência de carga de quatro sistemas de retentores em overdenture mandibular retida por três implantes. Dois modelos mandibulares fotoelásticos foram confeccionados com os implantes (3,7 x 14 mm) localizados na região inter-forame. No primeiro modelo, os implantes eram paralelos e orientados verticalmente. No segundo modelo, um implante na linha média foi orientado verticalmente e os outros posicionados 20 graus divergentes do centro do implante central. Quatro mecanismos de retenção foram usados para cada modelo: Locator, o´rings, barra-clipe e barra-clipe associadas com o´ring distal. Na fossa central do primeiro molar direito foi aplicada uma força axial de 135 N. As tensões resultantes desenvolvidas na estrutura de suporte foram registadas com fotografias. Os autores concluíram que as overdentures com implantes verticais e inclinados mostraram menores níveis de tensão nos sistemas o´ring e barra-clip conjugados. As tensões observadas nos modelos com implantes verticais foram melhor distribuídas em todos os implantes, exceto no sistema o´ring que demonstrou tensões sobre o implante do lado não carregado.

Liddelow & Henry (2007) investigaram a possibilidade de simplificar a reabilitação mandibular em overdenture com um implante em linha média através da cirurgia de estágio único e da carga protética imediata. Vinte e oito pacientes com idade média de 69,8 anos e próteses totais convencionais mandibulares insatisfatórias foram tratados. As queixas

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principais dos pacientes eram relacionadas a pouca retenção da prótese mandibular, instabilidade, feridas geradas e problemas fonéticos. Um implante foi colocado na linha média mandibular e sistema o´ring incorporado à prótese. Foram feitas avaliações após três e 12 meses e todas as complicações, falhas, manutenção, e as razões para a falta de acompanhamento foram anotadas em questionários. Três implantes não alcançaram estabilidade primária suficiente para ser carregado imediatamente e os pacientes foram tratados com protocolo de duas fases. Os 25 implantes imediatamente carregados foram mantidos por 12 meses. A satisfação do paciente foi alta, com aumento significativo em todos os parâmetros de conforto e função. Os autores concluíram que os resultados de 1 ano indicam que a carga imediata do implante para reter overdenture transmitida à mucosa é um tratamento seguro, confiável e de menor custo.

Markarian et al. (2007) realizaram um estudo com dois modelos fotoelásticos: (i) com implantes paralelos; (ii) com implantes com angulação de 30 graus ao implante central. Em ambos os casos, foram utilizados três implantes, e estruturas de titânio Cp foram construídas. Para ambos os modelos, a análise da tensão foi realizada em estruturas bem ajustadas ou com desajuste vertical de 150 µm no implante central. A análise fotoelástica indicou que no modelo com implantes paralelos, a distribuição de tensão seguiu o longo eixo do implante. Já no modelo com um implante angulado, uma concentração de tensão mais elevada e não homogênea foi observada em torno da região apical dos implantes laterais. No desajuste vertical em ambos os modelos houve aumento nos padrões de tensão.

Maeda et al. (2008) analisaram in vitro os fundamentos biomecânicos de uma

overdenture implantossuportada por um implante localizado na linha média da mandibula

(SIO). Os análogos dos implantes com dimensões de 3,75x13 mm foram colocados em modelos de resina e mucosa artificial, utilizando sistemas o´ring e magnetos. As forças laterais foram avaliadas por meio de quatro medidores de tensão posicionados na superfície dos implantes. Foi aplicado carregamento estático de 50 N em cinco locais diferentes da superfície oclusal da base da prótese e os deslocamentos tridimensionais foram medidos. Os autores concluíram que overdentures suportadas por um implante com retenção o´ring ou magnetos mostraram efeitos similares às overdentures com dois implantes sob efeito de cargas funcionais.

Wolfart et al. (2008) com base no relato de dois casos clínicos, concluíram que um implante central na região anterior da mandíbula associado com pilar o´ring pode aumentar a estabilidade da overdentures e a qualidade da saúde bucal, qualidade de vida e da função mastigatória. A experiência clínica inicial para aumentar a retenção de overdentures

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mostrou ser promissora, simples e de menor custo. No entanto, os autores ressaltaram que é necessário obter resultados aceitáveis também em longo prazo. O tratamento com

overdentures com um implante pode ser recomendado para pacientes que não podem ser

submetidos ao tratamento com dois implantes.

Alsabeeha et al. (2009) realizaram revisão da literatura sobre overdentures com implante único, apresentando perspectivas cirúrgicas e protéticas para essa opção de tratamento. Foi realizada uma busca por meio de bases de dados Pubmed, Embase e Medline, utilizando as palavras-chave: mandibular overdenture single implant. A busca foi limitada a artigos em Inglês publicados até agosto de 2008. Diferentes protocolos de carga com diferentes sistemas de implante têm sido utilizados com implantes com diâmetro regular. A análise revelou falta de ensaios clínicos randomizados utilizando overdenture mandibular com implante único, opondo-se a próteses totais convencionais superiores. Na falta de ensaios clínicos randomizados, o uso rotineiro desta nova técnica não deveria ser recomendado.

Alsabeeha et al. (2010) realizaram estudo clínico para determinar a estabilidade primária de implantes com três diferentes diâmetros (8, 4 e 3,75 mm) colocados na linha média de mandíbulas desdentadas. Variáveis do local de fixação e características do implante foram investigadas para determinar a influência sobre a estabilidade primária dos implantes. Trinta e seis implantes foram colocados na linha média da mandíbula desdentada de 36 pacientes. A estabilidade primária foi medida usando dispositivo magnético. O maior valor de estabilidade primária foi obtido nos implantes com 8,0 mm, seguido pelos de 4,0 e de 3,75 mm de diâmetro, respectivamente. Os autores concluíram que variáveis do paciente, tais como idade, sexo, volume e qualidade óssea não parecem influenciar a estabilidade primária dos implantes. Nenhuma correlação clara foi estabelecida em relação ao diâmetro do implante.

Liddelow & Henry (2010) realizaram estudo para simplificar a reabilitação com

overdentures mandibulares com um implante, usando cirurgia de estágio único e

carregamento protético imediato para verificar a taxa de sucesso aceitável, melhora funcional e aumento da satisfação dos pacientes. O implante MK III Branemark com uma superfície oxidada foi comparado com o implante usinado MK III Branemark clássico. Trinta e cinco pacientes com próteses mandibulares insatisfatórias participaram do estudo. As queixas principais dos pacientes foram pouca retenção e instabilidade da prótese, feridas geradas e problemas fonéticos. Os pacientes foram separados em dois grupos (implantes usinados ou com superfície oxidada). Um implante foi colocado na linha média da mandíbula com grande estabilidade inicial. O sistema o´ring foi incorporado à prótese

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existente, com prossecução de 3, 12 e 36 meses após o tratamento. Três dos oito implantes com superfície usinada falharam, indicando taxa de insucesso elevada (37,5%). Um dos implantes com superfície oxidada não mostrou estabilidade primária para suportar o carregamento imediato e os pacientes foram tratados com técnica de duas fases. Os 25 implantes com superfície oxidada e imediatamente carregados permaneceram até a prossecução de 36 meses. A satisfação do paciente foi alta com o aumento significativo de conforto e parâmetros funcionais. A carga imediata para overdenture mandibular com um implante com superfície oxidada e prótese existente pode fornecer resultado benéfico com valor financeiro mínimo.

Harder et al. (2011) avaliaram a evolução clínica, a qualidade de vida ligada a saúde bucal (QVRSB), e a capacidade de mastigação de pacientes com próteses totais mandibulares retidas por um implante colocado na linha média da mandíbula. As próteses totais convencionais foram retidas suportadas por um implante e pela incorporação de anexos o´rings. As avaliações foram realizadas no início e quatro semanas após a instalação da prótese. Onze pacientes foram incluídos no estudo e o período de observação médio foi de 43 meses. Nenhum implante falhou durante o período de acompanhamento; porém, foi necessário reparar quatro próteses com fratura da base na região da linha média. Melhora significativa foi observada no QVRSB dos pacientes após a fixação das

overdentures. Além disso, houve significativa melhora na capacidade de mastigação dos

pacientes após a incorporação do implante no sistema. Os autores concluíram que

overdentures com implante único foi opção de tratamento eficaz para pacientes

desdentados com idade mais avançada.

Mazaro et al. (2011) verificaram por meio da fotoelasticidade o comportamento biomecânico de overdentures retidas por implantes e de próteses fixas. Os modelos foram separados em: 1) barra-clipe, utilizando barra Hader e clipe de plástico, 2) barra-clipe associada a retentores resilientes, utilizando barra Hader e três clipes de plástico e 3)

o´rings. Forças oclusais verticais de 100 N foram aplicadas entre os incisivos centrais, e

unilateralmente nos segundos molares e segundos pré-molares esquerdo e direito. Os resultados mostraram que com carga nos incisivos e nos pré-molares, a overdenture com três clipes de plástico e barra Hader apresentou maior concentração de tensão. Quando foi feito carregamento nos molares, a overdenture com o’rings exibiu distribuição de tensões mais uniforme no rebordo desdentado posterior, com menos sobrecarga no implante terminal. Concluiu-se que as forças verticais aplicadas à overdenture com barra-clipe e próteses parciais fixas criaram padrões de tensão com maior magnitude e concentração sobre os implantes, enquanto os o’rings transferiram o mínimo de tensão sobre os

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implantes. O aumento do cantilever da prótese fixa provocou os maiores valores de tensão no implante distal.

Geckili et al. (2011) realizaram um estudo clínico com 23 pacientes edêntulos que usavam próteses totais convencionais maxilares para reabilitação com overdentures mandibulares com o’rings ou barra. Foi feita avaliação durante três anos após o carregamento. Os participantes foram instruídos a realizar uma escala visual analógica e responder um questionário reduzido sobre Oral Health Impact Profile (OHIP-14) avaliando a satisfação e qualidade de vida. Reabsorção óssea alveolar foi avaliada através de radiografia panorâmica. A força oclusal máxima com ou sem suporte do implante foi registrado utilizando um medidor de tensão. O sucess o da prótese foi medida por ausência de mobilidade, dor e parestesia e aumento da reabsorção óssea alveolar. A taxa geral de sucesso dos implantes foi de 100%. A reabsorção óssea alveolar ao redor dos implantes do centro foi inferior aos dos implantes dos lados direito e esquerdo. A força oclusal máxima sem apoio do implante foi menor do que com o suporte do implante. Não houve associação entre o tipo de anexo e os fatores estudados. Os autores concluíram que as overdentures mandibulares retidas por três implantes associados com qualquer tipo de anexo e opostas à próteses totais convencionais são uma opção de tratamento bem sucedido para pacientes edêntulos.

Machado et al. (2011) avaliaram com fotoelasticidade a distribuição de tensões geradas ao redor de implantes e tecido ósseo adjacente, utilizando diferentes tipos de

overdentures implantossuportadas. Num modelo de mandíbula desdentada foram

instalados de dois a quatro análogos de pilar microunit na região inter-forame. Três modelos de resina com implantes incorporados foram obtidos em moldes de silicone para duplicação. Os modelos foram separados nos grupos: o'ring (GI) e barra-clipe (GII) ambos com dois implantes e a associação (GIII) com 4 implantes. Após a adaptação das

overdentures nos modelos fotoelásticos, cargas de 100 N foram aplicadas simulando

carregamento oclusal. A análise fotoelástica foi feita com polariscópio simples que permitiu a visualização das franjas e registro das imagens em fotografias digitais. Os resultados do estudo demonstraram maior tensão no GIII, enquanto o GI mostrou o menor nível de tensão e o GII foi intermediário. Os autores concluíram que o uso do sistema barra-clipe mostrou ser a melhor alternativa, considerando o nível moderado da distribuição de tensões, uniformidade das tensões e maior retenção do que o sistema o'ring.

Cheng et al. (2012) estudaram a satisfação do paciente e a eficiência mastigatória de reabilitados com overdentures mandibulares retidas por um implante usando Locator ou magnetos. A satisfação do paciente, incluindo conforto, fala, mastigação e capacidade de

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retenção e eficiência mastigatória foram avaliadas antes e três meses após a inserção da overdenture nos dois grupos. Os resultados clínicos foram significativamente melhorados com as overdentures mandibulares retidas por implantes únicos usando Locator ou magnetos. Não houve diferença na eficiência mastigatória entre os dois tipos de retentores. Geckili et al. (2012) avaliaram o efeito de fatores como tipo de anexo, número de implantes, sexo, idade e força de mordida máxima (MBF) sobre a reabsorção óssea marginal (MBL) ao redor de implantes num estudo retrospectivo com 62 pacientes reabilitados com overdentures mandibulares suportadas por dois, três ou quatro implantes, usando radiografias panorâmicas digitais. A reabsorção óssea marginal foi medida comparando o nível ósseo encontrado na radiografia dos pacientes por ocasião da instalação das próteses. A força máxima de mordida foi medida usando um transdutor de força de mordida. Os autores concluíram que a reabsorção óssea marginal ao redor de implantes em overdentures mandibulares não foi afetada pelo número de implantes, tipo de anexo, idade ou sexo; no entanto, valores significantes foram encontrados na comparação entre a força máxima da mandíbula.

El-Sheikh et al. (2012) investigaram a possibilidade de simplificar o tratamento com

overdenture mandibular com cirurgia de um estágio e carregamento protético precoc e num

único implante. Vinte pacientes desdentados com próteses totais mandibulares insatisfatórias foram tratados. Um implante com superfície quimicamente modificada foi colocado na linha média mandibular. Os pacientes foram avaliados aos 3, 6 e 12 meses. As avaliações clínicas e da reabsorção óssea marginal foram feitas utilizando radiografias padronizadas. Todas as complicações, falhas e manutenção foram anotadas em questionários utilizados para registrar a satisfação dos pacientes em cinco categorias. Os 20 implantes utilizando carga imediata se mantiveram até a proservação aos 12 meses. Todos os implantes mostraram menos de 1 mm de reabsorção óssea marginal até o final de 1 ano. Os pacientes relataram poucos problemas na utilização da prótese e por isso a satisfação geral foi alta, com aumento significativo de conforto e parâmetros funcionais. Os autores concluíram que as overdentures com um implante e carga imediata nos implantes com superfície modificada mostrou ser um tratamento seguro, confiável e de menor custo. Mumcu et al. (2012) realizaram um estudo avaliando a satisfação e qualidade de vida de 62 pacientes. Foram selecionados usuários de overdentures mandibulares com sistemas barra-clipe e o´ring com diferentes números de implantes inter-forame (dois a quatro implantes). Foi observada relação estatisticamente insignificante quanto à satisfação dos pacientes tanto no número de implantes quanto no sistema de retenção. Por outro lado, maior capacidade de higienização das próteses foi observada para pacientes do grupo com

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quatro implantes e sistemas barra-clipe. Os autores concluíram que a overdenture mandibular implantossuportada por quatro implantes e sistema barra-clipe pode proporcionar melhor qualidade de vida em relação à saúde bucal; entretanto, o número de implantes ou tipo de retenção não influenciou a satisfação do paciente.

Grageda & Rieck (2013) descreveram um caso clínico com overdenture mandibular com implante único em linha média. Foi feita extração dos dentes remanescentes inferiores e aplicada carga imediata no implante. Após seis semanas foi realizada radiografia panorâmica para avaliação da osseointegração do implante e, constatado sucesso, foi colocado Locator e feita moldagem para confecção da overdenture. Foi feita proservação em 24 horas, uma e três semanas após a instalação da prótese e dois anos de acompanhamento feito a cada 6 meses. Nenhuma complicação clínica foi percebida. Os autores ressaltam que a overdenture suportada por um implante tem a vantagem adicional do menor custo e invasão cirúrgica do que com dois implantes; entretanto, mostra maior incidência de fratura da base de resina acrílica no local da fixação no implante.

Arat Bilhan et al. (2013) simularam quatro situações de mordida para comparar a distribuição de tensões em overdentures mandibulares (OVD) com diferentes números de implantes (2, 3 ou 4) e o´rings com barra-clipe. As mandíbulas utilizadas foram carregadas com carga vertical de 100 N. Os valores calculados em todos os locais de medição foram maiores nas overdentures suportadas com o´rings. Os autores concluíram que em casos de menor qualidade e quantidade de osso, o aumento no número de implantes bem como a utilização de uma barra de fixação deve ser preferido para reduzir as tensões em torno dos implantes durante cargas funcionais. Porém, ressaltaram que o uso de o´rings em reabilitação com dois implantes em mandíbulas com qualidade óssea e implantes de tamanho ideais, ainda parece ser uma solução segura para o tratamento com overdentures. Liu et al. (2013) avaliaram a distribuição de tensão no osso peri-implantar, nos pilares e na estabilidade da prótese de overdentures mandibulares suportadas por números diferentes de implantes sob diferentes condições de carga usando o método por elemento finito (FEA 3D). Quatro modelos de elementos finitos 3D de overdentures mandibulares foram feitos, usando de um a quatro implantes com sistemas de anexos Locator. Em cada modelo foram aplicadas cargas vertical ou inclinada de 100 N sobre o primeiro molar esquerdo e carga vertical sobre os incisivos inferiores. Na aplicação da carga vertical sobre os incisivos inferiores, a overdenture com um implante realizou rotação ao redor do implante; porém, nenhum aumento de tensão foi observado no osso peri-implantar. Sob as mesmas condições de carga, a overdenture com dois implantes mostrou rotação mais aparente em torno da linha média do ponto de apoio dos implantes, e a tensão nos pilares

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foi maior do que em outros modelos. Na overdenture com três implantes, nenhuma tensão relevante foi encontrada no osso cortical ao redor do implante sob as três condições de carga. Os autores concluíram que os valores máximos de deformação no oss o peri-implantar estavam dentro dos limites fisiológicos em todos os quatro modelos, que a

overdenture com um implante promoveu menor tensão no osso peri-implantar e nos pilares

não comprometendo a estabilidade da prótese, sendo, portanto, alternativa de menor custo para os pacientes. Além disso, verificaram que na ação simulada de cortar os alimentos com os dentes anteriores, o modelo com dois implantes mostrou maior tensão no osso peri-implantar e nos pilares, e instabilidade da prótese. Concluíram que quando os dentes anteriores estão em função, os modelos de três e quatro implantes foram mais estáveis do que de dois implantes.

Grover et al. (2014) avaliaram overdentures mandibulares suportadas por um implante retidas por magnetos na melhora da qualidade de vida ligada a saúde bucal (QVRSB) e função mastigatória de pacientes com próteses totais convencionais. Dez pacientes desdentados com rebordos mandibulares atróficos e dificuldade em lidar com próteses mandibulares tecnicamente adequadas foram selecionados para o estudo. Para avaliar o sucesso dessa reabilitação foi feito um estudo cruzado, com pacientes separados em dois grupos. Nos três primeiros meses, o grupo A recebeu overdenture convencional, com arcada dentária completa, e o grupo B overdenture com arco dental encurtado. Depois foi feita a inversão das próteses, no grupo A overdenture com arco encurtado e no grupo B convencional, por mais três meses. A QVRSB foi medida com questionário OHIP-49 e o desempenho mastigatório avaliado com o método peneira usando amendoim como alimento teste. Radiografias periapicais foram feitas para avaliar a reabsorção da crista óssea. Melhora significativa foi observada, tanto subjetiva como objetiva, quando as próteses totais convencionais foram modificadas para prótese implantossuportada. Os pacientes se mostraram mais satisfeitos com arco convencional do que com arco encurtado. Nos primeiros três meses após a colocação do implante, menor reabsorção óssea foi observada com overdentures com arco encurtado. Os autores concluíram que as

overdentures com um implante em linha média e sistemas magnetos melhoraram

significativamente a qualidade de vida dos pacientes.

Celik & Uludag (2014) utilizando o método fotoelástico avaliaram o efeito do número de implantes em overdentures mandibulares. Dois modelos fotoelásticos foram fabricados com dois e quatro implantes, respectivamente. Quatro sistemas de fixação foram avaliados:

o´rings, barra-clipe, barra-clipe com o´rings distais e barra-clipe com fixações rígidas

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