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andrealeite

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Academic year: 2021

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(1)Introdução Este trabalho teve como objetivo promover uma reflexão acerca da situação da mulher no mercado da Comunicação e das Relações Públicas, sob o enfoque das relações de gênero. Observa-se a existência de uma desigual proporção de oportunidades de ascensão profissional entre homens e mulheres no Brasil e no mundo, o que levou a pesquisadora a dedicar esta monografia ao tema tão relevante nos dias de hoje. O fato de ser mulher e participar do grupo que vivencia esta situação de sistemática desigualdade motivou a elaboração deste estudo que busca tratar de fatores pertinentes à problemática do gênero, tais como as relações sociais, o poder e a discriminação. O método utilizado para o desenvolvimento do trabalho foi o estudo bibliográfico da literatura existente sobre gênero e de trabalho feminino além da análise de dados secundários de pesquisas já realizadas por pesquisadores e institutos que serviram para ilustrar o assunto em questão. Por compreender que as relações de gênero estão presentes em todos os fenômenos sociais, sendo relevantes no contexto que propomos, é que decidimos por agregá-las ao estudo. A partir da observação de que o mundo do trabalho feminino sofre forte influência de uma divisão sexual do trabalho puramente cultural e que as condições das mulheres no campo do trabalho ainda são insatisfatórias, embora estejamos numa época de comunicações instantâneas e de mercado globalizado, procuramos analisar suas razões. Este é um problema que dá margem a discussões sobre a questão da mulher, abordadas no primeiro capítulo que trata de gênero e feminilidade, trazendo definições e uma análise da questão da mulher na política vinculada às relações de gênero e poder. Na pesquisa teórica inicial verificou-se que se o processo de globalização da economia por um lado, intensificou a participação da mulher no mercado de trabalho em geral e no de 13.

(2) Comunicação e Relações Públicas em particular; por outro, não tem conseguido alterar as relações de poder, tanto no trabalho como na sociedade em geral. A globalização em determinada medida tem até agravado a situação de subordinação da mulher mediante a dupla jornada o que se reflete na administração de uma renda familiar insuficiente. Por esta razão o segundo capítulo está focado no universo do trabalho feminino, apresentando as ocupações femininas no mundo do trabalho. Passa ainda, pela questão da subordinação e divisão sexual do trabalho da mulher e segue mostrando um período de ascensão profissional e os desafios que cercam o trabalho das mulheres na atualidade. Para finalizar, o terceiro capítulo incide sobre a questão da mulher e seus encargos na atividade estratégica de Relações Públicas. Apresenta uma pequena análise dos resultados de pesquisas desenvolvidas por Ferrari (2000), ABERJE (2005) e das turmas formadas pelo GESTCORP (2005). O objetivo foi comparar os dados obtidos nas três fontes e estabelecer algumas conclusões levando em conta o referencial teórico pesquisado e os motivos que levam a uma pequena participação feminina nos cargos de direção e gerência na área de Comunicação e Relações Públicas.. 14.

(3) Capítulo I - Gênero e Feminilidade. 15.

(4) 1.1 Considerações sobre Mulher e Gênero A valorização da temática sobre a mulher vem sendo aprofundada através dos tempos por meio de estudos e pesquisas, com os mais variados focos, no entanto, é visível a necessidade de iniciar a discussão abordando uma questão anterior, que é o conceito de gênero do ser humano. É importante ressaltar que muitos dos enunciados e esclarecimentos sobre a posição que a mulher ocupa nas diferentes culturas trabalham com o conceito de gênero, por isso torna-se imprescindível uma análise mais detalhada do referido conceito, uma vez que abarca as categorias relacionais de homem e de mulher. Freqüentemente a ênfase dada ao gênero não é explícita, mas nem por isso ela deixa de ser uma dimensão decisiva da organização da igualdade e da desigualdade, uma vez que, as estruturas hierárquicas repousam sobre percepções generalizadas da relação natural entre o feminino e o masculino. Na visão antropológica, o gênero é constituído simbolicamente, tem uma configuração histórica e uma dimensão universal. Segundo Costa e Bruschini (1992, p.32), “faz parte da história humana, assim como o nascimento, a morte, a finitude. Contudo, a formulação do que sejam estas diferenças biológicas já é cultural”. A afirmação das autoras demonstra que o gênero ganha visibilidade como escolha cultural e como tema passível de discussão em relação a sexo e poder. Nesta mesma linha de pensamento, dos que vinculam as relações sociais de gênero com as relações de poder, está Scott (1998, p.116), a sentenciar que “gênero é um primeiro modo de dar significado às relações de poder”. Na América Latina a desigualdade entre os sexos, bem como o problema da desvalorização do trabalho da mulher vem sendo relacionado, ao longo dos anos, a uma sociedade complexa onde predomina a cultura primordialmente patriarcal e machista. Pesquisas realizadas pela Cátedra da UNESCO (2003) nessa região apontam que a educação das mulheres, por causa da forma de cultura local, acaba enveredando pela desigualdade de gênero. Um exemplo disso é 16.

(5) ainda detectado nas universidades, que reproduzem uma divisão sexual de cursos e carreiras, como é o caso da área de Ciências Exatas e nas Engenharias, onde há predominância de homens e da área das Ciências Sociais e Humanas, onde a mulher é maioria. A construção dos papéis de gênero sugerida pela sociedade faz com que as mulheres ao ingressarem no mercado de trabalho, reproduzam ou reforcem os padrões de comportamentos definidos a partir do gênero. Elas tendem, portanto, a realizar atividades análogas às que realizam no âmbito doméstico, por isso procuram funções como professora, enfermeira, assistente social, nutricionista, entre outras. O fato é que ainda existem certas atividades que não variam entre os sexos em todas as culturas e sempre vão existir significações distintas entre o ser masculino e o ser feminino, independendo de quais profissões estas pessoas exerçam. É por essa razão que, embora biologicamente fundamentado, o gênero tem figurado como categoria relacional que aponta papéis e relações socialmente construídas entre homens e mulheres. Sob esse aspecto, Pena e Pitanguy (2003, p.37), em relatório que documenta as conclusões de uma revisão das questões de gênero no Brasil, realizado pelo Banco Mundial em 1999 e atualizado em 2001, relatam que “o gênero refere-se aos aspectos de uma vida social que são vivenciados diferentemente porque homens e mulheres têm papeis diferentes que lhes são designados”. Estes diferentes papéis resultam em que: -. Homens e mulheres manifestam preferências, interesses e prioridades diferentemente;. -. Desigualdades e diferenças baseiam-se em ser masculino ou feminino;. -. Homens e mulheres enfrentam oportunidades, obstáculos e desafios diferentes;. -. Homens e mulheres são afetados diferentemente por e contribuem de modo diferente para o desenvolvimento social e econômico.. 17.

(6) Contudo, pode-se perceber que o gênero além de operar sob diversas perspectivas, pode se desdobrar em prismas variados de análise.. 1.2 Origem e Definições de Gênero O gênero foi constituído como categoria analítica recentemente, data do início do feminismo na década de 70, sob elaboração sistemática de Gayle Rubin (1975). O conceito difundiu-se com rapidez na literatura feminista e a partir da década de 80, passou por amplo desenvolvimento como categoria de análise histórica. No Brasil o conceito de gênero surgiu nos estudos sobre o trabalho feminino e passou a ser amplamente difundido enquanto categoria analítica da temática sobre a mulher, a partir da década de 80, quando estudiosas da teoria feminista começaram a trabalhar a visão de gênero como uma dimensão básica da vida social e a se preocupar com a divisão sexual do trabalho e também com a questão da injustiça contra as mulheres. O eixo da discussão sobre a segregação das mulheres em determinados tipos de ocupações reside nos resquícios das famílias patriarcais brasileiras, com forte influência européia baseada nas sociedades pré-industriais e na subordinação do trabalho feminino ao masculino. Verdadeiras culturas da divisão sexual do trabalho têm dado continuidade ao processo, ajudando a perpetuar noções de identidades sexuais distintas. O fato é que até hoje as próprias famílias continuam transmitindo, por meio de gerações, as desigualdades no que concerne aos sexos. Segundo Harriet Bradley (apud, Samara, 1997, p.31), “o capitalismo industrial trouxe muitas mudanças na família, mas não terminou com os laços patriarcais, o que atrelou ainda no século XIX o trabalho feminino às necessidades da família e da sociedade”. Essas mudanças foram o início de uma aparente eqüidade de direitos que atualmente é bastante presente nos debates públicos.. 18.

(7) No mundo inteiro a entrada da mulher no domínio público (encarando um novo papel social diferente do restrito a esfera do lar), vem aos poucos trazendo uma transformação das estruturas sócio-econômicas. Na medida em que a mulher ultrapassou os limites do domínio público, adquirindo uma nova identidade social, o homem se viu obrigado a entrar para o domínio privado (que nas sociedades patriarcais era “próprio das mulheres”), passando a ajudar a companheira nos trabalhos domésticos e no cuidado com os filhos. De encontro a este quadro de assimilação de novos papéis sociais por homens e mulheres, na qual há uma maior participação de um no domínio do outro, Muraro (1992, p.193), faz a seguinte análise “[...]esta simples mudança traz as mais profundas conseqüências. Em primeiro lugar, desmonta as articulações concretas e milenares que imbricavam a sociedade de classes com a cultura patriarcal”. Acredita-se que este é o primeiro passo para a aceitação de uma sociedade mais justa e menos desigual. A partir do momento em que as mulheres invadem o mundo masculino, conquistando novos postos de trabalho, adquirindo nova identidade social, obtendo independência financeira, elas tendem a promover uma revolução que conseqüentemente acabará com a separação entre o mundo privado e o público, dando início assim à superação do patriarcado. A inclusão da categoria gênero nas análises históricas fomentou inúmeras discussões sobre conceitos próprios de homens e mulheres, quanto ao papel que cabia a cada um desempenhar nas diferentes sociedades ao longo do tempo. Dias (2001, p.16), afirma que “a análise da condição feminina sob o ponto de vista de gênero, a partir dos anos 80, deixou de ser um tema tratado apenas pelas Ciências Sociais, Política e Filosofia e se expandiu como assunto de diversas áreas do conhecimento humano”. Entre as áreas que passaram a ter destaque, podemos citar a área de saúde, com ênfase na prevenção da saúde da mulher.. 19.

(8) A palavra gênero foi utilizada pelas feministas, como uma maneira de referir-se à organização social das relações entre os sexos. Para Scott (1998, p.115), “o gênero é a organização social da diferença entre os sexos. Ele não reflete a realidade biológica primeira, mas constrói o sentido dessa realidade”. Em seu sentido original, o gênero figura como um princípio de classificação que indica o sexo, pela terminação ou pela significação. Segundo Lavinas (apud Ferreira, 2001, p.196), “[...] A constituição de uma identidade social, qualquer que seja ela, implica necessariamente no processo simultâneo de construção da identidade de gênero”. A perspectiva das relações e identidade de gênero também demonstra outras dimensões analíticas fundamentais na sociedade, pois também enseja enfoques em outras categorias ou determinações sociais, como identidade e raça, que têm diferentes dinamismos. Finalizando essa abordagem, Saffioti (apud Costa e Bruschini, 1992, p.211) afirma que, “a construção do gênero pode ser compreendida como um processo infinito de modelagemconquista dos seres humanos, que tem lugar na trama das relações sociais entre mulheres, entre homens e entre mulheres e homens” É o pensar social do EU e do OUTRO, através das relações sociais com outras pessoas.. 1.3 Gênero e Poder Nas últimas décadas, em todo o mundo, as mulheres têm conquistado espaços significativos em diversas áreas como na Educação, onde elas apresentam crescimento em níveis comparáveis de escolaridade e qualificação. Na Saúde, as mulheres têm assumido importante liderança na luta pela melhoria da qualidade de vida assim como na Política, onde a luta pela conquista da igualdade e da cidadania e, a inserção das mulheres nos espaços parlamentares e do executivo se amplia. No entanto, mesmo com tantas conquistas, as mulheres ainda se encontram em franca desvantagem na ocupação de espaços de poder. Isso acontece porque as relações de gênero estão vinculadas às relações de poder, enquanto objeto de dominação masculina.. 20.

(9) No pensamento de Scott (apud Silvestrin, 2000, p.14), “gênero é um primeiro modo de dar significado às relações de poder. [...] o gênero é um primeiro campo no seio do qual, ou por meio do qual, o poder é articulado”. Isso demonstra a importância do poder nos estudos de gênero. A problemática da desigualdade entre gênero e poder vem sendo abordada ao longo dos anos por pesquisadores, estudiosos e teóricos de várias correntes. No pensamento de Rubin (apud Costa e Bruschini, 1992, p.29), essa desigualdade a ser eliminada está fundada “no campo epistemológico da arbitrariedade do significante cultural de gênero face á diferenciação biológica”. Para o autor, “o campo epistemológico da arbitrariedade do signo de gênero foi fundado no campo interdisciplinar da Psicanálise (freudiana e lacaniana) da Antropologia (Lévi-straussiana) e da Lingüística e Semiótica (de Derrida), marcado pela episteme estruturalista e Pósestruturalista. É o campo que marca a possibilidade de se pensar a diferença e não só o igual e o desigual diante do poder”. Essa idéia de pensar as diferenças diante do poder possibilita uma maior compreensão da posição de inferioridade da mulher nas relações sociais de gênero. Scott (1998) analisa a questão sob o ponto de que o poder pode ser desafiado a partir do terreno da diferença. Não sendo assim admissível o argumento de que a semelhança constitui um requisito de igualdade. Para a autora (1998, p.117), “não é a semelhança, mas a diferença que constitui a base para a construção do poder”. Cabe atentar para o processo de naturalização do significativo elemento da dominaçãoexploração exercida pelos homens sobre as mulheres, cuja intensidade tem variado de sociedade para sociedade e de época para época. O poder, deste modo, é visto como a correlação entre duas ou mais vontades, onde se fazem necessárias vontades submetidas para existir o poder. Porque o poder se estabelece numa relação onde há dominação e influência. Nas sociedades contemporâneas as relações entre homem e mulher são permeadas pelo poder e, embora exista uma pertinente dominação masculina, as mulheres também detêm parcelas de poder. Exemplos disso são os poderes relegados às mulheres, que podem ser comprovados 21.

(10) nas situações vividas cotidianamente, como o poder de decisão e influência no momento da compra de bens de consumo e o poder de ordenar o bom andamento da família, o orçamento familiar, entre outros. As mulheres, portanto, não sobrevivem graças aos poderes reconhecidamente femininos, como o poder da maternidade, mas em virtude da luta que travam com os homens pela ampliação e modificação da estrutura do campo do poder. Hoje em dia, homens e mulheres, cada um com seus poderes, travam uma luta que parece não ter fim. O primeiro com o objetivo de preservar sua supremacia, e a segunda para tornar menos incompleta sua cidadania. Observa-se agora que elas têm voz ativa, tomaram consciência de seus direitos como cidadãs e não aceitam facilmente as desigualdades e diferenças pertinentes ao sistema social. Explicitando a questão, Saffioti (1992, p. 273) afirma que “as relações sociais de sexo ou as relações de gênero travam-se também no terreno do poder, onde têm lugar à exploração dos subordinados e a dominação dos explorados; dominação e exploração sendo faces de um mesmo fenômeno”. Ou seja, são reminiscências do poder que desfavorecem e subjugam com maior freqüência, a classe feminina.. 1.3.1 A questão da mulher na política A imagem da mulher na política é fruto de uma construção social interiorizada que adquiriu diferentes formas ao longo da história, segundo as características do modelo de organização social e cultural de cada país ou região, atendendo ainda as regras do sistema social que cria e dá forma às identidades masculinas e femininas. Como conseqüência disso, as mulheres têm sido excluídas dos cargos de direção pública e da representação política. A pouca representatividade feminina no espaço político está diretamente relacionada às relações de gênero e poder, uma vez que os homens sempre estiveram a frente das decisões políticas e as mulheres não eram incentivadas à participação efetiva nesta questão. 22.

(11) A atual situação da mulher na vida política brasileira também figura como conseqüência dos anos de opressão e ausência enquanto sujeito da história política do Brasil, que desenhou um panorama desigual e injusto, quanto à participação da mulher na vida pública. Soma-se a isso o fato de que a construção da trajetória política das mulheres brasileiras na busca pela cidadania plena, foi demarcada pela convivência com modelos, estereótipos, visões e práticas que, de certa forma, constituíram o que podemos identificar como a imagem da mulher na política. Para Ferreira (2001, p.125), “[...] As mulheres enquanto grupo em posição de desigualdade estrutural, não têm as mesmas condições de acesso às arenas políticas e aos canais de poder que os homens, devido aos limites impostos pelo seu papel social”. Estes limites aos quais as mulheres são submetidas justificam o menor interesse e envolvimento das mulheres na política. Embora não tenham estado ausentes do jogo político, foi somente após 1932, quando conquistaram o direito ao voto, que as mulheres brasileiras passaram a participar mais ativamente das organizações partidárias, dos comitês e das campanhas eleitorais. A partir da década de 70 a participação feminina foi bastante intensa nos movimentos sociais, nas organizações de base e na luta pela melhoria na qualidade de vida. Na década de 80 a participação das mulheres na política partidária foi impulsionada pela redemocratização do país e pela proclamação da Década da Mulher pela ONU. Após esse período, vários movimentos fortaleceram a luta das mulheres em prol de uma representação mais significativa no espaço público e político. Desde as eleições de 1996, por iniciativa da então deputada Marta Suplicy do PT, as candidaturas femininas passaram a ser beneficiadas pela incorporação do sistema de cotas, que estipulava mínimos de 20% inicialmente, 25% em 1998 e, posteriormente 30% mínimo e 70% máximo, do número de vagas a que cada partido ou coligação teria direito, para cada sexo( Lei 9.504, de Setembro de 1997). 23.

(12) Atualmente em vários Estados brasileiros, grupos e lideranças femininas têm se mobilizado no sentido de preparar as mulheres para assumirem novas posições junto aos partidos, estimulando-as como possíveis candidatas. Silvestrin (2000, p.57) nos confirma isso quando afirma que, “[...] a mulher tem se conscientizado cada vez mais do seu direito à participação política e empreendido esforços no sentido de ocupar o seu espaço”. Acredita-se que com uma maior exposição da mulher no processo eleitoral pela conquista do poder, as discriminações e desigualdades que ainda persistem serão combatidas, por meio de ações mais efetivas aplicadas nas decisões políticas. As dificuldades para se chegar a estas conquistas são muitas. Primeiro as mulheres precisam mostrar competência, para se estabelecerem e preservarem o seu bom desempenho; pois só assim elas assegurarão a credibilidade e o respeito necessário para seguirem seus propósitos. Sabe-se que em nenhum lugar do mundo a representatividade feminina é maioria, hoje em dia são poucos os países que já confiaram o cargo máximo para uma mulher. Mas há uma tendência de mudanças a ocorrer. Um exemplo de mudança dessa consciência encontra-se na América Latina. É o caso do Chile onde segundo Fernandes (2006), Michelle Bachelet foi eleita presidente e montou o primeiro escalão do seu governo, com paridade total de gênero, inclusive nomeando mulheres nos ministérios mais importantes, como Defesa, Economia, Energia e Mineração, além da Secretaria Geral da Presidência. No Brasil a participação feminina na política aumenta a cada pleito e as estimativas são bem otimistas. Segundo Silvestrin (2000), a Região Nordeste, em termos numéricos é a mais igualitária, enquanto a região Sul, nos mesmos termos, aponta como a mais desigual. Pode-se concluir com o pensamento de que a conquista do direito ao voto foi o fator principal na reivindicação da igualdade política pelas mulheres, mas isso foi só um passo para elas, no futuro, alcançarem a plena igualdade de direitos, não só políticos, mas também civis. 24.

(13) Capítulo II - O trabalho feminino. 25.

(14) 2.1 Ocupações femininas: Papel Social x Força de Trabalho A força de trabalho feminina é conhecida desde os tempos mais remotos, quando as mulheres “apenas” cuidavam das atividades domésticas e dos filhos, enquanto os homens saíam para caçar e com isso, garantir o alimento e logo após também, a subsistência da família. Durante muito tempo, por todo o mundo, os serviços executados pelas mulheres, que ajudavam na sobrevivência da família, não lhes asseguravam ganhos monetários. A grande maioria das mulheres trabalhadoras exerciam as chamadas ocupações femininas tradicionais (costurando, cozendo, criando animais, plantando vegetais), marginais ao processo de produção e não sendo remuneradas, numa clara demonstração de que o gênero era, portanto, fator determinante da ocupação desempenhada. A respeito disso, Degraff e Anker (apud Pinelli, 2004, p.164) explicam que “a desigualdade de gênero no mercado de trabalho pode ter uma variedade de formas, incluindo a participação diferenciada na força de trabalho e a segregação por sexo”. E, mesmo que sejam mais escolarizadas, a participação das mulheres em melhores ocupações é em geral, muito mais restrita que a dos homens. Esta explicação pode ratificar o fato de que a inserção das mulheres no mercado de trabalho esteja caracterizada tanto por quadros de avanços, como de retrocessos. De um lado, as trabalhadoras mais escolarizadas conquistaram bons empregos e acesso a carreiras antes ocupadas apenas pelos homens e a postos de gerência e diretoria; de outro, predomina o trabalho feminino em atividades precárias e informais. Vale lembrar que este quadro fica mais agravado se elas forem negras. Se a discriminação de gênero faz com que as mulheres em geral tenham desvantagens em relação aos homens no mercado de trabalho, a dupla discriminação de sexo e cor, produz desvantagens ainda maiores. 26.

(15) Segundo a Pesquisa do DIEESE/SEADE de 2001/2002 sobre emprego e desemprego, realizada em cinco regiões metropolitanas e no Distrito Federal, as trabalhadoras negras se enquadram entre as mais pobres; trabalham em situações mais precárias, têm menos anos de estudo, menos possibilidade de carreira, rendimentos mais baixos e as mais altas taxas de desemprego. Uma outra amostra desta veemente desigualdade está no fato de que em geral, a participação feminina na força do trabalho também constitui para a mulher, um campo de subordinação, onde elas ocupam postos inferiores ao dos homens, têm menores chances de mobilidade e recebem salários sistematicamente menores, além disso, pesquisas realizadas pelo IBGE e pelo DIEESE (2003) revelam que as mulheres têm maiores dificuldades em fazer carreira e, que elas são as primeiras a ser demitidas em momentos de crise e têm mais dificuldades de recolocação, o que termina por identificar o trabalho feminino como o mercado de trabalho secundário. A origem deste problema, com relações de gênero no trabalho feminino, consta dos pressupostos teóricos funcionalistas, que tratam da divisão de papéis no interior da família, pela qual se atribuem às mulheres as tarefas domésticas. Segundo Pena (1981, p.37), “na perspectiva funcionalista, as sociedades podem ser descritas sob o desenho de um sistema social, no qual a família, através de sua figura feminina, constitui um mecanismo integrativa chave para o ajuste dos indivíduos à sociedade”. Nesse sentido, a família é tida como uma instituição de integração do sistema social. Sobre esse mesmo aspecto, Simone de Beauvoir em seu livro O Segundo Sexo (1980, v.2), traça o esboço de um panorama que nos permite apreender, no conjunto de seu condicionamento econômico, social e histórico, a oposição entre “o mundo feminino” e “o universo masculino”. Para Beauvoir (1980, p.363), [...] as mulheres nunca constituíram uma sociedade autônoma e fechada; estão integradas na coletividade governada pelos homens e na qual ocupam um lugar de subordinadas”.. 27.

(16) O papel feminino fica assim, ancorado primariamente nos negócios internos da família, onde pela divisão de trabalho em seu interior, a mulher executa tarefas de natureza expressiva (exercidas dentro dela) e o homem, as tarefas de natureza instrumental (na estrutura ocupacional, fora da família).. 2.2 A divisão sexual e a subordinação do trabalho da mulher A entrada sistemática da mulher no mercado de trabalho brasileiro começa a ocorrer a partir de meados do século XIX, com a Revolução Industrial. Nesse período foi intensa a utilização da força de trabalho feminina na indústria têxtil. A partir daí, a situação da mulher, de todas as classes sociais sofreu uma significativa mudança e o trabalho passou a ser dividido em duas esferas distintas: de um lado a unidade doméstica e do outro, a unidade de produção. Essa fragmentação deu origem a uma divisão sexual do trabalho, onde cabia ao homem o trabalho produtivo extra-lar e com remuneração, enquanto à mulher, restava a realização das tarefas relativas à reprodução da força de trabalho, ou seja, elas davam o suporte para que os outros membros da família pudessem exercer atividades remuneradas. Por essa razão, hoje em dia, muitas mulheres são incluídas na chamada População Não Economicamente Ativa, o que garante a elas apenas um peso específico no conjunto da economia do país, que não o da População Economicamente Ativa. Isso significa que o trabalho doméstico que elas realizam consta apenas uma ajuda, uma vez que elas não exercem atividades remuneradas. Com isso, podemos verificar que a situação da mulher continuou marcada por uma recorrente subordinação, seja dentro da família, no trabalho externo ou na sociedade. O que significa que o fato dela “possuir uma função importante na sociedade, na produção ou na organização não correspondeu à conquista de poder ou participação nos mecanismos públicos de controle social” (Pena, 1981, p.90).. 28.

(17) Prova disso é que atualmente ao ser incluída entre os que trabalham, no conjunto da população as mulheres acabam trabalhando mais que os homens, sobretudo, porque grande parte das trabalhadoras cumpre diariamente uma dupla jornada de trabalho (conciliação das atividades profissionais com as atividades domésticas). Portanto, a inserção das mulheres no mercado de trabalho não foi suficiente para definir uma situação de maior eqüidade de gênero. Hoje em dia as ocupações femininas ainda são remuneradas a um nível mais baixo que as masculinas. Como comprovam os indicadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), citados pela Revista EXAME (2001, p.39), onde “cerca de 40% da força de trabalho feminina no Brasil está no pólo menos qualificado e de menor renda, elas ganham em média o equivalente a 64% do salário dos homens”. Mesmo assim, muitos empregadores ainda cultivam a idéia de que os custos da mão-de-obra feminina são superiores aos custos da mão-de-obra masculina. Isso pode ser comprovado por Abramo (2005, p.22) quando diz que, “acredita-se que é mais caro empregar uma mulher devido aos custos indiretos associados à sua contratação, em particular aos dispositivos legais de proteção à maternidade e ao cuidado infantil”. Acredita-se que uma das vias possíveis para a reparação dessa mentalidade preconceituosa dos empregadores, seria a implantação por parte do governo, de políticas públicas mais eficientes de acesso à educação infantil, que facilitariam a inserção feminina em maior escala, no mercado de trabalho. Mas o pior de tudo isso é perceber que essa mentalidade acaba formando um círculo vicioso, no qual a participação na força de trabalho diferenciada seja por sexo ou pela segregação ocupacional por sexo, acabam sentenciando os principais determinantes e as conseqüências da desigualdade no mercado de trabalho baseada no gênero.. 2.3 Ascensão profissional e desafios do trabalho feminino na atualidade Nas últimas décadas, a sociedade brasileira testemunhou mudanças profundas nos papéis sociais e no trabalho das mulheres como resultado de transformações demográficas, socioeconômicas, políticas e culturais. 29.

(18) O acesso maior das mulheres a todos os níveis de educação contribuiu como um dos fatores essenciais para a transformação dos papéis relacionados a gênero e sua divisão no trabalho que, por sua vez, alterou a participação das mulheres na força de trabalho e o seu progresso na carreira profissional. Pode-se dizer com isso, que a expansão da escolaridade constitui-se num dos fatores de maior impacto sobre o ingresso das mulheres no mercado de trabalho. Esta afirmação é comletada por Pinelli (2004, p.187) quando afirma que, “o grande aumento do nível da escolaridade feminina no período posterior à Segunda Guerra Mundial contribuiu para aumentar as taxas de participação feminina na força de trabalho em todo o mundo, já que a educação aumenta as recompensas econômicas e não-econômicas associadas ao emprego”. Concomitante a este fator educacional houve uma forte expansão da sociedade de consumo, o que gerou uma oferta de produtos crescente e a necessidade de uma renda familiar maior. Isso não ocorreu em função do aumento de salários, mas com a participação da mulher na complementação desta renda. Hoje, uma parcela significativa e também crescente desta participação feminina tornou-se a principal ou única fonte de renda familiar. Durante essa fase da inserção da mulher no mercado de trabalho masculino, elas foram bastante desvalorizadas como força de trabalho. Elas passaram a substituí-los, nas tarefas de menor qualificação, sempre com salários menores, ou seja, desenvolvendo tarefas que não requeriam conhecimento de um ofício ou um grande esforço físico. Já na segunda metade do século XX, com o incremento da economia e a crescente globalização, somada ao advento da informática e das novas tecnologias, o mundo do trabalho feminino ingressou em um novo cenário. Para Pochmann (apud, Abramo, 2005, p.74), “a evolução do conjunto das ocupações no Brasil durante os anos 90 esteve fortemente condicionada pelo comportamento mais geral da 30.

(19) economia nacional”. Com a implantação do modelo econômico vigente, caracterizado pela abertura comercial, pela desregulamentação financeira e do mercado de trabalho e pela estabilidade monetária, a partir de 1990 a dinâmica ocupacional sofreu importantes transformações. Entre algumas conseqüências dessa mutação no modelo econômico (que desregulamentou o mercado de trabalho e as finanças) estão a expansão do desemprego e o aumento do número de postos de trabalho assalariado, sem registro e de ocupações autônomas, preocuparam, mas do ponto de vista do gênero, a ocupação feminina terminou obtendo algumas vantagens, como a expansão em números, em relação aos postos de trabalho masculino. Nas últimas décadas, a ascensão profissional da mulher aos mais variados cargos e profissões, vem dando um toque feminino na transformação dos quadros internos dos ambientes organizacionais. Características de valores tipicamente femininos, como a importância do relacionamento, o trabalho em equipe, o uso de motivação, persuasão e cooperação vêm aos poucos ocupando os lugares antes valorizados por características masculinas, como a ordem, o controle e a competição, no âmbito das grandes corporações. Com vistas nessas transformações, não resta a menor dúvida que o século XX foi o de maior avanço para as mulheres em toda a História da humanidade. Porém essa conquista de espaço não foi sinônimo de igualdade entre os gêneros. Não podemos esquecer das disparidades que as mulheres vivem como a dupla jornada de trabalho, as menores remunerações mesmo quando elas exercem as mesmas funções que os homens além do fato de elas serem preteridas no momento da promoção aos cargos de maior poder e prestígio, como apontam as pesquisas. Dados da pesquisa Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil e Suas Ações Afirmativas, realizada pelo Instituto Ethos em 2003, apontam que a pirâmide ocupacional nas grandes organizações empresariais é extremamente excludente para as mulheres. A explicação para esta situação não reside no nível de escolaridade das brasileiras, mas sim nas barreiras invisíveis, como a crença na falta de capacidade para assumir postos de comandos,. 31.

(20) gerada pela baixa auto-estima, que o preconceito lhe induz, para a carreira das mulheres no mundo do trabalho. Reforçando esta situação, vale a pena apontar um estudo qualitativo realizado nos Estados Unidos pelo Labor Secretary Lynn Martin em 1991, intitulado The Glass Ceiling (Teto de Vidro), que detectou as barreiras invisíveis na cultura corporativa que mantêm as mulheres afastadas dos cargos com responsabilidade direta pelo lucro das operações, que levam ao topo das empresas. No Brasil o “teto de vidro” funciona como uma metáfora para um obstáculo que ninguém vê, mas está ali, de alguma forma, impedindo a ascensão profissional da mulher. Seja pelo desmerecimento de seu trabalho, com menor remuneração mesmo que esteja em um posto mais alto, ou pelas dificuldades impostas “pelas normas da empresa” à mulher, no caso de uma promoção a um cargo gerencial, onde geralmente elas são descartadas da nova colocação para dar lugar a um outro colega. Isso ocorre principalmente quando elas têm como concorrente à mesma vaga, um outro funcionário do sexo masculino. Hoje em dia esta situação que desfavorece a participação feminina na concorrência por cargos de comando vem sendo divulgada pelos veículos de comunicação com grande destaque, o que termina por reforçar a propagação de uma mentalidade discriminatória entre os expectadores desses meios, uma vez que o empresariado já pensa assim. Segundo matéria publicada na Folha de São Paulo (26 de Março de 2006), as mulheres esperam 35% a mais por uma promoção. Em números absolutos isso equivale a 10 anos para as mulheres, contra 6,5 anos para os homens. O estudo realizado pelo IPEA com informações de 1996 a 2004, que analisa a evolução profissional nas grandes empresas de capital nacional e estrangeiro, também contou com dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra em Domicílios), do IBGE. Segundo informação contida na matéria, uma das explicações para a defasagem na promoção de mulheres está no preconceito dos empregadores. Pois segundo eles, os custos com a 32.

(21) licença-maternidade são mais altos para as empresas e há ainda o fato de que as mulheres ficam ausentes do trabalho pelos 04 meses em que voga o direito à licença. Isto prova a necessidade urgente de uma mudança de mentalidade por parte do empresariado, uma vez que é comprovada a capacidade e a competência feminina para o pleno exercício dos cargos de comando nos mais variados campos das empresas. Afinal discriminação não combina com eficiência e, caso essas empresas venham a ter como objetivo o bom desempenho de seus negócios, este quadro de discriminação precisa ser erradicado.. 33.

(22) Capítulo III - Gênero e Relações Públicas. 34.

(23) 3.1 Relações Públicas como atividade de comunicação Segundo a história, as Relações Públicas são praticadas há milhares de anos. Porém seu desenvolvimento como área de estudo ocorreu somente a partir do século XX. Sua trajetória como atividade está fundamentada em vários estudos feitos ao longo dos anos subseqüentes, que substituíram sua visão operacional inicial por uma, visão estratégica e social da atividade, expressada fundamentalmente na administração dos relacionamentos. Só nas últimas cinco décadas as Relações Públicas passaram a ser exercidas em vários países do mundo. Segundo Grunig (2003, p.69), “não existia educação formal, nem pesquisadores, nem base de padrões e princípios éticos reconhecidos que formassem e norteassem as decisões dos profissionais de Relações Públicas”. Ainda hoje, a atividade de Relações Públicas é definida muito mais por suas técnicas do que por sua teoria, pois há muito que se amadurecer, principalmente quando falamos dos diferentes propósitos desta ocupação profissional. Pode-se concluir que a maioria dos profissionais e pesquisadores não chegou a um consenso sobre qual é o real papel das Relações Públicas na sociedade atual. Para Grunig (2003, p.70), “[...] no momento atual a prática de relações públicas é um fenômeno mundial que não se restringe exclusivamente às empresas privadas”. O profissional de Relações Públicas hoje trabalha, para governos, organizações não-governamentais, universidades e escolas, associações de classe, hospitais, hotéis e outras instituições de pequeno a grande porte. Embora. estes. profissionais. sejam. especialistas. em. desenvolver. as. estratégias. comunicacionais das organizações, eles também devem estar capacitados a formar uma rede de relacionamentos com os seus concorrentes e parceiros, ajudando as organizações a atingir seus objetivos, cumprir sua missão, desenvolver sua visão e cultivar seus valores. Vale lembrar que, dentre outras atribuições, os profissionais de relações públicas, segundo Kunsch (2003, p.90) devem, “contribuir para o cumprimento dos objetivos globais e da responsabilidade social das organizações, mediante o desempenho de funções e atividades específicas, outro desfio constante a ser considerado como meta das relações públicas”. 35.

(24) No Brasil as Relações Públicas surgiram formalmente em Janeiro de 1914, na empresa canadense de eletricidade The São Paulo Tramway Light and Power. Embora a profissão esteja formalizada há quase um século, ainda hoje parte dos empresários e executivos tem uma visão imediatista da atividade de Relações Públicas. Para algumas organizações a função das Relações Públicas somente é valorizada para atuar nos momentos de crise e para manter a mídia afastada dos problemas internos da organização. Ferrari (2000) ratifica esta informação quando nos diz que, “o valor dado às relações públicas ou a comunicação está diretamente relacionado à produção, a lucratividade e as eventuais crises que possam afetar, de forma negativa, sua marca e seus produtos”. Calcula-se com isso, que a preservação da imagem e a manutenção da credibilidade de uma instituição perante a sociedade civil e os formadores de opinião, sejam de fundamental importância para o significativo retorno de investimentos desta instituição. Talvez seja por essa razão que a maioria dos profissionais que praticam as Relações Públicas, dediquem boa parte dos seus trabalhos à comunicação por meio das mídias massivas, assessorando seus públicos na construção de imagens positivas a respeito das organizações por eles representadas. O fenômeno da globalização e a rápida velocidade de propagação das informações estão levando as organizações a reconhecerem que elas necessitam do trabalho de Relações Públicas. Uma vez que esses profissionais trabalham os relacionamentos entre os públicos, detectando possíveis falhas na comunicação da organização e promovendo ações preventivas que reguardem sua missão e objetivos. Sua função é planejar e orientar em conjunto com os gestores das organizações a melhor maneira de manter o equilíbrio entre os interesses organizacionais e os públicos que são afetados por elas. Quando se fala em velocidade de difusão de informações, outro aspecto que merece ser enfatizado é o incremento da agilidade conferido pelas novas tecnologias de informação, que segundo Castells (1999, p.286) “[...] possibilitam ao mesmo tempo, a descentralização das tarefas e sua coordenação em uma rede interativa de comunicação em tempo real”. Neste sentido surge a compreensão de que com uma maior interação da comunicação nas organizações, os. 36.

(25) relacionamentos entre os diferentes públicos serão melhorados e, com base nesta interação, outras habilidades estratégicas dos profissionais de Relações Públicas serão efetivadas. Um outro ponto de significativa relevância em questão, destacado por Grunig (2003, p.69) é que, “as relações públicas são uma profissão exercida quase que exclusivamente pelo sexo feminino, sem distinções étnicas ou raciais”. Resta saber até que ponto o grande número de mulheres nesta função, afeta o crescimento das Relações Públicas como prática gerencial.. 3.2 A trajetória da mulher como profissional de Relações Públicas O século XX foi marcado por um período de intensa revolução tecnológica em todo o mundo. A chegada da Informática, de certa forma influenciou a introdução de muitas inovações tecnológicas no mercado, como o uso do fax, da secretária eletrônica, do correio de voz, da Internet, possibilitando assim uma rápida ampliação do universo de informações. Neste contexto, as Relações Públicas, até então vistas como uma área acionada em momentos de conflito pelas organizações passaram a ganhar destaque e serem mais valorizadas por estarem aptas a administrar as comunicações. Isso porque, não basta apenas receber e acumular informações, é necessário filtrá-las e ordená-las de modo a proporcionar uma maior interação no relacionamento entre a organização e seus diversos públicos. Desde modo, as Relações Públicas vistas como uma função estratégica da comunicação, passaram a ser reconhecidas como uma função da administração, cuja responsabilidade é gerenciar o processo comunicativo dentro da empresa, criando formas de mostrar credibilidade entre as organizações e os públicos com os quais elas se relacionam. Trazendo este quadro para a questão feminina observa-se que, embora tenha ocorrido evolução do desempenho das Relações Públicas e que esta seja uma profissão com predomínio feminino, a situação da mulher profissional de Relações Públicas no Brasil aponta para um quadro semelhante ao que ocorre nos Estados Unidos. Lá as mulheres têm sido excluídas do. 37.

(26) exercício de funções gerenciais devido às “barreiras invisíveis” que dificultam sua ascensão aos postos de comando, configurando assim um quadro real de discriminação. Grunig (2003, p.71) ratifica esta informação quando diz que, “pesquisas recentes revelam que a nova maioria feminina das relações públicas têm encontrado dificuldade no processo de legitimação como gerentes e até como técnicos ”. Esta situação pode ser vista como conseqüência da sociedade patriarcal e machista, que vigorou por muito tempo pelo mundo, alimentando uma mentalidade preconceituosa entre os empregadores. Com base nas considerações abordadas no decorrer deste estudo, surgiu idéia de avaliarmos as definições coletadas na análise da literatura. Para tanto, utilizamos como metodologia a análise de resultados secundários das pesquisas mencionadas nos subitens a seguir que trataram da participação da mulher no mercado de Comunicação e Relações Públicas, visando esclarecer os problemas e as oportunidades para as mulheres neste campo. Como complemento deste material foi pesquisada a participação feminina no Curso de Pós Graduação Lato-Sensu de Gestão Estratégica em Comunicação Organizacional e Relações Públicas/ECA-USP, entre os anos 2000 e 2005. As pesquisas mencionadas ao longo desse estudo tiveram sua importância revelada na fundamentação e clarificação das opiniões sobre as circunstâncias onde a desigualdade de gênero é projetada. Os resultados por elas obtidos serviram de base para a análise e reflexão da condição de subordinação do trabalho feminino no mercado das Relações Públicas.. 3.2.1. Indicadores Ferrari – 2000 Em sua tese de doutorado, Ferrari (2000) buscou analisar a influência que os valores organizacionais tinham na determinação do papel dos profissionais de Relações Públicas.. 38.

(27) Por meio de um estudo comparativo entre empresas do Brasil e do Chile, a autora constatou que na sua amostra a presença feminina nas gerências dos departamentos de comunicação, em ambos os países, era pequena se comparada ao número de homens na mesma posição hierárquica. Esta pesquisa considerou uma amostra de 35 empresas, onde no Brasil foram encontradas apenas 3 mulheres em cargos de gerência (14% da amostra) em contraposição a 19 homens (86%). No Chile a situação foi um pouco mais confortável para as mulheres que ocupavam 5 (38,5%) destes cargos, enquanto 8 (61,5%) eram destinados aos homens. Estes dados tornam-se alarmantes quando comparados ao alto índice de presença feminina nos cursos de Relações Públicas do Brasil, chegando a 90% dos alunos. O que se observa é que o panorama tem mudado com o passar dos anos, como foi verificado na pesquisa do Instituto ABERJE de Pesquisa, realizada em 2005.. 3.2.2. Indicadores Instituto ABERJE – 2005 O Instituto ABERJE de Pesquisa realizou em 2005 um estudo sobre a mulher na Comunicação Corporativa, cujo objetivo foi verificar o avanço feminino nos departamentos de Comunicação das empresas brasileiras. O universo desta pesquisa abrangeu 193 empresas classificadas entre as 1000 maiores do Brasil. Esta pesquisa concentrou-se em grandes corporações, uma vez que 33,5% da amostra foi efetuada em empresas com mais de 5000 funcionários, 43,5% em organizações com mais de 1000 funcionários e apenas 1,5% em entidades com menos de 100 funcionários. Foram ouvidas 206 profissionais da área de Comunicação Corporativa, abrangendo todos os níveis hierárquicos, de assistentes a diretoras em todas as regiões do país e não se restringindo apenas a associados da ABERJE, estes representam apenas 62,6% do universo, enquanto os não associados responderam por 34,7%.. 39.

(28) Um fator importante detectado é a percepção que as entrevistadas têm em relação à carreira profissional, pois 69% delas acham que as oportunidades são iguais para ambos os sexos, enquanto 24% acreditam haver mais oportunidades no mercado para as mulheres. Quando questionadas sobre as oportunidades dentro da empresa em que trabalham, apenas 15% acham que elas têm mais chances, enquanto 24% acham o contrário. Quanto aos fatores que prejudicam a ascensão profissional feminina, os filhos pequenos aparecem com o maior número de citações (81%), a TPM em segundo lugar com 69%, contrapondo-se com o casamento, que aparece com baixa citação com apenas 24%. Esta pouca preocupação em relação ao casamento pode ser explicada pela própria pesquisa quando aborda o estado civil dentro do perfil das entrevistadas, pois os números se equivalem com 47% das funções ocupadas pelas solteiras e 42% pelas casadas. Os resultados apresentados pelo Instituto ABERJE demonstram que o avanço feminino nos departamentos de Comunicação das grandes empresas reflete o crescente percentual das mulheres mais escolarizadas, que lutam por melhores oportunidades e não acreditam ser a diferença de gênero o principal entrave para elas chegarem aos postos de comando.. 3.2.3. Indicadores Turmas GESTCORP 2000-2005 Em pesquisa realizada no Curso de Pós Graduação Lato-Sensu, de Gestão Estratégica em Comunicação Organizacional e Relações Públicas (GESTCORP)/ECA-USP, com dados da listagem das turmas inscritas entre os anos de 2000 e 2005, encontramos um percentual expressivo da presença feminina em todas as turmas. Foi realizado um cruzamento das mulheres inscritas com os cargos que ocupavam no momento de inscrição ao curso. Como podemos observar a seguir na tabela no. 1 - Cargos declarados pelas alunas do Gestcorp na época de inscrição no curso.. 40.

(29) Tabela no. 1 - Cargos declarados pelas alunas do Gestcorp na época de inscrição no curso. CARGOS Diretoria Gerência Supervisão Técnico Auxiliar Cta. Própria Ñ Declarado TOTAL. 2000 2001 0 2 1 6 1 6 10 25 0 0 1 0 44 3 57 42. PARTICIPAÇÃO FEMININA 2002 2003 2004 2005 TOTAL % F. %Geral 2 2 6 3 15 3,93 3,14 11 6 9 11 44 11,52 9,21 9 3 14 8 41 10,73 8,58 42 28 47 46 198 51,83 41,42 1 1 0 1 3 0,79 0,63 1 0 0 2 4 1,05 0,84 11 1 13 5 77 20,16 16,11 77 41 89 76 382 100,00 79,92. PART. MASCULINA Total % Masc % Geral 8 8,33 1,67 9 9,38 1,88 9 9,38 1,88 39 40,63 8,16 0 0,00 0,00 3 3,13 0,63 28 29,17 5,86 96 100,00 20,08. Fonte: Elaborado por Andréa Franco (2006) Os resultados consolidados demonstram que 15 % de mulheres ocupavam cargos de chefia, enquanto o percentual masculino era de 17,71%. Foi verificado que nos seis anos de existência do curso, a participação feminina variou entre 71% e 94% do total do grupo, enquanto a masculina variou entre 6% e 29%. Na média a participação total dos alunos inscritos ficou em 80% para as mulheres e 20% para os homens. Em números absolutos, isso significa que dos 478 alunos inscritos entre 2000 e 2005, 382 eram mulheres e apenas 96 homens. Desse total 105 alunos (21,97%) não declaram suas funções no ato da inscrição, o que prejudica a análise dos índices, pois esse número significa que 20% no caso das mulheres e 29% dos homens inscritos que deixaram de declarar suas funções. Analisando os dados encontrados nas funções declaradas pelos alunos do GESTCORP no momento da inscrição, deparamos com uma situação que nos leva a seguinte análise: nas funções declaradas a participação masculina se equipara à feminina em quase todos os níveis hierárquicos, exceto nos cargos de diretoria, onde a participação masculina é mais que o dobro da feminina.. 41.

(30) Diagnosticamos também que no universo avaliado, as funções técnicas predominam em 52% das mulheres e em 40% nos homens. Por outro lado, os cargos de auxiliares são praticamente inexistentes, pois perfazem apenas 0,63% da pesquisa. No item seguinte podemos observar a análise acerca dos três indicadores utilizados como base para a realização desse estudo.. 3.3 Análise dos três Indicadores Com base nos dados secundários das pesquisas desenvolvidas por Ferrari (2000), pelo Instituto ABERJE (2005) e do levantamento feito nas turmas GESTCORP (2000-2005) e com os conceitos advindos do referencial teórico, podemos constatar que as considerações sobre a desigualdade de gênero no trabalho feminino são pertinentes e que existem muitas barreiras sócio-culturais a serem quebradas no Brasil e no mundo.. Tabela nº 2 - Lideranças na Área de Comunicação no Brasil. Mulheres Homens. Ferrari - Aberje - Gestcorp 2000 2005 – 2006 14,00% 60,00% 15,45% 86,00% 74,40% 17,71%. Fonte: Elaborado por Andréa Franco (2006) Os percentuais da tabela no. 2 representam a somatória dos cargos de liderança compreendidos pelas funções de gerência e diretoria nos indicadores pesquisados. Conforme demonstrado na tabela nº 2, foi observado que o percentual de homens em cargos de liderança na área de Comunicação no Brasil é sempre superior ao percentual feminino. De acordo com a revisão da literatura observou-se que esse cenário não retrata apenas a realidade brasileira, mas também a de outros países. Segundo Grunig (apud Ferrari, 2000), “[...] a. 42.

(31) participação feminina predomina nos níveis operacionais no desempenho de papéis mais técnicos e burocráticos e menos nos gerenciais”. Dos indicadores de Ferrari (2000), ficou a evidência da grande disparidade existente entre homens e mulheres nas gerências dos departamentos de Comunicação das empresas pesquisadas. O mesmo fenômeno ficou evidenciado nos indicadores ABERJE (2005), onde mesmo representando um universo de pesquisa maior que o de Ferrari (2000) e apesar da temporalidade entre as duas coletas, o percentual de homens no comando dos departamentos de Comunicação ainda é superior ao de mulheres. No levantamento realizado nas dez edições do curso de especialização, Lato Sensu, “Gestão Estratégica em Comunicação Organizacional e Relações Públicas” –GESTCORP, ministrado pela ECA/USP, pode ser constatado uma grande representatividade de alunos do sexo feminino muito superior aos homens, apesar da predominância masculina no percentual de ocupação de cargos de comando nas organizações. A pesquisa publicada por Prado (2006), p.B1., no Jornal Folha de São Paulo aponta que a presença feminina está crescendo gradativamente nos cargos de chefia. Hoje as mulheres são mais requisitadas para diversas funções, o que pode refletir uma mudança de mentalidade do empresariado que passou a perceber melhor a competência e as habilidades específicas do sexo feminino. Uma outra hipótese para o aumento gradativo do número de mulheres nos cargos de comando e decisão é o fato de que elas têm o nível de escolaridade mais alto que o dos homens e essa aptidão para os estudos têm refletido principalmente na área da Comunicação. Conforme demonstrou o levantamento feito em julho de 2002, por Nascimento e Pessoni (Apud Melo; Gobbi e Barbosa, 2003, p.227), em quatro cursos de Jornalismo na região da Grande São Paulo, que mostrou que as mulheres estão quantitativamente mais presentes neste segmento. Este levantamento pode ser ratificado quando analisamos os dados da pesquisa GESTCORP (2006), onde do total de alunos inscritos, a participação feminina é superior à masculina.. 43.

(32) CONSIDERAÇÕES FINAIS Observa-se que em todo o mundo a mulher está conquistando seu espaço no mercado de trabalho. No Brasil, as mulheres têm ocupado atividades profissionais antes consideras redutos masculinos, como juízes de futebol, soldados, operadores de plataformas marítimas de petróleo, motoristas de táxi, caminhões e ônibus. A trajetória feminina tem mostrado que os desafios são muitos, mas também são bastante representativos os seus avanços. Avanços estes que foram produzidos graças à luta e ao constante desejo que as mulheres têm de construir a eqüidade de gênero, que lhes possibilitaria uma maior participação em relação aos homens, nas esferas de poder político, econômico e social. Felizmente hoje em dia a definição do papel social dos homens e das mulheres (ao contrário do que ocorria no período patriarcal em todo o mundo) pode, sim, ser questionada e alterada; tanto que a atuação das mulheres na ocupação de cargos políticos e públicos tem movimentado a opinião pública. As mulheres agora estão lutando “em pé de igualdade”, embora continuem tendo que provar mais, para mostrar que têm valor e competência. Com base no referencial teórico desse estudo podemos constatar também, que no Brasil o número de mulheres que conseguem alcançar posições de comando ainda é bastante reduzido. Como exemplos desta situação, podemos citar a eleição da ministra Helen Gracie, como a primeira mulher presidente do Supremo Tribunal Federal e a nomeação de Suely Vilela como a primeira mulher reitora na Universidade de São Paulo, onde (segundo publicação do Jornal Folha de São Paulo) 65% dos docentes são homens. São conquistas irrefutáveis, mas o fato é que entre outras coisas, vencer resistências sociais, quebrar estereótipos e ocupar espaços de poder, tem sido parte do processo de ascensão das mulheres. Durante esta jornada, ocorreram sensíveis mudanças de ênfase nas ações dos movimentos e organizações de mulheres que figuraram como etapas dos anos de uma árdua luta pela eqüidade de gênero e isso pode ser constatado no Capítulo-2 que versou sobre a ascensão do trabalho feminino.. 44.

(33) No entanto, apesar de elas terem conquistado muitos direitos, de terem passado a influenciar na formação da opinião pública, de estarem ocupando cargos de poder e de chefia, ainda existe a necessidade de que a sociedade se empenhe na eliminação de uma mentalidade habituada a promover a inferiorização da mulher. Como ainda existe disparidade na ocupação feminina dos altos cargos das empresas, algumas hipóteses são colocadas, uma das principais seria a de que ainda não houve tempo para as mulheres galgarem posições no mundo corporativo. Mas será que isso é verdade? E quanto tempo mais será preciso? Outra suposição para a escassez de mulheres em postos de comando é a maternidade. Neste ponto elas são discriminadas, deixando muitas vezes de ser promovidas por causa da possibilidade de gestação. Infelizmente existe ainda o preconceito de que as várias tarefas envolvidas com o cuidado das crianças são atribuições de exclusividade feminina. A falta de estrutura do Estado, que não oferece serviços públicos de qualidade e uma infraestrutura de serviços acessível à maioria da população, especialmente aos mais pobres, faz com que após o dia de trabalho, nos mais variados espaços de serviços, as mulheres ainda precisem cumprir a segunda jornada de trabalho. Sendo assim, além dos cuidados com os filhos, fica destinado a elas também o trabalho de comprar os alimentos, cozinhar, lavar e passar roupas e ainda manter a arrumação e a higiene doméstica, atividades que também ocupa boa parte de seus fins de semana. Atentando-se para estas questões, pode-se dizer que uma maior participação da mulher na sociedade somente será atingida a partir do momento em que ocorrer um grande desenvolvimento econômico, político e social. Do ponto de emancipação trabalhista das mulheres, relacionado com as atividades da área de Comunicação, acredita-se que a ascensão das profissionais de Relações Públicas a cargos mais elevados, vem transcorrendo como um desafio de constante persistência que a mulher, enquanto grande maioria dos profissionais nesta área vem gradativamente vencendo. Isso pode ser 45.

(34) evidenciado nos resultados das pesquisas Ferrari (2000), Instituto ABERJE (2005) e GESTCORP (2006). Com base nesses dados verificou-se uma perspectiva de ascendência feminina nas diversas atividades e campos que compõem a área de Comunicação. É importante ressaltar que o referido estudo procurou traçar com base na literatura consultada, uma reflexão acerca da participação da mulher no mercado de trabalho de Relações Públicas. Atualmente são escassos os estudos elaborados com relação à temática de gênero, que trate especificamente da mulher como profissional de Relações Públicas e Comunicação Organizacional. Portanto, espera-se que esse trabalho estimule o desenvolvimento de novas pesquisas sobre a eqüidade de gêneros no mercado de trabalho.. 46.

(35) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRAMO, Laís (ed.). Questionando um mito: custos do trabalho de homens e mulheres. Organização Internacional do Trabalho – Brasília: OIT, 2005. BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo; tradução de Sérgio Milliet – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980. BORBA, Ângela; FARIA, Nalu; Godinho, Tatau (org.) Mulher e política: Gênero e feminismo no Partido dos Trabalhadores – São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 1998. BUENO, Francisco de Silveira. Minidicionário da Língua Portuguesa - Ed.rev. e atual. Por Helena Bonito C. Pereira, Rena Signer – São Paulo: FTD: LISA, 1996. BRUSCHINI, Maria Cristina; ROSEMBERG, Fúlvia. Trabalhadoras do Brasil – São Paulo: Fundação Carlos Chagas: Brasiliense, 1982. BRUSCHINI, Maria Cristina; SORJ Bila (orgs.). Novos olhares: Mulheres e relações de gênero no Brasil – São Paulo: Marco Zero: Fundação Carlos Chagas, 1994. BRUSCHINI, Maria Cristina; LOMBARDI, Maria Rosa; UNBEHAUM, Sandra. Trabalho, Renda e Políticas Sociais: Avanços e Desafios. In: O progresso das mulheres no Brasil – Brasília: Editora Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM), 2006. CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede (A era da informação: Economia, sociedade e cultura); v.1; tradução de Roneide Venâncio Majer – São Paulo: Paz e Terra, 1999. COSTA, Albertina O; BRUSCHINI, Maria Cristina (orgs.). Uma questão de gênero – Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos; São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 1992.. 47.

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