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Produtividade de mão de obra e consumo de materiais em revestimentos argamassados - um estudo de caso

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS

Curso de Graduação em Engenharia Civil

LEONARDO GERLACH DONATTI

PRODUTIVIDADE DE MÃO DE OBRA E CONSUMO DE MATERIAIS

EM REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS – UM ESTUDO DE CASO

Ijuí/RS 2013

(2)

2 LEONARDO GERLACH DONATTI

PRODUTIVIDADE DE MÃO DE OBRA E CONSUMO DE MATERIAIS

EM REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS – UM ESTUDO DE CASO

Projeto de Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção de parecer para desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso.

Orientadora: Cristina Eliza Pozzobon

Ijuí/RS 2013

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3 LEONARDO GERLACH DONATTI

PRODUTIVIDADE DE MÃO DE OBRA E CONSUMO DE MATERIAIS

EM REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS – UM ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora

Banca examinadora

________________________________________

Prof. Cristina Eliza Pozzobon, Mestre em Engenharia - Orientadora

________________________________________ Prof. Diorge Lopes, Mestre em Engenharia

(4)

4 DEDICATÓRIA:

Aos meus pais, Darci e Irene, por todo o amor e dedicação para comigo, por terem sido os pilares de minha formação pessoal e profissional. A minha namorada Fernanda por toda felicidade que me proporcionou nestes anos, e por toda a força durante a trajetória acadêmica. Sem vocês eu não conseguiria.

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5 AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus, por ter me dado forças e iluminado meu caminho para que pudesse concluir mais uma etapa da minha vida.

Agradeço aos meus pais, por todo o amor e orientação ao longo destes anos, por sempre estarem me apoiando em todos os momentos, pelo suporte prestado durante toda minha graduação.

À minha namorada, por toda a compreensão, paciência e serenidade transmitida, que muito me ajudaram na elaboração deste trabalho.

À professora Cristina Eliza Pozzobon, pela orientação, pela amizade que teve sempre comigo, pela paciência, suporte e pela compreensão para comigo nestes últimos meses de minha formação. Sou muito grato pelo conhecimento que proporcionou não só neste trabalho de conclusão de curso, mas também pelas aulas ministradas em toda minha formação.

Enfim, a todos que de uma forma ou de outra, contribuíram para que fosse possível a realização deste trabalho.

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6 RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo da produtividade de mão de obra e consumo de materiais na execução de revestimentos argamassados, considerando a real situação da mão de obra na cidade de Ijui-RS. Como método de pesquisa para elaboração deste trabalho foi realizado um estudo de caso, salientando os fatores que alteram a produtividade e o consumo de materiais durante a execução do revestimento. Através desta análise foram obtidos dados reais de razão unitária de produção (RUP) e consumo unitário de materiais (CUM). De posse destes indicadores, as empresas de Ijuí/RS podem realizar uma previsão da duração real da execução do serviço. Diante da análise dos dados coletados na obra sobre a produtividade da mão de obra, foram elaboradas diretrizes de aprimoramento na execução do serviço, como métodos executivos, traço da argamassa, gestão de mão de obra. Também foi possível indicar melhorias na área de projeto, como na gestão da obra, planejamento e orçamentação. A pesquisa teve como resultado uma RUP diária oficial mediana de 0,29 Hh/m², uma RUP cumulativa oficial de 0,28 Hh/m², sendo que o fator mais relevante para esses resultados foi o gargalo de produção encontrado no elevador de carga, os demais resultados obtidos para RUP direta e global também foram apresentados neste trabalho. Quanto ao consumo de materiais, teve-se um consumo mediano de 3,57 Kg de cimento/m² e 38,85 Kg de argamassa/m². Através Através destes indicadores foi possível fazer uma análise, comparando com valores coletados com os de indicadores provenientes de outros estudos e também do manual orçamentário TCPO. Após avaliação e comparação dos valores e seus fatores influenciadores, geraram-se dados reais de razão unitária de produção (RUP) e consumo unitário dos materiais (CUM), tendo como benefícios uma previsão de duração dos serviços mais próxima da real, e o desenvolvimento ou aperfeiçoamento dos métodos construtivos, com um consumo mais consciente de materiais.

Palavras-chave:

(7)

7 LISTA DE FIGURAS

Figura 1:Representação genérica de um sistema produtivo ... 18

Figura 2: O processo de transformação no sistema produtivo da construção civil ... 18

Figura 3:Apresentação da RUP diária para um serviço de construção... 21

Figura 4: Apresentação da RUP cumulativa para um serviço de construção ... 21

Figura 5: Comparação entre os diferentes tipos de RUP ... 22

Figura 6: Diferentes abrangências quanto a mão de obra contemplada ... 24

Figura 7 - Exemplos de causas de perdas: a) A escolha de equipamento de transporte inadequado; b) Deficiência no caibramento; c) Alvenaria fora de prumo. ... 27

Figura 8 - Associação de manifestações de perdas às suas origens... 28

Figura 9: Metodologia de dosagem de argamassa ... 32

Figura 10: Chapisco Executado ... 34

Figura 11: Execução do Taliscamento. ... 35

Figura 12: Execução das mestras... 36

Figura 13: Preenchimento dos vãos entre as mestras. ... 37

Figura 14: Sarrafeamento de parede. ... 38

Figura 15: Execução do desenpeno. ... 38

Figura 16: Fluxograma ... 41

Figura 17 : Obra em estudo ... 42

Figura 18: Obra em andamento ... 43

Figura 19: Exemplo de apropriação de homens-hora ... 47

Figura 20: Pavimento tipo ... 49

Figura 21: Variação da RUP diária oficial (Hh/m²) ... 50

Figura 22: Variação da RUP cumulativa oficial (Hh/m²) ... 51

Figura 23: RUP’s Oficiais (Hh/m²) ... 52

Figura 24: Variação da RUP diária direta (Hh/m²) ... 53

Figura 25: Variação da RUP cumulativa direta (Hh/m²) ... 54

Figura 26: RUPs Direta (Hh/m²) ... 55

Figura 27: Variação da RUP diária global (Hh/m²)... 55

Figura 28: Variação da RUP cumulativa global (Hh/m²) ... 56

Figura 29: RUPs Global (Hh/m²) ... 57

(8)

8

Figura 31: Gráfico CUM Diário (cimento)... 63

Figura 32: Faixas de variação e consumo de materiais em Florianópolis ... 64

Figura 33: Gráfico CUM diário II (cimento) ... 65

Figura 34: Consumo unitário de argamassa (litros/m² revestido) ... 65

Figura 35: Gráfico CUM diário (argamassa) ... 66

(9)

9 LISTA DE TABELAS

Tabela 1:Histórico da formação da mão de obra na construção civil ... 25

Tabela 2:Instrumento de coleta de dados parte 1 ... 44

Tabela 3:Instrumento de coleta de dados parte 2 ... 45

Tabela 4: Instrumento de coleta de dados parte 3 ... 45

Tabela 5: Instrumento de coleta de dados parte 4 ... 46

Tabela 6: Resumo de resultados para RUP Oficial ... 52

Tabela 7:Resumo de resultados para RUP Direta. ... 54

Tabela 8: Resumo de resultados para RUP global ... 56

Tabela 9: Resumo de resultados CUM (argamassa) ... 61

Tabela 10: Resumo de resultados CUM (cimento) ... 62

(10)

10 LISTA DE SIGLAS E SÍMBOLOS

CUM - Consumo Unitário de Materiais Hh/m² - Homens-Horas por Metro Quadrado ICC – Indústria da Construção Civil

RUP- Razão Unitária de Produção

TCPO - Tabela de Composição de Preços para Orçamentos PPMO - Percentual de Produtividade da Mão de Obra

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11 SUMÁRIO

INTRUDUÇÃO ... 13

1 REVISÃO DA LITERATURA ... 17

1.1 APRESENTAÇÃO GERAL ... 17

1.2 PRODUTIVIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL ... 17

1.2.1 A importância do estudo da produtividade ... 19

1.2.2 Razão Unitária de Produção (RUP) ... 20

1.3 MÃO DE OBRA NA CONTRUÇÃO CIVIL. ... 24

1.4 CONSUMO DE MATERIAIS. ... 26

1.5 REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS ... 29

1.5.1 Propriedades da argamassa ... 30

1.5.2 Projeto para produção do revestimento de argamassa. ... 31

1.5.3 Técnica executiva do revestimento de argamassa. ... 33

2 METODOLOGIA. ... 40

2.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA ... 40

2.2 AMBIENTE DA PESQUISA. ... 42

2.3 PLANO DE COLETA DE DADOS ... 44

2.3.1 Instrumentos de coleta de dados ... 44

2.3.2 Levantamento das quantidades de revestimento argamassado ... 46

2.3.3 Coletas de informações e observações in loco ... 46

2.3.4 Coletas de dados de homens-hora ... 47

2.3.5 Tratamento dos dados ... 48

3 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 50

3.1 ANÁLISE DA PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NO REVESTIMENTO ARGAMASSADO INTERNO ... 50

(12)

12 3.2 ANÁLISE DO CONSUMO DE MATERIAIS DO REVESTIMENTO ARGAMASSADO

INTERNO ... 59

4 CONCLUSÕES ... 67

4.2 SUJESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ... 70

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 72

ANEXO A ... 75

ANEXO B ... 76

ANEXO C ... 77

(13)

13 INTRODUÇÃO

O Brasil hoje em dia sofre uma grande transformação no panorama econômico, politico, social e cultural, isto gera uma maior competitividade empresarial em todos os setores produtivos, principalmente no setor da Construção Civil (Salvador, 2012).

Neste novo cenário é de suma importância, para a sobrevivência das construtoras, o aperfeiçoamento de processos, para que com isto se obtenha ganhos na qualidade dos produtos e redução de custos de produção, sendo isso crucial para a competividade da mesma. O novo código de defesa do consumidor, resguarda um comprador cada vez mais exigente e intransigente quanto a qualidade do bem adquirido. Todos estes fatores forçam o setor da construção civil brasileira a se reestruturar, em seus diferentes níveis, sendo isto decisivo para a sobrevivência das empresas.

Justifica-se, assim, a preocupação quanto ao consumo dos recursos inerentes à atividade. Tais recursos podem ser classificados como físicos, que envolvem mão de obra e materiais, e o financeiro, que envolve a boa locação dos recursos físicos.

Nos dias atuais é importante que as empresas construtoras trabalhem num ambiente visando à melhoria continua dos seus processos a fim de que possam sobreviver em meio a um mercado competitivo. Neste sentido, conhecer a realidade de produção dos serviços visando o aperfeiçoamento da execução é fundamental. O estudo da produtividade e consumo de materiais gera indicadores de produção que propiciam este conhecimento e permitem que sejam tomadas ações corretivas.

As empresas do ramo da construção civil devem ser vistas como grandes organizações, inseridas dentro de um amplo sistema construtivo, por isto o foco destas organizações não é mais a maximização da produção, e sim a otimização dos fatores de produção.

(14)

14 Quando se consegue aperfeiçoar um processo de produção, não se esta ganhando apenas tempo de execução, mas também esta se obtendo ganhos financeiros, e quanto maior for o empreendimento, maior será a lucratividade da organização ao final do processo.

Nestes conceitos as questões de produtividade e qualidade vêm se apresentando como ferramentas potenciais para que as construtoras possam atingir um melhor desempenho e não deixar de lado a competitividade. A produtividade esta diretamente ligada ao lucro da empresa, já que para permanecer competitiva, uma empresa terá que ter baixos custos de produtividade a alto rendimento, mantendo o padrão exigido pelos clientes.

Segundo Marder (2001), o estudo da produtividade da mão de obra na construção civil justifica-se por ser uma das questões primordiais dentro do processo de gestão de empresas, levando em conta que a produtividade influencia diretamente em questões orçamentárias, nas durações das atividades e, por conseguinte do empreendimento. E, para Sabbatini e Baía (2000), o desempenho de cada parte do edifício se reflete no seu desempenho como um todo.

O presente trabalho se concentra nos revestimentos internos de argamassa, que são empregados com grande frequência como acabamento das vedações dos edifícios. Mas, apesar desse tipo de revestimento ser bastante utilizado, verifica-se que ainda existe uma considerável incidência de falhas e problemas patológicos, desperdícios de materiais, mão de obra e tempo, além de custos elevados de produção.

Dentre os serviços da construção civil, o revestimento em argamassa é de grande importância, visto que, segundo Carneiro (1993), as principais funções do revestimento externo de argamassa referem-se à contribuição para a estanqueidade à água das fachadas, para o conforto térmico e acústico do ambiente construído, para a segurança ao fogo e para o bom aspecto do envelope da edificação. Ao se cumprir satisfatoriamente estas funções, atinge-se o desempenho necessário das argamassas de revestimento externo.

Para Salvador (2012), a argamassa é um material frequentemente utilizado em diferentes serviços da construção civil. É por falta de conhecimento das características deste material que se contribui para a ocorrência de patologias em fachadas, como as fissuras e os desplacamentos, entre outras falhas, comuns no revestimento em argamassa.

De acordo com Costa (2003), o objetivo principal em se ter dados de perdas é que estas informações auxiliem na gestão da obra e na melhoria dos processos, não sendo necessário ter uma quantidade grande de dados nem que esses sejam estritamente precisos. É importante que as empresas tenham noção dos índices de perdas e produtividade em seus canteiros, para assim buscarem melhorias.

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15 O presente trabalho tem como tema a produtividade da mão de obra e o consumo de materiais, como formulação do problema está a comparação entre os indicadores de produtividade e consumo de materiais de revestimentos argamassados da obra de Ijui-RS com os indicadores utilizados para a elaboração de orçamentos (Tabela de Composições de Preços para Orçamentos -TCPO).

Para Salvador (2012) no revestimento em argamassa existe grande desperdício de materiais, por ser este um serviço que acaba por corrigir as imperfeições de etapas anteriores, como estruturas e vedações, causando prejuízos financeiros às empresas construtoras, assim como um expressivo impacto ambiental devido ao descarte incerto deste material. Diante desta realidade, destaca-se a necessidade de determinar uma forma para o controle da produtividade e do consumo de materiais das obras já que estes índices apresentam uma variação muito expressiva, temos que para o serviço de revestimento em argamassa de fachada, segundo Souza (2000), uma variação que pode alcançar 317%, com índices de 1,23Hh/m² a 5,13Hh/m² para produtividade de mão de obra. No que concerne o consumo de materiais, Souza, (2005) apresentam valores de consumo de cimento no revestimento de argamassa de fachada que variam de 3,4 kg/m² a 13,9 kg/m², resultando em uma diferença de 309% entre os dois extremos.

O objetivo geral do trabalho é identificar o nível da produtividade e do consumo de materiais nas obras pesquisadas. Para chegar ao objetivo foram realizada as seguintes etapas:

>> Levantamento da produtividade de mão de obra e do consumo de materiais nos serviços de revestimentos argamassados.

>> Identificação dos principais fatores que influenciam a produtividade.

>> Identificação das possíveis falhas durante o processo de produção, propondo uma solução de melhoria ao mesmo.

>> Análise comparativa entre os índices encontrados na pesquisa e os índices da Tabela de Composição de Preços para Orçamentos – TCPO da Editora PINI e de outros pesquisadores.

Ao longo deste trabalho foi desenvolvida a revisão da literatura no capítulo 1, a metodologia no capitulo 2 e a análise de resultados no capitulo 3. Ao final foram expostas conclusões referencia consultada.

Este trabalho apresenta apenas indicadores de produtividade e de consumo de materiais de uma única obra situada na cidade de Ijui-RS, limitando-se ao cálculo de Razão Unitária de Produção (RUP) diária, RUP cumulativa e RUP potencial, sendo estas calculadas para a equipe direta, equipe global e a somente o oficial, ou seja, permitindo comparar

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16 resultados de qualquer tipo de RUP com os obtidos neste trabalho. Quanto ao contexto de indicadores de consumo de materiais de revestimento em argamassa, este trabalho limita-se ao controle de consumo de cimento (em quilogramas) por quantidade de serviço (m² de revestimento realizado), e ao consumo de argamassa (em quilogramas) por quantidade de serviço (m² de revestimento realizado). Não foi aprofundando na coleta e análise de dados dos outros materiais envolvidos no processo.

No presente trabalho, foi abordada a gestão dos recursos físicos, não se entrou no mérito da gestão de recursos financeiros.

(17)

17 1 REVISÃO DA LITERATURA

1.1 APRESENTAÇÃO GERAL

Schimitt, et al (1992) apud Dantas (2011), afirmam que a indústria da construção civil, particularmente o substor edificações, é freqüentemente criticado pela sua insatisfatória eficiência produtiva, pela imprevisibilidade de suas operações e pela qualidade de seus produtos abaixo das expectativas. Isso expõe que os maiores obstáculos ao desenvolvimento da construção civil no Brasil são: falta de cultura destinada ao desenvolvimento da qualidade e da produtividade no setor; crescente descompasso entre as capacidades da mão-de-obra disponível no setor da construção civil em relação às exigências do seu processo tecnológico; carência de informações e garantias sobre o verdadeiro desempenho do serviço e produtos na construção civil devido a falta de textos normativos e sistematização dos serviços.

Quando a Indústria da Construção Civil (ICC) é comparada a indústria seriada, apresenta um alto índice de defasagem tecnológica, e seus níveis de produtividade de mão de obra estão entre os mais baixos da cadeia produtiva. São vários os fatores que colaboram para estes índices, tais como: baixíssimo nível de escolaridade da mão de obra; ausência de treinamento; resistência a novas tecnologias; elevado número de vínculos empregatícios irregulares; caráter migratório da mão de obra e a alta rotatividade no setor (Kurzawa, 2006).

Silva (1999) afirma que o Brasil constrói seguindo um mesmo modelo a muitos anos, utilizando tradicionalmente os mesmos materiais e métodos construtivos. “Não incorporamos ainda uma série de aspectos conceituais que são da maior importância para a qualidade, do ponto de vista do usuário final”.

1.2 PRODUTIVIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Segundo Dantas (2011), o termo produtividade foi empregado pela primeira vez em 1766, de maneira formal, em um artigo do economista francês Quesnay. Em 1883, Littre, outro economista francês, utilizou o termo abordando a idéia de capacidade para produzir. Contudo, somente no inicio do século passado assumiu o significado da relação entre o bem produzido e os recursos empregados para produzi-lo.

Leal et al (1996) revelam que a medição de produtividade “é um dos primeiros passos a serem dados quando se busca a otimização do processo produtivo. É preciso determinar a

(18)

18 eficiência de cada atividade no processo, estudando todas as operações que a constituem, procurando racionalizá-las”.

Para Silva (1986), produtividade é “ a capacidade de se produzir mais e melhor em menos tempo, com menos esforço, sem alterar os recursos disponíveis”.

Souza (1996) diz que “produtividade é a relação entre saídas geradas por um processo produtivo e os recursos demandados na obtenção de tais saídas”, representado na figura 1.

Dórea e Souza (1999), definem produtividade como sendo a “eficácia na utilização dos recursos físicos variáveis : material e mão de obra”.

Figura 1:Representação genérica de um sistema produtivo

Fonte: Dórea e Souza (1999)

Araújo (2000) defende que o termo produtividade caracteriza eficiência no processo produtivo. Araújo (2000) ainda afirma que em termos de “acirramento da competição entre as empresas de construção, é de extrema valia que tal eficiência seja passível de mensuração, surgindo daí a necessidade de quantificação de produtividade”.

Kurzawa (2006) afira que a ICC, como sistema produtivo, possui todos os quesitos necessários aos estudos de produtividade. As entradas podem ser identificadas como os recursos físicos do processo (materiais, equipamentos e mão de obra) e as saídas por uma obra ou serviço. A figura 2 exemplifica o exposto.

Figura 2: O processo de transformação no sistema produtivo da construção civil

Fonte: Carraro e Souza (1998)

Conforme Souza (2006), na construção civil o custo da mão de obra pode chegar a 50% do custo total de um empreendimento, dependendo do tipo da obra e do grau de

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19 industrialização. O estudo da produtividade representa um sistema de informações muito útil para subsidiar as tomadas de decisões.

De acordo com Souza (2006), algumas razões citadas, quanto à maior dificuldade de se envolver com o estudo de produtividade na Indústria da Construção, têm sido: o caráter nômade dos canteiros de obra, a absorção de mão de obra com baixa qualificação, os baixos salários vigentes e a alta rotatividade dos empregados das construtoras, assim como a baixa atração quanto a novos ingressantes no setor.

1.2.1 A importância do estudo da produtividade

Segundo Marder (2001), no contexto brasileiro, as empresas da construção civil, notoriamente na subsetor edificações, estão passando por um processo de intensa competição e reestruturação. Para tanto, Marouka e Souza (1999) apud Marder (2001) acreditam que a produtividade, aliada a qualidade, tornam-se fundamentais para a sobrevivência das construtoras, exigindo do setor a busca por melhores índices de desempenho, racionalizando e otimizando o uso dos recursos físicos, financeiros e humanos.

Kurzawa (2006) diz que em todo o mundo, discutem-se questões que dizem respeito a qualidade e produtividade dos empreendimentos da construção civil. Os novos mecanismos de defesa do consumidor, e a necessidade de se oferecer ao mercado, produtos que demandem inovações tecnológicas e demonstrem sua eficiência, preservando a rentabilidade das empresas de construção, através da redução de custos, tornam essencial a realização de estudos a cerca da questão da produtividade e de seus fatores condicionantes.

De acordo com Carraro e Souza (1998), dentre os problemas crônicos existentes na construção civil, os baixos índices de produtividade merecem destaque, uma vez que os gestores não costumam ter conhecimento sobre a qualidade da mão de obra que se demanda para produzir determinado serviço, e conseqüentemente, não possuem parâmetros para buscarem atitudes corretivas caso haja algum problema.

Entre os benefícios possíveis de serem alcançados com o estudo da produtividade da mão de obra, Carraro apud Araújo (2000) citam os seguintes:

- Previsão do consumo de mão de obra; - Previsão da duração dos serviços; - Avaliação e comparação dos resultados;

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20 Para Araújo (2000), as características de projeto, as condições do canteiro de obra, a gestão de pessoas e processos, os métodos construtivos e a “estrutura organizacional do projeto” afetam a produtividade de forma categórica.

Um dos fatores mais importantes para se obter índices de produtividades confiáveis é a organização, pois é a partir dela que ira se obter a racionalização dos recursos e materiais disponíveis, fator fundamental para que a empresa consiga elevar sua eficiência nos processos produtivos.

1.2.2 Razão Unitária de Produção (RUP)

Quando se pretende estudar a produtividade, é inevitável, mensura-lá (Silva, 1999). Para se mensurar a produtividade de uma mão de obra, adota-se o indicador denominado razão unitária de produção, definido como:

= ℎ

Onde:

RUP = razão unitária de produção;

Hh = mensuração do esforço humano desprendido, em homens-hora, para a produção do serviço;

QS = quantidade de serviço.

Conforme mostra a equação, verifica-se que a produtividade melhora quando cresce a relação entre os resultados e os consumos do processo. Nota-se que quanto menor for o valor da RUP, maior será a produtividade de determinado serviço. Pode-se citar três tipos de RUP’s, são elas: diária; cumulativa; e potencial.

A RUP diária é obtida tomando-se como fundamento a avaliação diária da produtividade da mão de obra. Ao final de cada período diário, utiliza-se a RUP diária para fazer uma avaliação dos Hh utilizados e a quantidade de serviço executado. A Figura 3 em caráter ilustrativo mostra a variação da RUP diária a cada dia de trabalho.

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21 Figura 3:Apresentação da RUP diária para um serviço de construção

Fonte: Dantas (2011)

Segundo Dantas (2011), diariamente a RUP cumulativa é calculada a partir do acumulo das quantidades de Hh e de serviço executado desde o dia 1 de trabalho. Sendo assim apresenta a eficiência acumulada durante todo o período de execução de determinado serviço, considerando os melhores e os piores dias. A figura 4 tem caráter meramente ilustrativo, e mostra a variação da RUP cumulativa ao longo de vários dias.

Figura 4: Apresentação da RUP cumulativa para um serviço de construção

Fonte: Dantas (2011)

Para Dantas (2011), a RUP potencial não está associada a cada dia de trabalho. Ela indica uma produtividade potencialmente alcançável desde que, mantido um determinado conteúdo de trabalho. Ela é obtida matematicamente calculando a mediana entre os valores de RUP diárias inferiores ao valor da RUP cumulativa para o final do período de estudo.

(22)

22 Figura 5: Comparação entre os diferentes tipos de RUP

Fonte: Dantas (2011)

Conforme Araújo (2000), enquanto a RUP diária identifica os efeitos sobre a produtividade dos fatores condicionantes presentes no dia de trabalho, a RUP cumulativa capta tendências de produtividade em longo prazo, sendo útil para se fazer previsões quanto ao consumo de mão de obra e duração dos serviços, entre outro.

Para Carraro e Souza (1998), a RUP cumulativa, bem como o seu valor, é formado pela agregação das produtividades ocorridas tanto em dias bons, quanto em dias runs. Pode-se dizer que qualquer valor superior ao da RUP cumulativa não representa um dia de boa produtividade. Por outro lado, os valores da RUP diária inferiores ao valor da RUP cumulativa, indicam dias de boa qualidade.

Uma vez que se pretenda padronizar a avaliação da RUP, há que se padronizarem quatro aspectos:

 A definição de quais homens estão inseridas na avaliação;  A quantificação das horas de trabalho a considerar;  A quantificação do serviço;

 A definição do período de tempo ao quais as mensurações de entradas e saídas se referem.

De acordo com Salvador (2012), definida matematicamente a RUP potencial como um valor a ser buscado de produtividade ao se executar um serviço, poderia ela servir de referência de produtividade teoricamente alcançável e considerar-se que a diferença entre a RUP cumulativa e a RUP potencial representaria um afastamento da situação real em relação à ideal. Com isso, se poderia definir perda percentual de produtividade da mão de obra

(23)

23 (PPMO) como: (%) 100 ) ( x RUP RUP RUP PPMO potencial potencial cumulativa   Fonte: Salvador (2012)

A diferença entre as RUP cumulativa e potencial é um indicativo, conforme comentado, da perda associável à má gestão; a expressão percentual com relação à própria RUP potencial torna o indicador menos dependente da variação de conteúdo do trabalho. Assim é que, para quaisquer conteúdos do trabalho, considera-se que a gestão de certo serviço, em diferentes obras, possa ser avaliada comparativamente confrontando-se os PPMO dos casos em análise.

Segundo Souza (2006), a partir da produtividade nos serviços de construção, a preocupação recai sobre a mão de obra de produção. Assim, embora a gestão seja extremamente importante, a definição das RUP não envolverá o esforço dos gestores e sim somente o dos comandados por eles. Dentro desse contexto, existem diferentes possibilidades quanto à caracterização da mão de obra envolvida, hierarquicamente abaixo de quaisquer encarregados que não executem pessoalmente o serviço. Note-se que existem oficias diretamente envolvidos na produção final do serviço, ajudantes que os auxiliam diretamente e operários que dão apoio mais à distância com relação ao grupo direto. Portanto, criam-se algumas possibilidades para a definição de mão de obra contemplada, são elas:

 Oficiais: quando somente se consideram os oficiais diretamente envolvidos;  Mão de obra direta: quando se acrescentam os ajudantes diretos ao grupo dos

oficiais;

 Mão de obra global: quando o esforço de apoio é acrescido ao da mão de obra direta.

Dentro desse contexto, pode-se mensurar a produtividade com diferentes abrangências de mão de obra de produção, como pode ser visualizado na Figura 6. Definem-se, portanto, os seguintes indicadores:

 RUPoficiais: que se avalia a produtividade dos oficiais;

 RUPdireta: que se associa à produtividade da mão de obra direta;  RUPglobal: que se avalia a produtividade da mão de obra global.

(24)

24 Figura 6: Diferentes abrangências quanto a mão de obra contemplada

Fonte: Souza (2006)

1.3 MÃO DE OBRA NA CONTRUÇÃO CIVIL

Souza (1996) define a mão de obra como o mais precioso recurso participante da execução de obras de construção civil, não somente porque “representa alta porcentagem do custo, mas principalmente, em função de estar lidando com seres humanos, que detêm uma série de necessidades que deveriam ser supridas”. O autor defende, ainda, que “a aferição de produtividade torna-se de extrema relevância, pois pode subsidiar políticas para redução de custos e aumento da motivação no trabalho”.

O desenvolvimento da indústria na construção civil brasileira sempre se realizou frente às políticas econômicas das diferentes épocas, segundo Kurzawa (2006). Souza (1996) argumenta que as diversas alterações ocorridas na composição da mão de obra e na organização do trabalho, nos diferentes períodos, não decorrem única e exclusivamente das características intrínsecas do processo produtivo, mas sim de um conjunto de determinações gerais, estruturalmente geradas, que se refletem historicamente na estrutura e dinâmica do setor. A Tabela 1 ilustra, de maneira simplificada, a formação da mão de obra na construção civil brasileira.

(25)

25 Tabela 1: Histórico da formação da mão de obra na construção civil

Fonte: Araújo (2000)

Ainda segundo Araújo (2000), “a mão de obra mais qualificada, que se acredita ser mais produtiva, encontra-se em empresas formais que pagam altos encargos sociais e só retém os melhores funcionários constituindo a maioria da massa trabalhadora da construção civil”.

O perfil da mão de obra da construção civil apresenta-se com predominância masculina, isto se explica pelas características do processo produtivo que se utiliza da força física para a realização das tarefas. Um grande contingente da mão de obra da construção civil

(26)

26 apresenta baixos índices de qualificação e a sua taxa de escolaridade figura entre os mais baixos do país.

Somente com ganhos de produtividade é possível preservar a rentabilidade de uma empresa e, ao mesmo tempo, aumentar o salário do trabalhador (Leal et al. 1996).

No entanto, maiores salários pagos a mão de obra não implicarão em aumento de produtividade, mas sim em aumento de custos, podendo muitas vezes inviabilizar empreendimentos, isto se não forem adotadas medidas de gestão eficientes de mão de obra.

De acordo com Kurzawa (2006), entender as variações oriundas do relacionamento entre a mão de obra e os serviços a serem executados, buscando uma elevação constante dos índices de produtividade, pode se traduzir em uma importante ferramenta para se alcançar sucesso nos empreendimentos na construção civil.

1.4 CONSUMO DE MATERIAIS

Atualmente a construção civil brasileira tem destaque na economia nacional, ela representa 15% do PIB, e emprega diretamente 4 milhões de pessoas, e gera aproximadamente 3 empregos indiretos para cada direto. O consumo de material na ICC chega a valores aproximados de 1000 Kg por metro quadrado de construção. A Construção Civil é uma grande geradora de resíduos, embora a construção informal seja a maior produtora de entulho, a busca de melhoria de uma empresa formal, além de ser importante quanto aos reflexos positivos para a própria empresa, pode incentivar o mercado informal a atuar de mesma maneira mais racional. As informações sobre o consumo ou perdas ou desperdício de materiais devem ser fundamentadas em procedimentos conhecidos, de levantamento e processamento de dados, para serem úteis para a tomada de decisões (SOUZA, 2005).

Para Andrade (1999), ter um método de quantificação das perdas possibilita às empresas avaliar maneiras para reduzir o seu índice de perdas, através do controle do consumo de materiais, deixando de considerar a perda como algo inerente à fase da obra.

Quanto à essência das perdas, as mesmas podem ser encontradas nas obras de três formas: pode estar aparente (entulho), pode estar incorporada ao produto final, ou pode ser devia a roubos na obra, segundo Andrade (1999).

Segundo Souza (2005), perda é toda quantidade de material consumida além da quantidade teoricamente necessária, que é aquela indicada no projeto e seus memoriais, ou demais prescrições do executor, para o produto sendo executado.

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27 Para Salvador (2012), as perdas físicas podem ocorrer em três diferentes naturezas: furto ou extravio, entulho, e incorporação. Ressalta-se também as perdas segundo sua origem e sua causa, tendo como exemplo no caso do revestimento em argamassa a espessura média elevada do revestimento tendo como origem na fase de concepção a falta de coordenação de projetos assim causando vigas de concreto mais espessas que a alvenaria; outra possível origem na fase de produção seria a falta de treinamento do encarregado quanto aos procedimentos para inspeção do serviço causaria a falta de prumo nas paredes executadas. Pode ser verificar alguns exemplos de perdas na Figura 7.

Figura 7 - Exemplos de causas de perdas: a) A escolha de equipamento de transporte inadequado; b) Deficiência no caibramento; c) Alvenaria fora de prumo.

Fonte: Souza (2005)

Calculando a diferença entre o volume projetado (espessura projetada x área de revestimento) e o volume utilizado na execução dos revestimentos em argamassa (tetos, paredes internas e externas), Carneiro (2003) chegou ao valor de aproximadamente 80% de perdas devido à sobrespessura detectada. Neste mesmo contexto, destacam-se os resultados obtidos no âmbito de pesquisa nacional FINEP/ITQC/PCC (AGOPYAN et al., 1998) cita o fato de a sobrespessura dos revestimentos representarem 81% e 82% dos valores da perda global detectada para o serviço de revestimentos interno e externo, respectivamente.

Para Salvador (2012) comparativamente com outras indústrias, a Construção Civil usa muito mais material ao longo de um ano de atividades (por volta de 100 a 200 vezes mais que a Indústria Automobilística). Portanto, qualquer ação visando à maior eficiência no uso dos materiais de construção pode ter reflexos relevantes quanto ao desenvolvimento sustentável no país.

(28)

28 De acordo com Souza (2005), no que se referem às perdas, diferentes indicadores poderão ser úteis para se avaliar os possíveis cenários, de tal forma que, dois grandes conjuntos de informações proporcionáveis pelos indicadores são: um relativo à mensuração (ou quantificação) das perdas; e outro dizendo respeito às razões (ou explicações) para sua ocorrência, como se pode verificar na Figura 8.

Figura 8 - Associação de manifestações de perdas às suas origens.

Fonte: Souza (2005)

Os indicadores representam informações quantitativas ou qualitativas que medem e avaliam o comportamento de diferentes aspectos do objeto do estudo.

Para Souza (2005) Consumo Unitário de Materiais (CUM) é a quantidade de material necessária pra se produzir uma unidade de produto resultante do serviço em que este material está sendo utilizado.

(29)

29 QS

QM CUM 

Onde:

CUM = Consumo unitário de materiais;

QM = quantidades de materiais que adentram o processo em estudo; QS = quantidade de serviço.

De tal forma, os fatores indutores nascem da análise crítica do serviço em estudo, sendo que os aspectos a serem observados podem ser definidos através de uma sequência de raciocínio, que começa com a definição dos momentos de incidência e de origem das perdas, e é seguida pelo apontamento das possíveis causas para cada momento de incidência e das possíveis origens para cada causa.

1.5 REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS

Entre os serviços da construção civil, o revestimento argamassado é de fundamental importância, haja vista que, segundo Carneiro (1993), as principais funções do revestimento externo de argamassa referem-se a contribuição para a estanqueidade à ação das águas nas facadas, para o conforto térmico e acústico do ambiente construído, para a segurança aos fogo e para o bom aspecto do envelopamento da edificação. Ao se cumprir satisfatoriamente estas funções, atinge-se o desempenho necessário das argamassas de revestimento externo.

O revestimento de argamassa, ou revestimento argamassado, é um serviço onde se pode ter uma grande variação, tanto no consumo de mão de obra, variando de 1,23Hh/m² a 5,13Hh/m², de acordo com estudos de Silva (2002), quanto no consumo de materiais, variando de 3,4Kg/m² a 13,9Kg/m², kilogramas de cimento por metro quadrado de área revestida.

Sendo assim quando se consegue obter uma melhoria da gestão deste serviço, estará também se obtendo ganhos financeiros e tempo em execução deste serviço.

De acordo com Salvador (2012), o revestimento de argamassa é uma etapa da obra que requer atenção por parte dos gestores já que: nela estão envolvidas grandes quantidades de recursos físicos (material, mão de obra e equipamentos), a forma de ataque a este serviço

(30)

30 influencia no cronograma da obra, além de ser o “cartão de visitas” da empresa construtora, por ser um elemento de fácil identificação, mesmo para os clientes que não adentram no canteiro.

Segundo Sabbatini e Baía (2000), os revestimentos em argamassa ainda são caracterizados por considerável incidência de falhas e problemas patológicos, desperdícios de materiais, mão de obra, tempo e elevados custos de produção. Problemas estes que são agravados no revestimentos de fachadas, pois geralmente as condições de trabalho são as mais criticas, sob céu aberto e com mínimas condições de segurança.

Segundo Salvador (2012) não é papel do revestimento disfarçar imperfeições grosseiras da base, muitas vezes desaprumada e desalinhada devido à falta de cuidado no momento da execução da estrutura e da alvenaria, fazendo com que seja necessário “esconder na massa” as imperfeições, o que compromete o cumprimento adequado das reais funções do revestimento.

1.5.1 Propriedades da argamassa

A massa unitária é imprescindível na dosagem das argamassas, para a conversão do traço em massa para o traço em volume, que é o comumente empregado na produção das argamassas em obra. Tanto a massa unitária como o teor de ar vai interferir em outras propriedades da argamassa no estado fresco, como a trabalhabilidade, sendo uma argamassa com menor massa específica e maior teor de ar apresenta melhor trabalhabilidade.

Segundo Salvador (2012), à medida que cresce o teor de ar, a massa específica relativa diminui. O teor de ar da argamassa pode ser aumentado através dos aditivos incorporadores de ar, porém o aumento excessivo do teor de ar incorporado pode prejudicar a resistência mecânica e a aderência da argamassa.

Ainda segundo Salvador (2012), a trabalhabilidade é uma propriedade de avaliação qualitativa, uma argamassa para revestimento é considerada trabalhável quando:

 Deixa de penetrar facilmente a colher de pedreiro, sem ser fluida;

 Mantém-se coesa ao ser transportada, mas não adere à colher ao ser lançada;  Distribui-se facilmente e preenche todas as reentrâncias da base;

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31 Além da escolha da argamassa adequada ao tipo de revestimento que se deseja executar, a elaboração do projeto para produção do revestimento de argamassa de fachada é fundamental na garantia da qualidade da execução do produto “revestimentos”.

Segundo Sabbatini (2000) apud Salvador (2012), as origens para a ocorrência dos problemas inerentes ao serviço de revestimento de argamassa de fachada podem estar associadas às fases de projeto, execução e utilização desse revestimento ao longo do tempo. Com relação à fase de projeto, os problemas patológicos podem ocorrer pelo detalhamento insuficiente ou deficiente dos elementos construtivos do revestimento, pela seleção inadequada dos materiais ou das técnicas construtivas, visando apenas diminuir os custos e tempo, não levando em consideração o desempenho do revestimento. Durante a fase de execução, esses problemas podem ocorrer em razão da não conformidade entre o que foi projetado e o executado, das alterações inadequadas das especificações de projeto, da má qualidade dos materiais empregados, das técnicas inadequadas de produção e controle da argamassa e do revestimento, e da mão de obra inadequada. Com relação à fase de utilização, os problemas patológicos podem ser devidos à remodelação e alteração mal estudadas, à degradação dos materiais por má utilização dos usuários, ausência ou insuficiência de manutenção. Todos esses fatores influenciam o desempenho do revestimento de argamassa ao longo da vida útil esperada. Assim, é necessário considerar a definição da argamassa, das espessuras das camadas do revestimento, os detalhes construtivos, os procedimentos de execução e controle do revestimento e a manutenção adequada para minimizar a ocorrência dos problemas patológicos nos revestimento de argamassa.

1.5.2 Projeto para produção do revestimento de argamassa

Segundo Salvador (2012), a elaboração e utilização de um projeto de revestimento de argamassa são imprescindíveis para o melhor desempenho do revestimento, resultando em aumento de qualidade e produtividade, redução de falhas, desperdícios e custos.

Conforme Sabbatini e Baía (2000), o projeto de revestimento de argamassa deve apresentar informações relativas às características do revestimento e sua forma de produção e aplicação. Abrangente mente, esse projeto deve certas definições, como por exemplo:

 Tipo de revestimento (números de camadas);  Tipo de argamassa;

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32  Detalhes arquitetônicos e construtivos;

 Técnicas mais adequadas para a execução;  Padrão de qualidade dos serviços.

Tais definições devem ser satisfeitas em parâmetros tecnológicos, considerando as exigências do revestimento diante das diferentes condições de exposição.

As definições de dosagem da argamassa são feitas para serem preparadas no próprio canteiro de obra. Já no caso de argamassas industrializadas, a composição e dosagem da argamassa é estabelecida pelo fabricante, sendo necessário avaliar as suas propriedades e aplicações antes de seu emprego.

A argamassa dosada no canteiro de obras é composta, normalmente, por cimento, cal, areia, aditivos ou adições e água. Cada um desses materiais apresenta características próprias que interferem nas propriedades da argamassa e do revestimento, devendo ser considerada no momento de definição da argamassa, de maneira a facilitar o entendimento, pode-se visualizar o fluxograma da metodologia de dosagem da argamassa na figura 7.

Figura 9: Metodologia de dosagem de argamassa

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33 Segundo a norma técnica NBR 13749 (1996), a espessura admissível de revestimentos de argamassa em paredes externas é de 20 a 30 mm. Quando houver a necessidade de empregar revestimento com espessura superior, devem tomados alguns cuidados especiais de forma a garantir a aderência do revestimento, como indicado na NBR7200 (1998). Sempre que a fiscalização julgar necessário, devem ser realizados ou solicitados a laboratório especializado a execução de pelo menos seis ensaios de resistência de aderência à tração, conforme NBR 13528, em pontos escolhidos aleatoriamente, a cada 100m² ou menos da área suspeita. Quanto a planeza, as ondulações não devem superar 3 mm em relação a uma régua com 2 m de comprimento. As irregularidades abruptas não devem superar 2 mm em relação a uma régua com 20 cm de comprimento.

1.5.3 Técnica executiva do revestimento de argamassa

Segundo a norma técnica NBR 7200 que trata da execução de revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Procedimentos (ABNT, 1998), as etapas gerais da execução do revestimento de argamassa são: a preparação da base; a definição do plano de revestimento; a aplicação da argamassa; o acabamento das camadas e a execução dos detalhes construtivos.

Segundo Salvador (2012), a preparação da base envolve um conjunto de atividades que visam adequar a base ao recebimento da argamassa. Essas atividades são relativas à limpeza da estrutura e da alvenaria, à eliminação das irregularidades superficiais, á remoção das incrustações metálicas e ao preenchimento de furos, pois é necessário que elas estejam adequadas para receber o revestimento. O chapiscamento da base também deve ser realizado nesta etapa.

As superfícies a revestir deverão ser limpas e molhadas antes de qualquer revestimento ser aplicado. Molhando a parede, executa-se a limpeza, permitindo as melhores condições de fixação do revestimento, com a remoção do limo, fuligem, poeira, óleo etc., que podem acarretar o desprendimento futuro da argamassa.

As superfícies estruturais em concreto, tijolos laminados ou prensados, serão previamente chapiscadas, logo após o término da elevação das alvenarias.

De acordo com Salvador (2012), o chapisco serve para regularizar a absorção da base e melhorar a aderência. A argamassa de chapisco deve ser aplicada com uma consistência fluida, assegurando maior facilidade de penetração da pasta de cimento na base a ser revestida e melhorando a aderência na interface revestimento-base. O chapisco deve ser aplicado por

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34 lançamento, com o cuidado de não cobrir completamente a base. Aditivos que melhorem a aderência podem ser adicionados ao chapisco, desde que compatíveis com os aglomerantes empregados na confecção da argamassa de revestimento e com os materiais da base. Para seu emprego, devem ser seguidas as recomendações técnicas do produto, comprovadas através de ensaios de laboratórios credenciados pelo INMETRO.

Estando o chapisco executado (Figura 10), o taliscamento é a próxima etapa, este dará a definição da espessura do revestimento, consistindo na fixação de cacos cerâmicos ou pequenos pedaços de madeira, com a mesma argamassa utilizada para o revestimento, em pontos específicos e respeitando a espessura definida.

Figura 10: Chapisco Executado

Fonte: Próprio Autor (2013)

Com o taliscamento executado (Figura 11), e firme, se dá a execução das mestras (Figura 12), preenche-se o espaço entre as taliscas verticalmente com a mesma argamassa do

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35 emboço e estando a massa firme com o uso de uma régua de alumínio (desempenadeira), apruma-se as mestras que servirão de guia para a execução do revestimento. Através desses elementos, fica delimitada uma região onde será aplicada a argamassa. Sobre as mestras, a régua metálica é apoiada para a realização do sarrafeamento.

Figura 11: Execução do Taliscamento.

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36 Figura 12: Execução das mestras.

Fonte: Próprio Autor (2013)

Depois de consolidados as mestras (mínimo 2 dias), executa-se o preenchimento dos vãos entre as mestras com argamassa de revestimento em porções chapadas cuidando para que fique um excesso em relação ao plano das mestras (Figura 13). No caso da espessura do revestimento ficar maior que 2 a 3 cm, executar em camadas menores em intervalos de no mínimo 16 horas. As chapadas deverão ser comprimidas com colher de pedreiro num primeiro espalhamento, tomando o cuidado de recolher o excesso de argamassa depositado sobre o piso antes que endureçam.

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37 Figura 13: Preenchimento dos vãos entre as mestras.

Fonte: Próprio Autor (2013)

Segundo Salvador (2012), depois de aplicada a argamassa, segue a atividade de sarrafeamento (Figura 14), que consiste no aplainamento da superfície revestida, utilizando-se uma régua de alumínio apoiada nos referenciais de espessura, descrevendo um movimento de vaivém de baixo para cima. É importante lembrar que essa atividade ocorre quando a argamassa atinge o ponto de sarrafeamento. Concluída essa etapa, as taliscas devem ser retiradas e os espaços deixados preenchidos. Após tempo adequado, é feito o desempeno e o camurçamento.

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38 Figura 14: Sarrafeamento de parede.

Fonte: Próprio Autor (2013)

O desempeno consiste na movimentação circular de uma ferramenta, denominada desempenadeira, sobre a superfície da massa única, imprimindo-se certa pressão. Esta operação pode exigir aspersão de água sobre a superfície (Figura 15).

Figura 15: Execução do desenpeno.

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39 Dependendo do acabamento desejado pode-se executar o desempeno da superfície com desempenadeira de mão adequada para cada caso (madeira, aço ou feltro). Se a parede for receber revestimento cerâmico, basta um leve desempeno com desempenadeira de madeira, cuidando para não deixar incrustações nos cantos e no piso próximo ao rodapé.

O camurçamento consiste na fricção da superfície do revestimento com um pedaço de esponja ou com uma desempenadeira com espuma, através de movimentos circulares. Esta etapa é importante por proporcionar uma textura mais lisa e regular para as superfícies, facilitando a execução do revestimento final de textura acrílica em uma única demão.

Após o término destas etapas, tem-se a etapa da execução dos detalhes construtivos, ou seja, execução de juntas de trabalho, quinas e cantos, peitoris, pingadeiras, e o reforço com tela. Estas etapas podem ser executadas junto com a execução do revestimento ou logo após seu desempeno.

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40 2 METODOLOGIA

Segundo Vergara (2003) apud Dantas (2011), a pesquisa metodológica é o estudo que se refere aos instrumentos de captação ou de manipulação da realidade. Está, portanto, associada aos caminhos, formas, maneiras, procedimentos para atingir determinado fim.

Toda elaboração de instrumentos de coleta interfere diretamente nos resultados, portanto este capítulo é dedicado a apresentação deste método de coleta e processamento de dados inerentes à obtenção dos indicadores de produtividade na execução de revestimento de argamassa.

2.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA

O presente trabalho teve como finalidade diagnosticar os índices e níveis de produtividade de mão de obra e consumo de materiais na execução de revestimentos argamassados, partindo de mensurações e observações “in loco” em um canteiro de obra localizado na cidade de Ijuí/RS.

Em relação a sua abordagem, o estudo é do tipo bibliográfico, uma vez que foi realizada uma revisão literária sobre o tema. Também se caracteriza como qualitativa e quantitativa. É quantitativa, pois foram coletados dados de produtividade de mão de obra e consumo de materiais. Além disso, os resultados obtidos foram analisados qualitativamente conforme a teoria e as tabelas padrões de órgãos públicos. A análise qualitativa investigou quais os fatores que mais influenciam no índice de produtividade obtido.

O estudo desenvolvido neste trabalho foi relacionado ao revestimento argamassado de paredes internas, embutindo o serviço de taliscamento a desempeno. Portanto nos resultados de produtividade deste trabalho estão embutidos o tempo de execução das taliscas, execução de mestras, enchimento de paredes, sarrafeamento e desempeno. Assim foi acompanhado o serviço de revestimento de argamassa interno, gerando indicadores de produtividade e de consumos de materiais, bem como seus fatores influenciadores.

Com estes indicadores foi possível fazer uma análise, comparando os valores coletados com os de indicadores oriundos do manual orçamentário TCPO e de outros estudos de caso já realizados na área de revestimentos argamassados. Após avaliação e comparação dos valores e seus fatores influenciadores, geraram-se dados reais de razão unitária de produção (RUP) e consumo unitário dos materiais (CUM), tendo como benefícios uma previsão de duração dos serviços mais próxima da real, e o desenvolvimento ou

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41 aperfeiçoamento dos métodos construtivos, com um consumo mais consciente de materiais.

Para que os objetivos deste trabalho fossem alcançados, a pesquisa foi realizada de acordo com as etapas metodológicas mostradas na figura 16.

Figura 16: Fluxograma

Fonte: Próprio Autor (2013)

Abaixo estão detalhadas as atividades realizadas em cada etapa metodológica:

a. Revisão bibliográfica sobre os temas produtividade da mão de obra e consumo de materiais e, revestimento de argamassa;

b. Entendimento do contexto da empresa e da obra: Esta etapa compreende as características da empresa construtora e da obra onde o estudo foi realizado, como equipe de oficiais, estoque e transporte de materiais e condições de serviço;

c. Entendimento da execução detalhada do serviço de revestimento de argamassa interno realizado na obra;

d. Elaboração dos instrumentos de coleta de dados: Foram elaboradas planilhas padronizadas para a coleta das informações em obra, tanto de produtividade da mão de obra, quanto do consumo de materiais;

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42 e. Coleta de dados (produtividade da mão de obra e consumo de materiais): Através de coletas diárias realizadas no próprio canteiro de obras e com o auxílio das planilhas de coleta, fez-se o levantamento das informações necessárias para o cálculo dos indicadores pertinentes e também aos seus fatores influenciadores, tanto de produtividade, quanto de consumo de materiais;

f. Análise dos dados: Fundamenta-se em relacionar os valores dos indicadores encontrados com dados do mercado e de manuais de orçamentação;

2.2 AMBIENTE DA PESQUISA

O estudo de caso foi realizado em um edifício residencial multifamiliar, com área total de 5.666,79m², localizado na Rua Goiás, Esquina com a Travessa Bahía, nº369, Bairro Assis Brasil, Município de Ijuí – Rio Grande do Sul (Figura 17).

Figura 17 : Obra em estudo

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43 O empreendimento está sendo executado por uma construtora regional de pequeno porte da cidade de Ijuí – Rio Grande do Sul. A empresa não terá o nome revelado, foi fundada em 2005. A obra está com 1 ano e 8 meses de execução, sendo executados dois pavimentos garagem em concreto armado, com blocos de concreto de vedação, e oito pavimentos tipo com o uso de blocos cerâmicos estruturais, totalizando 10 pavimentos (Figura 18).

Figura 18: Obra em andamento

Fonte: Próprio Autor (2013)

Para estudo de caso foi selecionado o serviço de revestimento argamassado interno, o qual foi acompanhada a execução no 10º Pavimento do edifício.

O 10º pavimento do edifício em estudo tem uma área total de 497,22m², dividida em 8 apartamentos, sendo dois apartamentos com um dormitório, cinco apartamentos com dois dormitórios e um apartamento com três dormitórios, cuja planta poderá ser melhor observada no anexo A.

Os revestimentos internos e externos estão sendo executados com argamassa preparada na obra, com traços estipulados pelos responsáveis técnicos da construtora.

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44 2.3 PLANO DE COLETA DE DADOS

Para a obtenção dos dados de acordo com planejamento de coleta é importante conhecer bem o projeto a ser executado, bem como a forma de organização da mão-de-obra executora.

A coleta de dados para a realização deste estudo compreendeu várias atividades distintas que estão descritas a seguir.

2.3.1 Instrumentos de coleta de dados

As informações para a realização deste trabalho foram coletadas a partir da constituição de uma investigação bibliográfica associada a uma pesquisa de campo.

Para a elaboração deste trabalho, foi essencial o auxilio dos software de planilhas eletrônicas Microsoft Excel, o qual foi útil para a elaboração de tabelas para coleta e posterior análise de produtividade e consumo de materiais no revestimento argamassado.Também foi utilizado o Software AutoCad para a extração de dados do projeto analisado.

Inicialmente foram elaboradas diversas planilhas eletrônicas no software Excel, planilhas estas que visavam a coleta de dados de homens-hora, quantidade de serviço e quantidade de material durante o dia de trabalho. Após sucinta análise destas planilhas, foi escolhida a que melhor se adaptava à realidade da obra, planilha está que esta no Anexo B deste trabalho. Esta planilha foi utilizada para coletas diárias, sendo necessária a compilação diária destes dados em uma planilha eletrônica que gerou mais informações, sendo esta o anexo C.

A tabela 2 que é parte da planilha eletrônica usada para compilação de dados, tem como primeira parte a identificação da obra, onde foi preenchido o nome da obra, local, a data, condições climáticas e o período do dia em que foi feita a coleta de dados.

Tabela 2: Instrumento de coleta de dados parte 1

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45 Já na tabela 3 tem-se a distribuição diária das tarefas. Nesta tabela foi preenchido o nome e a função de cada colaborador envolvido na tarefa, e quanto tempo este colaborador ficou envolvido na realização da tarefa, descontando-se seus períodos diários de descanso em ambos os turnos e seu intervalo para almoço. Está anotado o nome de betoneira, onde nesta linha está contida a informação de tempo no qual a equipe indireta envolvida no processo tem o seu tempo somado aos demais. A soma de todos os Hh envolvidos na atividade de revestimento argamassado é a base para o calculo das RUP’s deste trabalho.

Tabela 3: Instrumento de coleta de dados parte 2

Fonte: Próprio Autor (2013)

Na tabela 5, foi preenchido o nome das paredes que foram revestidas durante o dia de serviço, quantos m² de revestimento foram executados e quantos carrinhos de argamassa foram utilizados para a execução do serviço durante o referido dia, os demais itens foram gerados automaticamente a partir dos dados mostrados na tabela 3 e de dados inseridos nesta tabela.

Identificou-se que cada betoneira rendia 4 carros de argamassa, então foi calculado o peso de material por betoneira e se chegou a um peso de argamassa por carrinho, o qual era facilmente controlado no local da execução do serviço.

Tabela 4: Instrumento de coleta de dados parte 3

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46 Na planilha ainda foi criado um campo para anotações diárias, onde foram anotados possíveis atrasos na obra, se alguém parou de trabalhar durante algum período, ou seja, foram efetuadas todas as anotações de eventos anormais na obra, tabela 5.

Tabela 5: Instrumento de coleta de dados parte 4

Fonte: Próprio Autor (2013)

2.3.2 Levantamento das quantidades de revestimento argamassado

A apropriação das saídas (serviço realizado) foi desenvolvida através de metros quadrados de revestimento argamassado líquido executado. Revestimento argamassado líquido compreende as áreas de revestimento executados, descontados os vãos de aberturas e possíveis vãos de condicionadores de ar.

A quantificação foi realizada parede a parede, em m², através de medidas feitas in loco e com o auxilio de planilhas eletrônicas e software AutoCAD, de acordo com a produção diária ao término das jornadas de trabalho da equipe de revestimentos. Para a realização desta atividade foram utilizados projetos plotados e em arquivos digitais.

Após o levantamento da quantidade de revestimento produzido durante o dia, marcava-se quais as paredes foram executados durante a jornada de trabalho e quantos m² de paredes foram revestidos.

2.3.3 Coletas de informações e observações in loco

Durante a realização do estudo de caso foram coletadas informações no canteiro de obra sobre a execução das atividades em revestimentos argamassados, também foram feitas observações “in loco” dos serviços que foram realizados, com o intuito de se entender seu funcionamento e a maneira como estes foram distribuídos.

As observações in loco foram extremamente importantes para que se pudesse fazer uma posterior análise de possíveis fatores que alteraram a rotina e a produtividade da obra em estudo. Com tais observações foi possível apontar melhorias no processo de execução de revestimentos argamassados.

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47 2.3.4 Coletas de dados de homens-hora

Segundo Araújo (2000) “obtém-se o numero de homens-hora, relativos a um determinado dia de trabalho, somando-se as horas trabalhadas por cada membro da equipe”. Deve se considerar, então, como horas trabalháveis o tempo em que o funcionário esteve disponível no canteiro de obras para a execução de determinada atividade. Portanto, com relação às equipes de produção devem-se distinguir dois grupos, como descrito a seguir para o calculo das RUP’s do objeto em estudo.

- Equipe de produção direta: Nesta equipe incluiram-se os funcionários envolvidos na produção do serviço e apoio nas proximidades da execução.

- Equipe de produção indireta: Nesta equipe foram englobados os funcionários envolvidos em tarefas auxiliares à produção mais distantes do local de execução dos serviços, onde as saídas se materializavam.

A figura 19 exemplifica a divisão entre as equipes de trabalho em um caso genérico relativo à produção do serviço de revestimento argamassado,

Figura 19: Exemplo de apropriação de homens-hora

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48 Para a coleta de dados de homens-hora trabalhados foi utilizada uma planilha eletrônica, onde consta a tabela 3, a qual tem a função de coletar os dados que dizem respeito a permanência diária que o colaborador esteve disponível para a atividade durante o dia. Neste somatório foram descontados os intervalos diários para descanso nos dois turnos do dia, também foram descontados eventuais intervalos individuais que o colaborador fez durante a jornada de trabalho.

Com os dados de Hh trabalhados diariamente foi possível realizar o cálculo de várias RUP’s, as quais podem ser comparadas a de outros autores que já publicaram artigos técnicos sobre produtividade de revestimento argamassado.

2.3.5 Tratamento dos dados

As informações foram tratadas de forma quantitativa e qualitativa, analisando e interpretando os dados obtidos. Na interpretação do mesmo, foram realizadas comparações entre a teoria e a prática no processo produtivo, além de comparações entre os resultados obtidos e aqueles indicados como satisfatórios pela literatura estudada.

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49 3 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Este capítulo está dividido em duas partes, a primeira que traz a análise da produtividade da mão de obra e, a segunda parte, a análise do consumo de materiais. Ao final de ambas tem-se comparação com dados da bibliografia.

3.1 ANÁLISE DA PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NO REVESTIMENTO ARGAMASSADO INTERNO

Durante o período de 28 de Agosto a 04 de Outubro, acompanhou-se a equipe responsável pelo revestimento argamassado interno do empreendimento em estudo, sendo este período equivalente a 22 dias de trabalho.

Foi acompanhado o revestimento argamassado do 10º pavimento da edificação (Figura 20), embora esta mesma equipe fosse a responsável pelo revestimento dos demais pavimentos. A equipe realizou o revestimento em todos os apartamentos do pavimento, porém no período de análise os apartamentos 01 e 02 já haviam sido rebocados, isto foi realizado quando a equipe ainda estava realizando os trabalhos no 5º pavimento, para que a equipe de revestimento externo pudesse iniciar seus trabalhos.

Figura 20: Pavimento tipo

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50 A equipe era constituída por dois pedreiros (oficiais) e dois serventes (ajudantes), a argamassa era produzida na central de argamassa localizada no pavimento térreo da construção.

Os pedreiros executavam o serviço de revestimento argamassado interno, enquanto os serventes faziam o transporte interno de argamassa do elevador de carga até o local da execução do revestimento, assim como o transporte das ferramentas necessárias à execução do serviço.

Na área de produção de argamassa, que estava situada no pavimento térreo da edificação, havia uma betoneira, que estava sendo utilizada para a produção de argamassa de revestimento interno e externo, ambas com o mesmo traço. Neste ambiente a argamassa de revestimento era produzida por um pedreiro responsável e um ajudante, sendo estes a equipe indireta do serviço de revestimento argamassado (equipe era distinta da equipe direta).

Inicialmente foi calculada a RUP diária oficial, que é aquela obtida com base na avaliação diária da produtividade da mão de obra apenas dos pedreiros (oficiais). Assim é que, ao final de cada dia de execução do serviço, se avaliaria os homens-hora utilizados e a quantidade de serviço produzida. A Figura 21 ilustra a variação da RUP diária a cada dia de trabalho no acompanhamento do serviço da equipe oficial de produção. Note-se que, mantido o conteúdo de um serviço, tal variação seria devida a variações quanto ao contexto e à presença de anormalidades.

Figura 21: Variação da RUP diária oficial (Hh/m²)

Fonte: Próprio Autor (2013) 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 DIA RUP Diária (Hh/m²)

Referências

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