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06.2008-09-CGF-TextonIII-AVAL.FORM.

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Outubro de 2008 RM

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Índice

1. Generalidades 3

2. Propósitos da avaliação da formação 3

3. Importância e finalidade da avaliação da formação 5

4. Tipologia da avaliação da formação profissional 5

5. Técnicas da avaliação em formação 8

Bibliografia 8

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A formação profissional sendo uma das técnicas mais importantes no domínio da gestão de recursos humanos, é também alvo de frequentes críticas, pois os resultados dela esperados nem sempre são clara e facilmente observáveis de molde a justificarem o tempo gasto e o investimento feito. Contudo, esta posição, se bem que compreensível e mesmo com alguma justificação, merece uma atenção particular e uma ponderação mais cuidada. A análise das circunstâncias que rodeiam a formação, permite reconhecer que as causas da sua ineficiência se devem a insuficiências ou desvios que, no essencial, lhe são alheios. Compreende-se que quem faz investimentos pretenda ver resultados imediatos. Porém, esta expectativa privilegia no essencial a troca directa e imediata. Ora no caso da formação profissional, o resultado desejado nem sempre acontece com a celeridade e visibilidade esperadas, o que provoca algum desconforto, embora porventura sem fundamento. Esta realidade faz com que exista, por vezes, alguma retracção e parcimónia na aposta deliberada na formação dos recursos humanos. È por essa razão que em momentos de menor folga financeira uma das primeiras áreas a sofrer cortes orçamentais é a da formação profissional. Não será curial, mas é o que geralmente acontece. Sublinha-se que, no domínio da formação profissional, o investidor espera sempre resultados imediatos, sentindo-se desconfortável quando isso não acontece. Esta situação coloca os responsáveis directos pela formação numa posição delicada, levando-os a valer-se frequentemente da avaliação da formação, seja ela qual for, como forma redundante de se justificarem. Esta “pressão” faz com que a avaliação da formação nem sempre resulte da utilização dos melhores meios, dos melhores métodos e dos mais ajustados à finalidade visada.

2. Propósitos da avaliação da formação

Confrontados frequentemente com as mais diversas e controversas opiniões, a grande preocupação dos responsáveis pela formação incide essencialmente na necessidade de promover a sua avaliação, como já se referiu, dando conta de que algo foi feito e provado. E assim aparece um resultado. Porém, a avaliação é algo de complexo e por isso depara-se com dificuldades de natureza diversa, tais como: O que avaliar? Como avaliar? Porque avaliar? Que técnicas utilizar? Qual a validade dos resultados? Este tipo de dúvidas está muitas vezes relacionado com a definição inadequada do conteúdo funcional (posto de trabalho), com a desadequação do diagnóstico de necessidades de formação e com o objectivo da própria formação. Em relação ao conteúdo funcional há que reconhecer que raras vezes está claramente definido de molde a ser considerado como um quadro de referência fidedigno. Em

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relação ao diagnóstico de necessidades de formação, não dispondo este das condições prévias necessárias, acaba por ser elaborado com base em suposições teóricas, o que acontece com mais frequência do que seria desejado. Perante os condicionalismos referidos, a concretização da avaliação da formação torna-se não só difícil, como inconsistente. Porém, a imperatividade de apresentar resultados impõe que se adoptem procedimentos que nem sempre são os mais adequados, mas são os que procuram justificar a existência e validade da formação e dos serviços que a tutelam. Para tornar mais clara a situação visualiza-se seguidamente um modelo de avaliação da formação através de um esquema que pretende evidenciar todos os passos a dar a montante.

Esquema de avaliação da formação

3. Importância e finalidade da avaliação da formação ANÁLISE DO POSTO DE TRABALHO AVALIAÇÃO NECESSIDADES DE FORMAÇÃO AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO VALIDAÇÃO DE OBJECTIVOS DEFINIÇÃO DE OBJECTIVOS DIAGNÓSTICO DA POPULAÇÃO ELABORAÇÃO DE TESTES

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A importância da avaliação da formação profissional reside no facto de permitir verificar se os objectivos estabelecidos foram alcançados através de um processo de acompanhamento contínuo e sistemático. Contínuo, porque não se relaciona exclusivamente com o final de um curso e sistemático, porque não se remete para uma mera observação ocasional. Verifica-se, contudo, que o conceito de avaliação é amplo, podendo incluir por um lado descrições qualitativas e por outro lado quantitativas acerca de cada pessoa. Ultrapassa, por isso, o mero conceito de classificação embora o contenha, pois que este se limita ao âmbito das descrições quantitativas do comportamento humano. Ora a formação profissional, visa essencialmente a promoção da mudança do comportamento humano nos mais diversos aspectos da sua expressão e não apenas uma actuação com vista à emissão classificativa. A mudança do comportamento das pessoas é variável e requer tempo, o que pode contribuir para gerar algumas dúvidas quanto ao real valor da própria formação. Este pressuposto sugere a adopção de modelos de avaliação específicos e adequados à realidade que se pretende medir.

4. Tipologia da avaliação da formação profissional

Como se pode supor, para agir é essencial conhecer o contexto envolvente. Por isso, no início de um curso de formação, o Formador ao enfrentar um conjunto de formandos que porventura desconhece quanto à sua situação, ao seu nível de conhecimentos, à sua experiência e à sua expectativa, tenta inteirar-se da situação. Tudo isto para não correr o risco de desenvolver o curso a um nível desajustado à realidade e à motivação dos formandos. Assim, recolhendo deles os elementos informativos convenientes, cria condições para poder caminhar ajustadamente à situação. Os elementos recolhidos são essenciais para estabelecer à partida uma estratégia pedagógica coerente e adequada ao grupo de formandos e à matéria a transmitir. Esta primeira actividade avaliativa, que se situa no plano do conhecimento dos formandos e da sua realidade profissional e que permite a recolha de elementos simples mas essenciais para o acto formativo, designa-se por avaliação de diagnóstico ou inicial. Pretende-se com ela identificar o perfil de dos formandos e a sua correspondência aos pré-requisitos estabelecidos para entrada no curso, quer a nível cognitivo, quer operativo quer afectivo, face ao tema a desenvolver. E porque configura uma condição fundamental para que possam ser atingidos os objectivos desejados, este tipo de avaliação tem também uma função formativa.

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Também ao longo do curso de formação podem e devem ser adoptadas diversas medidas de acompanhamento do desenvolvimento dos formandos de modo a ter o conhecimento directo do que está a acontecer em cada momento com cada um dos formandos. Para o efeito, é necessário criar mecanismos e instrumentos que permitam intervir e proceder a ajustamentos e correcções, se necessário, de forma a que se atinjam os objectivos previstos. Este procedimento designa-se por avaliação formativa ou contínua. No essencial, visa percepcionar o progresso dos formandos em termos de aprendizagem e verificar se os objectivos pedagógicos estão a ser atingidos ou que medidas tomar para o conseguir. Esta avaliação visa, portanto, não só os resultados da aprendizagem, como também os processos a eles conducentes. Os instrumentos de avaliação formativa devem ser concebidos e estruturados de forma a revelar quais as dificuldades verificadas e em que pontos concretos se localizam. O acompanhamento contínuo do progresso dos formandos permite que em cada momento, o Formador tenha uma informação precisa e circunstanciada dos sucessos e das insuficiências do indivíduo e do grupo, podendo tomar em tempo útil as medidas que entender de modo a corrigir desvios e assegurar a manutenção na senda dos objectivos estabelecidos. Poderá, também, adoptar-se um outro método de avaliação da formação, este centrado em análises transversais de aquisição de conhecimentos, uma vez que o conteúdo funcional da aprendizagem a fazer é passível de ser avaliado em unidades, períodos ou anos, etc. Então pode medir-se a distância a que o formando ficou das metas ou objectivos estabelecidos. Tal distância é não só quantificável como é por vezes mesmo conveniente e necessária. Neste caso, a avaliação da formação emite um juízo de valor final. Este tipo de avaliação da formação designa-se por avaliação sumativa que, no essencial, visa avaliar o resultado final da aprendizagem em função do perfil de saída esperado. A avaliação assim efectuada permite também certificar as competências adquiridas pelo formando e emitir um juízo de valor sobre a própria formação. Por uma questão de sistematização e conveniência prática apresenta-se seguidamente um quadro onde são evidenciadas as semelhanças e diferenças existentes entre os três tipos de avaliação atrás referidos. Salienta-se que, não só não se excluem mas antes pelo contrário, se completam.

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TIPOS DE AVALIAÇÃO (Semelhanças e Diferenças)

DIAGNÓSTICO FORMATIVA SOMATIVA

Finalidades

 Obter elementos sobre conhecimentos, aptidões, interesses;  Determinar o nível geral do aluno em dado momento;  Determinar as causas dos comportamentos verificados.  Dar feed-back ao Formador acerca do formando;  Permitir a detecção de problemas de aprendizagem;  Localizar erros e permitir alteração de processos.  Classificar os formandos dentro de cada período mais ou menos longo (unidade, período, ano). Utilização  No início de um curso de formação;  Durante o processo de formação se se verificar deficiência de aprendizagem.  Durante a realização do curso.  No final do curso de formação, ou de cada unidade de matéria. Objectivos sobre os quais incide a avaliação - Cada objectivo considerado importante do curso de formação.  Uma amostragem representativa dos objectivos considerados. Aspectos mais significativos para avaliar  Aptidões, interesses mais necessários aos objectivos a atingir.  Resultados da aprendizagem em Formação relativamente aos objectivos;  Comparação dos resultados obtidos pelo mesmo formando em sucessivas avaliações;  Causas de eventuais insucessos.  Resultados da Formação face aos objectivos. Informação  Global relativamente às capacidades detectadas;  Descrição circunstanciada das capacidades reveladas.  Apreciação relativamente a cada objectivo;  Identificação, quando possível, das causas das dificuldades verificadas.  Geralmente global visando uma classificação ou nota. Tipos de instrumentos  De diagnóstico  Formativos e especialmente concebidos para o efeito.  Provas finais

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5. Técnicas de avaliação em formação

Ao longo do curso que ministra, o Formador faz constantes avaliações sobretudo a partir da observação que faz sobre o comportamento revelado pelos formandos. Este tipo de avaliação de cariz empírico, fornece-lhe importantes indicações quanto à receptividade que a sua acção encontra nos formandos. Contudo, a avaliação da formação requer maior formalidade, objectividade e visibilidade. Para o efeito, recorre a técnicas de avaliação específicas e muito variadas. No processo de avaliação há, todavia, dominância de certos métodos de preferência a outros. Os que são a seguir apresentados têm uma correspondência muito directa com os métodos de avaliação de conhecimentos utilizados no ensino, mas também bastante requeridos na formação profissional.

O teste oral – embora sendo uma prova que envolve relativa subjectividade, tem como vantagem permitir verificar a capacidade da expressão oral e confirmar a apreciação feita através de outros meios de avaliação.

O teste escrito – é o mais utilizado para avaliação, porque coloca todos os indivíduos em par de igualdade, possibilitando economia de tempo e maior objectividade.

O questionário – onde se solicita aos formandos que se pronunciem sobre o conteúdo, a

qualidade, a aplicabilidade e o interesse do curso para a função que exercem e para si mesmos.

Sublinha-se que a avaliação da formação dificilmente escapa à intervenção da subjectividade humana. Na construção dos instrumentos de avaliação, como na apreciação e classificação das provas dos formandos, corre-se sempre o risco da distorção e da influência da afectividade. Para minimizar estes problemas é importante criar critérios exteriores à situação e aplicá-los com o rigor possível. Só assim poderá caminhar-se no sentido de reduzir a subjectividade, sem contudo ter a presunção de a eliminar.

Bibliografia

Mager, Robert – Comment mesurer les résultats de l’enseignment, Paris, BORDAS, 1986 Mager, Robert – Como definir Objectivos Pedagógicos, Lisboa, Ed. Carreiras e Carreiras, S/d Sainsaulieu, Renaud - L’effet formation dans l’entreprise, Paris, Dunod, 1981

Salgado, Cristina M. – Avaliação da Formação, Lisboa, Texto Editora, 1997

Referências

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