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Proposta de avaliação da temperatura corporal de trabalhadores com exposição ao frio na indústria frigorífica

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PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL DE TRABALHADORES COM EXPOSIÇÃO AO

FRIO NA INDÚSTRIA FRIGORÍFICA

Tese submetida ao Programa de Pós Graduação de Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina para a obtenção do Grau de Doutor em Engenharia de Produção. Orientador: Prof. Dr. Antônio Renato Pereira Moro.

Florianópolis 2018

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Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária

da UFSC.

Takeda, Fabiano

Proposta de Avaliação da Temperatura Corporal de Trabalhadores com Exposição ao Frio na Indústria Frigorífica / Fabiano Takeda; orientador, Antônio Renato Pereira Moro, 2018.274 p.

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção, Florianópolis, 2018.

Inclui referências.

1. Engenharia de Produção. I. Renato Pereira Moro, Antônio. II. Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. III. Título.

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Este trabalho é dedicado em especial a minha família e a todos aqueles que me incentivaram e me apoiaram para tornar possível esse momento.

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Certamente estes parágrafos não irão atender a todas as pessoas que fizeram parte dessa importante fase de minha vida. Portanto, desde já peço desculpas àquelas que não estão presentes entre essas palavras, mas elas podem estar certas que fazem parte do meu pensamento e de minha gratidão.

Agradeço a todos os professores do PPGEP, em especial ao meu orientador Prof. Dr. Antônio Renato Pereira Moro que contribuiu para tornar possível este momento.

Agradeço a equipe do laboratório LMPT formada pelo professor Saulo Guths, Victor e Beatriz, pelo apoio, disponibilidade e principalmente pelo companheirismo.

Agradeço a toda minha família, que me apoiou durante toda a jornada de estudos.

Aos trabalhadores que contribuíram para que a pesquisa se tornasse real.

A Secretaria da Pós-Graduação, pela cooperação.

Por fim, gostaria de deixar registrado também, o meu reconhecimento às pessoas que contribuíram diretamente para esse momento, pois acredito que sem o apoio delas seria difícil vencer esse desafio.

Em especial a minha esposa Natália que soube compreender o tempo despendido por mim aos estudos e ao término desta tese.

Enfim, embora eu me esforce para tentar agradecer a todos que contribuíram direta e indiretamente para a elaboração desta tese, não conseguirei, pois são incontáveis as pessoas que de alguma forma contribuíram. Meu muito obrigado a todos.

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Esforço-me para que eles sejam fortalecidos em seu coração, estejam unidos em amor e alcancem toda a riqueza do pleno entendimento, a fim de conhecerem plenamente o mistério de Deus, a saber, Cristo. Nele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. Colossenses 2:2-3

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No Brasil, o atual aumento significativo e a previsão de recordes em crescimento produtivo e de mão de obra nos abatedouros e frigoríficos de frangos geram elevados números de trabalhadores afastados por acidentes e doenças do trabalho. Um dos fatores encontrados que representa elevado número de queixas é a obrigatoriedade de exposição a baixas temperaturas necessárias para atender as normas de higiene alimentar, obrigatória no Brasil e em outros países. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi desenvolver um instrumento de monitoramento e avaliação de temperatura corporal dos trabalhadores em tempo de real de trabalho. O universo da pesquisa de campo foram 16 trabalhadores de setores de apoio e administrativo e 176 trabalhadores expostos a baixas temperaturas nos setores de cortes, denominados de produção de peito, perna e asa. Os dados coletados durante a pesquisa foram tratados por estatística descritiva. Os resultados quantitativos mensurados com o instrumento de monitoramento e avaliação de temperatura corporal apresentaram que apesar dos trabalhadores utilizarem os equipamentos de proteção individual para mãos e pés (luvas, meias e botas) específicos para exposição ao frio, estes demonstraram ser ineficientes, pois se verificou no estudo que em nenhum momento da jornada de trabalho avaliada foram registradas temperaturas no dedo, centro da mão, hálux e centro do pé em condições que podem ser percebidas como confortáveis de acordo com os parâmetros nacionais e internacionais de normas de saúde e segurança. Também apresentam que no dedo indicador e no hálux a maior parte do tempo à sensação é de dor causada pelo frio e no centro da mão e centro do pé a maior parte do tempo pode ser percebida, devido à temperatura da pele, como resfriado pelo frio. Os resultados desta tese confirmam a necessidade de criar e normalizar procedimentos de avaliação e controle de riscos para a exposição ao frio ocupacional principalmente considerando toda jornada de trabalho diária. Este estudo apresenta uma proposta de monitoramento e avaliação de temperatura corporal que pode auxiliar na identificação dos riscos, no desenvolvimento de equipamentos de proteção individual, adequados a condição de exposição ao frio, no desenvolvimento de critérios de tempo máximo de exposição ao frio e no desenvolvimento de salas de aquecimento térmico para os trabalhadores utilizarem enquanto usufruem das pausas para recuperação térmica.

Palavras-chave: Abatedouro. Frio ocupacional. Monitoramento de temperatura corporal. Instrumento de avaliação de exposição ao frio.

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In Brazil, the current significant increase and prediction of record production and labor growth in poultry slaughterhouses and slaughterhouses generate high numbers of workers who are separated by accidents and occupational diseases. One of the factors that represents a high number of complaints is the obligatory exposure to low temperatures required to meet food hygiene standards, mandatory in Brazil and in other countries. In this context, the objective of this study was to develop an instrument for monitoring and evaluating workers' body temperature in real time. The field research universe consisted of 16 workers from the support and administrative sectors and 176 workers exposed to low temperatures in the sectors of cuts, denominated production of breast, leg and wing. The data collected during the research were treated by descriptive statistics. The quantitative results with the instrument of monitoring and evaluation of body temperature showed that although the workers used the personal protective equipment for hands and feet (gloves, socks and boots) specific for exposure to cold, these were shown to be inefficient, the center of the hand, hallux and center of the foot were recorded in conditions that can be perceived as comfortable according to national and international standards of health and safety standards. They also show that on the index finger and the big toe most of the time the sensation is of pain caused by the cold and in the center of the hand and center of the foot most of the time can be perceived due to the temperature of the skin, such as cooled by cold . The results of this thesis confirm the need to create and standardize risk assessment and control procedures for exposure to occupational cold, mainly considering every day work day. This study presents a proposal for monitoring and evaluation of body temperature that can help in the identification of risks, in the development of individual protection equipment, appropriate to the condition of exposure to cold, in the development of criteria of maximum time of exposure to cold and in development of thermal heating rooms for workers to use while enjoying breaks for thermal recovery.

Keywords: Slaughterhouse. Occupational cold. Body temperature monitoring. Model of Instrument of evaluation of exposure to cold.

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Figura 1 – Fluxograma de análise de inclusão e exclusão do universo

amostral...48

Figura2 – Termistores instalados nas regiões damão...50

Figura 3 – Termistores instalados nas regiões do pé...51

Figura 4 – O Trabalhador do frigorífico durante o monitoramento...52

Figura 5 – Confortimetro montado para monitoramento próximo aos postos de trabalho...54

Figura 6 – Fluxograma operacional da pesquisa...56

Artigo 1–Higiene Ocupacional em Abatedouro: Uma Análise das Públicações da Última Década Figura 1 – Fases da pesquisa...66

Figura 2 – Publicações por ano...67

Figura 3 – Total de citações por ano...70

Figura 4 – Mapa de co-citação...71

Figura 5 – Rede de Palavras...72

Artigo 2 – Revisão Sistemática Integrativa: Ergonomia e Saúde Ocupacional em Atividades com Exposição a Baixas Temperaturas em Abatedouro de Frangos Figura 1 – Etapas da revisão integrativa da literatura. Fonte: Botelho, Cunha e Macedo (2011, p. 129)...82

Artigo 3 – Limites de exposição ocupacional das normativas brasileiras de saúde e segurança em trabalhos com baixas temperaturas Figura 1 – Posicionamento dos equipamentos e do indivíduo no aparato de coleta de imagens...102

Figura 2 – Imagens das regiões corporais analisadas no estudo...103

Figura 3 – Imagem termográfica das mãos e do pé de um participante do estudo...105

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Artigo 2 – Revisão Sistemática Integrativa: Ergonomia e Saúde Ocupacional em Atividades com Exposição a Baixas Temperaturas em Abatedouro de Frangos

Quadro 1 – Estudos selecionados com critérios...83 Quadro 2 – Classificação dos estudos de inclusão...84 Artigo 3 – Limites de exposição ocupacional das normativas brasileiras de saúde e segurança em trabalhos com baixas temperaturas

Quadro 1 –Comparativo dos resultados com as normas e lei nacional para avaliação da exposição ao frio ocupacional...107 Artigo 4 – Monitoramento de temperatura corporal em trabalhadores com exposição ao frio artificial controlado

Quadro 1 – Demonstração dos equipamentos de monitoramento e temperatura instalados nos trabalhadores e nos postos de trabalho...125 Artigo 5 – Modelo de avaliação de risco ocupacional em atividades com exposição a baixas temperaturas

Quadro 1 – Demonstração dos equipamentos de monitoramento e temperatura instalados nos trabalhadores e nos postos de trabalho...144

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Tabela 1 – Escala de possível sensação térmica...55

Artigo 1 – Higiene Ocupacional em Abatedouro: Uma Análise das Públicações da Última Década Tabela 1 – Principais autores...68

Tabela 2 – Principais instituições...68

Tabela 3 – Principais países...69

Tabela 4 – Títulos das fontes...69

Artigo 3 – Limites de exposição ocupacional das normativas brasileiras de saúde e segurança em trabalhos com baixastemperaturas Tabela 1 – Resultados das avaliações termográficas das mãos e pés...106

Artigo 5 – Modelo de avaliação de risco ocupacional em atividades com exposição a baixas temperaturas Tabela 1 – Escala adaptada de possível sensação térmica...147

Tabela 2 – Resultados do perfil dos trabalhadores participantes do estudo...148

Tabela 3 – Resultados do monitoramento ambiental...149

Tabela 4 – Resultados das avaliações de temperatura por sítio corporal...150

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Artigo 4 – Monitoramento de temperatura corporal em trabalhadores com exposição ao frio artificial controlado

Gráfico 1 – Resultados do monitoramento ambiental...129

Gráfico 2 – Resultados das avaliações no dedo indicador...130

Gráfico 3 – Resultados das avaliações no centro da mão...131

Gráfico4 – Resultados das avaliações no punho...132

Gráfico 5 – Resultados das avaliações no hálux...133

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ACGIH – American Conference of Governmental Industrial Higyenists ASHRAE – American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers

Art. – Artigo

CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas EUA – Estados Unidos da América

FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INSS – Instituto Nacional do Seguro Social

ISI – Institute for Scientific Information

ISO – International Organization for Standardization

LMPT – Laboratório de Meios Porosos e Propriedades Termofísicas MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento M.T.E. – Ministério do Trabalho e Emprego

Min. – Minutos

m/s – Metros por Segundo

NBR – Norma Brasileira Regulamentadora NR – Norma Regulamentadora

OIT – Organização Internacional do Trabalho PB – Portifólio Bibliográfico

PIB – Produto Interno Bruto PMV – Predicted mean Vote

PPD – Predicted Percentage Dissatisfied

PPGEP – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

PVC – Policloreto de Vinila SIF – Sistema de Inspeção Federal TCLE –Termo de Livre Esclarecimento TLV – Threshold Limit Values

WOS – Web Of Science

WSN – Wireless Sensor Network

UBABEF – União Brasileira de Avicultura UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina USB – Universal Serial Bus

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1 INTRODUÇÃO ... 31 1.1 PROBLEMATIZAÇÃO ... 35 1.2 OBJETIVOS ... 35 1.2.1 Objetivo Geral ... 35 1.2.2 Objetivos Específicos ... 36 1.3 JUSTIFICATIVA DA TESE ... 36 1.4 PRESSUPOSTOS ... 39 1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ... 39 1.6 ORIGINALIDADE ... 40 1.7 ESTRUTURA DA TESE ... 40 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 45 2.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DA PESQUISA ... 45 2.2 UNIVERSO E AMOSTRA ... 47 2.3 COLETA DE DADOS ... 49 2.4 TRATAMENTO DE DADOS ... 55 2.5 ORGANIZAÇÃO OPERACIONAL DA PESQUISA ... 56 2.5.1 Fase I – Compreensão do problema e Estado da arte ... 57 2.5.2 Fase II – Descoberta de problemáticas ... 57 2.5.3 Fase IIII – Requisitos do instrumento de avaliação ... 58 2.5.4 Fase IV – Síntese e construção e utilização do instrumento ...58 2.5.5 Fase V – Aprimoramento e utilização do instrumento .... 58

3 ARTIGO 1 – HIGIENE OCUPACIONAL EM

ABATEDOURO: UMA ANÁLISE DAS PUBLICAÇÕES DA ÚLTIMA DÉCADA ... 59

4 ARTIGO 2 – REVISÃO SISTEMÁTICA

INTEGRATIVA: ERGONOMIA E SAÚDE OCUPACIONAL EM ATIVIDADES COM EXPOSIÇÃO A BAIXAS TEMPERATURAS EM ABATEDOURO DE FRANGOS ... 77

5 ARTIGO 3 – LIMITES DE EXPOSIÇÃO

OCUPACIONAL DAS NORMATIVAS BRASILEIRAS DE SAÚDE E SEGURANÇA EM TRABALHOS COM BAIXAS TEMPERATURAS ... 95

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FRIO ARTIFICIAL CONTROLADO ... 121

7 ARTIGO 5 – MODELO DE AVALIAÇÃO DE RISCO

OCUPACIONAL EM ATIVIDADE COM EXPOSIÇÃO A

BAIXAS TEMPERATURAS ... 139 8 CONCLUSÃO ... 155 REFERÊNCIAS ... 159 APÊNDICE A – ARTIGO NACIONAL PUBLICADO NO CONGRESSO XXV SIMPEP – SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ... 167 APÊNDICE B – ARTIGO NACIONAL PUBLICADO NA REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIA AVÍCOLA – BRAZILIAN JOURNAL OF POULTRY SCIENCE ... 185 APÊNDICE C – ARTIGO INTERNACIONAL

PUBLICADO NA REVISTA ESPACIOS ... 205 APÊNDICE D – ARTIGO INTERNACIONAL

PUBLICADO NO INTERNATIONAL CONFERENCE ON

APPLIED HUMAN FACTORS AND ERGONOMICS – AHFE . 221 APÊNDICE E – ARTIGO NACIONAL SUBMETIDO NA REVISTA PRODUÇÃO ONLINE – REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ... 235 APÊNDICE F – ARTIGO NACIONAL PUBLICADO NO CONGRESSO XXV SIMPEP – SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ... 261 APÊNDICE G – ARTIGO NACIONAL SUBMETIDO NA REVISTA PRODUÇÃO ONLINE – REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ... 279 APÊNDICE H – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ... 301 APÊNDICE I – TERMO DE CONSENTIMENTO PÓS - INFORMADO ... 305 APÊNDICE J – ROTEIRO DE ENTREVISTA ... 307 ANEXO A – DECLARAÇÃO DE PARECER DO CEP 309

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ELETRONICO – ARTIGO CAPÍTULO 1 ... 313 ANEXO C – DECLARAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA PUBLICAÇÃO EM FORMATO IMPRESSO E/OU

ELETRONICO – ARTIGO CAPÍTULO 2 ... 315 ANEXO D – DECLARAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA PUBLICAÇÃO EM FORMATO IMPRESSO E/OU

ELETRONICO – ARTIGO CAPÍTULO 3 ... 317 ANEXO E – DECLARAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA PUBLICAÇÃO EM FORMATO IMPRESSO E/OU

ELETRONICO – APÊNDICE A ... 319 ANEXO F – DECLARAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA PUBLICAÇÃO EM FORMATO IMPRESSO E/OU

ELETRONICO – APÊNDICE B ... 321 ANEXO G – DECLARAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA PUBLICAÇÃO EM FORMATO IMPRESSO E/OU

ELETRONICO – APÊNDICE C ... 323 ANEXO H – DECLARAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA PUBLICAÇÃO EM FORMATO IMPRESSO E/OU

ELETRONICO – ARTIGO CAPÍTULO 4 ... 325 ANEXO I – DECLARAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA PUBLICAÇÃO EM FORMATO IMPRESSO E/OU

ELETRONICO – APÊNDICE D ... 327 ANEXO J – COMPROVANTE DE SUBMISSÃO DO ARTIGO – APÊNDICE E ... 329 ANEXO L – DECLARAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA PUBLICAÇÃO EM FORMATO IMPRESSO E/OU

ELETRONICO – ARTIGO CAPÍTULO 5 ... 331 ANEXO M – DECLARAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA PUBLICAÇÃO EM FORMATO IMPRESSO E/OU

ELETRONICO – APÊNDICE F... 333 ANEXO N – COMPROVANTE DE SUBMISSÃO DO ARTIGO – APÊNDICE G ... 335

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1INTRODUÇÃO

As condições do ambiente de trabalho vêm sofrendo mudanças rápidas e fundamentais nos últimos anos devido à necessidade de busca da produtividade, da competitividade e a qualidade dos produtos e serviços. Garantir e manter a saúde e eficácia é fundamental para as pessoas e consecutivamente as empresas mantêm no mercado competitivo.

Com a ergonomia é possível estabelecer parâmetros de adaptação das condições do ambiente de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, mantendo condições mínimas que asseguram a saúde e conforto do trabalhador e eficácia dos sistemas produtivos (IIDA; GUIMARÃES, 2016).

Por outro lado, estudos direcionados em indústrias frigoríficas, tanto em território nacional como internacional, reportam evidências literárias especializadas sobre ergonomia, saúde e segurança do trabalho, que descrevem que são elevados os índices de riscos de natureza ergonômica, de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho na população operária de abatedouros e frigoríficos (ARMSTRONG et al., 1993; BAO; SILVERSTEIN; COHEN, 2001; BUSNELLO; DEWES, 2013; FROST; ANDERSEN; NIELSEN, 1998; HECK, 2013; JUUL-KRISTENSEN et al., 2002; MUSOLIN et al., 2014; SARDÁ; RUIZ; KRITSCHLIN, 2009; SOMMERICH; MCGLOTHLIN; MARRAS, 1993; SUNDSTRUP et al. 2013; SUNDSTRUP et al. 2014).

Dentro desse contexto torna-se inevitável a exposição dos trabalhadores aos diversos riscos a saúde e segurança existentes nos processos de abate e processamento de carne, dentre os riscos pode-se citar no geral que há riscos físicos (ruído, temperaturas extremas, umidade, vibração), químicos (manuseio de produtos químicos em determinadas atividades, poeiras das penas, entre outros), biológicos (exposição a fezes, vísceras, sangue, entre outros), de natureza ergonômica (posturas, ritmos acelerados, transporte de carga, entre outros) e de acidentes (cortes, quedas, choques, entre outros). A diversidade de riscos e a gravidade da exposição dentre os diversos riscos dependerão diretamente da atividade executada e há riscos em que inevitavelmente todos trabalhadores estarão expostos devido à condição do ambiente de trabalho (ARMSTRONG et al., 1993; BAO; SILVERSTEIN; COHEN, 2001; BONDE et al., 2003; BUSNELLO; DEWES, 2013; CASO; RAVAIOLI; VENERI, 2007; FROST; ANDERSEN; NIELSEN, 1998; HECK, 2013; JAKOBI et al, 2015;

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JUUL-KRISTENSEN et al., 2002; MUSOLIN et al., 2014; SUNDSTRUP et al. 2013; SUNDSTRUP et al. 2014).

Dentre os diversos riscos inerentes as atividades em abatedouros e frigoríficos, a exposição a baixas temperaturas apresenta-se com elevado número de queixas entre os operários de frigoríficos e agrava-se devido à condição de exposição que ocorre nas atividades que são em posição estática do corpo e com maior concentração de movimentos dos membros superiores, o qual diminui a geração de calor do corpo, pois o processo produtivo ocorre de forma sequencial, como numa linha de montagem (ILMARINEN; TAMMELA, 1990; REIS, 2012; SARDÁ; RUIZ; KRITSCHLIN, 2009).

Ressalta-se que o estresse térmico pode prejudicar o desempenho da qualidade do trabalho, a saúde do trabalhador e, em casos extremos, pode levar até à morte. No contexto industrial, o desconforto térmico é citado como uma das principais causas de insatisfação nos locais de trabalho quando as pessoas estão expostas a ambientes térmicos quentes ou frios (MORGADO; TALAIA; TEIXEIRA, 2015).

Nas indústrias frigorificas de carne de frango a exposição a baixas temperaturas é inevitável nas atividades que iniciam no processo de corte da carne até a expedição do produto final, pois de acordo com a Portaria 210 do Ministério da Agricultura e do Abastecimento do Brasil, nos locais onde a carne é manipulada é obrigatório que a temperatura do produto seja inferior à 7ºC, e a temperatura do ambiente inferior aos 12ºC, conforme a localização geográfica do abatedouro (MAPA, 2016), podendo variar entre 10ºC e 15ºC. Se essas temperaturas forem ultrapassadas o processo de abate e/ou corte é imediatamente interditado por fiscais do Sistema de Inspeção Federal que trabalham fiscalizando diariamente nessas empresas e, seu retorno produtivo somente é liberado quando essas temperaturas fiquem dentro dos limites estabelecidos na portaria 210 (MAPA, 2016). As baixas temperaturas também são estabelecidas em indústrias frigorificas de outros países que manipulam e processam carnes para o consumo humano, pois estas o crescimento micro-organismos capazes de impropriar a carne para consumo, ou seja, garantem a não contaminação do alimento que está sendo processado. (CERIGUELLI, 2013; OLIVEIRA et al. 2014)

Considerando as condições mínimas necessárias de trabalho, a legislação brasileira profere que o empregador deve garantir que o ambiente de trabalho não expõe a riscos à saúde e segurança de seu empregado, visto que é de direito desses, a redução e controle dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança (CASTRO; OKAWA, 2016).

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Nesse contexto, em virtude da elevada exposição de riscos nas atividades e com o intuito de minimizar os impactos das condições de exposição a baixas temperaturas e dos demais riscos provenientes especificamente em atividades de abatedouros e frigoríficos, em 18 de abril de 2013 foi publicada uma norma regulamentadora pela Portaria do Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil, a qual tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para a avaliação, controle e monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indústria de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano, de forma a garantir permanentemente a segurança, a saúde e a qualidade de vida no trabalho, sem prejuízo da observância do disposto nas demais Normas Regulamentadoras - NR do Ministério do Trabalho e Emprego (NR36, 2016). Como se percebe no objetivo da norma, deve se considerar as demais normas para avaliação e controle dos riscos.

Especificamente para exposição a baixas temperaturas a determinação da NR36 (2016) é que seja utilizado como parâmetro para exposição ao frio artificial o Artigo 253 da CLT, que deve ser considerado seu parágrafo único das zonas climáticas do mapa do IBGE. Cabe ressaltar que a aprovação do devido Artigo foi em 01 de Maio de 1943 e a que a norma publicada em 2013 baseasse em sua integra para exposição a baixas temperaturas no referido Artigo da CLT.

Ainda considerando o referido artigo citado na NR36 (2016), verifica-se que o mesmo, conforme a FUNDACENTRO (Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho) que é uma instituição Brasileira criada em 1966, que mantem-se atuante nas pesquisas voltada para o estudo e condições dos ambientes de trabalho vinculado ao Ministério do trabalho e emprego, determina: “Estas faixas e o tempo de descanso foram baseados no artigo 253, da CLT e não estão fundadas em bases científicas, devendo caso seja necessário que os laudos das avaliações ambientais sigam as recomendações da ACGIH” (FUNDACENTRO, p. 182, 2014).

Verifica-se que a própria FUNDACENTRO não considera com base científica para caracterização de insalubridade o Art. 253 da CLT. De fato a carta climatológica integrante do mapa oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2016) prevista no Art. 253 da CLT, não é parte do arcabouço jurídico das normas de Segurança e Saúde do Trabalho (Título II, Capítulo V da CLT), mas sim, do capítulo das disposições especiais sobre a duração e condições de trabalho (Título III, Capítulo I da CLT), e que foi citada apenas para definição da duração da jornada de trabalho.

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As demais normas regulamentadoras nacionais que não devem ser desconsideradas para exposição ao frio, como a NR29 (2016) e a NR09 (2016) citam condições específicas para exposição a baixas temperaturas, as quais não diferem do objetivo da determinação da NR36 (2016).

As normas internacionais comumente utilizadas para avaliação da exposição a baixas temperaturas artificiais também consideram parâmetros considerados ultrapassados e principalmente duvidosos, o qual se cita a ISO 7730 (2005) que utiliza o modelo de Fanger (1970) que foi baseado na década de 1960. Ressalta-se que segundo Nicol (2002) é oportuno realizar uma revisão completa da norma ISO 7730 (2005) e demais utilizadas para avaliação do frio, a fim de integrar novos conhecimentos, visto que durante anos após a criação das normas ISO para avaliação da exposição a baixas temperaturas, vários pesquisadores investigaram os aspectos específicos de conforto térmico em laboratório e em campo e encontraram discordâncias diversas no modelo de avaliação de conforto térmico proposto na ISO 7730 (2005).

Seguindo a linha de avaliação da exposição ao frio, além das referidas normas regulamentadoras e normas internacionais citadas, cabe ressaltar que a própria Previdência Social do Brasil através do anexo IV do Decreto 3048/99, regulamentador da Lei nº. 8213/91 da Previdência Social, sequer prevê o agente físico "frio" como fator de risco à saúde do trabalhador. (DECRETO FEDERAL 3048, 1999)

Ainda de acordo com Dalcin (2017), no parágrafo 1º do artigo 201 da Constituição Federal prevê que somente poderão ser adotados requisitos e critérios diferenciados para concessão de aposentadorias em razão de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. O agente de risco frio não aparecendo, deixa aberta a questão de nocividade à saúde sendo um agente submisso a essa classificação previdenciária (DALCIN, 2017).

A partir desse contexto, este estudo se concentrou no desenvolvimento de um instrumento de monitoramento e controle da temperatura corporal em trabalhadores de indústria frigorífica, especificamente com exposição a baixas temperaturas controladas em ambientes de corte de abatedouro de frangos.

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1.1PROBLEMATIZAÇÃO

Com o aumento atual e com a previsão de recordes em crescimento produtivo e de necessidade mão de obra nos abatedouros e frigoríficos de frangos (IBGE, 2017; UBABEF, 2018). Com elevado número de afastados por acidentes e doenças nesse ramo de atividade (INSS, 2017). Com a necessidade de utilização de ferramentas manuais devido à falta de inovação tecnológica que atenda os índices de produtividade (TAKEDA; MORO, 2017). Com a exposição de trabalhadores a baixas temperaturas para atender as normas Higiênicas Sanitárias necessárias para produção de alimentos perecíveis, a nível nacional e internacional (MAPA, 2016; OLIVEIRA et al. 2014). Com a dificuldade dos profissionais de saúde e segurança em aplicar os parâmetros normativos nacionais e internacionais que garante o conforto térmico e que preserve a saúde de indivíduos expostos a baixas temperaturas artificiais (DALCIN, 2017; TAKEDA; MORO, 2017). Com a falta de critérios normativos, principalmente no que tange a legislação de saúde e segurança no Brasil, que garantam o conforto do trabalhador (TAKEDA; MORO, 2017). Devido à falta de um instrumento simplificado para avaliar o ambiente térmico dos locais de trabalho

e as sensações térmicas de seus ocupantes (MORGADO; TALAIA; TEIXEIRA, 2015). Desta forma, o presente estudo pretende contribuir com a elaboração de um instrumento para análise e avaliação da exposição de trabalhadores a ambientes artificialmente climatizados.

Nesse contexto, esta tese foi norteada pela seguinte questão de pesquisa: Como construir um instrumento de análise e avaliação de conforto térmico, baseado na realidade do trabalho com exposição a baixas temperaturas em indústrias frigoríficas, no qual o instrumento possa diagnosticar as condições de desconforto térmico e riscos a saúde e integridade dos trabalhadores, visando impulsionar as melhorias das condições de trabalho em atividades com exposição a baixas temperaturas?

1.2OBJETIVOS 1.2.1Objetivo Geral

O objetivo deste estudo foi desenvolver um instrumento de monitoramento e avaliação de temperatura corporal dos trabalhadores em tempo de real de trabalho.

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1.2.2Objetivos Específicos

a) Mensurar as variáveis ambientais e individuais segundo os critérios técnicos de Higiene Ocupacional;

b) Avaliar a temperatura em diferentes regiões corporais dos trabalhadores durante toda a jornada de trabalho;

c) Aplicar os instrumentos e critérios de avaliação de conforto térmico;

d) Comparar os achados com as normas e critérios nacionais e internacionais;

e) Diagnosticar os possíveis riscos e desconforto térmico das atividades analisadas;

1.3JUSTIFICATIVA DA TESE

A justificativa em desenvolver a presente tese se deu a diversos fatores encontrados em abatedouros e frigoríficos, tais como a falta de controle da exposição a baixas temperaturas considerando as necessidades dos trabalhadores, as inúmeras queixas de desconforto térmico de trabalhadores expostos a atividades com baixas temperaturas controladas, pela falta de padronização no uso de equipamentos de proteção e vestimentas de trabalhadores de um mesmo setor avaliado em atividades similares, falta de padronização de critérios normativos de avaliação de frio, falta de nexo técnico epidemiológico de doenças causadas por exposição ao frio.

Ao analisar esses fatores percebe-se a falta da aplicação dos conceitos da ergonomia nesse modelo de atividade, pois não garantem como determina as normas de ergonomia: condições de conforto em atividades com exposição ao frio, de controle de riscos a saúde e integridade física dos trabalhadores e principalmente não adapta as capacidades psifisiologicas do trabalhador, pois especificamente com relação ao desconforto e exposição de riscos causados pelo frio é o homem que necessita adaptar-se as condições de trabalho devido as temperaturas obrigatórias estabelecidas no processo produtivo. Ressalta-se que nas atividades executas em abatedouros e frigoríficos, o desconforto causado pelo frio, em alguns casos, é minimizado pelo próprio indivíduo, que se sobrepõe de vestimentas até sentir-se confortável ou menos desconfortável, por exemplo, com o uso de blusas e calças embaixo dos uniformes cedidos pelas empresas, porém, isto não acontece com as extremidades, principalmente com as mãos que necessitam de elevada agilidade para exercer suas atividades de rotina,

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pois a sobreposição de luvas dificulta os movimentos necessários de motricidade fina dos dedos e mãos (HOLMÉR, 1997). A essa necessidade de utilização de sobreposição de vestimentas percebe-se que geralmente os equipamentos cedidos como de uso obrigatório e para proteção não demonstram ser suficientes. Assim, a presente pesquisa iniciou-se com o mapeamento de métodos de avaliação para exposição ao frio o qual se constatou a necessidade do desenvolvimento de um instrumento de avaliação e monitoramento de temperatura da pele que resulte em dados quantitativos para o suporte do controle do risco considerando as necessidades e capacidades individuais e as características da atividade, com enfoque em avaliação nas extremidades do corpo.

Estudos internacionais foram desenvolvidos demonstrando as temperaturas encontradas nas extremidades do corpo de trabalhadores com exposição a baixas temperaturas similares às encontradas nos abatedouros e frigoríficos nacionais. Entre eles, pode-se citar a pesquisa de Ilmarinen e Tammela (1990) onde foi observado que trabalhadores sem proteção adequada para as mãos, expostos ao frio de uma sala de cortes de um matadouro, com temperatura média da sala de 10ºC, condição similar às condições das normativas de higiene sanitária nacionais, os trabalhadores encontravam-se com temperaturas médias dos dedos entre 17ºC – 12ºC, o qual concluiu no estudo que sobre estas condições é difícil manter o equilíbrio térmico do corpo, aumentando o risco de acidentes devido ao resfriamento e dormência dos dedos que causam rigidez dos dedos e mãos, perda da destreza manual e redução da força muscular.

Embora os resultados encontrados sugiram que a região dos dedos é a mais atingida é importante ressaltar que ambientes com temperaturas próximas a 10ºC podem causar danos à saúde dos trabalhadores. Por exemplo, alguns efeitos a saúde neste modelo de atividade já foram evidenciados em estudos. Na pesquisa de Thetkathuek et. al. (2015) foram avaliados 497 trabalhadores expostos ao frio em indústrias de processamento de alimentos na Tailândia no qual os resultados apontam que os trabalhadores apresentam problemas respiratórios, condições de resfriamento dos dedos e sintomas cardiovasculares.

Também como exemplo de nexo causal do risco a saúde e desconforto, cita-se o estudo realizado por Kaminski et al. (1997) onde foram coletados dados de 1474 trabalhadores franceses de 17 abatedouros de aves e 06 fábricas de conservas no período de 1987-1988, os resultados do estudo demonstram que é possível em uma

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população de homens e mulheres expostos ao frio artificial, sem exposição a vibração, detectar fatores de risco para o fenômeno de Raynaud, doença caracterizada pela desordem de vasoconstrição que causa descoloração dos dedos das mãos e pés e ocasionalmente pode ocorrer em outras extremidades.

Outro ponto relevante é que quando não se tem uma avaliação quantitativa, ou seja, as ações realizadas são decididas e baseadas em dados qualitativos e subjetivos, as doenças citadas como resultantes da exposição incontrolada ao frio (tais como, Ulcerações, Frostbite, Fenômeno de Raynaud, Urticária pelo Frio, Frieiras (Perniose), Hipotermia, Doenças Respiratórias, entre outras) (SALIM, 2003) deixam de ser relacionadas ao trabalho devido à falta de conhecimento das temperaturas que realmente apresenta o corpo do trabalhador e consequentemente deixam de ser tratadas como doenças ocupacionais e tais ambientes com exposição ao frio deixam de ser motivo de implantação de ações de ergonomia, medicina do trabalho, engenharia de segurança do trabalho e higiene ocupacional. Pois se não há riscos na concepção do avaliador, a consequência é a falta de ações que podem resultar em atenção e investimento para melhoria destes locais.

Além disso, nem sempre os sintomas aparecem imediatamente após a exposição a baixas temperaturas em alguns indivíduos, dificultando ainda mais o controle da saúde dos trabalhadores expostos a baixas temperaturas, o que torna essencial o reconhecimento da condição térmica em que o trabalhador encontra-se exposto para desenvolver suas atividades laborais.

Atualmente as normas nacionais que determinam parâmetros para avaliação da sobrecarga térmica devido a exposição ao frio são: NR09; NR15; NR29, NR36(2016), todas com foco na avaliação das condições do ambiente de trabalho por meio de subjetivas comparações e considerando as temperaturas do ambiente de trabalho.

Os parâmetros internacionais com maior relevância de utilização são: a American Conference of Governmental Industrial Hygienists – ACGIH (2015) que é uma associação profissional de higienistas industriais e praticantes de profissões relacionadas, com sede em Cincinnati, EUA. A Organização Internacional do Trabalho - OIT que é a agência das Nações Unidas que tem por missão promover oportunidades para que homens e mulheres possam ter acesso a um trabalho decente e produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade e a utilização das normas ISO que é da sigla de International Organization for Standardization, ou Organização Internacional para Padronização, em português. A ISO é uma entidade

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de padronização e normatização, e foi criada em Genebra, na Suíça, em 1947. Todas fornecem critérios de avaliação subjetivos por meio de comparação por similaridade e consideram temperaturas do ambiente de trabalho.

Portanto o presente estudo justifica-se pelo interesse em contribuir com os métodos de avaliação de exposição a baixas temperaturas, pois foi possível quantificar dados que norteiam a tomada de decisões e controle da exposição de trabalhadores a baixas temperaturas artificiais.

Esta pesquisa desempenha um relevante papel social por que o instrumento de avaliação e monitoramento da temperatura corporal foi desenvolvido a partir de avaliações individuais de trabalhadores expostos ao frio artificial considerando todas as condições de trabalho e critérios normativos na atividade de corte de frangos em uma indústria frigorifica localizada na região de Santa Catarina.

1.4PRESSUPOSTOS

O desconforto e o estresse térmico estão vinculados a possíveis causas de distúrbios ocupacionais que prejudicam o desempenho e a qualidade do trabalho e, em casos extremos, pode causar danos à saúde, acidentes e até mesmo levar à morte. No contexto industrial, o desconforto térmico é citado como uma das principais causas de insatisfação nos locais de trabalho quando as pessoas estão expostas a ambientes térmicos, seja frio ou quente. No entanto, os estudos de avaliação de conforto térmico são subjetivos, demorados e para muitas organizações e profissionais de segurança e saúde, se tornam caros e difíceis de implantar devido à falta de um instrumento simplificado para avaliar as sensações e condições térmicas de seus ocupantes.

1.5DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

Com relação à delimitação da pesquisa, ela se apresenta dentro do desenvolvimento de um instrumento de avaliação e monitoramento de exposição a baixas temperaturas em frigoríficos de frangos com foco no indivíduo.

A pesquisa foi realizada com 16 trabalhadores do setor de apoio e administrativo e com todos os trabalhadores das linhas avaliadas, somando um total de 176 participantes, no qual estes fazem parte do quadro do setor de cortes, das linhas de produção de peito, perna e asa de uma indústria frigorífica localizada na região de Santa Catarina.

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Foram selecionados os três setores devido à similaridade de atividades, temperatura do setor e do produto, equipamentos de proteção e manuseio e as vestimentas fornecidas pela empresa para todos trabalhadores destes setores.

Com a pesquisa não se pretende criar uma nova norma com os resultados dessa tese, pois, por exemplo, no Brasil para ser elaboradas e modificadas as normas regulamentadoras de saúde e segurança é necessário aprovação de comissões tripartites específicas compostas por representantes do governo, empregadores e empregados, o foco do estudo foi desenvolver um instrumento de avaliação de exposição ao frio artificial que possa ser utilizado por profissionais de Ergonomia, Segurança, Saúde e Higiene do Trabalho para o levantamento de informações quantitativas para o controle e tomada de decisões em atividades com exposição a baixas temperaturas artificiais.

1.6ORIGINALIDADE

O presente estudo se insere na área de pesquisa em Ergonomia, pelo departamento de Engenharia de Produção da UFSC.

Especificamente o estudo está inserido na Ergonomia Física, no estudo dos fatores individuais, posto de trabalho, segurança e saúde.

Considerando à originalidade não foi identificado em literatura um método de avaliação da exposição a baixas temperaturas com foco em dados quantitativos de parâmetros individuais e ambientais considerando as particularidades da atividade e do indivíduo.

A proposta que se situa no campo de Ergonomia, Higiene e Segurança Ocupacional, área de concentração dessa pesquisa, também contribui com o departamento de Engenharia de Produção da UFSC na mensuração quantitativa de indicadores que podem ser utilizados para desenvolvimento de equipamentos para proteção ao frio, para planejamento da distribuição de pausas, para adequação de postos de trabalho, variáveis ambientais e individuais. Por consequência auxiliará no controle de riscos a saúde e conforto dos indivíduos expostos a baixas temperaturas.

1.7ESTRUTURA DA TESE

Esta tese foi desenvolvida em forma de coletânea de artigos conforme requisitos da Resolução 002/2015 (UFSC, 2015) do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção (PPGEP) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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Para cumprir esta Resolução, esta tese foi organizada em outras seções principais, além desta, a seção anterior que apresenta a Introdução, que contextualiza e justifica a pesquisa, apresenta o problema de pesquisa, os objetivos, os pressupostos e a delimitação do estudo e sua originalidade. Este capítulo também descreve uma síntese dos artigos que compõem esta tese e discute suas contribuições para pesquisa.

O Capítulo 2 é apresentado os Procedimentos Metodológicos compostos pelas técnicas e instrumentos utilizados na pesquisa. Neste capítulo apresenta as decisões relacionadas a cada etapa de desenvolvimento da tese, a lógica e os critérios para a seleção dos locais e atividades objeto de análise. É apresentada a decisão relativa à coleta e análise dos dados, bem como os procedimentos para a realização do estudo de campo. Cada etapa culminou em um artigo de pesquisa.

Os capítulos 3 a 8 são formados pela coletânea de 5 artigos e seus apêndices com os resultados das pesquisas geradas no desenvolvimento desta tese. Os artigos foram desenvolvidos com a finalidade de compreender melhor a realidade das condições de trabalho em indústrias frigorificas, assim como extrair informações que viessem contribuir para melhorar as condições de trabalho buscando atender requisitos de Ergonomia, Segurança e Saúde do Trabalho. Também se buscou embasar critérios de análise e avaliação de riscos oriundos a exposição ao frio artificial, resultando em dados quantitativos que contribuem na gestão dos riscos ocupacionais.

No capítulo 3 (Artigo 1) é apresentado um estudo sobre a produção científica realizada a partir da uma análise dos artigos publicados sobre o tema higiene ocupacional e ergonomia em abatedouros, a partir de periódicos científicos disponíveis na principal coleção da base de dados Web Of Science (WOS) no período de janeiro de 2008 a abril de 2018. As análises dos artigos publicados evidenciam lacunas a serem exploradas de grande potencial de pesquisa e aplicação prática.

O capítulo 4 (Artigo 2) realizou-se uma análise sistêmica da literatura com o objetivo de identificar o estado da arte sobre o tema. Conforme método adotado na análise, foram identificadas lacunas e potenciais avanços do conhecimento técnico-cientifico sobre a temática Ergonomia e Higiene Ocupacional na atividade da indústria frigorífica.

O capítulo 5 (Artigo 3) trata-se de uma avaliação termográfica da superfície da pele de partes do corpo de trabalhadores expostos a atividades com baixas temperaturas em um setor de cortes de frangos e seus resultados foram comparados com os limites de tolerância das leis e

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normas regulamentadoras de saúde e segurança nacionais. As avaliações demonstram que os resultados ambientais atendem aos requisitos legais das normativas brasileiras de saúde e segurança, porém foram encontradas temperaturas nos dedos dos pés e das mãos que comparados aos parâmetros fisiológicos demonstram condições que podem causar desconforto por resfriamento, dormência, dor, disfunções neuromusculares, surgimento de lesões e doenças provocadas por baixas temperaturas. Nesse contexto, surgiu a necessidade de outras pesquisas (Apêndices A, B e C) que complementam esta análise.

O apêndice A estudou a sensação térmica (subjetiva) de trabalhadores expostos a baixas temperaturas em uma indústria frigorífica. O estudo foi realizado utilizando um mapa corporal com as regiões do corpo conforme preconiza a ISO 10551 (1995). Avaliação da sensação térmica em atividades com exposição a baixas temperaturas em frigorífico de frangos. Já o apêndice B apresenta os riscos à saúde de trabalhadores expostos a ambientes artificialmente frios em indústria frigorífica. O apêndice C apresenta os resultados da taxa de frequência de acidentes de trabalho em locais com diferentes temperaturas em um abatedouro de frangos.

O capítulo 6 (Artigo 4) realizou o monitoramento de temperatura corporal durante toda a jornada de trabalho em atividades com exposição ao frio artificial controlado em uma indústria frigorífica. Foram realizadas avaliações de temperatura na mão e no pé de trabalhadores e avaliações ambientais nos postos de trabalho. Os resultados apontam que a maior parte do tempo da jornada de trabalho, a sensação dos trabalhadores é dor causada pelo frio e no centro da mão e do pé a maior parte do tempo é percebida como resfriado. Nesse contexto, surgiu a necessidade de outras pesquisas (Apêndices D e E) que complementam esta análise.

O apêndice D apresenta o desenvolvimento de um instrumento para avaliar estresse térmico em indústrias frigoríficas. Um teste foi realizado e os resultados apresentam um PMV (Voto Médio Predito) adequado para a atividade, porém o instrumento de monitoramento apresentou resultados de risco à saúde dos trabalhadores. Já o apêndice E, apresenta um estudo de avaliação do instrumento de monitoramento e o PMV conforme os critérios normativos da Organização Internacional de Normalização (ISO).

O capítulo 7 (Artigo 5) apresenta um modelo de avaliação de temperatura ocupacional em atividades com exposição ao frio em frigorifico de frangos. O estudo foi realizado com 153 trabalhadores da linha de corte e com 12 trabalhadores do setor de apoio e administrativo.

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Os resultados apontaram que os critérios normativos de saúde e segurança são atendidos, porém apontam que há condições de desconforto e dor causado pelo frio que foram mensurados apenas com o instrumento de avaliação proposto no estudo. Também apresenta a necessidade da empresa substituir os equipamentos de proteção individual para neutralizar ou reduzir a exposição ao risco proveniente do frio da atividade. Nesse contexto, surgiu a necessidade de outras pesquisas (Apêndices F e G) que complementam esta análise.

O apêndice F apresenta os resultados de avaliações de temperatura da pele entre dois grupos de atividades de uma indústria frigorífica. Já o apêndice G apresenta os resultados de avaliações de desconforto e frio ocupacional utilizando o instrumento de avaliação e monitoramento de frio.

No capítulo 8 apresentam-se as considerações finais, baseadas no desenvolvimento desses estudos, e as indicações para estudos futuros.

Por fim são apresentadas as referências bibliográficas que fundamentam esta tese, os apêndices e anexos.

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2PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo é composto pela caracterização geral da pesquisa, classificações pelas suas características metodológicas, técnicas e práticas. Também apresenta a organização da pesquisa em 5 fases e detalha as atividades realizadas em cada uma destas etapas.

Conforme já descrito no capítulo 1, esta tese foi desenvolvida em forma de coletânea de artigos, para cumprir os requisitos da Resolução 002/2015 (UFSC, 2015) do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção (PPGEP) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Conforme Resolução 002/2015 (UFSC, 2015) é exigida que a coletânea seja formada por no mínimo 5 artigos, sendo pelo menos dois comprovadamente aceitos em periódicos e dois comprovadamente publicados em anais de evento nacional ou internacional, sendo todos redigidos em um mesmo idioma.

Para cumprir a exigência quanto à publicação em periódicos, foram publicados: a) Revista Produção Online, 2017; e b) Revista Espacios, 2018. Quanto à publicação em anais de evento: a) Simpósio de Engenharia de Produção – XXV SIMPEP, 2018; e b) XII Encontro de Engenharia de Produção Agroindustrial, 2018.

Além dos artigos obrigatórios, compõem esta tese mais quatro publicações em língua portuguesa, duas publicações em língua inglesa e duas submissões em língua portuguesa.

2.1CARACTERIZAÇÃO GERAL DA PESQUISA

O objetivo desta tese foi desenvolver um instrumento de avaliação de exposição ao frio artificial que possa ser utilizado por profissionais de Ergonomia, Segurança, Saúde e Higiene do Trabalho para a mensuração de dados em tempo real, de forma quantitativa que subsidie ações para o controle e tomada de decisões em atividades com exposição a baixas temperaturas artificiais.

Para alcançar os objetivos de uma pesquisa é necessário um método que pode ser definido como o conjunto de procedimentos e técnicas adotados pelo pesquisador. Partindo desse conceito foi utilizado o método indutivo, utilizando de levantamento bibliográfico e com a mensuração das condições de trabalho existentes na empresa em estudo, para posteriormente desenvolver o instrumento de controle e monitoramento de frio ocupacional para atividades de cortes de frangos com exposição a baixas temperaturas.

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A pesquisa é classificada como aplicada, pois no desenvolvimento dela, o objetivo foi gerar conhecimento para aplicação prática na solução de problemas relacionados ao conforto, estresse e preservação da saúde e segurança de trabalhadores expostos a baixas temperaturas.

Buscando responder as necessidades da pesquisa: a) Quanto aos fins:

Foi utilizada a pesquisa descritiva que expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno, pois se descreveu as condições de estresse, conforto e riscos a saúde e segurança utilizando e comparando cada método de avaliação de exposição a baixas temperaturas propostos nas normas nacionais e internacionais de Higiene Ocupacional. Também foram empregadas as investigações explicativas que visam esclarecer quais fatores contribuem de alguma forma, para a ocorrência de determinado fenômeno, ou seja, que explicaram qual a influência dos fatores individuais e ambientais no conforto, estresse e preservação da saúde e segurança dos indivíduos expostos ao frio.

b) Quanto aos meios de investigação:

Foi empregada a pesquisa bibliográfica, que é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, periódicos, ou seja, acessível ao público em geral, este método foi empregado de base na fundamentação teórica de todos os artigos elaborados neste estudo e foi utilizado na elaboração dos Artigos 1 e 2, para revisão do estado da arte sobre o tema pesquisado. Os Artigos 1 e 2 constituem o conjunto de artigos científicos denominados Portfólio Bibliográfico (PB). Por meio dos resultados do PB foi possível identificar lacunas e potenciais avanços do conhecimento técnico-cientifico sobre a temática da tese.

Também foi utilizada a pesquisa de campo que é uma investigação empírica realizada no local de trabalho onde ocorre ou ocorreu o fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo. Esse método foi utilizado para verificação das condições individuais e ambientais que atenderam às necessidades da aplicação de questionários, entrevistas e observações nos ambientes de trabalho e para o levantamento quantitativo de dados para elaboração dos Artigos 3, 4 e 5.

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2.2UNIVERSO E AMOSTRA

Este tópico trata-se de definir toda a população e a população amostral que forneceu informações sobre um ou mais aspectos de um grupo para realização da pesquisa.

A pesquisa foi realizada em um frigorífico de abate e processamento de frangos localizado na região de Santa Catarina.

O universo da pesquisa de campo foi composto por dois grupos, sendo um grupo considerado como grupo de controle, que teve como objetivo avaliar o conforto térmico proporcionado na utilização das vestimentas e uniformes em ambientes não refrigerados.

Para o grupo de controle foram elegíveis todos os trabalhadores que utilizam uniformes similares aos trabalhadores do processo produtivo, no total foram 16 trabalhadores que exercem atividades em setores administrativos, ou seja, fora das salas de produção, em ambientes que não possuem sistema de refrigeração forçada. As temperaturas são ambientais e há apenas uso de equipamento condicionador de ar, que pode ser regulado a qualquer temperatura conforme necessidade dos usuários do local. Os trabalhadores desses setores de apoio e administrativo utilizam vestimentas similares devido a necessidade de realizar atividades relativas a inspeções (eventuais e específicas conforme cargos) nos setores de produção e também realizam atividades administrativas, por esse motivo devem utilizar diariamente vestimentas similares as da linha de produção.

Durante todo o tempo de trabalho nos setores de apoio e administrativo as atividades desenvolvidas pelos trabalhadores participantes consistiam em digitar dados em planilhas e atividades administrativas, atender telefone e atendimento de trabalhadores. Os participantes não entraram em áreas produtivas durante a coleta de dados.

Para o grupo da linha de produção foram elegíveis 176 trabalhadores, ou seja, todos os trabalhadores do processo produtivo das linhas de produção de peito, perna e asa.

Ressalta-se que o critério de seleção da amostra foi que os trabalhadores avaliados em ambos os grupos deveriam possuir mais de um mês de serviço na empresa e não deveriam executar outras atividades que não fossem as atividades selecionadas em ambos os grupos de pesquisa desta tese. Todos os trabalhadores foram avisados sobre estes critérios antes da instalação dos sensores e foram orientados

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a avisar os pesquisadores caso fossem solicitados a trocar de atividade pelos seus gestores durante o monitoramento de temperatura corporal.

Na Figura 01 é apresentado o diagrama de fluxo de análise de inclusão e exclusão do universo amostral.

Figura 1 – Fluxograma de análise de inclusão e exclusão do universo amostral.

Fonte: dados da pesquisa (2018)

Verifica-se na Figura 1 que foram aprovados conforme critério estatístico utilizado para análise dos dados os resultados de 153 trabalhadores dos setores de cortes e 12 trabalhadores dos setores de apoio e administrativo.

O universo total de trabalhadores que compõem os participantes da pesquisa é distribuído em setores o qual é composto por subsetores e o quadro de função nos setores e subsetores produtivos são designados de auxiliares de produção, supervisores de produção e monitores. Já no setor de apoio e administrativo foram avaliados auxiliares administrativos, cargos técnicos e cargos de gestão.

A jornada de trabalho nas linhas de produção durante o período de coleta de dados iniciava-se às 06h: 00min, com a primeira pausa ocorrendo no intervalo entre 07h: 20min às 07h: 40min, segunda pausa entre 09h: 20min e 09h: 40min, intervalo de refeição entre 11h: 20min

192 trabalhadores elegíveis 176 trabalhadores dos setores de cortes Teste estatistico (critério |Z|>3 = Valor outliers) 23 resultados excluídos pelo teste estatistico 153 resultados aprovados no teste estatistico 91 mulheres 62 homens 16 trabalhadores do setor apoio e administrativo Teste estatistico (critério |Z|>3 = Valor outliers) 4 resultados excluídos pelo teste estatistico 12 resultados aprovados no teste estatistico 7 mulheres 5 homens

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às 12h: 20min, a terceira pausa entre 14h: 00min e 14h: 20min e término da jornada às 15h: 48min. A jornada é de 8h: 48min/dia, com intervalo de 60 minutos para alimentação e com pausas de recuperação psicofisiológica de 60 minutos distribuídas na jornada de trabalho em três pausas de 20 minutos, para cumprimento da NR 36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados (NR 36, 2014).

A jornada de trabalho nos setores de apoio e administrativo iniciava-se as 08h: 00min, com intervalo de refeição entre 13h: 00min e 14h: 00min e término da jornada às 18h: 00min.

Para comparar os dados entre os grupos foram avaliados os tempos considerando pausas para os trabalhadores dos setores de apoio e administrativo conforme tempos determinados na NR 36.

2.3COLETA DE DADOS

Como foi realizada a pesquisa de campo para comparar os resultados das avaliações utilizando diferentes métodos e critérios existentes para posteriormente elaborar o instrumento proposto, foram coletados os dados de:

 Vestimentas utilizadas por cada indivíduo;

 Temperatura (do ar, do piso, do produto, do equipamento utilizado na atividade);

 Velocidade do ar;

 Umidade do ar;

 Equipamentos de proteção utilizados;

 Temperatura superficial da pele (membros superiores e membros inferiores);

 Atividade desempenhada (em pé, sentada, movimentos do corpo);

 Fatores individuais (sexo, idade, tempo de empresa, grau de instrução).

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As avaliações ambientais e individuais das variáveis que interferem na sensação de conforto e estresse causado por frio foram realizadas com os equipamentos de medição de conforto térmico desenvolvidos no LMPT, câmera termográfica e com termômetro de IBUTG, conforme cada etapa que consistiu cada capítulo e seus apêndices desta tese e, o levantamento de dados individuais foi realizado por entrevistas e questionários específicos.

Para elaboração do instrumento de monitoramento e controle de temperatura o levantamento de dados das temperaturas da pele nos locais específicos foi utilizado os equipamentos desenvolvidos no Laboratório de Meios Porosos e Propriedades Termofísicas da UFSC, conforme ilustração demonstrada nas Figuras 2, 3 e 4.

Os pontos corporais avaliados na mão e pé foram selecionados fundamentados na ISO 11079 (2007) "Ergonomics of the termal environment" a qual não determina pontos específicos a serem avaliados para exposições ao frio localizado, mas recomenda controle frequente de temperatura dos dedos e sugere que as temperaturas devem estar acima de 24°C para a preservação e bom funcionamento das mãos. Também determina que a quantidade de conhecimento sobre as respostas a resfriamento local é insuficiente para o desenvolvimento de um método de avaliação único e que pesquisas sobre o assunto devem ser incentivadas (ISO 11079, 2007).

Para a instalação dos sensores na mão, foram retiradas as luvas da mão do trabalhador, em seguida os sensores foram instalados nas regiões selecionadas, no qual o mesmo procedimento de instalação foi seguido para todos os participantes da pesquisa, os sensores ficaram instalados conforme apresentado na Figura 2.

Figura 2 –Termistores instalados nas regiões da mão.

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Na figura 2 é possível verificar, sinalizado com círculos, à instalação dos termistores nas regiões do dedo, centro da mão e do punho.

Para a instalação dos sensores no pé, os pesquisadores retiraram a bota e meia dos participantes, em seguida os sensores foram instalados pelos pesquisadores nas regiões selecionadas, no qual o mesmo procedimento de instalação foi seguido para todos os participantes da pesquisa, conforme apresentado na Figura 3.

Figura 3 – Termistores instalados nas regiões do pé.

Fonte: dados da pesquisa (2018)

Na Figura 3 apresentam-se os termistores instalados nas regiões do pé (hálux, e região navicular do pé).

Os termistores são característicos para fornecer uma detecção de temperatura extremamente precisa, excelente estabilidade em longo prazo e alta maleabilidade.

Depois de instalados os termistores nas mãos e pés, os pesquisadores colocaram as luvas, meia e bota nos trabalhadores, em seguida colocaram no braço e perna os instumentos de monitoramento dos sensores, conforme apresentado na Figura 4.

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Figura 4 – O Trabalhador do frigorífico durante o monitoramento.

Fonte: dados da pesquisa (2018)

A Figura 4 ilustra o trabalhador com os termistores instalados nas regiões da mão e pé, inseridos abaixo dos uniformes e os equipamentos de monitoramento instalados no braço e perna. Os equipamentos permaneceram instalados desde o início ao termino da jornada de trabalho de cada participante da pesquisa.

Os equipamentos e o sistema proposto consistem em uma rede de sensores sem fio (WSN) usando a tecnologia Zigbee, no qual um conjunto de sensores se destina a medir a temperatura corporal dos trabalhadores, enquanto o outro conjunto avalia as variáveis ambientais.

Ambos os módulos de sensores enviam os dados amostrados em tempo real através de um link de rádio com um conversor USB-serial conectado a um computador.

No estudo foram utilizados dois módulos de sensores em cada trabalhador avaliado (Figura 4), o qual um módulo foi utilizado para medir a temperatura no dedo indicador, centro da mão e punho e o outro módulo foi utilizado para medir a temperatura do hálux e região central na parte superior do pé. Em cada dia de avaliação foram monitorados dois trabalhadores durante toda a jornada diária, os dados foram registrados em graus celsius (°C) a cada 5 minutos conforme calibração dos equipamentos.

Os termistores foram fixados com fita microporosa diretamente na pele do trabalhador (Figuras 2 e 3).

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Ressalta-se que, as especificações do Hardware e Software que compõem todo o sistema de monitoramento utilizado no desenvolvimento da pesquisa está apresentado no artigo do APÊNDICE D desta tese.

Para realização do estudo foi disponibilizado uma sala com temperatura ambiente média de 23,2°C, esta temperatura foi medida com um medidor de estresse térmico marca Instrutherm, modelo TGD-300.

Cada trabalhador participante da pesquisa antes de iniciar suas atividades diárias na linha de produção foi direcionado para a sala onde foram instalados os sensores. Ao chegar à sala o procedimento realizado pelos pesquisadores consistia em retirar a botina e a meia do pé do trabalhador, instar os sensores, recolocar a meia e botina e em seguida instalar os sensores na mão e punho. O tempo médio de instalação de todos os sensores foi de aproximadamente 5 minutos por trabalhador, instalados por dois pesquisadores. Durante toda a jornada, intervalo e pausas o trabalhador permaneceu com os sensores instalados e somente no final da jornada retornava para a sala para retirada dos sensores e para o preenchimento dos dados do perfil do trabalhador.

Durante todo o tempo de trabalho na linha de produção, as atividades desenvolvidas pelos trabalhadores participantes do estudo consistiram em pegar e manipular as peças de frango com uma das mãos, de forma que facilite o direcionamento do corte com a faca sustentada com a mão contrária.

Os sensores foram instalados em todos trabalhadores na mão que segura o produto e no pé correspondente ao mesmo lado (direito ou esquerdo) dos sensores da mão conforme ISO 11079 (2007) "Ergonomics of the termal environment".

Após a instalação dos termistores, os trabalhadores foram vestidos pelos pesquisadores dos demais equipamentos de proteção obrigatórios para executar suas atividades diárias, a ilustração de um trabalhador com os módulos de sensores e todos os equipamentos para executar suas atividades é representado na Figura 4.

O módulo de medição das variáveis ambientais foi montado próximo às estações de trabalho, conforme ilustrado na Figura 5.

Referências

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