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GUERRA INDÍGENA DO AÇU.

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REPOVOAMENTO DO SERTÃO DO

RlO

GRANDE DO NORTE

(1687-1720)

Na medida em que os agentes do Estado português conceberam a ocupação das terras brasileiras sob um projeto de empresa mercantil, através da montagem da agroindústria do açúcar, os confrontos entre os colonos e os indígenas tornaram-se inerentes ao processo em curso. A ocupação e o povoamento de uma organização da pro- dução com base na agricultura de exportação trouxe a progressiva escravização; aculturação em aldeamentos, reservas, missões etc.; expulsão dos territórios e o ex­ termínio das populações índias. Em virtude da área lito­ rânea ser a base da atividade agrícola açucareira, os índi­ os do tronco linguístico Tupi-Guarani foram os primeiros atingidos pela ocupação territorial lusitana. O choque atuou nas comunidades indígenas litorâneas no sentido de impossibilitar novos enfrentamentos com os colonos, refletindo numa primeira retirada dos Tupi-Guarani para o Norte entre 1560 e 1580*.

A empresa açucareira prosperou na área do Nordes­ te, sendo o comércio na Europa viabilizado por portugue­ ses e batavos. Contudo, com a União Ibérica o quadro foi alterado. O Brasil passou a ser uma colônia hispânica, sujeita a proibição real de comerciar com os holandeses. Isto porque, os flamengos travavam uma guerra de inde­ pendência com a Espanha. Daí então, os flamengos rea­ giram ao embargo espanhol através da criação da Com­ panhia das índias Ocidentais (1621) e da invasão do Nordeste brasileiro (1624).

Após sessenta anos de dominação, Portugal se liber­ tou da Espanha em 1640. Restou aos portugueses organi­ zar tropas visando expulsar os batavos do Nordeste, fato consumado em 1654 pelos soldados Luso-brasileiros.

Diante disso, os holahdeses foram produzir açúcar nas Antilhas abalando as bases econômicas da colônia portuguesa. Houve a perda do monopólio que nos três quartos de séculos anteriores esteve assentado na identi­ dade de interesses entre os produtores lusos e os grupos financeiros holandeses, que controlavam o comércio na Europa. A estagnação da economia do açúcar possibilitou um novo quadro: a pecuária como alternativa de novos lucros na região-* .

Francisco Fagundes de P aiva N eto

Graduado em História pela UFRN

A criação de gado bovino teve seu inicio em terras brasileiras, na Capitania de São Vicente, a partir da so­ licitação de D. Ana Pimentel, esposa de Martim Afonso, à coroa portuguesa em 1534. De São Vicente a pecuária foi se estendendo às áreas vizinhas, chegando a Capitania de Pernambuco já em 1537, servindo como fonte suple­ mentar de alimentação para a população dos engenhos mais próximos do litoral do Nordeste. Além disso, houve o emprego do bovino como força motriz nos engenhos e transporte de escoamento da produção da agromanufatura do açúcar3 .

Alguns fatores foram preponderantes para a tão rá­ pida expansão da atividade criatória. Afirma Prado Júnior:

"A rapidez com que se alastraram as fazendas no sertão nordestino se explica, de uma parte, pelo consumo crescente do litoral onde se desenvolvia ativamente a produção açucareira e o povoamento; de outra, pela pequena densidade econômica e bai­ xa produtividade da indústria. M as também pela facilidade com que se estabeleciam as fazendas; le­

vantada uma casa, coberta em geral de palha - são folhas de uma espécie de palmeira, a carnaubeira, muito abundante, que se empregam -, feito uns tos­ cos currais e introduzido o gado (algumas centenas de cabeças), estão ocupadas três léguas (área média das fazendas) e formado um estabelecimento. Dez ou doze homens constituem o pessoal necessário; recru­ tam-se entre índios e mestiços, bem como entre fo ­ ragidos dos centros policiados do litoral; criminosos escapos da justiça, escravos em fuga, aventureiros de toda ordem que logo abundam numa região onde o deserto lhes dá liberdade e desafogo.

Uma fazenda se constitui em regra com três léguas dispostas ao longo de um curso d'água, por uma largura, sendo meia para cada margem. Daí aliás o nome genérico de 'ribeira' que se dá as várias regi­ ões do interior nordestino... .

Grande parte da área litorânea do Nordeste do Brasil já havia sido ocupada pelos canaviais, desde a dominação dos índios da língua Tupi. A pecuária foi a princípio

1 STÜDART FILHO, Carlos. A resistência dos indígenas i conquista e povoamento da terra, a guerra dos bárbaros.

2 FÜRTADO, Celso. Formação econômica do Brasil.

^ SIM ONSEN, Roberto C. H istória econômica do B rasil (1500-1820). 4 PRADO JR. Caio. H istória econômica do B rasil, p.45.

CADERNO DE HISTÓRIA-UFRN NATAL V. 1 N. 1 p. 29-35 JUL/DEZ. 1994

Disciplina: História do Rio Grande do Norte I - Prof. José Evangelista Fagundes

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PAIVA NETO, Francisco Fagundes de. Guerra Indígena do Açu: do avanço da frente pastoril ao repovoamento do sertão do RN (1687-1720). Caderno de História. Natal, v .l, n. 1, p. 29-35., jul./dez., 1994.

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associada a cultura da cana no litoral, porém siia carac- terísticade reprodução extensiva exigia grandes exten­ sões de terra, sendo incompatível nestes termos com a cultura da cana. Ademais:

"Com a expansão dos rebanhos, estes passam a danificar as plantações dé cáná-dè-açúcar, a ponto de ser baixada uma lei proibindo sua manutenção na faixa litorânea. Os currais deslocaram-se, então, para áreas interioresj junto dos engenhos, separa­ dos; entre si, de urfiá fcuxa dè terra - inicialmente, de uma légua e depois dê meia légua - dé modo a evitar a incursão do gado vizinho e a mistura de re­ banhos. M ais tarde, 'em 1701, ós rebanhos não podi - am situar-se a menos de dez léguas (60 quilômetros)

do litoral.

Á interiortzação dõs currais Visava também a prote­ ção dos engenhos contra os ataqUes dos indígenas vindos do interior para o litoral .

A impossibilidade de coexistência muna mesma área da atividade canavieira e,da pecuária significou o início de uma marchá dos criadores rumo aos sertões habitados pelos indios não-Tupi^ . A Bahia e Pernambuco foram os pólos do avanço pastoril pelas frentes de Salvador, Olin­ da e Recife. Os pecuaristas que partiam por Salvador conquistaram a região de Sergipe e atingiram o vale do rio São Francisco, o oeste de Pernambuco, além dos "sertões de dentro" do Piauí e do Maranhão. De Recife e Olinda; os curraleiros seguiram dois rumos: ao sul da Capitania de Pernambuco na contra-corrente do S. Fran­ cisco,‘incluindo rios afluentes como o Ipanema, Moxotó e Pâjeú; ao norte os fazendeiros chegaram às ribeiras do Piranhas (PB), Açu (RN), Apodi (RN), Mossoró (RN) e Jaguaribe (CE), além do Planalto da Borborema. Ainda por Recife e Olinda, a pecuária ocupou, a partir do século X V I/a costa da Capitania do Rio Grande e da Paraíba, e prosseguiu pelos "sertões de forâ" do Ceará e Pernambu­ co^ . Como a queda dó preço do açúcar trouxe uma fase de estagnação econômica, houve a formação de um considerável contingente de mão-de-obra. Este foi canali­ zado, graças a expansão dá frente pecuarista para os sertões, no momento da irivolução econômica do litoral açucareiro^ .

A metrópole passou a conceder terras aos colonos do sertão na medida em que objetivava atingir pelo povoa­ mento áreas ainda inexploradas. Em tal panorama a instalação de fazendas nas ribeiras dos rios suscitou rea­ ções indígenas. Isto porque os indios

"... começaram a sentir os efeitos negativos repre­ sentados pela desapropriação de suas terras, para eles indispensáveis à obtenção de sua alimentação voltadà para a caça, a pesca e a coleta de mel . Os criadores promoveram os primeiros massacres dos indígenas durante a fase da expansão da pecuária. Mais tarde, foram substituídos pelos bandeirantes paulis­ tas, que eram contratados para o combate aos índios sublevados, tendo por pagamento a venda dos aborígenes cativos nos enfentam entps^. O “remédio para a pobreza dos paulistas”, a caça aò índio, foi acrescido de terras, escravos, privilégios , e honrarias dentro , da política de nobilitaçâo da coroa portuguesa, que estava baseada em

"... duas necessidades: primeiro, a dar investidura

aos novos donos da terra para que estes pudessem considerar-se legítimos; segundo, a de pensar num meio de integrar os índios e africanos escravos ao novo sistema. Devemos reconhecer que a corte por­ tuguesa conseguiu realizar este duplo intento de maneira admirável, fazendo apelo - como era de se esperar - a motivações religiosas. Diante dos novos donos da terra, ela promoveu uma política de nobili- tações; diante dos escravos; a política era paterna­ lista e tu te la r" ^

Além da conquista violenta da terra aos indígenas e a repressão as suas tentativas de resistência, outras for­ mas foram utilizadas com o mesmo fim Dentre elas a Igreja teve um papel fundamental:

A coroa portuguesa* durante o período colonial, pos­ suía acordos com o Vaticano e através da instituição do padroado podia determinar, nos seus domínios, a nomea­ ção do clero, além de administrar as finanças dá Igreja. Os clérigos recebiam, uma forma de pagamento, a côn- grua, como se fossem funcionários do reino. A adminis­ tração da Igreja era feita pela M esa de Consciência e Ordens, um departamento do E stado^. A Igreja instalou

FURTADO, M ilton Braga. Síntese da economia brasileira, p.28. A nação Tupi está filiada ao tronco linguístico Tupi-G uarani. Os grupos índios da naçSo 'tapuya", dos sertões do atual Nordeste brasileiro, estilo filiados à fam ília lingülstica Jê, do tronco M acrojê, que abarca ainda indígenas de língua isolada. Os C ariri e T arairiú, habitantes dos sertões do N ordeste à época colonial, eram representantes dos povos chamados pelòs Tupi de “tapuya". O sfCariri pertenoem a fam ília linguística Jê e os T arairiú são de língua isolada, sendo inseridos no tronco linguístico Ma- crojê por alguns ánólogos, por possuírem cultura semelhante a dos po­ vos de língua Jê.

RIBEIRO, B etta G leizer. O índio ná história do Brasil.

' ABREU, J. Capistrano de. Capítulos de história òolcnial (1500-1800) & „ O s caminhos antigos e o povoamento do Brasil.

PRADO JR-, Caio. Formação do Brasil contemporâneo. Sobre a peoxária e sua m ão-de-obra, ver:

ABREU, op. cit., p. 133.

Caderno de História - UFRN, Natal, v. 1, n. l,jui/dez. 1994

ANTONIL, (João Antônio Andreoni). C ultura e opulência no Brasil por suas drogas e m inas, p.201.

BUESCU, M ircea. Evolução econômica do Brasil, p.56. FURTADO, Celso., op. cit., p.58.

FURTADO., op. cit., p.28-9.

GORENDER, Jaoob. O escravismo colonial, p.432-36.

OLWEILER, O tto Alcides. Evolução sócio-econômica do B rasil, p.32-33. PRADO JR., Caio., op. cit., p.45.

SIMONSEN, Roberto C., op. cit., p. 149-57.

MEDEIROS FILHO, Olavo. Os T arairiú, extintos tapuias do N ordeste, P-19-2°.

11 HOLANDA, Sérgio Buarque de. (O rg ) H istória geral da civilização brasileira.

** HOORNAERT, Eduardo. Fonnação do catolicism o brasileiro (1500- 1800), p.68-9.

Para aprofundar a questão, ver: HOONÀERT, Eduardo, et all. H istória da Igreja no Brasil, p. 160-68.

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diversas ordens pelos sertões, com o objetivo de cristiani- zar os nativos. Os religiosos recebiam terras para implan­ tar aldeamentós. A conversão do indio ao cristianismo facilitou a ocupação do território, por uma série de fato­ res, dentre os quais o aldeamento, com ò aval da prática da “guerra justa” e o alistamento de indígenas das “aldeias dos padres” - missões -, com o intuito de debelar os focos de resistência às ações dos colonizadores.

De acordo com o depoimento de Nantes, capuchinho que dirigiu missões entre os índios Cariri na área do rio São Francisco durante a segunda metade do século XVII, a introdução de rebanhos nas ribeiras deste rio deu vazão a episódios sangrentos entre os índios e os colonos14. O coronel D ’Ávila, da Casa da Torre, e seus descendentes apropriaram-se desde as primeiras concessões de sesma- rias no governo de Tomé dé Sousa até 1710, de mais de 340 léguas de terra nas ribeiras do S. Francisco e seus afluentes1^. Vale salientar que os avanços para o interior realizados pelos colonos tiveram grande apoio a partir da gestão filipina. A linha de Tordesilhàs foi na prática rompida, apesar de ter sido mantida legalmente em vigor pelo aceleramento da ocupação dos sertões do Nordeste, na expansão da criação, do bandeirismo de contrato e da atividade missionária. Alguns bandeirantes paulistas, graças aos bons serviços prestados a Portugal, atingiram o patamar do latifúndio e da atividade criat^jia por des- poarem e conquistarem os sertões aos índios. ’* 16 17

As ribeiras dos rios eram as terras de melhor quali­ dade da área sertaneja, significando para os índios a possibilidade de autopreservação ante o avanço dos pecu­ aristas, que encaravam as referidas áreas como a possibi­ lidade de lucros.

"dai uma série de provocações, de negaças, de vio­ lações que o indígena deveria sofrer ou rebelar-se"1®.

Durante a gestão do capitão-mor Manuel Muniz na capi­ tania do Rio Grande "às sesmeiros, os seus prepostos

residentes nas terras do interior, sem recursos para comprar negros da Guiné ou de Angola, premidos pela obrigação de viver, recorriam frequentemente à captura dos indígenas, forçando-os às tarefas da agricultura, serviço que nas tabas, pertencia às mulheres como im­ próprio para guerreiro"19. Este fator resultou numa

resistência inais acentuada dos Jê, em detretimento dos Tupi que concebiam o trabalho da terra como uma tarefa masculina. A situação de beligerância entre os índios e os colonos possuiu efeitos catalizadores de ordem econômi­ ca e cultural.20.

J » NANTES, Pe. M aitinho de. R elação de uma missão no rio S. Francisco. ANDRADE, M anuel C onjria de. A ta ra e o homem no Nordeste. 16 ABREU, o p .c it

17 MAGALHÃES, Basflio de. Expansão geográfica do Brasil colonial. MEDEIROS, Tarcísio de. Aspectos geopolíticos e antropológicos da história do Rio G rande do N orte, p .S l.

1 9 Ibidem ,p.51.

^ SCHWARTZ, Stuart B. Segredos internos: engenhos e escravos na sociedade colonial.

Caderno de História - UFRN, Natal, v. l,n . l.jul/dez. 1994

Nesta perspectiva, houve a caça de gado bovino e ca­ valar pelos índios, causando prejuízos aos colonos, que reagiam escravizando-os ou matando-os21,22. Com as éstiagens a situação se agravou diante da fome que asso­ lava os sertões. Certamente que as secas rigorosas acen­ tuaram a caça de gadó pelos indígenas e sua contraparti­ da: a repressão movida pelos colonos2^.

A situação destes, especificamente, era tão difícil na região do rio Açu, que o Senado da Câmara de Natal, solicitou, a 23 de fevereiro de 1687, ao Senado da Câma­ ra de Olinda uma tropa de infantaria junto ao capitâo- general. Reforços também foram solicitados ao capitão- mor da Paraíba, em março daquele ano. O Governador Geral Matias da Cunha ao ser contatado respondeu a 4 de setembro:

"Que ao ter sciencia da revolta dos bárbaros, dirigi­ ra-se ao governado de Pernambuco e ao capitão- mor da Parahyba, ordenando áquelle que fizesse se­ guir da capitania, sem perda de tempo, duas compa­ nhias da melhor gente dos Terços de Camarão e Henrique Dias, e ao da Parahyba o maior número de força que fosse possível, Que ao capitão-mor do Rio Grande havia incumbido de tudo que dissesse respeito à expedição, e ao coronel Antônio de Albu­ querque que cumprisse na campanha Os suas ordens, ministrando circunstancialmente as informações da guerra"24.

Diante da demora da chegada dos reforços da Paraí­ ba e Pernambuco, os índios dominaram as ribeiras do Açu e Apodi. As ribeiras do Ceará-Mirim logo foram atingidas. O Senado da Câmara de Natal em desespero convocou mais uma vez o Governador Geral - dezembro de 1687. Desta feita foram solicitados, pelo menos, cin- qüenta pretos de Henrique Dias, cento e cinqüenta casais de índios além de mantimentos. Matias da Cunha, Go­ vernador Geral, escreveu em 1688 dando ao capitãó-mor Pascoal Gonçalves as seguintes orientações :

"Com toda a pressa ordeno ao capitão-mor Manuel de Abreu Soares que siga com cento e cinqüenta infantes e quatro capitães, e da praça de Olinda vinte e cinco. Ordeno meus ao capitão-mor dós índi­ os com quatrocentos homens e, dos pçetos cem, com armas e munições; e pelo sertão faço marchar do Rio São Francisco um governador das armas paulis­ tas, com trezentos homens bem municiados, e dois capitães-mores da jurisdição de Pernambuco, que estavam para ir a Palmares com seiscentos homens, a fim de guerrearem cada um por sua vez a esses bárbaros"*’-’.

^ CASCUDO, Luís da Câmara. H itória do Rio G rande do N oite. ANDRADE, Pedro Carrilho. "M emória sobre os índios do Brasil". 23 ALVES, Joaquim .H istória das secas "século das secas"século X V m ao

,,XDC

~ l LEMOS, Vicentes. Capitães-m ores e governadores do RN, p.41. ** Ibidezn, p.42.

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Na capitania do Rio Grande foram recrutados, crimi­ nosos» sob a promessa de indulto do governo. No entanto, os contingentes coloniais empregados na conquista do sertão não tesistiram às.refiregas nas ribeiras do Açu. Òs indios recrutados.para os referidos grupamentos deserta­ ram. O Governador Geral reconvocou foragidos, degre­ dados e criminosos nas capitanias de Pernambuco, Itama- racá, Paraíba, dentre outras áreas para incorporação às forças do coronel Albuquerque Câmara na região do Açu, sob a promessa de perdão àqueles que apresentassem uma certidão emitida pelo mesmo, i No entanto, os índios re­ sistiram ao avanço dos contingentes comandados por Albuquerque Câmara. Outras tropas chegaram à capita­ nia dp Rio Grande sob o comando de Antônio Pinto e Agostinho César - 1688.

Com a chegada de Antônio Pinto Ferreira e Agosti­ nho César os índios do interior sofreram baixas conside­ ráveis. Grupos de aborígenes chegaram nas ribeiras do Ceará-Mirim pedido paz aos colonos2^.

Em algumas ocasiões os indígenas, vítimas do com­ bate armado e ideológico dos conquistadores, buscaram refugio nas áreas de missões religiosas, como podemos perceber num memorial escrito a El-Rei:

"...essas são e foram sempre as maiores dúvidas com que se impede a execução daquela guerra; porque se intenta castigar aqueles bárbaros, e lhes vai a noticia, andam já tão sabidos, que logo acolhem ao sagrado das Missões com pretexto de p a P ^ .

Percebemos que a busca pelos índios da proteção dos religiosos, como forma de não se tomarem cativos ou de serem mortos, foi um dos fatores a possibilitar êxitos finalmente aos colonos. Na medida em que o índio era doutrinado - aldeado e/ou batizado - havia o recrutamen­ to para a constituição de terços, ònde muitas vezes soma­ vam a parte mais expressiva dos contingentes28. No entanto, a prática de conversão do índio em alguns casos não passou de tentativas frustradas dos colonizadores, pois os aldeamentos possibilitaram a constituição de uma "fronteira amiga", ou seja, uma área de descanso relativo para o retomo ao combate. Afirma Andrade:

"Mas não permaneceram nas Missões. Em tais casos não lhes deve valer, por serem uns hereges e públi­ cos tiranos que com o pretexto de paz, fazem danos de propósito. E mais tendo faltado tantas vezes a paz e reincidido nas mesmas culpas''2^.

No govemo geral do Frei Manoel da Ressurreição, em 1688, houve uma grande mobilidade de tropas visan­ do sufocar a sublevação dos índios do Açu. Neste perío­ do, os indígenas contavam com um expressivo número de armas de fogo e pólvora, que desde 1685 eram fornecidas WZ..- ». 1 —■■■■■— -— -■III ■

Para aprofundar aquestüo, ver: LEMOS, Vioente. Op. c it TAUNAY, Afonso de. “A G uerra dos Bárbaros”.

ANDRADE, Pedro Carrilho. Op. cà. " SOUTO MAIOR, A H istória do Brasil. 29 ANDRADE, Pedro Carrilho de. Op. cit.

Caderno de História - UFRN, Natal, v. l,n. l,jul/dez. 1994

por corsários no delta do Açu3®. Os índios^chegaram até mesmo a fabricar pólvora, conforme uma carta escrita em 168831. Os mestres-de-campo Domingos Jorge Velho e Antônio Albuquerque Câmara Coutinho foram envia­ dos para o combate aos indios do Açu e contaram na marcha, com o appio de legiões de índios de toda a região do S. Francisco, além de um considerável número de combatentes brancos, negros e mamelucos. Tais "aliados" das forças de repressão, etnicamente de uma maioria negra e índia, significaram no final verdadeiras fontes de lucros à metrópole, devido a conquista de mais terras e escravos.

Entre 1688 e 1691, o extermínio sistemático de índi­ os pelo mameluco Jorge Velho, lhe possibilitou a inde­ pendência de ação, autorizada pelas autoridades coloni­ ais. Nos fins de 1691, Matias Cardoso assumiu o comando unificado do combate aos índios dos sertões. Na ocasião Jorge Velho, devido um contrato firmado com o govemo de Pernambuco, seguiu para o Quilombo dos Palmares para debelar a resistência dos negros fugidos do cativeiro32.

A política da metrópole de combate aos indígenas começou a frutificar sob os massacres realizados pelos terços dos paulistas e pela doutrinação cristã. Sabemos que a diminuição da população índia, a escravidão, os aldeamentos e as fugas para outras áreas enfraqueceram a resistência Cariri e Tarairiú, ao ponto de ser assinado um "tratado de paz" entre o rei de Portugal e os Jahduí, que teve por intermediário Bernardo Vieira, o capitão-mor da capitania do Rio Grande33. Contudo, o referido tratado não foi cumprido nem pelos portugueses, nem pelos indi­ os. Ocorre que, no ano de assinatura do armistício, a coroa portuguesa continuou a suprir os colonos com recursos para o extermínio dos indígenas. Estes, tendo em vista as dificuldades provocadas pela grande seca de 1692, saquearam várias instalações dos fazendeiros.

No ano de 1693, o terço de Matias Cardoso de Al­ meida perdeu sua operacionalidade, ficando sem condi­ ções de combater, devido a falta de munição e a epidemia de sarampo que assolou a tropa. Por tais razões, Cardoso de Almeida foi substituído nas ações armadas contra os indios pelo terço de Manuel Álvares de Navarro. Três anos após, com a dissolução do terço de Matias Cardoso de Almeida foi promovido ao posto de mestre-de-campo, pelo governador geral do Brasil, D. João de Lencastro3<\ Outro motivo que desmobilizou o terço de Matias Cardo­ so foi a deserção dos alistados pela falta de pagamento de soidos.

Vale salientar que o terço de Morais Navarro contou em suas fileiras com um número considerável de indíge­ nas. O contingente era composto por combatentes

alista-^ CASCUDO, Luis da Câmara. H istória da cidade do N atal. 31 STUDART FILHO, Carlos. Op. c it

32 LEMOS, Vioente. Op. dL

33 Ver. MEDEIROS, Tarcísio de Bernardo V ieira de M elo e a G uerra dos Bárbaros, p.42-5.

3<* PIRES, M aria Idalina da Cruz. "G uerra dos Bárbaros": re sistâid a indígena e conflitos no N ordeste colonial.

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dos na Missão de Guaraíras; da Aldeia dos Cariri, na Paraiba; da Aldeia de Guajirú, além de alguns Canindé, da nação Tarairiú36.

Em março de 1699, Navarro instigou a inimizade dos Jandui com os Paiacu. Forneceu armas aos Jandui, que logo entraram em guerra com estes últimos. A inten­ ção do mestre-de-campo era escravizar os Índios e tomar as suas terras, sob a alegação que os mesmos se enfrenta­ vam em mais uma guerra. Posteriormente, Navarro as­ sociado aos Jandui realizou um massacre entre os Paiacu já cristianizados. O fato trouxe problemas para,o mestre- de-campo, pois muito desagradou ao capitão-mor Ber­ nardo Viera de Melo diante dos danos causados à sua política de "pacificação" junto aos índios36. É sabido que houve uma série de contendas entre Bernardo Viera e Morais Navarro. Para o capitão-mor, as ações do mestre- de-campo na região do Açu eA podi representavam uma ameaça, enquanto concorrente no comando da guerra, nas questões da posse da terra e da' utilização mão-de- obra3 '. Com isso, o Ouvidor seguiu para o Arraial do Açu, a fim de libertar os indígenas Paiacu que restaram do massacre realizado por Navarro. Sabemos da venda de escravos índios pelo mestre-de-campo, quando já estavam batizados, contrariando princípios advogados pelo clero.

Apesar do sertão paraibano ter sido incorporado às áreas colonizadas em 1703, os indígenas da nação Cariri e Tarairiú ainda resistiam com um número expressivo de guerreiros. Em 1713 o levante das populações indígenas abarcava a área da Paraíba ao Ceará3". A situação abriu ao terço do Açu a possibilidade de novos combates, sob a autorização do próprio rei de Portugal. O monarca perce­ beu que os índios eram um verdadeiro obstáculo ao povo­ amento do sertão, e traziam prejuízos a fazenda real39.

No contexto da guerra entre os colonizadores e os indígenas, a Igreja atuou a serviço da coroa e seus minis­ tros conseguiram construir fortunas. Desta forma, os religiosos beneditinos, que depois da guerra holandesa permaneceram por mais de quatro anos em uma pequena habitação, vivendo na indigência, foram obtendo conside­ ráveis rendimentos na medida em que se envolviam em atividades leigas e doutrinavam índios. Assim construí­ ram um belo mosteiro e casas, compraram gado e possuí­ ram escravos. Além disso, eram proprietários do melhor engenho da Paraíba, o Maraú. Os carmelitas possuíam escravos, gado, plantações de cana, um convento e uma igreja. Os capuchos de Santo Antônio não possuíam bens porque os estatutos da ordem proibiam. Professavam a humildade e a pobreza; não obstante, nada lhes faltava: Recebiam víveres e dinheiro, por esmolas46.

f

33 MEDEIROS FILHO, Olavo. O terço dos paulistas do mestre-de-campo M anuel A lvares de M orais N avarro e a "G uerra dos Bárbaros". MEDEIROS, op. ÒL

PIRES, ep. cit.

| LEAL, José. Itinerário histérico da Paraiba.

- PINTO, Irineu Ferreira. D atas e netas para a história da Paraiba. 40 LEAL, op. cit.

Caderno de História -VFKtt, Natal, v. l,n . l,jul/dez. 1994

Durante o governo do capitão-mor Luís Ferreira Freire, no ano de 1720, houve o último levante geral dos índios contra Natal. O terço dos paulistas do mestre-de- campo Morais Navarro foi o responsável pela defesa da área, detendo os guerreiros índios na altura do Ferreiro Torto. Restou aos indígenas a fuga para os sertões do Ceará e da Paraíba* 41.

O temor do surgimento de novos levantes entre os índios, entretanto, foi constante para a coroa. Em 1734 foi expedida uma ordem régia mandando que em cada uma das aldeias não houvesse mais de dez armas, e que estas deviam ser entregues pelos missionários aos índios que não abusassem delas4^.

A instituição do alvará de 3 de maio de 1757, pelo Marquês de Pombal revogou aos missionários a jurisdi­ ção temporal sobre os indígenas. Deste modo, as aldeias que estavam sob a administração dós missionários foram transformadas em vilas, onde a administração passou a ser responsabilidade de diretores civis.

A extinção dos aldeamentos e o surgimento das vilas teve como efeito para os indígenas remanescentes do conflito armado, a degradação cultural através do uso abusivo de aguardente, da prostituição e miscigenação, desintegrando por fim a sua identidade cultural43 44. Po­ demos perceber tais efeitos no anexo 1.

Conforme o depoimento de Lira:

"Com a criação dessas vilas, desapareceram todas as missões e os indígenas passaram a ser governa­ dos pelos diretores, que sucederam aos padres. A mudança fo i para pior: - estes, embora não conser­ vassem a mesma abnegação e o mesmo desprendi­ mento de que tinham dado tâõ notáveis exemplos nas prim itivas reduções, pelo menos o liberalizavam o consolo da fé, propagavam o ensino e pregavam a moralidade dos costumes; aqueles exploravam, es­ cravizavam, martirizavam. E a consequência fo i que, em grande parte, os indiós aldeados voltaram à vida errante dos primeiros tempos, sendo persegui­ dos e esm agados"^.

Já no século XIX, ocorreu um levante isolado entre os remanescentes do índips da língua geral - Tupi - e do sertão - Tarairiú - na Vila de Extremoz, conforme regis­ tra uma documentação do Conselho de Fazenda, de 1822. Observamos o tratamento dado aos índios a partir de um trecho da referida documentação - anexo 1. O documento atesta muito bem a desagregação cultural sofrida pelos indígenas, então entregues ao consumo abusivo de álcool efurno.

Coube a Nonato Motta um dos últimos relatores a massacres de índios no Rio Grande do Norte:

4 ^ M EDEIROS.Tarcísio de. Capities-m ores e governadore do RN (1701-1822).

PEREIRA DA COSTA, Francisco Augusto. Anais pernambucanos. CASCUDO, op. cit.

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seus companheiros de infortúnio. Aquele chegando a Portalegre, encontrou a Serra anarquizadae a:ca- deia çheia de presos. Informado de que. a . causa da qnqrquia que ali reinava, era ter a Câmara Munici- pql aforado os terrenos ao mais exaltados: Julgava Viera Barros, que, com isto, serenava a ira daqueles selvagens, e que voltaria a paz que todos almeja­

vam-Uma manhã, os índios reuniram-se, atacaram a Vila de Portalegre, travando luta com os moradores, da qual resultou a morte do delegado de Policia, Capi­ tão Bento Inácio de Béssa e o suicídio do Coronel Viera de Barros. Restabelecida a ordem, foram os índios presos e algemados, seguindo escoltados para a cadeia da cidade de Natal. Ao chegarem ao pé da Serra, entre o sitio ”Viçosa" e a Vila de Portalegre, levantaram uma grande cruz, e depois rezarem um

. terço, foram os prisioneiros passados pelas armas. Foram autores de tão terrível carnificina, entre ou­ tros, Antônio Bezerra, Florêncio de Albuquerque, Antônio Caboba e Joaquim Cavalcanti (...). Os cri­ minosos nada sofreram, e o resto dos índios, inclusi­ ve as fam ílias das vítimas, retiraram-se para os centros dos Cariris, e nãovoltaram mais

Percebemos que, praticamente, após um século do término do conflito armado entre os colonizadores e os indios, a sociedade estruturada em valores europeus não proporcionou uma plena integração dos aborígenes. Dé­ cadas ainda se passaram para que esta ''integração" - cuja contra-face era a destruição completa de identidade indí- gena^consum assetotaftnentgnoRios&aadNfer?faTte:

CONCLUSÃO

Ao longo do artigo,.percebemos uma ação coordena­ da @ complementar do Estado colonial português e da Igreja, pelo menos até a ascensão do Marquês de Pombal, que através do alvará de 1757 revogou aos missionários as responsabilidades sobre os índios.

A resistência Cariri e Tarairú nos sertões do Nordes­ te duroü cerca de quarenta anòs (1687-1720), cabendo aos terços dos paulistas a repressão afinada a estes, en­ quanto os ministros da; Igreja acirravam a rivalidade entre às diversas nações aborígenes. Neste processo òs paulistas ganharam somas consideráveis de dinheiro, através dos contratos para ò extermínio de indios é da venda dos prisioneiros de guerra como escravos. Além disso, receberam concessões de sesmarias estabelecendo latifúndios, onde desenvolveram a atividade criatóriá. Os membros das ordens religiosas construiram fortunas, pois receberam terras para instalar missões e aldeamehtos, criaram gado, possuiram escravos e até mesmo engenhos

MOTTA, Nonato. "Nota sobre a ribeira do Apodi".

Caderno de História - UFRN, Natal, v. l,n. l.jul/dez. 1994

Na antiga capitania do Rio Grande, os Cariri e Ta- rairiú implantaram a defensiva mais estruturâda. As áreas das ribeifás do Açu, Apodi e Mossoró foram con- qüisitadaá tão-somente apÔS m uitasm õrtes entre os colo- poá e os pnméifós do sertão. Houve o exter-m in io ^ fd e ^ p i^ s# ^ fl^ ia s que constituíaexter-m as duas grandes nações, quando paralelamente alguns grupos érain ’ çristianizados diminuindo o poder dé resistência dos índios. Os que não foram exterminados ou aldeados fugiram para outraS 'áleas: Posteriormente ocorreu à miscigenaçãq dos remanescentes com elementos negros.

Em Cóhseqtiênçfá do extermínio sistemático e da iniscigénação o ahia| 'Estado do Rio Grande do Norte não possui sequer uma reserva indígena, apesar <je só ter sido plenamente colonizado nò século XVm, após uma guerra encamizaçada, onde os indios do sertão chegaram a assi­ nar até mesmo um tratado de paz com a coroa portuguesa (1692). ” ‘

ANEXO l 46

Q ju|z Ordinário da Vila de Extremo^ me dirigiu

pntem oficio da cópja junta, pedindo-me prpvidenciar no ipèu alcance não esíàvam outras senão as com que lhe respondí; esçrévi na cópia também junta, apçsar de reco- liheçer que ele nadq consegue, por até já serem abando­ nadas, as providências que tenham dado para aquela j p í r sçtufe encarregado; pejos senhores do Govemo fem poráriõ a fim deobter o sim para destq R>rma man­ dar um edital susrajfcimip a observância, dq; Diretório, pfoibindo por algum, tempo a venda de cigarros, e bebi- d ã s riò ^ s ;--Este edftaffefe Bormesmet dia . arts®ça^r, e èqmidq sem se saber por quem, desprezada á proibição, nem o temor das-penás; as. contava. Ao diretor encarre-dos inflós, com seus estaencarre-dos, e ocupações para conhecer dos vadios, que sem dúvida, são os causadores das desor­ dens; nãosatisfez as§im me respondeu.

; ■ À; CSmará oficiei pára a suspensão do Almotacê, 0 índio Alexandre da Silva Andrade, culpado neste juízo o - que não declarei para depois de suspenso maiidou proce­ der; respondeu-me que ficava entendida; entretanto não çumpriram, e ele continuou fazendo as desordens referi­ das pelo juiz, era termos tais quais que outras minhas providêbciás desenvolverão maiores desobediências; e por isso levo todo o exposto as Vossas Excelências para darem- ais suas providências as vistas do Oficio do juiz. Deus Guarde as Vôssas Excelências. Cidade do Natal, 3 dç abril de 1822.

' Ilustríssimos e Excelentíssimos Senhores Governa­ dores desta Província.

O O uvidor e Corregedor da Comarca > M arianno Joséde B ritto Lima

Arquivo Público do Est#do do Rio Grande do Norte: documentação do Conselho de Fazenda (1822). C artas do ju iz ordinário ap oorTegedor sobre i> levante dos indips de Extrem oz.

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Referências

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